Procure no nosso arquivo

sábado, 29 de junho de 2019

Mauá FC derrota o Barcelona em Guarulhos e fica perto da vaga

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na quinta-feira rolou um jogo remarcado pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão em Guarulhos. Depois da diretoria do Juventus fazer um papel ridículo no dia 21, Barcelona e Mauá FC finalmente duelaram no Estádio Antônio Soares de Oliveira. O encontro foi válido pela 13ª rodada, a penúltima da primeira fase, do Grupo 6.

O Elefante agendou todas as suas apresentações para a Rua Javari em 2019, pagou o aluguel antecipado e tudo correu bem até o penúltimo compromisso. No último, que seria realizado na sexta-feira da semana passada, os responsáveis pelo estádio resolveram não abrir os portões. Eles diziam que tinham "ordens expressas do novo presidente" e que nada podiam fazer. Times, quarteto de arbitragem, pessoal da FPF e imprensa deram com a cara na porta, eu incluído.



Uma semana antes, o Juventus não quis abrir os portões para a partida entre Barcelona e Mauá FC jogarem no seu campo. Atitude arbitrária e absurda

O pessoal do onze grená não quis saber se o aluguel estava pago e tomou uma decisão arbitrária e absurda. A diretoria de competições da FPF entrou em contato com os responsáveis e nem com um ofício obrigando a realização da partida eles obedeceram. Detalhe que em nenhum momento afirmaram o motivo da decisão. Uma postura antipática, grosseira e profundamente lamentável do Juventus.

Acabou que a FPF viu que o problema não era do Barcelona e então remarcou o confronto na casa do Flamengo bancando os custos. Melhor assim. O duelo era superimportante e fundamental pensando na definição da chave. Antes da peleja, o Mauá estava um ponto atrás do Mauaense (que perdeu seis pontos no STJD), o quarto colocado. Um triunfo contra a equipe paulistana era essencial, pois assim eles dependeriam apenas de si na rodada final no domingo.


Barcelona Esportivo Capela Ltda - São Paulo/SP


Mauá Futebol Treinamentos e Esportes - Mauá/SP


Quarteto de arbitragem composto pelo árbitro João Batista do Nascimento Avelino, os assistentes Diogo Cruz Freire e Marcos Santos Vieira e o quarto árbitro César Leandro Moreno junto com os capitães dos times

Quando a bola começou a rolar na casa rubro-negra vimos 15 minutos de equilíbrio e após esse período só deu Mauá. Luiz Henrique, Vidotto, Leozinho, Natanael e Cris enfileiraram oportunidades e Alexandre, um velho destaque do Barcelona, evitou que o placar fosse inaugurado na etapa inicial. De positivo, o clima maravilhoso para assistir futebol.


O ataque do Mauá FC funcionou em boa parte da peleja


Zagueiro paulistano mandando a pelota para longe da sua área


Lucas Vidoto (4) cabeceando com perigo para a meta local


Outra chance visitante pelo alto

No tempo final o Mauá acertou o pé. Logo aos quatro minutos Pereira derrubou Leozinho dentro da área. Vidotto bateu bem o pênalti e fez 1x0. Dez minutos depois saiu o segundo. O zagueiro Alessandro mandou mal e lançou nos pés de Natanael. O atleta dominou, invadiu a área e tocou na saída do camisa 1. O Barça respondeu aos 24 com quase um golaço de Wesley e ótima defesa de Gustavo.


Cristopher, 11 do Barcelona, tentando sair para o ataque


O gol de pênalti de Lucas Vidoto que abriu o marcador em Guarulhos


Aqui o segundo tento que decretou a vitória do Mauá FC


Disputa de bola pelo alto no campo de defesa do Elefante

No fim, o marcador ficou em Barcelona 0-2 Mauá. O Índio agora soma 16 pontos contra 14 do Mauaense. No domingo o escrete preto e amarelo recebe o Guarulhos enquanto a Locomotiva visita o Flamengo e se não vencer estará eliminado. Se vencer, precisa torcer contra o outro clube da cidade. O vacilo de usarem jogador irregular pode custar caro.

