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terça-feira, 27 de março de 2018

JP no segundo clássico paulista da sua história

Texto e fotos: Fernando Martinez


Depois de ficar 24 anos sem ver um clássico entre os times "grandes" do estado (contando as equipes principais), na noite do último sábado emplaquei o segundo em apenas 20 dias. Não planejei nada, só que na hora H resolvi ir ao Estádio Paulo Machado de Carvalho pro duelo entre Santos e Palmeiras pela ida da semi-final do Campeonato Paulista.

Nos meus mais de 2.850 jogos tinha visto apenas duas vezes o Clássico da Saudade, ambas no sub-20. A primeira pelo estadual da categoria em 15 de novembro de 2005, vitória santista por 3x1 no Parque Antarctica, e a segunda na emocionante semi da Copa São Paulo de 2013 quando o Peixe fez 3x2 na Arena Barueri e se classificou para a decisão.


O Santos posado antes do clássico no Pacaembu. Do outro lado, o Palmeiras não posou para a foto oficial

Voltando ao presente, o alviverde se garantiu entre os quatro melhores do certame depois de massacrar o Novorizontino nas quartas com duas goleadas. Já o Peixe sofreu demais com o Botafogo e só passou nos pênaltis após de dois empates sem gols. Na pontuação geral, 32 pontos a favor dos verdes e 20 dos alvinegros.

Cheguei no Pacaembu em cima da pinta e dessa vez não fiquei na numerada, e sim na tribuna de imprensa. Confortavelmente instalado vi o Palmeiras iniciar os trabalhos jogando muito melhor, mas muito melhor mesmo do que o seu adversário. Aos 11 o atacante Willian abriu o marcador e até os 30 só deu o time "visitante".

O Santos só foi melhorar nos minutos finais e Jaílson, que só atuou por causa de um efeito suspensivo, salvou a pátria verde aos 44 minutos num milagre depois de cabeçada de Renato. O intervalo chegou junto com a hora de tomar aquele cafezinho esperto distribuído no Salão Nobre no velho estádio.

Retomei meu lugar depois de vários copos de café e vi a peleja melhorar consideravelmente, principalmente por parte do Santos. A tônica do tempo final foi a ótima atuação dos goleiros, ambos responsáveis diretos pelo placar não ter sido alterado. Vanderlei fez boas defesas em lances no início e Jaílson operou dois milagres, além de outras boas intervenções, no decorrer dos 45 minutos, evitando o empate santista.


Times alinhados para o início do clássico no Pacaembu


Ataque palmeirense pela direita


Grande chance "visitante" no começo do segundo tempo


Zaga alviverde afasta o perigo de dentro da área

No fim, o placar de Santos 0-1 Palmeiras deixou o clube paulistano precisando de apenas um empate na segunda partida para ir à final. O Peixe precisa vencer por dois gols de diferença e se vencer por um, leva a decisão pros pênaltis. O clássico será novamente disputado no Pacaembu.

Foi isso... depois de um período na capital bandeirante volto ao litoral pensando em recarregar as baterias. Futebol agora só quando a genial Segundona Paulista começar, isso em 7 de abril.

Até lá!

segunda-feira, 26 de março de 2018

Oeste vence o Juventus e está na semi-final da A2

Texto e fotos: Fernando Martinez


Chegou ao fim a primeira fase do Campeonato Paulista da Série A2 e a rodada derradeira teve muita emoção e vários cenários diferentes com o passar do tempo. Escolhi ir ao Estádio Conde Rodolfo Crespi, local do encontro entre Juventus e Oeste, um jogando um amistoso e o outro lutando por uma vaga na semi-final.

O Moleque Travesso fez uma campanha péssima na A2, porém conseguiu se salvar do rebaixamento na rodada anterior quando venceu o Penapolense fora de casa. A peleja serviu para a torcida se despedir de um dos piores times do onze grená em todos os tempos.

Do outro lado o Oeste era o quarto colocado e precisava vencer para se garantir na fase seguinte. O rubro-negro de Barueri disputava uma vaga com XV de Piracicaba, Sertãozinho, Nacional e Votuporanguense. Mesmo atuando na Rua Javari, não era nenhum exagero dizer que os visitantes eram favoritos.


Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP


Oeste Futebol Clube - Barueri/SP


Os capitães dos times, o árbitro Thiago Duarte Peixoto, os assistentes Daniel Paulo Ziolli e Luiz Alberto Nogueira e o quarto árbitro Danilo da Silva

Os 1.270 pagantes viram esse favoritismo se confirmar durante o decorrer do primeiro tempo. O Juventus nada fez e atuou com pouca inspiração... o que não foi nenhuma novidade. O Oeste jogou na boa e abriu o placar com Raphael Luz aos 16 minutos após grande vacilo do setor defensivo grená.

Com os resultados até ali, o onze visitante estava se classificando. Foi com essa vitória parcial pro antigo clube de Itápolis que o intervalo chegou. No tempo final os locais retornaram um pouco mais ligados e passaram a ficar um pouco mais com a bola nos pés.

Os paulistanos estavam melhores, mas num contra-ataque ótimo aos 16 minutos por pouco os visitantes não ampliaram. Quem salvou a pátria paulistana foi, pra variar só um pouquinho, o goleiro André Dias. O camisa 1 do Juventus foi mais uma vez o grande destaque do clube na competição.

Na esteira da boa atuação do seu arqueiro, o Moleque Travesso deixou tudo igual aos 21 minutos. João Vítor acertou um bom chute de longe e marcou um golaço, sem nenhuma chance pro goleiro William Menezes. Com o 1x1, o Oeste estava sendo eliminado por conta da vitória parcial do Sertãozinho contra a Portuguesa.

Sabendo dos outros resultados, o rubro-negro se mandou pro ataque pois não tinha outra alternativa. Foi na base da insistência que os comandados de Roberto Cavalo conseguiram chegar ao segundo gol aos 42 minutos, num grande tiro de fora da área de Pedrinho, praticamente um replay do tento juventino.

Quase na mesma hora o Nacional também fez o segundo gol contra o Rio Claro. Se o Juventus empatasse, seria o escrete ferroviário que estaria na semi. É, só que apesar de ter feito dois bons ataques, os locais não empataram e com o apito final a torcida visitante pôde festejar sem medo.


Ataque juventino pela direita


Investida grená dentro da área do Oeste


Cobrança de falta a favor do onze visitante


A zaga do rubro-negro trabalhou bem e neutralizou a maior parte dos ataques locais

O resultado de Juventus 1-2 Oeste classificou o Rubrão para enfrentar o São Bernardo FC na semi-final. No outro confronto, o Guarani pega o XV de Piracicaba. Os dois vencedores estarão na Série A1 em 2019. Serão quatro duelos de arrepiar com toda a certeza.

Por parte do Moleque Travesso, o 14º lugar mostrou que a campanha foi terrível e repleta de erros de planejamento. Em nenhuma das quinze rodadas o time convenceu plenamente e a decepção foi enorme. Se não fosse o técnico Alex Alves, fatalmente o rebaixamento teria se confirmado. Resta o pessoal juntar os cacos e tentar usar tudo que (não) fizeram como aprendizado.

Estava de boa depois do apito final e fui pro metrô sem pensar em emendar a segunda partida do sábado. No meio do caminho mudei os planos e me mandei pro Pacaembu, local onde mais um grande clássico paulista me esperava.

Até lá!

quinta-feira, 22 de março de 2018

Frustração e tristeza na virtual eliminação do Nacional da A2

Texto e fotos: Fernando Martinez


Frustração. Essa foi a sensação de quase todos os presentes no Estádio Nicolau Alayon quando o jogo entre Nacional e Água Santa, válido pela penúltima rodada da fase inicial do Campeonato Paulista da Série A2, chegou ao seu final. A opinião de todos era unânime: o clube ferroviário praticamente desperdiçou a maior chance de disputar a primeira divisão em décadas.

Antes da 14ª rodada começar o onze paulistano era o quarto colocado com 22 pontos e precisava de duas vitórias para se garantir na semi-final sem depender de ninguém. O primeiro confronto parecia fácil, o lanterna do certame dentro de casa, mas quem acompanha o Nacional sabe que o time adora se complicar em pelejas teoricamente fáceis... e foi isso que aconteceu na tarde de quarta-feira.



