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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Carnaval Futebolístico do JP (5/5): Virada do Nhô Quim contra o Red Bull no Barão

Texto e fotos: Fernando Martinez


O Carnaval Futebolístico do JP foi encerrado com chave de ouro. Fechando a série genial de coberturas, a última parada foi em Piracicaba, terra do belo Estádio Barão da Serra Negra. Na pauta, o confronto entre XV de Novembro e Red Bull pela 8ª rodada da fase inicial do Campeonato Paulista da Série A2. Foi o meu retorno ao local depois de três anos de ausência. Também foi a primeira vez que vi um compromisso válido pelo estadual na cancha do Nhô Quim.


Escudo do glorioso XV de Piracicaba na porta do Barão

Terminado do Noroeste x Bauru do sábado fomos direto até nosso destino final pois decidimos dormir perto do último capítulo da viagem. Acabamos passando um perrengue inesperado pois o hotel que reservamos fez overbooking - eles reservaram quartos para Deus e o mundo sem terem capacidade de hospedarem todo mundo - e fomos obrigados a procurar outro de última hora. Achamos um perto do centro cujas fotos na internet eram bonitas e formosas. É, mas quando entrei no meu aposento as paredes estavam cheias de infiltrações e o corpo de uma barata jazia perto da cama. Ossos do ofício.

Apesar disso dormi bem e acordei por volta do meio-dia pronto para passear pela região. Fomos até Laranjal Paulista, Rio das Pedras, Cerquilho e Tietê. Demos sorte em três das quatro cidades e encontramos os portões abertos. O material ficou tão bom que pretendo publicar tudo por aqui dentro da série Estádios pelo Brasil. Foram momentos legais em locais nunca antes visitados pelo que vos escreve. O bom é que deu tempo de fazer tudo antes de seguir até o Barão.


O antigo portal que servia como entrada para o Estádio Riberto Gomes Pedrosa, casa histórica do XV que foi demolida e virou um mercado. Pelo menos deixaram isso para lembrar do local


Esporte Clube XV de Novembro - Piracicaba/SP


Red Bull Futebol E Entretenimento Ltda - Campinas/SP


O árbitro Márcio Roberto Soares, os assistentes Paulo Cesar Modesto e Fernando Afonso de Melo, o quarto árbitro Rodrigo Gomes Domingues e os capitães dos times

Mesmo num domingão de Carnaval o público compareceu em bom número: 2.151 pagantes. Cortesia da boa campanha no XV, quinto lugar da A2 com 11 pontos e vindo de três vitórias seguidas, duas fora de casa. O adversário, o ex-poderoso Red Bull Brasil, estava em antepenúltimo, um ponto acima da zona de rebaixamento e não parecia que daria trabalho ao escrete piracicabano.

O que poucos esperavam era que o onze campineiro daria muito trabalho aos locais durante boa parte da peleja. Tudo bem, a primeira chance foi do XV, aos 13 minutos num chute de Filipe Cirne que Jordan mandou pela linha de fundo, porém quem inaugurou o placar foi o Red Bull com Cristiano finalizando da entrada da área aos 26 minutos.

O alvinegro não sentiu o golpe e foi em busca do empate ainda na etapa inicial. Aos 32, Diego Jussani completou escanteio da direita da direita e a cabeçada passou perto da trave. Já os 38 não teve como o Red Bull segurar a onda e o XV deixou tudo igual. Daniel Costa avançou e cruzou com precisão na cabeça de Caio Mancha. O camisa 9 testou firme e deixou a partida em 1x1. Antes do intervalo quase sai o segundo do Toro Loko novamente com Pablo Thomaz.


Jogada quinzista pela direita no começo da peleja


Zagueiro do Red Bull dominando a pelota no campo de defesa


Bola levantada na área visitante após escanteio


Kadu Barone, camisa 7, em investida dentro da área do Red Bull


Outro ataque do Nho Quim no tempo inicial, agora pela esquerda

Troquei de lado junto com o ataque piracicabano e vi o XV ser melhor até os 20 minutos. Quase na saída de bola, Filipe Cirne acertou o travessão e no rebote Jordan fez ótima defesa em tiro de Caio Mancha. Aos quatro, Kadu Barone tomou o segundo amarelo e foi expulso, deixando os locais com um a menos. Jogando acuado, o Red Bull teve um lance bom aos 14 em finalização que passou rente à trave em chute de Pablo Thomaz.

A maior pressão local deu resultado aos 18 minutos e a virada aconteceu. Após série de escanteios, Gilberto Alemão subiu entre os zagueiros e cabeceou firme, colocando sua equipe em vantagem. Os campineiros acordaram e a partir dali ocuparam todo o setor defensivo adversário. Pablo Thomaz, sempre ele, foi o responsável pelas melhores chances.

A torcida sofreu com a pressão visitante. O 2x1 dava pouca tranquilidade e por várias vezes o triunfo mandante ficou ameaçado com as sucessivas investidas do Red Bull. Só que, por sorte, os avantes não conseguiram mostrar qualidade no último toque. Nessa toada, o XV esperava acertar um único contra-ataque para poder respirar aliviado. Ele aconteceu aos 48 minutos.

O arqueiro Mota deu um chutão sem destino e a bola encontrou Erison, camisa 18. Ele se desvencilhou dos marcadores, entrou na área e encheu o pé, marcando o terceiro tento do Nhô Quim e fazendo os mais de 2 mil torcedores explodirem num mistura de alívio e muita festa. Era o gol que faltava para o domingo de Carnaval na cidade ficar ainda mais perfeito.


Disputa de bola dentro da área campineira no tempo final


O XV passou metade do segundo tempo buscando a virada... e conseguiu


Cobrança de falta a favor do Red Bull na busca pelo empate



Erison chutando cruzado e depois comemorando seu gol, o terceiro do XV contra o Red Bull

O resultado de XV de Piracicaba 3-1 Red Bull fez o alvinegro subir uma posição na tábua de classificação. Agora estão em o quarto com 14 pontos ganhos. Os líderes são o Monte Azul - que venceu o Atibaia por 6x0 na sexta-feira com cobertura do JP - e a Portuguesa Santista, ambos com 14 pontos. O Toro Loko permanece fora da zona de rebaixamento, mas é claro que a situação é crítica. Normal para um time que foi "abandonado" pela própria diretoria.


A bonita visão da parte coberta do Barão de Serra Negra


O genial hall de entrada com imagens históricas do Nhô Quim

Com esse post encerro a série Carnaval Futebolístico do JP. Foram cerca de 1.200 quilômetros com cinco jogos em cinco estádios diferentes, dois deles inéditos e dois que não visitava há muito tempo. Também passei por várias cidades que nunca tinha pisado antes numa turnê absolutamente sensacional pelo interior. Foi um enorme prazer trazer tudo às páginas do JP como nos velhos tempos e a ideia é que role outra bem logo, mais precisamente quando começar a Segundona. Vamos ver se dá certo.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: XV Piracicaba 3-1 Red Bull

Local: Estádio Barão de Serra Negra (Piracicaba); Árbitro: Márcio Roberto Soares; Público: 2.152 pagantes; Renda: R$ 44.555,00; Cartões amarelos: Kadu Barone, Gilberto Alemão, Paulão, Jefferson Feijão, Marcelinho, Walfrido, Filipe Cirne, Mota, Rayne, Patrick; Cartão vermelho: Kadu Barone 4 do 2º; Gols: Cristiano 26 e Caio Mancha 38 do 1º, Alemão 18 e Erison 48 do 2º.
XV Piracicaba: Mota; Jefferson Feijão, Diego Jussani, Alemão e Robertinho; Paulão, Kadu Barone, Walfrido e Daniel Costa (Marcelinho); Caio Mancha (Erison) e Filipe Cirne (Muriel). Técnico: Tarcício Pugliese.
Red Bull: Jordan; Nhayson (Bruno), Jhonatan, Rayne (Luiz) e Guilherme; Marcos, Cristiano, Cristiano e Patrick; Pablo e Teles (Chrigor). Técnico: Vinícius Munhoz.
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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Carnaval Futebolístico do JP (4/5): Triunfo do Noroeste no duelo ferroviário contra o Nacional

Texto e fotos: Fernando Martinez


O quarto capítulo do Carnaval Futebolístico do JP teve um sabor extra. Foi a minha gloriosa volta à Bauru depois de um longo inverno. Também foi meu retorno ao belíssimo Estádio Alfredo de Castilho após 19 anos. Na pauta, o genial duelo ferroviário entre Noroeste e Nacional valendo pela 7ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A3. Muito legal poder ver esse confronto exatamente cinquenta anos após o mais importante momento entre os dois, a final da Segunda Divisão em 1970, vencida pelo clube interiorano no jogo desempate disputado no saudoso Palestra Itália.

