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quarta-feira, 18 de março de 2020

Na despedida do futebol, Capivariano derrota o Nacional pela A3

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde de sábado, como aconteceu várias vezes em 2020, peguei a estrada mais uma vez, a última por enquanto, para uma cobertura do Jogos Perdidos. Na pauta, um genial duelo que não acontecia desde 1991 em Santa Bárbara D'Oeste. Mas não era o onze local em atividade, e sim o confronto de campo neutro entre Capivariano e Nacional pela 11ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A3 no Estádio Antônio Guimarães.

Tirando o Noroeste, a disputa da A3 está bastante equilibrada. Do quarto ao 14º lugar são apenas quatro pontos de diferença. O Nacional derrotou o Marília em casa no sábado retrasado em jogo que não contou com minha presença após três anos e meio e subiu para a 10ª colocação. Mesmo sem atuar em Capivari, jogar contra o Leão da Sorocabana, atual quarto colocado, seria uma dureza.

Falando um pouco de história, Capivariano e Nacional não jogavam há 29 anos. Em todos os tempos somente oito encontros, todos concentrados pela segundona entre 1987 e 1991. Neles, o escrete paulistano venceu cinco vezes e aconteceram três empates. Sim, o alvirrubro nunca tinha derrotado o centenário clube da Zona Oeste da capital na história. Ainda.

A caravana ao interior foi composta pela dupla Caio e Bruno, os dois que me acompanharam na insana cobertura do blog na primeira fase da Copa do Mundo sub-17. Já na gloriosa casa do União Barbarense encontramos o casal 20 Mário e Monique. Por conta um sutil atraso no almoço, cheguei na cancha na base do desespero com o Hino Nacional já tocando e os times perfilados. Só deu tempo de correr igual doido. Nem sei como consegui as fotos oficiais. Fui acompanhar o ataque nacionalista praticamente me arrastando.


Capivariano Futebol Clube - Capivari/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


O árbitro Alysson Fernandes Matias, os assistentes Diogo Correia dos Santos e Diogo Cruz Freire, o quarto árbitro João Batista Avelino e os capitães das equipes posam de forma exclusiva para o JP

Falar sobre o que aconteceu durante os 90 minutos é a coisa mais fácil: o Nacional nada fez e o Capivariano, mesmo sem se apresentar de forma primorosa, soube cozinhar o galo e vencer sem sustos. Foi irritante acompanhar outra apresentação ferroviária longe da capital tão abaixo da crítica. Incrível como os comandados de Tuca Guimarães não conseguem fazer o mínimo. Se em casa não perdem, longe da Comendador Souza pouco fazem. Não é à toa que não derrotam ninguém longe de São Paulo no estadual desde 2018.

Enquanto eu derretia espremido na única sombra possível fora os bancos de reservas, o Capivariano criou duas boas oportunidades na etapa inicial, aos 14 e aos 38 minutos, ambos com boa defesa de Luís Henrique em conclusão de Arthur e Douglas Netto. Aos 43, quando parecia que o intervalo chegaria com o marcador em branco, a bola foi alçada da esquerda dentro da área visitante. Veloso subiu mais alto e cabeceou contra o próprio gol, deixando os mandantes em vantagem.


Gustavo Índio (9), o artilheiro nacionalista que não conseguiu fazer muito contra a bem postada defesa do Capivariano


Ataque nacionalista pela esquerda debaixo de um fortíssimo calor em Santa Bárbara D'Oeste


Gustavo Índio, sempre ele, disputando bola pelo alto


Zagueiro do alvirrubro de Capivari se preparando para sair com a bola


Detalhe do primeiro gol no Antônio Guimarães, marcado por Veloso contra as próprias redes

Como tinha cumprido minha missão no gramado, fui curtir o tempo final na numerada perto dos amigos naquele bate-papo sempre animado. O Naça fez uma mini-pressão sem importância nos primeiros minutos só que logo o Capivariano voltou a ser melhor. Não demorou muito para que o alvirrubro ampliasse a vantagem com o gol de Léo aos 18 minutos.

Com o 2x0 a favor do clube de Capivari, a peleja caiu completamente de produção e o que valeu foi a conversa. Eu já imaginava, porém no fundo não queria acreditar que estava vivendo os últimos momentos num estádio de futebol num prazo a perder de vista. Preferi rir e continuar planejando coberturas que não acontecerão. Se vocês soubessem o cronograma que estava montado para a Segundona, Série D e afins... infelizmente nenhum deles vai virar realidade.


Conchal (11) num dos primeiros ataques do Leão da Sorocabana no segundo tempo



Os ataques do Nacional foram tímidos, como esses em lançamento na área e pela esquerda


Dois contra seis dentro da área... o Nacional não tinha como conseguir melhor sorte mesmo

O placar final de Capivariano 2-0 Nacional manteve o Leão da Sorocabana na 4ª colocação, agora com 18 pontos, e o escrete ferroviário na 10ª somando 13 pontos, dois acima da zona de rebaixamento. Com quatro rodadas a serem disputadas, o certame foi paralisado na segunda-feira junto com A1, A2 e a suspensão de todas as competições que teriam o pontapé inicial em abril. Tudo por conta da pandemia. Por mais triste que seja, a decisão da FPF foi 100% certa.