Na sexta-feira dei uma pausa no futebol pequeno e voltei o foco para a Copa América. Foi noite de acompanhar a fase de quartas de final na Arena Corinthians. Não foram as seleções dos sonhos, mas valeu.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Barcelona 0x2 Mauá FC

Competição: Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Local: Estádio Antônio Soares de Oliveira (Guarulhos); Árbitro: João Batista Avelino; Público: 142 pagantes; Renda: R$ 1.315,00; Cartões amarelos: João Pereira, Félix (Bar), Vidoto (Mau); Gols: Vidoto (pênalti) 5 e Natanael 14 do 2º.
Barcelona: Alexandre; Rodrigo, Alessandro, João Pereira e Caíque (Wesley); Rimílson, Felipe (Edílson), Johnny e Guilherme (Vinícius); Félix e Cristopher. Técnico: João Paulo Afonso.
Mauá: Gustavo; Robinho, Ronaldo, Vidoto e Caruaru; Cris, Natanael (Luan), Kaique (Gabriel) e Leozinho (Rafael); Luiz Henrique e Vinicius. Técnico: Betinho.
_____________

© 2021

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Brasil massacra os peruanos e ficam em primeiro no Grupo A

Texto e fotos: Fernando Martinez


Depois de duas coberturas uma cobertura na quinta-feira - o futebol de sexta lamentavelmente não aconteceu -, no sábado teve novo jogo da Copa América na capital paulista. Fazendo sua estreia no torneio, a Arena Corinthians recebeu o encontro de líderes do Grupo A: Peru x Brasil. A quarta apresentação da seleção verde e amarela na casa alvinegra e a quarta que acompanhei in loco.

Ver jogo internacional em Itaquera trouxe à tona inevitáveis e saudosas memórias da Olimpíada e principalmente da Copa do Mundo. Trouxe também de volta a certeza de que partida grande ali é algo bastante complicado. As filas eram enormes, o sol estava forte e foi um inferno alcançar o portão de entrada. Outro fator triste é ver que aquele espaço ao redor da enorme construção praticamente vazio. Nem em 2016, nem agora os organizadores tiveram o dom de fazer o mínimo que fosse para entreter direito a rapaziada que pagou ingresso.

Assim como no Brasil x Bolívia, fiquei sozinho e afastado dos amigos que se espalharam por setores diferentes. Com isso ao meu redor tinha aquele monte de coxa, muita gente sem noção, um número avassalador de aventureiros que não sabem o que é acompanhar futebol em estádio. Isso sem contar aquelas musiquinhas horrendas como a vergonhosa "sou brasileiro com muito orgulho". Ter o olho furado com um garfo causa sensação melhor do que ficar escutando essa anomalia direto. O que resta fazer é tentar ignorar os problemas e levar tudo de boa.


Peru x Brasil: depois de Copa do Mundo e Olimpíada, chegou a hora da Arena Corinthians receber um jogo da Copa América


Muvuca absurda na chegada ao estádio. Incrível como evento vai e evento vem e nada muda na (des)organização

Esse foi meu segundo duelo entre brasileiros e peruanos na história. O primeiro foi no distante 25 de abril de 2001, o empate por 1x1 no Morumbi válido pelas Eliminatórias de 2002. Uma noite em que Romário fez seu último gol em compromissos oficiais pela seleção. Depois daquela partida foram apenas outras duas com a amarelinha: Uruguai em julho de 2001 e a despedida contra Guatemala no Pacaembu em 2005.

As duas equipes somavam quatro pontos antes da peleja. Os comandados de Tite derrotaram a fraca Bolívia na abertura por 3x0 e empataram sem gols com a Venezuela em atuação tenebrosa. Os alvirrubros também ficaram no zero contra os venezuelanos em Porto Alegre e fizeram 3x1 nos verdes atuando no Maracanã. No retrospecto histórico da Copa, vantagem brasileira: oito vitórias, três derrotas e três empates. No último confronto, o Peru, que não vencia desde 1975, eliminou o Brasil na fase inicial durante a edição centenária de 2016.