Nacional e Água Santa posados antes do confronto na Comendador Souza, os dois em situações muito diferentes na Série A2


O árbitro Raphael Claus, os assistentes Bruno Silva de Jesus e Leonardo Augusto Villa, o quarto árbitro Daniel Carfora Sottile e os capitães dos times

Antes de falar do jogo, vale registrar que esse foi o 30º compromisso seguido do time da Água Branca em casa que contou com a minha presença, um recorde absoluto. No primeiro tempo ainda rolou um equilíbrio, porém com poucas chances de gol. Jogando numa retranca absurda e sem vencer há dez partidas, o Água Santa apostava nos contra-ataques. Num deles, aos 34 minutos, Alex Gonçalves abriu o marcador.

Foi Bruno Xavier, sempre ele, quem igualou o placar cinco minutos depois. Ele recebeu um lançamento primoroso da esquerda, matou no peito e tocou na saída do goleiro Matheus Nogueira. Um golaço que restaurou as esperanças do Nacional.


Atleta nacionalino derrubado na esquerda do ataque


Zaga do Água Santa cortando cruzamento de qualquer jeito


"Essa é a bola", assim mostrava o atleta do Nacional


Bruno Xaiver matando no peito de forma primorosa no lance do gol de empate

Durante o intervalo rolou aquele bate-papo com os amigos presentes e todo mundo esperava uma atuação melhor da equipe da casa, já que somente a vitória interessava. Quando o árbitro reiniciou os trabalhos, mal sabíamos que estávamos prestes a ver os piores 45 minutos do Nacional nos últimos anos.

Os jogadores simplesmente não voltaram pro gramado e foram totalmente dominados pelo Água Santa. Se o onze visitante fosse um pouquinho melhor teria aplicado uma sonora goleada. Como não são nenhuma potência, fizeram apenas um gol, com o camisa 17 Formiga chutando forte da entrada da área aos 19.

Os atletas não conseguiam trocar passes, finalizar, dar combate... ou seja, ter uma performance minimamente decente. Deu um misto de raiva e frustração acompanhar a chegada do apito final com tanta indolência e falta de vontade dentro de campo.

O placar final de Nacional 1-2 Água Santa tirou os paulistanos do G4 da competição faltando uma rodada pro fim da primeira fase. Agora o pessoal precisa vencer o Rio Claro fora de casa e torcer contra XV de Piracicaba, Sertãozinho e Oeste. Triste demais ver um trabalho que foi tão bem feito praticamente se acabar de forma tão lastimável.


Cobrança de falta a favor do onze diademense no segundo tempo


Nacional saindo pro ataque


Todas as chegadas locais foram facilmente neutralizadas pelo sistema defensivo do Água Santa no tempo final

Para deixar o clima ainda mais esquisito, o técnico Tuca Guimarães foi demitido poucas horas depois do revés. Revés que foi o primeiro do treinador no banco de reservas. Não temos como saber o que realmente aconteceu, mas que fica um cheiro estranho, isso fica.

Por parte do Netuno, o triunfo tirou os comandados de Márcio Ribeiro da zona de rebaixamento e uma nova vitória contra a Inter de Limeira livra o time da A3 em 2019. Caso não vença, torce contra Audax e Batatais pensando na permanência. Pouco para um clube que tanto fez nas últimas temporadas.

Foi isso. O gosto da derrota nacionalina foi tão ruim que abri mão da sessão noturna. O cronograma volta com tudo no final de semana com a jornada decisiva da A2 e clássico importante na Série A1.

Até lá!

terça-feira, 20 de março de 2018

Bragantino sai na frente do Corinthians nas quartas do Paulista

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fechando o final de semana, o cronograma reservou uma tarde absolutamente tradicional, afinal, ver o Corinthians no Estádio Paulo Machado de Carvalho num domingo de tarde é algo que está registrado na história do futebol desde os anos 40. Oficialmente, o Timão atuou "fora de casa" contra o Bragantino pelas quartas-de-final do Campeonato Paulista, mas a ferro e fogo não foi bem isso que aconteceu.