O futebol é menos importante do que o problema sério e inédito que assola o mundo neste momento, claro. Ainda assim é complicado pensar que não teremos a melhor válvula de escape possível para segurar a onda nos dias sombrios que nos esperam. Resta ter fé, fazer nossa parte e esperar que essa absurda e surreal situação passe de uma vez. Sim, vai demorar, vai ser sofrido e bem difícil. Temos que manter a sanidade a todo custo e torcer para que no final de tudo a gente possa olhar em retrospectiva e lamentar o menos possível.

É isso. Pela primeira vez nos 15 anos de JP eu escrevo uma matéria sem ter a menor noção de qual será a próxima. Que estejamos todos aqui no futuro bem de saúde para contarmos as histórias de sempre quando a bola voltar a rolar nos nossos gramados.

Até a próxima e se cuidem!

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Ficha Técnica: Capivariano 2-0 Nacional

Local: Estádio Antônio Guimarães (Santa Bárbara d'Oeste); Árbitro: Alysson Fernandes Matias; Público: 99 pagantes; Renda: R$ 790,00; Cartões amarelos: James Dean, Guilherme Lobo; Gols: Veloso (contra) 43 do 1º, Léo 18 do 2º.
Capivariano: Christopher; Gutierrez, Oliveira, Denis e Artur; Léo, Radsley (Walace), Brendon e Douglas Neto (Pablo); Lucas Lima (Jaburu) e Conchal. Técnico: Ricardo Costa.
Nacional: Luís Henrique; Veloso, Gabriel, Bahia e Ricardinho; André Rocha, Guilherme Noé, Matheus Teta (PH) e Guilherme Lobo (Emerson Mi); Gustavo Índio e James Dean (Vinícius). Técnico: Tuca Guimarães.
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terça-feira, 17 de março de 2020

Oeste desperta no segundo tempo e devolve o Bota ao Z2 do Paulistão

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde da última sexta-feira estava de boa e tinha decidido não sair de casa. Só que as preocupantes notícias durante o dia começaram a mostrar que a continuidade do calendário futebolístico estava comprometida por conta do coronavírus. A ficha caiu, arrumei minhas coisas enquanto a bola ainda rolava. A pedida foi seguir até a Arena Barueri para um "jogo de seis pontos" na luta contra o rebaixamento entre Oeste e Botafogo de Ribeirão Preto pelo Paulistão 2020.

A minha ida acabou se mostrando acertada, pois no fim da tarde de sexta ficou definido que as partidas que seriam realizadas na capital no sábado e domingo não teriam presença de torcedores, nem de imprensa. Casos de São Paulo e Corinthians na A1 e Portuguesa na A2, isso sem contar o Juventus no Brasileiro Feminino da Série A2. O contexto todo preocupava e era questão de tempo para tudo ser cancelado e falarei sobre no próximo post.

Fui até Barueri num trem apinhado da CPTM, prato cheio para o corona. Estava meio cabreiro se teríamos mesmo a realização da peleja por conta de tanto disse-não-disse e a enorme quantidade de boatos rolando. Ao chegar, ufa, tudo estava confirmado. Logo fui ao gramado e notei que a torcida local, que não costuma comparecer em grande número, não tinha dado as caras. A torcida do Pantera fez bonito e estava em peso acompanhando fielmente sua equipe apesar da difícil situação no torneio.

O Botafogo derrotou o time reserva do São Paulo na rodada anterior e saiu na zona do rebaixamento. Com oito pontos, foi parar na 14ª posição, um ponto à frente de Ponte Preta e do próprio Oeste. Já o Rubrão derrotou nada menos que o Santo André, líder geral do certame na rodada passada, no ABC. Se derrotassem o tricolor interiorano sairiam da zona de rebaixamento e também, dependendo do resultado do dérbi campineiro na segunda, entraria na zona de classificação. Bizarrice total, cortesia da bisonha fórmula.


Oeste Futebol Clube - Barueri/SP


Botafogo Futebol Clube - Ribeirão Preto/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Vinícius Gonçalves Araújo, os assistentes Risser Jarussi Corrêa e Fábio Rogério Baesteiro e o quarto árbitro José Cláudio Rocha Filho

Fiz as fotos oficiais e acabei escolhendo acompanhar os avantes locais durante o primeiro tempo. Péssima escolha. Como se estivesse no Santa Cruz, o Botafogo teve uma atuação em que, empurrado por sua torcida, foi amplamente superior e não chegou ao gol por questão de detalhe. Nesse caso o detalhe tem nome e sobrenome: Caíque França. O arqueiro formado no Corinthians e que está atuando no rubro-negro por empréstimo teve uma atuação magnífica.

Foram três as incríveis defesas do camisa 1: em chute de Matheus Anjos cara a cara aos sete minutos, aos 12 em tiro colocado de Rafinha e aos 25 novamente com Matheus Anjos. Aos 30 ele vacilou pela única vez e deixou a bola passar. Quem salvou em cima da linha foi Sidimiar. Aos 38 o goleirão salvou de novo e mandou pela linha de fundo uma falta cobrada por, sempre ele, Matheus Anjos.