Seleções perfiladas para os hinos nacionais


Guerrero, bastante homenageado na casa corintiana, tentando emplacar ataque pela esquerda


Bom momento peruano quando o marcador ainda estava em branco


Casemiro marcando o primeiro gol da seleção tupiniquim


O fim de tarde na capital paulista e a bonita visão da Arena Corinthians


Nova tentativa do Peru ainda no tempo inicial da peleja

Em 2019 o Peru assustou... apenas nos dez minutos iniciais. No restante do tempo o Brasil simplesmente massacrou o time de Guerreiro e companhia. Os pouco mais de 42 mil pagantes ficaram felizes com o que viram. Aos 11 minutos Casemiro abriu o placar após confusão dentro da área. Aos 18, o goleiro Gallese deu um auxílio luxuoso aos locais. Ele vacilou na saída de bola, presenteou Roberto Firmino - que estreou no JP há dez anos num Figueirense x Marília pela Copa São Paulo - e o atacante do Liverpool não bobeou: 2x0.

O arqueiro peruano se redimiu aos 22 evitando o gol de Everton Cebolinha com ótima defesa. Acontece que aos 31 o avante gremista arriscou de fora da área e ampliou a vantagem brasileira num golaço! Gabriel Jesus desperdiçou a chance do quarto tento aos 38. O Peru criou apenas um momento, aos 43, e Alisson mandou pela linha de fundo. A tarde estava indo embora quando o intervalo chegou apontando a boa vantagem do Brasil.

Na etapa final Daniel Alves marcou pela quarta vez aos oito minutos e confirmou o primeiro lugar do Grupo A ao selecionado cinco vezes campeão do mundo. A peleja caiu bastante de produção e a vitória parcial da Venezuela estava complicando a situação alvirrubra. Perto do fim a animação retornou com o gol de Willian aos 44 e um pênalti perdido por Gabriel Jesus aos 48.


Boa chegada local pela esquerda no início do segundo tempo


Casemiro (5) preparando o chute dentro da grande área


A vantagem já era enorme, mas em nenhum momento o Brasil parou de atacar

Fim de papo na Arena Corinthians com Peru 0-5 Brasil. O escrete canarinho terminou a fase inicial com sete pontos, nenhum gol sofrido e a liderança garantida. A Vinotinto derrotou a Bolívia por 3x1 e ficou com o segundo lugar. "La Bicolor" ficou em terceiro e espera o restante da rodada para saber se estará nas quartas de final.

Saí de boa do estádio, sem pressa e com tempo de garantir alguns copos de cerveja (vazios) com o nome dos países para a coleção. Encontrei os amigos que estavam espalhados pela Arena - Luiz, Bruno, Nilton, Jamil e o glorioso Paulo "Shrek" - pertinho da entrada principal e dali fomos ao metrô. Futebol de novo só em alguns dias com jogo remarcado da Segundona e mais Copa América na pauta.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Peru 0x5 Brasil

Competição: Copa América; Local: Arena Corinthians (São Paulo); Árbitro: Fernando Rapallini (Arg); Público: 45.067 presentes (42.317 pagantes/2.750 não pagantes); Renda: R$ 10.009.095,00; Cartões amarelos: Yoshimar Yotún, Luis Advincula (Per), Casemiro, Thiago Silva (Bra); Gols: Casemiro 12, Firmino 19 e Everton 32 do 1º, Dani Alves 8 e Willian 45 do 2º.
Peru: Pedro Gallese; Luis Advincula, Miguel Araujo, Luis Abram e Miguel Trauco; Renato Tapia, Yoshimar Yotún (Edison Flores), Andy Polo, Jefferson Farfán e Christian Cueva (Josepmir Ballón); Paolo Guerrero (Christofer Gonzáles). Técnico: Ricardo Gareca.
Brasil: Alisson; Dani Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís (Alex Sandro); Arthur, Casemiro (Allan), Gabriel Jesus, Philippe Coutinho (Willian) e Everton; Roberto Firmino. Técnico: Tite.
_____________

© 2021

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Em grande apresentação, Nacional derrota o Fantasma pelo sub-20

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na quinta-feira à tarde, comemorando uma mudança de rotina muito bem-vinda, dei um tempo na Copa América e voltei à vaca fria das coberturas com a cara do JP. Direto do Estádio Nicolau Alayon, o Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão pediu passagem com o duelo entre Nacional e Primavera, válido pela 12ª rodada da fase inicial.