Tirando o breve período que vivi no litoral do estado entre 2017 e 2018, a única vez que morei fora da capital bandeirante foi no fim dos anos 90, exatamente quando fiz faculdade em Bauru. Foi um período bastante peculiar e desde que saí da universidade tinha visitado com calma a Cidade sem Limites pela última vez em 2003. Falando de futebol, minha derradeira partida ali tinha sido um Noroeste x Inter de Bebedouro em 7 de fevereiro de 2001, também pela A3.

Na história do Jogos Perdidos tínhamos marcado presença no Alfredo de Castilho quatro vezes, todas com o ex-viajante do interior e atualmente desaparecido Orlando. A primeira em 2005 num 0x0 do Norusca contra o Juventus. As duas seguintes foram na época que o escrete bauruense disputava a Série C: em 2006 contra o falecido ADAP (0x0) e em 2008 contra o Ituiutaba, atual Boa Esporte (1x1). A última foi em 2010, pela A3, num triunfo local contra o São Bernardo FC pela contagem mínima.


Fachada genial do majestoso Alfredo de Castilho


Placa dos tempos da reinauguração do estádio em 1960. De 1960 a 1964 ele se chamou Ubaldo de Medeiros, mas com o golpe militar voltou a ser chamado pelo nome original


O bonito escudo do Noroeste que fica em frente à parte coberta do Alfredo de Castilho


Visão da parte coberta do Alfredão, um dos campos mais geniais do interior paulista

Voltando ao presente, passei a noite de sexta para sábado de alerta acompanhando os desfiles de escola de samba paulistanas, algo que não fazia há anos. Um olho no gato, outro no rato, pois não podia ficar vacilando no plantão nosso de cada dia. Dormi pouco, mas dormi bem. Por volta do meio-dia já me encontrava no saguão do confortável hotel com a dupla Mário e Caio, fieis companheiros na caravana. Dali fomos fazer uma boquinha antes de seguir até a cancha.

O almoço demorou um pouco mais do que o previsto e chegamos no estádio em cima da pinta. Fui obrigado a dar uma volta gigantesca por todo o terreno até encontrar o portão certo... correndo, claro. Como desgraça pouca é bobagem, passei sufoco tentando acessar o gramado pois não tinha nenhuma entrada propriamente dita. Acabei conseguindo no laço através do vestiário alvirrubro e contando com o auxílio luxuoso de um prestativo integrante da comissão técnica.

Memória afetiva de boa parte da minha infância por conta de tantas transmissões na TV, pisar no gramado do Alfredão foi um momento muito especial. Sempre gostei do Norusca, o terceiro time que vi in loco nos gramados no longínquo ano de 1989, e ter morado lá me fez gostar mais da gloriosa agremiação. Na época da faculdade o futebol não era uma prioridade, ainda assim quando tinha chance dava uma escapada para ver o vermelho e branco de perto.


Esporte Clube Noroeste - Bauru/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


O árbitro Willer Fulgêncio Santos, os assistentes Diego Morelli de Oliveira e Wellington Bragantim Caetano, o quarto árbitro Gustavo Holanda Souza e os capitães dos times posando de forma exclusiva para o Jogos Perdidos

Falando do bom e velho Nacional, a centenária agremiação começou o campeonato bem, porém chegou nesse confronto numa situação incômoda, precisando voltar a vencer para quebrar a sequência de quatro jogos sem nenhum triunfo. Antes da rodada, eles ocupavam a 10º posição com sete pontos e se fossem derrotados fatalmente chegariam perto da zona de rebaixamento. Só que o adversário era "apenas" o líder do certame. A missão do antigo SPR era bastante complicada.