Por conta das defesas de Caíque, o intervalo chegou com o marcador em branco. Aproveitei o descanso e fui dar uma passeada pela Arena pois não tenho a menor ideia de quando farei isso novamente. Comi um pedaço de pizza que é vendida na tribuna, fui no último andar encher o bolso de bolacha e retornei ao gramado pronto para acompanhar a etapa final. Sentado no meu banquinho estava com a cabeça um pouco longe e imaginava a chance de tudo ser cancelado, num cenário que só se viu aqui em tempos de gripe espanhola. Foi difícil me concentrar.


Bola dominada por jogador do Oeste no campo de defesa botafoguense


A boa presença da torcida do Pantera na Arena Barueri mesmo com a situação complicada da equipe no Paulistão


A clássica camisa do Botafogo de Ribeirão Preto no gramado da Arena


Atacante local protegendo a pelota da marcação adversária


Bololô dentro da área tricolor

Voltando ao duelo, fiquei novamente no ataque dos donos da casa na base da teimosia e dessa vez a escolha foi correta. O relógio não tinha chegado nem no segundo minuto e o Oeste inaugurou o placar. Rael fez ótima jogada individual, passou por três defensores e tocou para Bruno Lopes. O atleta barueriense chegou batendo de primeira, colocando a pelota no canto esquerdo. Danrley tocou de leve na pelota... sem sucesso na tentativa de evitar o gol.

Aos nove, o lance que definiu a sorte da partida aconteceu quando Éder Sciola derrubou Matheus Anjos dentro da área e o árbitro marcou pênalti. Eu, assim como a transmissão da TV, achei que foi exagerada a marcação. Rafinha cobrou a penalidade aos 12 e Caíque França defendeu. Como desgraça pouca é bobagem, na sequência o Oeste emplacou um contra-ataque monstro que teve participação de Bruno Lopes, Bruno Paraíba e que terminou finalização precisa de Betinho, que fez 2x0.

O Botafogo se entregou depois do segundo tento e o Oeste foi cozinhando o galo praticamente sem sofrer nenhum susto. Aos 34 quase ampliou com Bruno Paraíba tirando tinta da trave esquerda de Danrley. Fabrício Oya teve outro bom momento aos 38 e aos 48 o rubro-negro fechou a fatura com o gol de Bruno Lopes depois de erro na saída de bola botafoguense. O escrete de Barueri devolveu com juros a derrota sofrida contra o Bota (0x2) no último duelo entre eles na Série B de 2019.


Novidade boa na Arena Barueri. Finalmente a prefeitura local está melhorando a iluminação da cancha. Os dias de boate e fotos impossíveis atrás do gol estão contados!


Éder Sciola (2) encarando a marcação em lance pela direita já no segundo tempo


O lance que praticamente definiu a sorte da partida: Rafinha perdendo pênalti a favor do Botafogo


Outro lance de Éder Sciola pela direita do ataque rubro-negro


Bruno Paraíba (9) tentando o cabeceio, mas quem levou a melhor foi o camisa 8 Victor Bolt


Ataque do Oeste que gerou o terceiro gol, o último da noite na Arena

O resultado de Oeste 3-0 Botafogo foi a maior vitória do Rubrão em campeonatos paulistas desde o 3x0 em cima da Portuguesa pela A2 em janeiro de 2018. Além disso, graças à derrota da Ponte no dérbi, deixou o time na zona de classificação (!) do Grupo A. Eles estão em segundo na chave com a mesma pontuação do Água Santa, à frente por ter um maior número de vitórias. Na classificação geral estão em 12º. A Pantera agora está na 15ª colocação, somente com a Ponte Preta atrás dela. Resta saber se tudo isso valerá alguma coisa.

Mesmo repleto de incertezas em relação ao futuro consegui assistir mais um joguinho antes da paralisação total, ampla e irrestrita. No sábado peguei a estrada pela última vez com destino a um duelo pela Série A3 que não acontecia desde 1991.

Até lá!

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Ficha Técnica: Oeste 3-0 Botafogo/SP

Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Vinicius Gonçalves Araujo; Público: 405 pagantes; Renda: R$ 6.655,00; Cartões amarelos: Betinho, Bruno Paraíba, Renan Fonseca, Bruno Lopes, Rafinha, Gilson, Victor Bolt; Gols: Bruno Lopes 3, Betinho 15 e Bruno Lopes 48 do 2º.
Oeste: Caíque França; Éder Sciola, Sidimar, Renan Fonseca e Rael; Lídio, Bruno Lopes, Betinho e Mazinho (Fabrício Oya); Bruno Paraíba (Tite) e Matheus Oliveira (Roberto). Técnico: Renan Freitas.
Botafogo/SP: Darley; Caíque Sá, Robson, Didi e Gilson; Victor Bolt, Naldo (Marcos Vinícius), Rafinha (Murilo Oliveira) e Ronald (Luketa); Matheus Anjos e Wellington Tanque. Técnico: Claudinei Oliveira.
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sexta-feira, 13 de março de 2020

Na boa, Ponte Preta anula a surpresa Afogados/PE em Campinas

Texto e fotos: Fernando Martinez


Terminado o clássico tricolor pelo Brasileiro sub-17 na quinta à tarde, saí de Cotia com a dupla Renato e Caio tendo como destino a cidade de Campinas. Na pauta o genial duelo entre a Ponte Preta e o surpreendente Afogados da Ingazeira FC, o 714º clube a fazer parte da Lista, abrindo a terceira fase da Copa do Brasil. Não imaginava que nessa altura do campeonato eu teria a chance de ver um time novo, ainda mais com esse formato horroroso.