O Massa Bruta resolveu mandar esse compromisso no Pacaembu pensando na renda maior que poderia obter. Tudo bem que esportivamente não é muito legal, mas como a FPF permite, não há muito o que se fazer. No fim, pouco mais de 15 mil torcedores, a grande massa corintiana, pagaram ingresso para ver esse encontro alvinegro na velha cancha paulistana.




As fotos posadas de Bragantino e Corinthians e também o quarteto de arbitragem com os capitães

O Mosqueteiro fez a segunda melhor campanha geral e terminou a primeira fase como líder do Grupo A da Série A1. O recém-promovido Bragantino se garantiu entre os oito melhores do certame ao terminar com a segunda colocação, com saldo de um gol à frente do Ituano. Legal ver o time do interior voltando a ocupar um lugar de destaque no cenário estadual.

Encarei essa jornada sozinho e a peleja não foi nenhuma maravilha, principalmente por parte da atuação corintiana. Tudo bem que a equipe teve mais posse de bola e aquele monte de coisa que estamos cansados de saber, mas chance real no tempo inicial mesmo só teve uma, um chute na trave de Maycon aos 39 minutos.

Aos poucos o Bragantino foi vendo que o bicho não era tão feio e também colocou as manguinhas de fora. Já nos acréscimos o Massa Bruta calou a torcida "visitante" com o gol de Matheus Peixoto se aproveitando de vacilo geral de marcação corintiana.

No tempo final a partida ficou mais animada e o Massa Bruta voltou mais ligado, criando dois ótimos momentos para ampliar aos 12 e 14 minutos. Aos 20, Balbuena fez a torcida respirar mais aliviada com um gol meio sem querer, meio irregular e que deixou tudo igual no marcador.

Cinco minutos depois, o Braga fez o segundo com Vitinho aproveitando rebote de Cássio. Aos 31 a situação mosqueteira ficou ainda mais complicada com o gol de Ítalo em novo rebote do arqueiro corintiano. O fraco ataque do clube da Cidade Poesia, que havia feito apenas nove gols nas doze rodadas da primeira fase, vazou três vezes a segura defesa paulistana... esse é o futebol.

Foi o garoto Pedrinho, o único que se salvou entre os comandados de Fábio Carille, que recolocou o Corinthians na disputa sendo o responsável pelas melhores jogadas nos minutos finais. Aos 42 minutos ele arriscou um chute de longe e fez um golaço, diminuindo um pouco o prejuízo do bi-campeão do mundo. Maycon quase fez o 3x3 aos 46 minutos numa ótima cabeçada, porém o goleiro Alex Alves espalmou pela linha de fundo.


Emerson Sheik tinha ido bem na quarta-feira, mas domingo ele foi muito mal


Chegada corintiana pelo alto no primeiro tempo


Lance do terceiro gol do Bragantino aos 31 do tempo final


A cabeçada de Maycon aos 46 minutos quase fez com que o jogo terminasse empatado

O placar final de Bragantino 3-2 Corinthians faz com que o Massa Bruta jogue por um empate na Arena para ir à semi-final do Paulistão. Se o time de Parque São Jorge vencer por um gol, teremos pênaltis, se vencer por dois, ele que estará na semi. Promessa de bom jogo na quinta-feira.

Depois do encerramento oficial do fim de semana, restou aguardar a decisiva rodada do meio de semana na Série A2. O Nacional busca uma vaga entre os quatro melhores e estaremos lá para acompanhar de perto o último duelo dos ferroviários dentro de casa na primeira fase.

Até lá!

segunda-feira, 19 de março de 2018

Nacional empata mas ainda depende de si para se classificar

Texto e fotos: Fernando Martinez


Um "jogo de seis pontos". Essa é a melhor definição do duelo entre Nacional e XV de Piracicaba que aconteceu na tarde do sábado passado no Estádio Nicolau Alayon. Com 12 rodadas realizadas do Campeonato Paulista da Série A2, ambos estavam com 21 pontos ganhos e um triunfo de qualquer lado era fundamental na luta pela classificação.

Essa foi minha 29ª partida seguida do time ferroviário dentro de casa e o segundo encontro entre paulistanos e piracicabanos que assisti em todos os tempos (o primeiro foi um 0x0 pela A3 de 2009, também na capital, no até então último confronto entre eles). Não está fácil, mas estou mantendo os 100% de aproveitamento desde setembro de 2016.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Esporte Clube XV de Novembro - Piracicaba/SP


Capitães dos times junto ao árbitro Thiago Luis Scarascati, os assistentes Ricardo Pavanelli Lanutto e Rafael Tadeu de Souza e o quarto árbitro Camilo Morais Zarpelão

Falando em história, essa foi a 30ª peleja em torneios oficiais da FPF e até aqui há uma grande particularidade: apenas uma vez o visitante saiu de campo com a vitória. Isso aconteceu no longínquo 29 de setembro de 1957, quando o XV fez 4x0 jogando na Comendador Souza ainda pelo Paulistão. Poderíamos então dizer que o Nacional era favorito por atuar na sua casa? Com certeza não.

Na quente tarde de final do verão o Alayon recebeu um público ótimo de 834 pagantes, metade deles adeptos do Nhô Quim, algo que sempre acontece longe do Barão de Serra Negra. Todos os presentes viram um primeiro tempo eletrizante e com nível altíssimo, muito diferente do que estamos acostumados a ver na atual temporada.

Mais uma vez a dupla local Bruno Xavier/Bruno Nunes levou enorme perigo para a zaga adversária. Os dois foram responsáveis pelas melhores chances de gol nacionalinas. Aos 22 minutos foi Bruno Nunes quem abriu o marcador com um belíssimo chute no canto direito do goleiro Samuel Pires.

O Naça continuou melhor, só que aos 35 minutos sofreu um duro golpe quando o árbitro marcou um pênalti que não aconteceu a favor do XV. André Cunha bateu bem e deixou tudo igual. Antes do primeiro tempo acabar foi o outro Bruno, o Nunes, que recolocou o clube ferroviário em vantagem com um belíssimo gol aos 43.


Bom corte da zaga piracicabana dentro da área


Atleta ferroviário tentando roubar a bola do defensor do XV


Outro bom ataque local no ótimo primeiro tempo


André Cunha deixou tudo igual de pênalti aos 35 do tempo inicial


Bruno Nunes comemorando o segundo gol do Nacional

Conversei bastante com os amigos presentes - um quórum de enorme respeito - sobre os primeiros 45 minutos e a opinião foi unânime: nem na Série A1 vimos um jogo tão bom quanto o que vimos no gramado histórico da casa nacionalina. Tirando o Santos x Corinthians no Pacaembu, nenhuma outra peleja da elite chegou perto da emoção e qualidade técnica do tempo inicial.

A empolgação era enorme, porém no tempo final o Nacional não quis ajudar e praticamente não voltou a campo. Os comandados de Tuca Guimarães recuaram demais e chamaram o onze piracicabano pro seu campo. O resultado foi um novo empate aos 11 minutos num tento de cabeça de Vinícius. A falha de marcação local foi absurda, já que tomar gol de cabeça no primeiro pau é inadmissível.

A partir daí o duelo caiu demais de produção. Parecia que os jogadores paulistanos tinham degustado uma imensa feijoada nos vestiários, tamanha foi a preguiça e falta de inspiração. As substituições locais não deram resultado positivo algum e o XV foi levando tudo em banho-maria, se contentando com um bom empate fora de casa.


O Nacional esqueceu o futebol nos vestiários e no segundo tempo pouco criou


Troca de passes no ataque local


Ataque aéreo dos paulistanos no final da partida. Mais dois pontos foram desperdiçados na luta pela classificação

O resultado final de Nacional 2-2 XV de Piracicaba mantém o escrete da Água Branca dependendo apenas de si para se classificar. Resta vencer o lanterna Água Santa e o Rio Claro que a vaga estará assegurada sem depender de ninguém. Já o Nhô Quim precisa vencer as duas e torcer por um tropeço paulistano. Teremos muita emoção nas duas rodadas restantes.

Foi isso. No domingo a pedida foi ir ao Pacaembu mais uma vez, agora com um confronto alvi-negro pelas quartas de final do Paulistão 2018.