Os dois fazem parte do Grupo 3 e contam com a companhia de Red Bull, Guarani, Juventus, Portuguesa, Taubaté e Bragantino. Incrivelmente o time ferroviário vem fazendo uma boa campanha e pinta como um dos prováveis quatro classificados da chave. Antes da rodada eles estavam em quarto lugar com 19 pontos, dois atrás do Bugre e do clube de Indaiatuba.


Nacional Atlético Clube (sub-20) - São Paulo/SP

Esporte Clube Primavera (sub-20) - Indaiatuba/SP


Capitães dos times e quarteto de arbitragem

Essa é a melhor campanha nacionalista no sub-20 da 1ª em dez anos. Em 2009 chegaram na terceira fase e foram eliminados pelo Monte Azul (derrotas por 1x0 na capital e 2x0 no interior). De 2010 a 2014 não disputaram o torneio pois estavam na Segundona e de 2015 a 2018 foram eliminados na primeira fase. Bom ver a equipe da Barra Funda finalmente voltando a ter um certo destaque em uma categoria que teve tanto sucesso no passado.

Na companhia do quarteto Mílton, Luigi, Bruno e Caio, amigos que também estão acompanhando com afinco a Copa América, vimos uma ótima apresentação dos donos da casa. Vindo de duas goleadas - 4x0 contra o Braga e 4x1 em cima do Taubaté - o Naça teve uma atuação acima da média e manteve a boa fase. Deu gosto de ver.

Os paulistanos criaram várias chances, porém converteram apenas uma delas em gol. Foi aos 16 minutos, quando a bola bateu na trave em chute cruzado da direita e Lucas de Paula aproveitou o rebote. Na etapa final retornaram ao gramado ainda mais inspirados. Aos cinco, em grande jogada individual pela esquerda, Vinícius foi derrubado dentro da área. Lucas de Paula bateu firme o pênalti e ampliou.



Bola na rede do Primavera no primeiro gol nacionalista da tarde. Na segunda foto, a comemoração dos atletas locais


Disputa de bola pelo alto no ataque paulistano

Aos 15, o gol mais bonito da tarde. PH recebeu um lançamento perfeito na direita, passou pelo defensor e rolou para trás. Allan, livre de marcação, encheu o pé e fez o terceiro. Estava fácil, acontece que o Nacional se desconcentrou com os 3x0 e o gol do Primavera dois minutos depois em cabeçada de Maxuel deixou a partida em aberto. O Fantasma foi valente e o escrete local soube se segurar. Maxuel, ele de novo, fez o segundo visitante aos 43 numa pequena bicicleta, mas já era tarde.


Aos cinco do tempo final, o camisa 10 Lucas ampliou a vantagem do Nacional em cobrança de pênalti



O Primavera se lançou ao ataque e assustou os donos da casa nos minutos finais

O placar final de Nacional 3-2 Primavera colocou os paulistanos na terceira posição da chave faltando duas rodadas. O líder é o Red Bull com 27 pontos, o Bugre tem 24, os ferroviários 22 e o onze de Indaiatuba 21. Dificilmente algo mudará nos dois jogos restantes. Vale lembrar que os quatro melhores quinto colocados também estarão na próxima fase.

Até o começo da semana eu não sabia se conseguiria ir ao Peru x Brasil do sábado. Como a rotina mudou, confirmei minha participação dois dias antes. De vez em quando as coisas acontecem como planejamos.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Nacional 3-2 Primavera