Se o escrete campineiro chegará em breve ao seu 120º aniversário, tem vários capítulos gloriosos através dos tempos, disputa a sua 17ª edição da competição nacional, isso sem contar todas as participações em brasileiros, o onze pernambucano é exatamente o oposto. Fundado em dezembro de 2013, eles disputaram a segunda divisão local de 2014 a 2016, ano em que conquistaram o acesso. Em 2017 e 2018 fizeram campanhas medianas, porém em 2019 a performance foi muito melhor. O terceiro lugar no estadual garantiu presença na Série D e na Copa, suas primeiras competições nacionais.

Na primeira fase os nordestinos fizeram 3x0 no Atlético Acreano e se classificaram para enfrentar nada menos do que o Atlético Mineiro. Parecia uma barbada a favor do primeiro campeão brasileiro... parecia. Nem o mais pessimista torcedor alvinegro esperava a eliminação diante da Coruja do Sertão. O empate por 2x2 levou a decisão da vaga aos pênaltis, e apesar de ter perdido as duas primeiras cobranças, o Afogados teve paciência, venceu por 7x6 e fez história.

Falando em história, o clima pelos lados do Estádio Moisés Lucarelli não está nada calmo pois a Ponte vem fazendo uma das piores campanhas no Paulistão neste século e corre riscos reais de rebaixamento. Na segunda-feira o Bragantino, ou Bragabull para os mais íntimos, venceu o confronto em Campinas e manteve a Macaca no penúltimo lugar geral faltando três rodadas. Uma situação terrível e preocupante. Restou a alternativa de fazer um bom papel na Copa do Brasil para tentar aplacar um pouco a fúria da torcida, que armou altas e perigosas confusões após a derrota..

Quando saímos do CT de Cotia, o GPS indicava que chegaríamos no Majestoso depois do apito inicial por conta do trânsito carregado. O amigo Caio mostrou serviço, arrepiou na estrada e tirou 25 minutos na raça. Assim conseguimos chegar com antecedência e, mesmo com uma pequena chatice na entrada de imprensa, consegui me dirigir até a parte coberta da velha cancha na boa. Os torcedores compareceram em bom número nas cativas e todos estavam confiantes.




Na base da carona, as fotos posadas de Ponte Preta, Afogados, o 714º time a fazer parte da minha Lista, e do quarteto de arbitragem com os capitães

Durante a viagem até Campinas eu achei que a Ponte teria problemas jogando contra um adversário bastante empolgado que vinha de uma classificação antológica. E se a Macaca sofreu contra o Vila Nova na fase anterior - 0x0 e vaga definida apenas nos pênaltis - dessa vez, apesar de não apresentar um futebol tão plástico, não sofreu nenhum susto e foi superior durante toda a peleja.

Tirando um ataque tímido aos 14 minutos, o Afogados foi presa fácil. A Ponte Preta teve quatro boas oportunidades entre os 17 e os 33 minutos antes de finalmente abrir o placar aos 37. A equipe paulista contou com o auxílio luxuoso de Heverton, zagueiro pernambucano, que fez contra após cortar cruzamento de Jeferson pela direita. Antes da etapa inicial terminar, criaram outros dois momentos de perigo.


Disputa de bola no campo de defesa campineiro num dos primeiros lances da partida


Cobrança de falta a favor da Ponte Preta


Bola dançando com perigo dentro da área do Afogados

No intervalo saí do meu confortável lugar nas tribunas e fui encontrar a dupla Emerson & Estevan, decanos do JP e que eu não via há uma eternidade. Resolvi ficar com os amigos numa das arquibancadas curvas da entrada do estádio e ali vimos a segunda etapa. Logo aos quatro minutos, pênalti a favor do onze local. Roger bateu mal e Wallef fez ótima defesa. Só que nem deu tempo do Afogados comemorar - aliás, a presença da torcida pernambucana foi espetacular - pois no minuto seguinte o mesmo Roger recebeu passe de Safira e ampliou.

A Coruja sentiu o golpe e parou completamente de tentar melhor sorte. Aos 20, em escanteio da direita, Bruno Reis dominou, girou e chutou fraco no canto esquerdo. O arqueiro pulou tarde, sem conseguir evitar o terceiro tento alvinegro. Enquanto batíamos aquele papo sempre surreal e super produtivo, a Ponte chegou perto de ampliar a vantagem em dois ótimos lances nos minutos finais, porém o marcador permaneceu inalterado.