Até lá!

sábado, 17 de março de 2018

Grande jogo e ótima vitória santista contra o Nacional/URU

Texto e fotos: Fernando Martinez


Se o jogo da Taça Libertadores da América que vi na quarta-feira foi meia bomba, na quinta foi muito diferente. O Estádio Paulo Machado de Carvalho viu um duelo de tri-campeões do certame pela segunda rodada do Grupo 6: Santos x Nacional do Uruguai. Foi minha 17ª partida pela competição na cancha paulistana em todos os tempos e a terceira vez que assisti uma peleja do escrete tricolor.

Que o Nacional não é nem sombra do time de outros tempos todos nós sabemos, mas não dá para falar da história da competição sem citar o campeão de 1971, 1980 e 1988. Ver a agremiação uruguaia atuar dentro do velho Pacaembu deixa a coisa mais legal. Do outro lado, o campeão de 1962, 1963 e 2011 queria se recuperar depois do revés contra o Real Garcilaso na estreia.



Os dois times posando para as fotos oficiais antes do apito inicial

Pelo segundo dia seguido emendei aquela tabelinha esperta como amigo Victor de Andrade, do Curioso do Futebol, e fui novamente credenciado graças ao amigo. Dessa vez eu iria ficar dentro de campo, mas como a Conmebol não deixa os profissionais ficarem de bermuda no gramado (sim, esse absurdo ainda acontece na América do Sul) eu dancei. Com um bafo absurdo e fazendo 30 graus à noite, troquei minha estreia no relvado por um lugar na tribuna de imprensa.

Esse foi o 11º encontro entre os dois clubes na história e desde um amistoso em 1961 o Santos não sabe o que é perder pro Nacional. E não foi dessa vez que os uruguaios quebraram o tabu de 57 anos. A peleja começou tensa e o árbitro paraguaio Ulises Mereles distribuiu seis cartões amarelos antes dos 20 minutos. Isso fez com que ele conseguisse ter mais controle sobre os jogadores.

Aos 19, o Peixe fez o primeiro em cabeçada de Eduardo Sasha e frangaço do goleiro Conde. O tempo foi passando com o Santos melhor, porém aos poucos o Nacional foi chegando mais perto da área local. Aos 43, o atacante Gabigol tomou o segundo cartão amarelo e foi expulso. A maior parte dos presentes não perdoou o atleta e mandou aquele simpático grito de "burro" enquanto ele saía do gramado.

Com um a mais em campo e todo o segundo tempo pela frente, esperava que o Nacional fosse voltar a campo mais disposto, só que o plano foi por água abaixo no primeiro ataque santista. Rodrygo recebeu a bola quase no meio de campo, avançou pela esquerda, driblou dois defensores no caminho e chutou na saída do arqueiro uruguaio. Um golaço da nova promessa santista.

Mesmo com dez, o Santos jogava muito bem e os visitantes não conseguiam chegar com perigo. Aos 28 minutos a equipe da Vila Belmiro teve um pênalti marcado a seu favor. Arthur Gomes bateu mal e Conde defendeu. No rebote, Jean Mota mandou pra fora. Era a injeção de ânimo que o adversário procurava.

Na base do bumba-meu-boi o Nacional encontrou forças para fazer o primeiro gol aos 35 com Oliva aproveitando rebote da zaga. Promessa de pouco mais de dez minutos de sufoco pro Santos? Não, pois aos 37 Eduardo Sasha fez seu segundo gol na noite, o terceiro tento santista, e fechou o marcador sem dar chances aos vizinhos do sul.


Detalhe do primeiro gol santista, marcado por Eduardo Sasha aos 19 do primeiro tempo


Troca de passes no campo de defesa do time uruguaio


Investida do Nacional pela direita do seu ataque no segundo tempo


Arthur Gomes perdeu um pênalti aos 28 minutos. O goleiro uruguaio fez grande defesa

Os 18.077 pagantes que foram ao Pacaembu vibraram bastante com o placar final de Santos 3-1 Nacional. O triunfo colocou os paulistas na segunda posição do Grupo 6 com três pontos, um atrás do líder Estudiantes. Aliás, o próximo duelo do Peixe pela Libertadores será contra os argentinos fora de casa.