Competição: Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Aurélio Sant Anna Martins; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Lucas de Paula, Allan, Lucas Xuxa, PH (Nac), Jackson, Ramon (Pri); Gols: Lucas de Paula 16 do 1º, Lucas de Paula (pênalti) 5, Allan 15, Maxuel 17 e Maxuel 43 do 2º.
Nacional: Hans; PH, Denilso, Lucas Xuxa e Padial; Isaías, Guilherme (Ruan), Allan (Rafael Nicolas) e Lucas de Paula (Walisson); Washington (Josué) e Vinícius (Everton Cabaré). Técnico: Guilherme Carbonieri.
Primavera: Cristhian; Vinícius, Vítor Andrade, Lucas Gabriel e Jackson (Ramon); Cleisson (Eduardo), Vítor Marques, João Victor e Igor; Thomas (Mateus) e Vinicios (Maxuel). Técnico: Elton Mota.
_____________

© 2021

Colômbia sofre e vence o Catar com gol no final do jogo

Texto e fotos: Fernando Martinez


Após quatro jogos nos quatro primeiros dias da Copa América, a terça-feira serviu para um merecido descanso antes da programação no torneio de seleções mais antigo do mundo continuar na noite de quarta. E foi um retorno genial, com uma partida totalmente insólita: o confronto da Colômbia contra o Catar, país-sede da Copa do Mundo de 2022, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo.

Quando o COL - o Comitê Organizador Local - decidiu que seriam doze os participantes imaginei que pintaria por aqui alguma das carnes de vaca da CONCACAF que disputam a Copa desde 1993. Como a Copa Ouro foi disputada no mesmo período, eles não aceitaram os convites. A Conmebol então chamou Japão e Catar, por coincidência os dois finalistas da Copa da Ásia disputada quatro meses atrás e que teve vitória dos árabes. O Japão eu tinha visto na Copa das Confederações de 2013, mas o Catar nunca. Era obrigação vê-los em ação e por sorte acabaram jogando em São Paulo.

A presença dos catarianos faz parte de um intercâmbio que eles pretendem fazer até a disputa da Copa do Mundo de 2022, quando farão sua estreia em mundiais. Como eles tem a grande chance de serem eliminados logo cedo, fizeram um esquema e naturalizaram atletas de várias partes do mundo. Do elenco, apenas oito são locais e o restante é "estrangeiro". Tem gente do Sudão, Portugal e até da Somália. Se vai dar certo eu não tenho a menor ideia, o lance é que não deixa de ser bizarro. Como isso efetivamente não me importa, o que vale é que desde quarta-feira estão na minha Lista.


Visão geral de um Morumbi com público razoável para um duelo bem insólito pela Copa América



Colômbia e Catar posando para as fotos oficiais. Obtidas pelo que vos escreve na base da carona


Seleções perfiladas antes do apito inicial

O público foi um pouco menor do que o Japão x Chile dois dias antes: cerca de 22 mil pagantes. A maioria, claro, era a torcida colombiana. Quem acompanhou a Copa do Mundo de 2014 sabe que a rapaziada da terra da Shakira tomou conta do Brasil e se fizeram presentes em simplesmente todos os cantos. Na Copa América, apesar do óbvio apelo menor, não podia ser diferente. Aliás, eu vi a Colômbia em tudo que é campeonato: Eliminatórias, Panamericano, Olimpíada e no próprio Mundial. Tirando o Brasil, é a seleção que mais vi na América do Sul.

Por ter a gloriosa presença dos atuais campeões da Copa da Ásia, o quórum de amigos e conhecidos foi maior do que o da segunda. Ninguém queria perder um selecionado que dificilmente atuará aqui de novo na história. Foi um dos confrontos mais alternativos do Morumbi em todos os tempos e, assim como no começo da semana, a noite estava absolutamente agradável. Confesso que já estou sentindo saudade da Copa América...

Na rodada inicial do Grupo B, a Colômbia fez uma bela apresentação e derrotou a Argentina por 2x0 enquanto o Catar empatou com o Paraguai por 2x2. Confesso que esperava uma nova atuação de destaque dos sul-americanos e apostava numa vitória fácil. Ledo engano. O que se viu foram 90 minutos muito ruins e um sufoco enorme para os cafeteiros derrotarem o seu adversário pela contagem mínima.

Nos primeiros 15 minutos, James Rodriguez perdeu boa chance e seu time teve um gol anulado. Parecia um início promissor... só que não. Apesar da superioridade, a Colômbia não foi capaz de criar uma oportunidade real de abrir o marcador. Al-Sheeb, arqueiro asiático, não teve tanto trabalho e quando o árbitro encerrou o tempo inicial, o gigantesco placar eletrônico do Morumbi apontava um murcho 0x0.


