Texto e fotos: Fernando Martinez
Assim como fiz em 2020, a edição 2022 da Copa São Paulo de Futebol Júnior teve uma viagem monstra na pauta do Jogos Perdidos. Foram três dias de zanzando por regiões do estado até então inéditas para mim e em outras que eu não ia há bastante tempo. Começamos tudo no domingo cedo. O destino foi a cidade de Araras, sede do Grupo 12. A primeira parada do dia era o genial confronto entre Taquarussú do Tocantins, o time 730 da Lista, e Velo Clube, abrindo a última rodada da chave no belo Estádio Hermínio Ometto.
A formação da primeira parte da caravana foi com o motorista da rodada Caio, Mário, o mais novo torcedor do Lemense FC, e o amigo-abelha, saindo de um gigantesco resfriado com muita tosse e febre (#medo), Renato. Saímos do bairro do Morumbi e colocamos o pé na estrada bem cedo. O percurso foi feito sem percalços e antes de ver a bola rolar, fomos no maravilhoso Estádio Engenho Grande, casa do União São João até 1988.
Tive o prazer de ver uma rodada dupla ali com o desaparecido Emerson pelos paulistas sub-15 e sub-17 de 2006, uma jornada dupla entre Rio Claro e Comercial de Ribeirão Preto. O local fica dentro da famosa Usina São João e está em bom estado de conservação, mesmo com menos árvores do que há 16 anos e a parte coberta em relativo abandono. O gramado em si está maravilhoso. Estar ali é imaginar como o campo recebia muitos torcedores incentivando o USJ nos anos 80. Uma visita obrigatória a todos os amantes do futebol.
Detalhe geral do maravilhoso Estádio Engenho Grande, casa do União São João até 1988
Saímos dali e pouco depois estávamos no Hermínio Ometto. Minha última vez no local tinha sido em 2014, último ano do União São João no profissional, em vitória de 2x1 em cima do Assisense. Foi o último ano no profissional. Pela Copinha, eu tinha ido uma vez apenas, em 2007. Uma rodada dupla com direito a colocar o Fluminense de Feira de Santana na Lista.
Voltando a 2022, o estádio já recebia um belo público na hora que chegamos. Conseguimos estacionar literalmente na porta e enquanto os amigos foram achar lugar na arquibancada, eu fui ao gramado. Por sorte (e isso acabou me complicando mais tarde) não fazia calor e incrivelmente um vento frio foi a tônica da manhã/tarde.
O Taquarussú fez sua despedida na partida contra o Velo Clube. O time paulista aplicou sua maior goleada na história da Copinha
Falando da peleja, ela teve a presença da genial Associação Taquarussú Esporte Clube. Fundado em 1991, o time foi campeão da segunda divisão no mesmo ano, quando o futebol no estado era amador. Na era profissional, disputou a segundona novamente entre 2014 e 2018. Em 2020 eles ficaram com o vice-campeonato estadual sub-20, derrotados pelo EC Castelo na decisão. A vaga na Copinha caiu no colo do Touro pois o Castelo não é profissional.
O surreal é que o Taquarussú conseguiu um heroico empate com o Athletico/PR na estreia. Na segunda partida, a realidade voltou com a derrota de 3x0 contra o União São João. Em busca de uma improvável, não impossível, classificação, tinham que vencer o Velo. Só que o time de Rio Claro também estava de olho na vitória e jogou o fino. Ao final dos 90 minutos acabou aplicando sua maior goleada na história da Copa São Paulo.
O Taquarussú não conseguiu segurar o ímpeto da rapaziada velista. O que se viu no gramado do Hermínio Ometto foi um massacre impiedoso do rubro-verde desde o apito inicial. Quando o relógio marcava oito minutos a equipe teve a chance de abrir a contagem quando Erik foi derrubado dentro da área. Marcelo Maçola bateu mal e isolou, mandando a pelota quase no placar eletrônico.
Marcelo Maçola mandou o penal quase no placar do Hermínio Ometto
Patrick marcando o primeiro gol em chute no canto direito
Detalhes do primeiro tempo de Taquarussú x Velo Clube
A pressão só deu resultado aos 23 minutos. A zaga tocantinense saiu mal, Patrick recebeu belo passe e abriu o placar. Marcelo Maçola se redimiu do penal perdido e aos 27 ampliou em assistência de Patrick. Antes do intervalo o Velo teve mais três ou quatro oportunidades claras de gol, mas apenas na etapa final que o ataque desembestou de vez, para a festa dos fiéis torcedores que estavam do lado oposto às cabines.
Aos 14, em cobrança de escanteio, Fábio desviou no primeiro pau e Allan Santos fez o terceiro. Danilo foi lançado aos 25, tocou na saída do goleiro... 4x0. Aos 34 a zaga do Taquarussú vacilou de novo, Guilherme Lima roubou e bateu no canto direito. Marcelo Dorácio anotou o sexto aos 38 em pênalti e aos 41 Matheus Melotto fechou a surra.
No segundo tempo o Velo intensificou a pressão em cima dos tocantinenses e chegou à goleada
Danilo fez o quarto gol em chute na saída do goleiro
Guilherme Lima aproveitou o presente da zaga do Taquarussú e marcou pela quinta vez
Marcelo Dorário anotou o sexto tento paulista
Matheus Melotto fechou o massacre aos 41: 7x0
O placar do Hermínio Ometto com o placar final da partida
No fim, o marcador ficou em Taquarussu 0-7 Velo Clube. Até então o Velo tinha disputado 20 jogos na Copinha e a maior goleada tinha acontecido em 2013, um 5x0 contra o Itaúna/MG com direito a cobertura do blog. O triunfo contra os tocantinenses passa a ser o maior e garantiu uma vaga na próxima fase.
A outra vaga do Grupo 12 foi decidida no jogo de fundo. Teve estádio cheio para empurrar os donos da casa.
Até lá!
_____________
Ficha Técnica: Taquarussú 0x7 Velo Clube
Em breve
_________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário