Texto e fotos: Fernando Martinez
Desde que o Paulista de Jundiaí foi parar no Campeonato Paulista da Segunda Divisão eu queria ver uma apresentação do time no Estádio Doutor Jaime Cintra. No ano passado não deu certo, porém no sábado tive a chance de matar a vontade. O glorioso campeão da Copa do Brasil de 2005 enfrentou o Atlético Mogi pela quarta rodada do returno. Um daqueles confrontos que eram absolutamente impensáveis há dez anos atrás mas que, por conta do declínio jundiaiense, passou a ser uma incômoda realidade.
Saímos de Barueri rapidinho depois do horroroso Oeste x Figueirense e emplacarmos aquela boquinha marota já em terras jundiaienses. Completamente satisfeitos com aquela sempre bem-vinda refeição não-natural, chegamos na casa do Galo cedo e deu tempo suficiente de fazer todos os trâmites antes do apito inicial. O ainda invicto Paulista era absurdamente favorito para conquistar os três pontos. Muito pelo que ele está fazendo no certame e mais ainda pelo que não está fazendo o Atlético. Aliás, o onze da Grande São Paulo não vem fazendo muita coisa há algumas temporadas, enumerando recordes negativos na disputa da última divisão.
A última vitória do alviazul aconteceu em 17 de junho de 2017, há quase dois anos, um 1x0 em cima do afastado Real Cubatense. Desde então, disputou 26 partidas somando dois empates e inacreditáveis 24 derrotas. Se falarmos de jogos fora o negócio complica de vez. Levando em conta pelejas longe de Mogi das Cruzes, o último triunfo foi em 8 de julho de 2012, um 2x1 em cima do Jacareí. Quase SETE ANOS sem uma vitória sequer longe da sua cidade. Poucas equipes no país podem ostentar uma marca desse naipe.
Paulista Futebol Clube - Jundiaí/SP
Clube Atlético Mogi das Cruzes de Futebol Ltda. - Mogi das Cruzes/SP
O quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Diego Augusto Fagundes, os assistentes Luis Alexandre Nilsen e Ítalo Magno Andrade e o quarto árbitro José Donizete da Silva posam para a foto junto com os capitães
Dito tudo isso, era claro que o Paulista só não derrotaria seu adversário se acontecesse uma catástrofe. Quando a bola começou a rolar, vimos que a chance dessa catástrofe rolar era nula. Logo com cinco minutos os donos da casa abriram o marcador com o camisa 11 Jeferson. Parecia que a porteira estava aberta... parecia. Os atletas locais não estavam concentrados e tiveram uma atuação abaixo da crítica. Os ataques foram dispersos e os momentos agudos de perigo foram raros. Pelo lado do Atlético, nada de novo. Foram apenas duas chegadas, uma delas em cobrança de falta. No intervalo, a vantagem mínima estava a favor do tricolor.
Detalhe do lance do gol que abriu a vitória do Paulista e a comemoração dos atletas
Mesmo com pouca inspiração, o Paulista atacou bastante no primeiro tempo
Chance do segundo gol jundiaiense pelo alto
Acompanhei a etapa inicial meio zoado já pressentindo que ia rolar uma recaída na minha gripe que peguei no começo da semana e decidi que precisava ficar num lugar tranquilo. Fui até as cabines de imprensa e dali vi as emoções do tempo final. Os garotos do Paulista devem ter tomado uma chamada nos vestiários pois retornaram ao gramado mais ligados e rapidamente marcaram duas vezes com Matheus Favali no primeiro lance e Yan aos seis.
A peleja melhorou muito e o Paulista passou a animar a sua torcida como não tinha feito no primeiro tempo. O panorama dentro de campo foi seguindo dessa forma, já fora, uma dor de cabeça cada vez pior e aquele sempre incômodo mal estar de volta ao cenário. O vento frio misturado com o sol foi determinante para que a febre voltasse forte. Eu queria mesmo que tudo acabasse logo.
Bola viajando dentro da área do Atlético Mogi no começo do segundo tempo
Visão geral do Jaime Cintra com público apenas razoável para outra apresentação na Segundona
Ataque do Galo pela direita no fim da peleja
Perto do crepúsculo do cotejo, o Galo ampliou a vantagem com Jeferson aos 41 minutos. O placar final ficou em Paulista 4-0 Atlético Mogi, outro compromisso invicto do classificado tricolor, que agora soma 23 pontos conquistados em sete vitórias e dois empates. O onze mogiano tem a segunda pior performance da Segundona com apenas um ponto em dez rodadas disputadas (o Elosport conseguiu a proeza de perder todas as suas partidas até aqui).
Saí rapidinho do estádio na companhia do metaleiro Bruno e dali seguimos até a rodoviária da cidade. No ônibus que nos trouxe de volta, aquele papo sempre legal e cheio de informações pertinentes para o dia a dia. De ruim, só que a saúde sumiu de novo e a recaída gripe me derrubou por toda a semana. Por pouco a minha programação para o restante de junho não foi por água abaixo.
Aliás, que programação...
Até a próxima!
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Ficha Técnica: Paulista 4-0 Atlético Mogi
Competição: Campeonato Paulista da Segunda Divisão; Local: Estádio Doutor Jaime Cintra (Jundiaí); Árbitro: Diego Augusto Fagundes; Público: 695 pagantes; Renda: R$ 9.300,00; Cartões amarelos: Higor (Pau), Vinícius, Mazinho, Egino (Atl); Gols: Jeferson 6 do 1º, Matheus Favali 1, Yan 6 e Jeferson aos 41 do 2º.
Paulista: Matheus Lopes; Victor Emerson, Joaquim, Evandro e Yan (Daniel); Higor, Nenê, Pedro Demarchi (Paulo) e Matheus Favali; Edinan (Carlinhos) e Jeferson. Técnico: Edson Ferreira da Silva.
Atlético Mogi: Luís Felipe; Luciano, Egino, Guilherme (Tiago) e Carlinhos; Mazinho, Stanley (Éverton), Fiori e Natanael; Alleson (Thiaguinho) e Vinícius. Técnico: Walker de Souza.
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