Pênalti perdido por Roger no segundo tempo. Por sorte, o segundo gol saiu em seguida


Comemoração dos atletas da Macaca após a marcação do terceiro gol


O Afogados chegou em alta para esse duelo mas não assustou a equipe paulista praticamente em nenhum momento

O resultado final de Ponte Preta 3-0 Afogados deixa os campineiros com um pé e meio na quarta fase. Os pernambucanos precisam vencer por quatro gols de diferença caso queiram seguir no campeonato, sem dúvida uma tarefa bastante complicada e ingrata. O compromisso está marcado para quarta-feira da semana que vem, resta saber se o coronavírus vai deixar acontecer. Vamos aguardar.

Eu não estava muito na pegada de assistir nada na sexta-feira, mas no decorrer do dia fui obrigado a arranjar ânimo que não existia para ver de perto um jogo do Paulistão, talvez o último por um bom tempo. Bom, falarei sobre isso no próximo post.

Até lá!

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Ficha Técnica: Ponte Preta 3-0 Afogados/PE

Local: Estádio Moisés Lucarelli (Campinas); Árbitro: Alexandre Vargas de Jesus (RJ); Público: 3.237 pagantes; Renda: R$ 61.775,00; Cartões amarelos: Bruno Reis, Dawhan, Zanocelo, Erivelton; Gols: Heverton Luís (contra) 37 do 1º, Roger 7 e Bruno Reis 20 do 2º.
Ponte Preta: Ivan; Jeferson (Danrley), Alisson, Trevisan e Lazaroni; Dawhan, Bruno Reis, Zanocelo e João Paulo (Papa Faye); Safira (João Veras) e Roger. Técnico: João Brigatti.
Afogados/PE: Wallef; Rodrigo, Heverton Luís, Diego Teles e Matheus Serra; Douglas Bomba, Jader (Grafite), Eduardo Erê (Erivelton) e Candinho (Nem); Diego ceará e Thalison. Técnico: Pedro Manta.
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Ótimo duelo tricolor em Cotia na abertura do Brasileiro sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


Foram alguns dias de descanso depois da mini-turnê pelo Centro-Oeste, mas ontem, quinta-feira, pintou a chance de fazer uma boa rodada dupla fora da capital bandeirante. A jornada começou com uma sessão vespertina, a minha estreia no Campeonato Brasileiro sub-17 na atual temporada. Pela primeira rodada do Grupo B, clássico tricolor entre São Paulo e Fluminense no Estádio Marcelo Figueiredo Portugal Gouvêa, o famoso CT de Cotia.

Essa é a segunda edição do torneio e no ano passado o campeão foi o Flamengo depois de duas vitórias em cima do Corinthians na decisão. O Flu caiu nos pênaltis nas quartas jogando contra o time de Parque São Jorge e o clube do Morumbi foi eliminado pelo campeão, também nas penalidades, só que na semi final. Os 20 participantes estão divididos em duas chaves e jogam em turno único para a definição dos oito melhores, os quatro primeiros de cada grupo. A partir daí, quartas, semi e final.

Junto com a dupla Renato Rocha, o amigo-abelha, e Caio Buchala, o mago das Copas, fiz o caminho todo até a cidade da Grande São Paulo pensando exclusivamente no pastel que é vendido na lanchonete que fica debaixo da arquibancada, uma das melhores iguarias de estádios que já tive o prazer de experimentar e que ganha fácil o Selo JP de qualidade. Quando cheguei fiz aquela boquinha esperta e subi até a parte coberta da bela e simpática cancha. Preferi ficar na sombra curtindo a peleja próximo dos amigos presentes.


São Paulo Futebol Clube (sub-17) - São Paulo/SP


Fluminense Football Club (sub-17) - Rio de Janeiro/RJ

O que eu não esperava é que estava prestes a ver o meu melhor jogo em 2020 até agora. Ele foi recheado de lances perigosos, bons ataques, muita movimentação e gols, vários gols. Estava sentindo uma falta enorme de ver uma partida desse jeito. O escrete local começou avassalador e chegou fácil aos 2x0. O primeiro gol saiu aos 8 minutos. Eduardo, camisa 5 do Flu, recuou mal e Lucas Bauru se aproveitou. O jogador são-paulino driblou o goleiro e marcou sem dificuldade. Aos 12, Patryck cobrou falta e no caminho ela desviou em Léo, enganando o goleiro e morrendo no lado esquerdo.

Meia dúzia de torcedores do Fluminense que estavam perto de nós e que até então não tinham parado de gritar se assustaram com o bom começo mandante. Pena que, para o desespero de todos que estavam próximos desse pessoal, isso tenha durado apenas alguns minutos, já que eles voltaram a cantar com ainda mais intensidade quando o Flu começou a se encontrar no gramado. Aos 16, Matheus Martins bateu colocado e assustou Felipe. O mesmo Felipe fez boa defesa aos 23 em finalização de Lucas Felipe.

A equipe do Rio de Janeiro agora jogava melhor e num espaço de apenas três minutos chegou ao até então inacreditável empate. Jefté fez grande jogada pela esquerda e lançou até Kayky. O camisa 7 dominou com classe, tirou do zagueiro e chutou colocado no canto direito. Aos 28, em nova jogada de Jefté, Matheus Martins recebeu passe açucarado. Ele matou com a direita e sem deixar a zaga chegar chutou firme, deixando tudo igual.