A Colômbia começou o jogo tentando seguir com o ritmo apresentado contra a Argentina


Yerry Mina, 13 colombiano, afastando a bola do seu campo


Pelota levantada dentro da área do Catar num dos últimos lances do primeiro tempo

No início da etapa final o confuso árbitro venezuelano Alexis Herrera marcou pênalti a favor dos tricolores em bola na mão dentro da área. Na consulta ao VAR, o penal foi cancelado. Os comandados de Carlos Queiroz finalmente passaram a mostrar serviço e Al-Sheeb não teve sossego. Mina teve bom momento aos dez, Roger Martínez, algum primo perdido, finalizou bem aos 16 e aos 19, ambos com ótima defesa do camisa 1 e Zapata foi travado na hora exata do chute aos 35.

Boa parte do Morumbi, naquele esquema de sempre apoiarem o mais fraco, vibrava a cada lance desperdiçado pela equipe sul-americana e a cada defesa do arqueiro catariano. A peleja se encaminhava ao seu final e estava no ar um certo clima de 0x0. É, só que a Colômbia não desistiu e finalmente conseguiu seu gol aos 41 minutos. Falcao recebeu na esquerda e tocou até James Rodríguez. O meia cruzou na cabeça de Dupán Zapata e o camisa 7 conferiu. O mesmo Zapa quase ampliou nos acréscimos em ataque cara-a-cara com Al-Sheeb.


No tempo final a pressão da Colômbia continuou, mas estava difícil furar o bloqueio asiático


A lua no céu acompanhando quietinha o que acontecia no Morumbi


O Catar tentou o empate nos minutos finais mas o 1x1 seria um placar bem injusto

Quando o juiz venezuelano apitou pela última vez, a maior parte dos presentes na casa são-paulina não gostou do resultado: Colômbia 1-0 Catar. Com o empate entre Paraguai e Argentina no outro encontro do Grupo B, os cafeteiros já estão nas quartas de final e garantiram o primeiro lugar da chave pois ninguém irá alcançá-los. No domingo teremos Messi atuando contra os asiáticos e os líderes contra os paraguaios.

Essa foi a última partida do Morumbi na Copa América. A partir do sábado os jogos marcados em São Paulo serão realizados na Arena Corinthians. Eu tenho ingresso para a sessão vespertina na casa alvinegra e, contando com uma sorte enorme, tive meu dia a dia alterado e poderei bater o cartão em novo duelo da seleção brasileira.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Colômbia 1x0 Catar

Competição: Copa América; Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo); Árbitro: Alexis Herrera (Ven); Público: 24.762 presentes (22.079 pagantes/2.683 não pagantes); Renda: R$ 5.385.300,00; Cartões amarelos: Mateus Uribe (Col), Assim Madibo, Abdelkarim Hassan, Pedro Ró Ró, Akram Afif (Cat); Gols: Duván Zapata 41 do 2º.
Colômbia: David Ospina; Stefan Medina (Santiago Arias), Yerry Mina, Davinson Sánchez e William Tesillo; Juan Cuadrado (Radamel Falcao), Wilmar Barrios e Matheus Uribe; Roger Martínez (Luis Díaz), Duván Zapata e James Rodríguez. Técnico: Carlos Queiroz.
Catar: Saad Al-Sheeb; Bassam Al-Rawi, Boualem Khoukhi e Tarek Salman; Pedro Ró Ró, Hassan Al Haydos (Ahmad Moein), Assim Madibo, Abdelaziz Hatem (Karim Boudiaf) e Abdelkarim Hassan; Akram Afif e Almoez Ali. Técnico: Felix Sanchez.
_____________

© 2021

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Ótima estreia do atual bicampeão Chile contra o Japão

Texto e fotos: Fernando Martinez


Olha, sem querer puxar a sardinha, mas o que o Jogos Perdidos fez na primeira rodada da Copa América merece um destaque. Estivemos nada menos do que em cinco das seis partidas, fechando o ciclo segunda-feira à noite no Estádio Cícero Pompeu de Toledo com o genial encontro entre a seleção do Japão e a seleção do Chile. Confronto inédito na maior competição do continente.