Por toda a expectativa gerada, o primeiro tempo me surpreendeu. O Noroeste não foi nem sombra da equipe que venceu cinco dos seus seis compromissos e os comandados de Tuca Guimarães foram relativamente bem. Não que o Naça tenha criado várias chances, mas que levou certo perigo, isso levou. Gustavo Índio foi o primeiro a assustar em chute da direita que Pablo defendeu bem. O mesmo Pablo se adiantou a um atacante visitante na sequência afastando a pelota.



James Dean, mais conhecido pela sua atuação em Juventude Transviada, em dois lances pela direita do ataque nacionalista


Bola cruzada na área do Noroeste e defesa tranquila de Pablo


Pablo saindo de forma corajosa nos pés de avante do Nacional


O Nacional foi bem durante todo o primeiro tempo e chegou algumas vezes dentro da área local

Nem a liderança deixou a enorme torcida presente - 2.767 pagantes - sossegada e teve muita reclamação quando a etapa inicial chegou ao final. Pensando com os meus botões, imaginei que seria difícil o líder repetir a atuação ruim. Bingo. Os últimos 45 minutos foram de domínio amplo e avassalador dos donos da casa. O Nacional esqueceu o futebol e o ânimo no vestiário e teve uma atuação absurdamente ruim, escapando de levar uma goleada.

Logo aos oito minutos Blade fez boa jogada pela direita e cruzou na área. Sem a presença de nenhum zagueiro, Fabrício cabeceou livre de marcação e inaugurou o marcador. Pouco depois ele driblou dois defensores e, sozinho, chutou por cima. Sem tempo da zaga respirar, Pedro Felipe quase ampliou num lance em que se antecipou a Luis Henrique e chutou na trave por cobertura.

O segundo tento demorou a sair, mas quando veio... que golaço. Decorridos 35 minutos, Blade tocou para Jean Pierre, que devolveu para Rogério Maranhão. O camisa 14 virou em cima do defensor, viu o arqueiro fora do lugar e arriscou de longe. A bola fez uma curva sensacional e morreu dentro das redes. O clube visitante tentou diminuir num tímido abafa, só que por pouco não sofreu o terceiro em finalização de Fabrício que tirou tinta da trave.


Fabrício comemorando com a torcida o primeiro gol do Norusca


Diego Chiclete, camisa 4 do escrete paulistano, se antecipando ao atacante e fazendo o corte



Fabricio, o artilheiro do alvirrubro, em duas chances claras de gol durante o segundo tempo


A defesa do Nacional foi bastante acionada durante o tempo final. Na foto, cortando outro cruzamento

No fim, o placar de Noroeste 2-0 Nacional foi pouco pelo que os donos da casa produziram na etapa final. O líder agora soma 18 pontos em sete rodadas, quatro acima do Linense. Já o Naça se complicou de vez e agora está na 14ª posição, uma acima do Z2. Só estão à frente do Marília por conta do melhor saldo. A luz vermelha já pisca loucamente na Comendador Souza e um eventual rebaixamento seria catastrófico e com consequências imprevisíveis.

Assim como em todas as outras pelejas do Carnaval Futebolístico do JP, fui praticamente o último a sair do estádio. Fiz um monte de fotos do local antes de encontrar os amigos e novamente colocar o pé na estrada. A última parada da folia alternativa foi no domingo com a Série A2 na pauta e novas visitas geniais em campos inéditos.

Até lá!

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Ficha Técnica: Noroeste 2-0 Nacional

Local: Estádio Alfredo de Castilho (Bauru); Árbitro: Willer Fulgêncio Santos; Público: 2.757 pagantes; Renda: R$ 51.635,00; Cartões amarelos: Edson Júnior, Jonatas Paulista, Emerson Mi, Matheus Teta, Ricardinho, André Rocha; Gols: Fabrício 8 e Rogério Maranhão 35 do 2º.
Noroeste: Pablo; Edson Júnior (Rogério Maranhão), Jean Pierre, Guilherme Teixeira e Renan (Vitor Gaya); Blade, Jonatas Paulista, Igor Pimenta (John Egito) e Yamada; Fabrício e Pedro Felipe. Técnico: Luís Carlos Martins.
Nacional: Luís Henrique; Alanderson, Gabriel, Guilherme Noé e Thiago Pereira; André Rocha, Ricardinho (Palito), Matheus Teta e Emerson Mi (Léo Ribeiro); Gustavo Índio e James Dean (Vinícius). Técnico: Tuca Guimarães.
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Carnaval Futebolístico do JP (3/5): Tudo igual entre Tigre e Leão