Depois de dois jogos grandes, no final de semana voltarei às coberturas das divisões de acesso com um encontro ultra importante no Nicolau Alayon. Tem duelo "de seis pontos" na pauta.

Até lá!

sexta-feira, 16 de março de 2018

Deportivo Lara é derrotado no seu primeiro jogo no Brasil

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na última quarta-feira não teve jogo perdido na pauta e sim minha primeira presença na Taça Libertadores da América na atual temporada. Debaixo de muita chuva fui até a Arena Corinthians para o segundo confronto do Corinthians no torneio. O adversário foi o genial Deportivo Lara da Venezuela, o time 676 da minha Lista.

Fundada em 2009, a Asociación Civil Deportivo Lara já venceu três campeonatos venezuelanos (um Apertura e dois Clausura) e disputa sua segunda Libertadores na história. Essa foi a primeira visita do clube ao Brasil e apenas a terceira agremiação do país vizinho que vi em todos os tempos. Antes do rubro-negro de Lara já tinha visto o Deportivo Táchira (em 2004 contra o São Paulo e 2005 contra o Santo André) e Caracas (também contra o tricolor do Morumbi em 2006). Não tinha como perder essa rara chance.

Graças a uma parceria com o blog O Curioso do Futebol, do amigo Victor de Andrade, consegui um credenciamento maroto, já que gastar dinheiro que não tenho num ingresso é algo impossível. O acesso à Arena foi feito na boa e apesar de ter ficado meio perdido nos vários corredores da cancha corintiana, logo encontrei meu caminho.



Não foi jogo perdido, mas aqui estão as fotos de Corinthians e Deportivo Lara posados num ângulo diferente. Vale o registro sempre!


Times alinhados para o início do confronto na Arena Corinthians

Como tinha acesso livre a várias áreas do estádio, resolvi ir até as cadeiras cativas. Foi muito legal estar pela primeira vez nesse setor e ter uma perspectiva diferente da Arena. O único problema foi que a chuva piorou bastante e quando os atletas subiram pro gramado ficou impossível permanecer ali sem se molhar.

No setor ao lado algumas cadeiras mais altas estavam protegidas da chuva, logo essa me pareceu a melhor opção pro momento. Pouco mais de 31 mil pessoas pagaram ingresso contando com a primeira vitória do Mosqueteiro na Libertadores (na estreia o alvinegro empatou com o Millionarios na Colômbia). É, só que o jogo não animou muito a rapaziada que se molhou durante 90 minutos.

O primeiro tempo foi horrível. Mostrando aquele futebol costumeiro de toque, toque, toque, toque e pouca objetividade, o Corinthians sofreu com a marcação do Deportivo Lara e nada fez. A apresentação corintiana deu sono, assim como várias na atual temporada.

No segundo a coisa melhorou, mas só um pouquinho. Quando a torcida já demonstrava claros sinais de impaciência, Emerson Sheik, o heroi de 2012, abriu o marcador num gol de cabeça. Fechando o marcador, Rodriguinho fez o segundo, meio sem querer, num cruzamento da esquerda que desviou num zagueiro e foi morrer dentro das redes aos 31.


Ataque corintiano no tempo inicial. O futebol do onze local deu sono nos primeiros 45 minutos


Cruzamento dentro da área do Deportivo Lara


Comemoração dos atletas mosqueteiros no segundo gol da noite


Visão geral da molhada Arena Corinthians na primeira vitória alvinegra na Libertadores 2018

O placar de Corinthians 2-0 Deportivo Lara colocou o Timão na primeira colocação do Grupo 7 após duas rodadas realizadas com quatro pontos. O Independiente tem três, assim como os venezuelanos. O Millionarios é o lanterna com um ponto ganho. A próxima rodada da chave acontece apenas em 17 e 18 de abril. Vale registrar que essa foi a 12ª partida que assisti do time de Parque São Jorge na história da Libertadores e a 12ª vitória.

Por conta do horário, ir embora da Arena foi uma tarefa hercúlea. Perambulei quase duas horas pelo transporte público até finalmente ter a chance de emplacar uma boa noite de sono. No dia seguinte teve Libertadores de novo no cronograma, sem time novo, porém com um confronto absolutamente genial no Pacaembu.

Até lá!