Saí de BH – marquei presença no Uruguai 4x0 Equador domingo à noite - após a hora do almoço e desembarquei na capital paulista por volta das três da tarde. Fui de ônibus até Pinheiros e depois de metrô até o Morumbi. Acontece que o trajeto não foi nada tranquilo. O trânsito estava absurdo e em alguns momentos imaginei que me atrasaria. Foi uma correria enorme e cheguei na casa são-paulina no laço. Por sorte, e assim como aconteceu na rodada do final de semana, o público não lotou as dependências do ex-maior estádio particular do mundo. O número de pagantes ficou em 23 mil.

Diferente do que vi na abertura, o clima estava bem mais agradável, sem os coxas de plantão e os figurinhas que só pintam em jogo da seleção verde e amarela. A presença de chilenos foi maciça, porém os japoneses também estiveram em bom número. Vários amigos e conhecidos fizeram companhia ao que vos escreve, todos pirando por terem a oportunidade de acompanhar de perto um joguinho tão perdido. Tenho uma pequena impressão de que um Japão x Chile não irá se repetir tão cedo por essas bandas.

"La Roja" nada mais é do que a atual bicampeã da Copa América. As duas conquistas em 2015 e 2016, ambas nos pênaltis em cima da Argentina, colocaram um ponto final no extenso rol de fracassos da seleção na América do Sul. Antes do bi, os melhores resultados eram quatro vice-campeonatos em 1955, 1956, 1975 e 1987. Eu os coloquei na Lista só em 2014, no 2x0 sofrido contra a Holanda na Arena Corinthians no Mundial. Depois, os vi duas vezes na Copa do Mundo sub-17 que sediaram em 2015: empate na estreia contra a Croácia e goleada em cima dos Estados Unidos.

O adversário dos nossos amigos do Pacífico era o glorioso selecionado asiático. Foi a segunda vez que eles disputaram o torneio. Em 1999 foram eliminados num grupo que tinha Peru, Paraguai e Bolívia. Também foram convidados em 2011 e 2015 e desistiram de ambas. Pena que eles resolveram vir ao Brasil sem o elenco principal. Assim sendo, fica difícil crer que podem ir longe. O maior destaque é o "Messi japonês" Takefusa Kubo, recém-contratado pelo Real Madrid, com seus 18 anos. Já estavam na Lista desde a derrota contra o México por 2x1 na Copa das Confederações de 2013.

Fiz todo o trâmite e entrei na cancha perto do apito inicial. Fui até o lugar marcado no ingresso, mas como os lugares vazios eram maioria, fiquei apenas um pouco ali e depois resolvi ir até a arquibancada central. Toda a rapaziada fez o mesmo e então teve aquela festa repleta de surrealismo como se estivéssemos vendo a Segundona Paulista. Uma daquelas noites deliciosas que serão lembradas eternamente.


Visão geral do Morumbi no segundo jogo da Copa América realizado na casa são-paulina


Seleções perfiladas antes do apito inicial

Dentro de campo, o Japão até que começou bem criando alguns lances de perigo com Kubo. O Chile se arriscou pouco e o cenário foi esse até os 30 minutos. Após isso, os vermelhos se acertaram e passaram a enfileirar boas chegadas. Alexis Sánchez finalizou de longe aos 34 e a bola passou perto. Na sequência ele de novo assustou em tiro que tirou tinta do travessão.

Aos 40 Pulgar colocou sua seleção em vantagem escorando de cabeça cruzamento de Aránguiz. Os asiáticos ganharam de presente a chance do empate aos 43. Shibasaki recuperou a posse no setor ofensivo e lançou até Ueda. O atacante driblou Arias e teve o gol aberto à sua disposição... e miseravelmente chutou pela linha de fundo. Vacilo imperdoável que custou caro.