Denzel, não o Washington e sim o 9 são-paulino, cortando cruzamento dentro da área local


Lucas Felipe (11) encarando a marcação


Flávio (2) em boa trama do ataque do São Paulo


O Fluminense começou mal, mas empatou a peleja num espaço de apenas três minutos

Com o 2x2 o ritmo diminuiu um pouco e até o final da etapa inicial o clube das Laranjeiras foi melhor. No intervalo, já pensando em não passar fome até a sessão noturna, fui obrigado a comer outro pastel... que tarefa complicada. Quando o tempo final começou os visitantes criaram o primeiro bom momento aos quatro minutos. Lucas Felipe recebeu na área, tirou do arqueiro e chutou. Patryck salvou o gol certo em cima da linha.

O São Paulo não conseguia chegar com propriedade, porém em apenas três minutos, assim como o Flu já tinha feito na etapa inicial, o tricolor paulista voltou a abrir vantagem no marcador. Aos 23 Lucas Bauru fez o seu segundo gol na tarde depois de aproveitar boa troca de passes dando um bicão da entrada da área. Aos 26 Talles fez um golaço em tiro colocado após cruzamento de Pet. O mesmo Talles quase fez o quinto aos 37 em cabeçada que tirou tinta da trave.


Jogadores apostando corrida no gramado do CT de Cotia


Lance no meio de campo quando o tricolor do Morumbi já vencia por 4x2



Detalhe do terceiro gol do Fluminense marcado aos 50 do tempo final e a comemoração de Daniel

Nos acréscimos os visitantes se lançaram para o tudo ou nada dentro da área e aos 50 marcaram outra vez. Numa bola cruzada da esquerda, Daniel acertou um belo sem pulo dentro da pequena área... mas já era tarde. O placar de São Paulo 4-3 Fluminense foi justo e refletiu bem como a peleja foi boa e de alto nível. Deu até gosto ver a molecada jogando tanta vontade. Tá difícil ver algo parecido no profissional. Agora é aguardar saber se vamos ter próxima rodada na semana que vem.

Bom, a previsão do GPS nos assustou pois dizia que chegaríamos na sessão noturna com o jogo já em andamento. Sem mais delongas, saímos rapidinho do belo estádio tricolor pois tínhamos que ganhar minutos importantes na estrada. Tinha time novo na pauta livre do JP.

Até lá!

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Ficha Técnica: São Paulo 4-3 Fluminense

Local: Estádio Marcelo Figueiredo Portugal Gouvêa (Cotia); Árbitro: Adriano de Assis Miranda; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Léo, Metinho, Rafael Monteiro; Gols: Bauru 8, Patryck 13, Kayky 25 e Matheus Martins 28 do 1º, Bauru 23, Talles 26 e Daniel 50 do 2º.
São Paulo: Felipe; Flávio, Negrucci, Beraldo e Patryck; Léo (Renan), João Adriano (Moreira), Bauru (Belém) e Palmberg (Kaiky); Denzel (Talles) e Caio (Pet). Técnico: Rafael Paiva.
Fluminense: Cayo Fellipe; Daniel, Justen, Caio (Joilson) e Jefté (Rafael Monteiro); Eduardo, Kayky (Gustavo), Metinho (Thiago) e Matheus Martins; João Neto e Lucas Felipe (Abner). Técnico: Felipe Canavan.
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terça-feira, 10 de março de 2020

JP no Centro-Oeste (parte 3 de 3): O retorno ao Bezerrão

Texto e fotos: Fernando Martinez


No final de 2019 o Estádio Walmir Campelo Bezerra, o Bezerrão, foi o principal palco da Copa do Mundo sub-17. A cancha recebeu 18 partidas, incluídas aí as duas semifinais, decisão de terceiro lugar e a decisão épica decisão entre Brasil e México. Menos de quatro meses depois retornei ao local num cenário completamente diferente. Na pauta, o duelo entre Paranoá e Taguatinga pela 9ª rodada do Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão.

Eu fui seis vezes no campo do Gama durante o Mundial. Peguei o Brasil na primeira fase e também na final, talvez no maior e mais importante momento que tive nesses 37 anos de futebol. Naquele 17 de novembro, figuras como Ronaldo, Cafu e Gianni Infantino também estavam presentes, todos bem próximos do que vos escreve. No domingo passado, nenhum figurão, nenhuma personalidade, poucos jornalistas e o estádio quase vazio. Um cenário completamente diferente e com mais cara de Jogos Perdidos.

Junto com a dupla Raul e Caio, cheguei na bela praça esportiva bem cedo e a diferença da região comparando com a época do mundial era enorme. Estacionamos o carro literalmente no portão principal e em cerca de dois minutos eu já estava no gramado. Como o Data Fernando informou naquelas matérias, vale lembrar que o local foi inaugurado em 1977 e reinaugurado após grande reforma em 2008 no polêmico amistoso entre Brasil e Portugal que teve triunfo tupiniquim por 6x2. Hoje a capacidade é de 20.310 pessoas, mas apenas 46 testemunhas pagaram ingresso no domingo.


