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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Colômbia sofre e vence o Catar com gol no final do jogo

Texto e fotos: Fernando Martinez


Após quatro jogos nos quatro primeiros dias da Copa América, a terça-feira serviu para um merecido descanso antes da programação no torneio de seleções mais antigo do mundo continuar na noite de quarta. E foi um retorno genial, com uma partida totalmente insólita: o confronto da Colômbia contra o Catar, país-sede da Copa do Mundo de 2022, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo.

Quando o COL - o Comitê Organizador Local - decidiu que seriam doze os participantes imaginei que pintaria por aqui alguma das carnes de vaca da CONCACAF que disputam a Copa desde 1993. Como a Copa Ouro foi disputada no mesmo período, eles não aceitaram os convites. A Conmebol então chamou Japão e Catar, por coincidência os dois finalistas da Copa da Ásia disputada quatro meses atrás e que teve vitória dos árabes. O Japão eu tinha visto na Copa das Confederações de 2013, mas o Catar nunca. Era obrigação vê-los em ação e por sorte acabaram jogando em São Paulo.

A presença dos catarianos faz parte de um intercâmbio que eles pretendem fazer até a disputa da Copa do Mundo de 2022, quando farão sua estreia em mundiais. Como eles tem a grande chance de serem eliminados logo cedo, fizeram um esquema e naturalizaram atletas de várias partes do mundo. Do elenco, apenas oito são locais e o restante é "estrangeiro". Tem gente do Sudão, Portugal e até da Somália. Se vai dar certo eu não tenho a menor ideia, o lance é que não deixa de ser bizarro. Como isso efetivamente não me importa, o que vale é que desde quarta-feira estão na minha Lista.


Visão geral de um Morumbi com público razoável para um duelo bem insólito pela Copa América



Colômbia e Catar posando para as fotos oficiais. Obtidas pelo que vos escreve na base da carona


Seleções perfiladas antes do apito inicial

O público foi um pouco menor do que o Japão x Chile dois dias antes: cerca de 22 mil pagantes. A maioria, claro, era a torcida colombiana. Quem acompanhou a Copa do Mundo de 2014 sabe que a rapaziada da terra da Shakira tomou conta do Brasil e se fizeram presentes em simplesmente todos os cantos. Na Copa América, apesar do óbvio apelo menor, não podia ser diferente. Aliás, eu vi a Colômbia em tudo que é campeonato: Eliminatórias, Panamericano, Olimpíada e no próprio Mundial. Tirando o Brasil, é a seleção que mais vi na América do Sul.

Por ter a gloriosa presença dos atuais campeões da Copa da Ásia, o quórum de amigos e conhecidos foi maior do que o da segunda. Ninguém queria perder um selecionado que dificilmente atuará aqui de novo na história. Foi um dos confrontos mais alternativos do Morumbi em todos os tempos e, assim como no começo da semana, a noite estava absolutamente agradável. Confesso que já estou sentindo saudade da Copa América...

Na rodada inicial do Grupo B, a Colômbia fez uma bela apresentação e derrotou a Argentina por 2x0 enquanto o Catar empatou com o Paraguai por 2x2. Confesso que esperava uma nova atuação de destaque dos sul-americanos e apostava numa vitória fácil. Ledo engano. O que se viu foram 90 minutos muito ruins e um sufoco enorme para os cafeteiros derrotarem o seu adversário pela contagem mínima.

Nos primeiros 15 minutos, James Rodriguez perdeu boa chance e seu time teve um gol anulado. Parecia um início promissor... só que não. Apesar da superioridade, a Colômbia não foi capaz de criar uma oportunidade real de abrir o marcador. Al-Sheeb, arqueiro asiático, não teve tanto trabalho e quando o árbitro encerrou o tempo inicial, o gigantesco placar eletrônico do Morumbi apontava um murcho 0x0.


A Colômbia começou o jogo tentando seguir com o ritmo apresentado contra a Argentina


Yerry Mina, 13 colombiano, afastando a bola do seu campo


Pelota levantada dentro da área do Catar num dos últimos lances do primeiro tempo

No início da etapa final o confuso árbitro venezuelano Alexis Herrera marcou pênalti a favor dos tricolores em bola na mão dentro da área. Na consulta ao VAR, o penal foi cancelado. Os comandados de Carlos Queiroz finalmente passaram a mostrar serviço e Al-Sheeb não teve sossego. Mina teve bom momento aos dez, Roger Martínez, algum primo perdido, finalizou bem aos 16 e aos 19, ambos com ótima defesa do camisa 1 e Zapata foi travado na hora exata do chute aos 35.

Boa parte do Morumbi, naquele esquema de sempre apoiarem o mais fraco, vibrava a cada lance desperdiçado pela equipe sul-americana e a cada defesa do arqueiro catariano. A peleja se encaminhava ao seu final e estava no ar um certo clima de 0x0. É, só que a Colômbia não desistiu e finalmente conseguiu seu gol aos 41 minutos. Falcao recebeu na esquerda e tocou até James Rodríguez. O meia cruzou na cabeça de Dupán Zapata e o camisa 7 conferiu. O mesmo Zapa quase ampliou nos acréscimos em ataque cara-a-cara com Al-Sheeb.


No tempo final a pressão da Colômbia continuou, mas estava difícil furar o bloqueio asiático


A lua no céu acompanhando quietinha o que acontecia no Morumbi


O Catar tentou o empate nos minutos finais mas o 1x1 seria um placar bem injusto

Quando o juiz venezuelano apitou pela última vez, a maior parte dos presentes na casa são-paulina não gostou do resultado: Colômbia 1-0 Catar. Com o empate entre Paraguai e Argentina no outro encontro do Grupo B, os cafeteiros já estão nas quartas de final e garantiram o primeiro lugar da chave pois ninguém irá alcançá-los. No domingo teremos Messi atuando contra os asiáticos e os líderes contra os paraguaios.

Essa foi a última partida do Morumbi na Copa América. A partir do sábado os jogos marcados em São Paulo serão realizados na Arena Corinthians. Eu tenho ingresso para a sessão vespertina na casa alvinegra e, contando com uma sorte enorme, tive meu dia a dia alterado e poderei bater o cartão em novo duelo da seleção brasileira.

Até lá!

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Ficha Técnica: Colômbia 1x0 Catar

Competição: Copa América; Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo); Árbitro: Alexis Herrera (Ven); Público: 24.762 presentes (22.079 pagantes/2.683 não pagantes); Renda: R$ 5.385.300,00; Cartões amarelos: Mateus Uribe (Col), Assim Madibo, Abdelkarim Hassan, Pedro Ró Ró, Akram Afif (Cat); Gols: Duván Zapata 41 do 2º.
Colômbia: David Ospina; Stefan Medina (Santiago Arias), Yerry Mina, Davinson Sánchez e William Tesillo; Juan Cuadrado (Radamel Falcao), Wilmar Barrios e Matheus Uribe; Roger Martínez (Luis Díaz), Duván Zapata e James Rodríguez. Técnico: Carlos Queiroz.
Catar: Saad Al-Sheeb; Bassam Al-Rawi, Boualem Khoukhi e Tarek Salman; Pedro Ró Ró, Hassan Al Haydos (Ahmad Moein), Assim Madibo, Abdelaziz Hatem (Karim Boudiaf) e Abdelkarim Hassan; Akram Afif e Almoez Ali. Técnico: Felix Sanchez.
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