Troca de passes no campo de defesa japonês


Bom ataque asiático pelo alto em lance que levou perigo à meta chilena

Na etapa final, os sul-americanos controlaram a peleja e aos oito minutos ampliaram a vantagem. Vidal tocou para Vargas, que lançou Isla, que devolveu ao camisa 11. Ele bateu de primeira, o tiro desviou em Tomiyasu e enganou Osako. Os 2x0 deixaram o Chile na boa e a partir daí passaram a se defender. Isso chamou os nipônicos a seu campo. Ueda aos 11, Kubo aos 19 e de novo Ueda aos 23 e 29 quase anotaram o gol de honra. O Morumbi inteiro lamentou - só os chilenos que não, é claro - os ataques desperdiçados.

O Japão cansou e a melhor qualidade do Chile reapareceu. Aos 37 Aránguiz cruzou na área e Alexis Sánchez, o maior artilheiro de sua seleção na história com 42 gols, marcou o terceiro de cabeça. No minuto seguinte Vargas recebeu ótimo passe, viu que Osako estava adiantado e encobriu gloriosamente o goleiro. Esse gol transformou o atleta no maior goleador da Copa América em atividade com 12 gols e no vice artilheiro dos "Rojos" com 38 tentos.


Já no tempo final, chegada chilena


O sub-23 do Japão até atacou e mostrou qualidade, mas não foi capaz de parar o bom escrete sul-americano


O Morumbi recebeu pouco mais de 20 mil pagantes. A festa sul-americana foi bonita


Bola levantada dentro da área do Chile

O placar final de Japão 0-4 Chile colocou os sul-americanos na liderança do Grupo C junto com o Uruguai, que venceu o Equador pelo mesmo resultado. Na próxima rodada teremos Uruguai x Japão em Porto Alegre e Equador x Chile em Salvador. Se nenhuma zebra acontecer, uruguaios e chilenos devem decidir o primeiro lugar da chave dia 24 no Maracanã. O segundo colocado estará na Arena Corinthians nas quartas... espero que seja a Celeste.

Com essa cobertura, vale mencionar que só ficamos de fora do Argentina x Colômbia do sábado em Salvador na rodada inicial. Tirando isso, batemos cartão no Brasil x Bolívia que abriu o certame, o Venezuela x Peru de Porto Alegre, a rodada dupla de domingo com Paraguai x Catar no Maracanã e Uruguai x Equador no Mineirão e finalmente a estreia da atual bicampeã. Nada de novo pensando que foram oito coberturas durante a Copa das Confederações de 2013 e 21 na Copa do Mundo do Brasil. Em tempos que a rapaziada faz jornalismo sem pisar fora do escritório, o JP mostra as coisas como deveriam ser. Se tivesse tempo $uficiente, essa seria a tônica até o dia 7 de julho, data da grande decisão.

Voltei ao QG da Zona Oeste na boa já pensando na partida de quarta-feira. Teve duelo ainda mais sensacional no Morumbi com a minha trinca de alvos sendo preenchida de forma espetacular.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Japão 0-4 Chile

Competição: Copa América; Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo); Árbitro: Mario de Vivar (Par); Público: 23.253 pagantes; Renda: R$ 4.705.020,00; Cartões amarelos: Teruki Hara, Yuta Nakayama (Jap), Óscar Opazo (Chi); Gols: Erick Pulgar 41 do 1º, Eduardo Vargas 9 e 38, Alexis Sánchez 37 do 2º.
Japão: Keisuke Osako; Teruki Hara, Naomichi Ueda, Takehiro Tomiyasu e Daiki Sugioka; Daizen Maeda (Koji Miyoshi), Gaku Shibasaki, Yuta Nakayama e Shoya Nakajima (Hiroki Abe); Takefusa Kubo e Ayase Ueda (Shinji Okazaki). Técnico: Hajime Moriyasu.
Chile: Gabriel Arias; Mauricio Isla, Gary Medel, Guillermo Maripán e Jean Beausejour; Charles Aránguiz, Erick Pulgar e Arturo Vidal (Pablo Hernández); José Pedro Fuenzalida (Óscar Opazo), Eduardo Vargas e Alexis Sánchez (Junior Fernandes). Técnico: Reinaldo Rueda.
_____________

© 2021