Placa comemorativa da reinauguração do Bezerrão em novembro de 2008 com o polêmico Brasil 6x2 Portugal


A bela parte coberta do Bezerão ainda com boa parte da decoração da Copa do Mundo sub-17

Agora vamos ser justos, não tinha como esperar muito público, já que o lanterna do campeonato era o mandante. O Paranoá Esporte Clube, atual campeão da segundona do DF, ocupava a lanterna antes da nona rodada. Uma campanha horrorosa com apenas um empate, sete derrotas e um saldo negativo de 19 gols. Fundados em 2000, irão completar 20 anos no próximo mês de abril provavelmente com novo rebaixamento na sacola.

Não era exagero nenhum em dizer que o genial Taguatinga EC era favorito contra o PEC. Com 12 pontos, ocupavam a quarta colocação e ainda lutam por uma vaga na semi final do Candangão. O alviazul foi um dos times que mais acompanhei nos tempos da minha formação em futebol nacional, isso na segunda metade dos anos 80 e começo dos 90. Eu tinha certeza que não tinha a menor chance de vê-los em campo um dia.

Bom, antes de entrar nesse assunto específico, vale contar um pouco da história do clube: O Taguatinga surgiu em julho de 1975 depois que o Pioneira FC, o campeão do DF de 1974, mudou seu nome e também suas cores. Estrearam com a nova denominação no Torneio Imprensa, realizado no começo de 1976 e acabaram conquistando o caneco. No brasiliense, foram vice em 1978 e campeões pela primeira vez em 1981. Nos anos seguintes, quatro vices e quatro títulos: 1989 e o tri de 1991/1992/1993.

No decorrer dos anos 90 as más administrações deixaram o TEC atolado em dívidas. A péssima campanha em 1999, que culminou com um novo rebaixamento, junto com a saída do homem forte fez com que o departamento de futebol fosse desativado. A área social também não sobreviveu. Nunca mais foi levantada a hipótese de retorno do Taguatinga aos gramados... Isso até 2015...

Aí entra na história aquele que foi responsável pela volta do TEC. Fundado em 1994, o Comercial do Núcleo Bandeirante teve esse nome até 2000, quando passou a ser conhecido apenas como Bandeirante, e foi figurinha carimbada no estadual até 2014. Em 2015, eles fizeram as malas e se mudaram para qual cidade-satélite? Olha aí como as histórias se cruzam: Taguatinga. O novo nome passou a ser Clube Atlético Taguatinga.

O CAT disputou e ganhou a segundona de 2015 e a primeira em 2016 e 2017, quando foi rebaixado. Em junho de 2018 eles anunciaram que fariam uma fusão com o inativo, voilà, Taguatinga Esporte Clube. Durante o processo eles desapareceram e o glorioso TEC pôde finalmente voltar ao cenário futebolístico do Distrito Federal. Ganharam a segunda divisão do mesmo ano e retornaram à primeira em 2019, vinte anos após o desaparecimento.

O grande problema para o Taguatinga é que com o seu sumiço o Brasiliense ocupou com louvor o espaço vago ganhando nove títulos e cinco vices. A tarefa de reconquistar a torcida será árdua, e eu espero sinceramente que tenha final feliz. A média de público em casa nos quatro jogos realizados no Serejão é de apenas 127 pagantes. O fato de não ter ganho nenhuma vez como mandante - suas três vitórias foram longe de casa - certamente não ajudou muito.

Na rodada anterior, a Águia empatou sem gols contra o ex-lanterna Ceilandense. Jogando contra o novo último colocado, não queriam vacilar. Antes do apito inicial consegui conversar com alguns dirigentes e ver que, apesar das dificuldades comuns a 95% dos times "pequenos" do país, todos estão confiantes com o futuro do escrete azul e branco. Também aproveitei a deixa e comprei uma maravilhosa camisa retrô que lembra a utilizada no começo dos anos 90. É o tipo de oportunidade que não dá pra perder.


Paranoá Esporte Clube - Paranoá/DF


Taguatinga Esporte Clube - Taguatinga/DF


Capitães dos times junto com o quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Maguielson Lima Barbosa, os assistentes Josieliton Silva dos Santos e David Sousa Santana e o quarto árbitro Rafael Tosta da Silva

Fiz as imagens oficiais de ambas agremiações, do quarteto de arbitragem e de uma cerimônia em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Depois fui acompanhar o ataque visitante. Se no Mundial tinha cordinha limitando os fotógrafos, espaços definidos e não podíamos nem mudar de lugar, dessa vez foi de boa e ninguém veio me atrapalhar. Fiquei sentado de boa no chão, longe do forte sol na linha lateral. Fiz bem, pois durante boa parte do primeiro tempo só teve ação nessa parte do campo.

Não demorou para o Taguatinga abrir o placar. Aos 11 minutos, Denilson invadiu a área pela esquerda e foi derrubado pelo zagueiro. Lucas Victor bateu e a bola tocou na trave antes de entrar. O time chegou perto do segundo gol por algumas vezes e isso aconteceu finalmente aos 29. Regino cobrou falta da direita, o goleiro Cesinha caçou uma borboleta monstra e Dogão cabeceou para o gol vazio.


Ismar Reis (8) no campo de defesa do Paranoá


O Taguatinga começou bem e durante a primeira meia hora o Paranoá não conseguiu passar do meio-campo


Lucas Victor abrindo o placar a favor do TEC em cobrança de pênalti


O 1x0 não sossegou o time visitante, que continuou ocupando o campo de defesa local



Detalhe do segundo gol do Taguatinga, marcado por Dogão de cabeça após falha do goleiro do Paranoá e a comemoração do atleta da Águia

A peleja seguiu com o Taguatinga segurando a vantagem na boa e foi com o resultado parcial de 0x2 que o intervalo chegou. Fui conhecer os corredores do Bezerrão que eram exclusivos das seleções e do pessoal da FIFA na época da Copa do Mundo sub-17 e pude ver que realmente é um belo estádio. Voltei ao gramado e novamente acompanhei os avantes visitantes ... só que dessa vez não foi uma boa.

O Taguatinga voltou ao gramado mostrando uma preguiça monstro. O Paranoá melhorou demais e passou a ameaçar a vantagem adversária em vários momentos. Aos 4 minutos Diogo fez sua primeira boa defesa em cobrança de falta de Kaká. Na sequência Gabriel perdeu gol feito a favor dos locais.

Na base do bumba-meu-boi o onze mandante foi chegando, chegando, chegando e, de tanto insistir, diminuiu aos 22 minutos com vacilo da zaga e boa conclusão de Guilherme. O Taguatinga acordou e chegou a fazer o terceiro aos 27, de novo com Dogão, mas o gol foi anulado por impedimento. O Paranoá se lançou com tudo nos minutos finais e Guilherme, o melhor do setor ofensivo, quase deixou tudo igual aos 36. Douglas Rato desarmou na hora H.

Cozinhando o galo, o Taguatinga conseguiu armar um bom contra-ataque aos 43 que acabou com as esperanças locais. Everton foi lançado em profundidade e tocou no canto de Cesinha. O arqueiro ainda tocou na pelota de leve, sem força suficiente para evitar o tento que fechou o marcador no Bezerrão. O escrete local mostrou bastante força de vontade... pena que não foi suficiente.


A única bandeira da FIFA ainda tremulando no estádio que sediou a final da última Copa do Mundo sub-17



Dois lances de disputa de bola no campo de defesa do onze local


O Taguatinga levou perigo basicamente nos contra-ataques no tempo final


O Paranoá, se não foi brilhante, mostrou muita força de vontade durante a segunda etapa


O terceiro gol do clube visitante foi marcado por Everton nesse chute. O tento decretou a queda do Paranoá para a segunda divisão

O resultado de Paranoá 1-3 Taguatinga rebaixou matematicamente a Cobra Sucuri para a segundona do Distrito Federal um ano depois de conquistarem o acesso. Já o TEC agora tem 15 pontos ganhos, quatro atrás do Formosa, quarto colocado. Como disse no começo do post, essa foi a quarta vitória e a quarta fora de casa. Não será fácil, porém as chances de classificação entre os quatro melhores da fase inicial ainda existem.

Feliz com os três jogos, dois estádios novos e quatro times a mais na Lista, saí da casa do Gama junto com os amigos e fui fazer uma visita ao Raul, o maior anfitrião do DF, em seu belo apartamento. Dali seguimos até uma lanchonete absolutamente sensacional no plano piloto - eles fazem um sanduba com chimichurri absolutamente espetacular - antes de voltar ao hotel. Daí foi só ter uma boa noite de sono antes de cruzar os ares do Centro-Oeste e do Sudeste com destino à capital bandeirante.


Bonita visão do quarto do hotel em que me hospedei na capital federal. Sabe-se lá quando terei outra vista assim

Tivemos um Especial do Mês em janeiro, um em fevereiro e um em março. Se tudo der certo irão rolar especiais em abril, maio e junho. Isso se não formos obrigados a entrar em quarentena e isso também se o futebol não parar. Confesso que estou preocupado com o futuro. Enquanto isso, voltaremos aos campos na semana com o início do Brasileiro sub-17, além de outro clube novo na Lista.

Até lá!

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Ficha Técnica: Paranoá 1-3 Taguatinga

Local: Estádio Valmir Campelo Bezerra (Gama/DF); Árbitro: Maguielson Lima Barbosa; Público: 46 pagantes; Renda: R$ 920,00; Cartões amarelos: Gabriel Neves, Lucas Victor, Luan; Gols: Lucas Victor (pênalti) 11 e Dogão 29 do 1º, Guilherme 22 e Everton 42 do 2º.
Paranoá: Nilton César; Vitinho, Fabinho, Dedé e Kaká; Hélio, Dogão (Brendon), Ismar Reis (Guilherme) e Ivan; Gardiel e Vinicius (Gabriel Neves). Técnico: Alcivandro Silva.
Taguatinga: Diogo; Douglas Rato, Dougão, Daniel Felipe e Denilson; Luan, Regino, Lucas Santos (Raphael Augusto) e Marquinhos (Junior Alves); Lucas Victor e Léo Veloso (Everton). Técnico: Jezimar Marques.
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