Texto e fotos: Fernando Martinez


Quando o segundo capítulo do Carnaval Futebolístico do JP chegou ao fim (o massacre do Monte Azul em cima do Atibaia) não demorou para pegarmos novamente a estrada pois o cronograma reservava uma sessão noturna num local espetacular. Foram cerca de 100 quilômetros percorridos no gás até chegarmos no sensacional Estádio Jorge Ismael de Biasi. Na pauta livre do JP, o duelo entre Grêmio Novorizontino, o único invicto no torneio, e Mirassol pela 7ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista.


Percorremos perto de 100 quilômetros numa estrada assim para chegarmos em Novo Horizonte. Pouca tensão no ar, imagina...

Tenho vários estádios na minha lista de desejos e o Jorjão era um deles. Inaugurado em 1987, um ano depois que o falecido Grêmio Esportivo Novorizontino estreou na principal divisão do estado, ele foi palco de vários jogos históricos - como a primeira peleja da decisão do estadual de 1990 contra o Bragantino - até a falência do Tigre original em 1999. Sem atividades por vários anos, ressurgiu no cenário futebolístico do estado em 2012 com o nascimento do Tigre atual. Em tempos que o futebol na TV era restrito aos sábados, foram várias tardes vendo o GEN pela telinha.


Placa comemorativa da inauguração da bela cancha em tempos que o falecido Novorizontino estava na primeira divisão


O saudoso Jorge Ismael de Biasi num banner colocado na entrada do estádio que leva o seu nome. Estranho apenas o photoshop que fizeram para colocar uma camisa do novo Tigre nele. Podiam ter deixado a imagem original que não teria nenhum erro

Vi pela primeira vez o novo clube amarelo e preto em 2012 quando venceram a Matonense por 4x0 no Hudson Buck Ferreira. Até 2015 estive em outros compromissos da agremiação, porém desde 2016, ano em que debutou na A1, não tinha visto mais nenhuma apresentação deles. A ideia era quebrar a marca em Novo Horizonte e, com um pouco de planejamento, tudo deu certo. Detalhe: essa foi apenas a segunda vez na história que estive numa peleja do Paulistão fora da Grande São Paulo. A primeira vez tinha sido em um Paulista x Mirassol em 2008.

Enquanto a dupla Mário e Caio foi para a arquibancada eu me dirigi ao gramado e fiquei uns dez minutos apenas absorvendo a energia da cancha, Em campo, o encontro do quarto contra o sexto colocado na classificação geral. Só que por conta da bisonha e absurda fórmula do campeonato, apenas o onze visitante estava na zona de classificação apesar de ter menos pontos. Sério, não tem como defender esse formato de nenhuma forma.


Grêmio Novorizontino - Novo Horizonte/SP


Mirassol Futebol Clube - Mirassol/SP


Posando para as lentes do JP, os capitães dos times, o árbitro Grêmio Novorizontino, os assistentes Fabricio Porfirio de Moura e Vladimir Nunes da Silva e o quarto árbitro João Vitor Gobi

Os 2.294 torcedores que pagaram ingresso tiveram a maior alegria da noite antes da primeira volta do ponteiro. O goleiro deu um chutão e a pelota sobrou na direita com Cléo Silva, que cruzou na cabeça de Jenison. O atleta local se antecipou ao zagueiro e colocou no canto esquerdo. A meu ver, o goleiro Kewin falhou de leve. Pena que esse tenha sido o único momento realmente bom de verdade do Grêmio.

O Mirassol não se abalou e foi melhor do que o adversário nos primeiros 45 minutos. Não que tenham criado ótimos lances, longe disso, mas eles ficaram o tempo todo com a bola nos pés, irritando a torcida e impedindo que o Tigre criasse algo. A insistência deu resultado aos 35 quando quando Romário foi derrubado por Cléo Silva dentro da área. Camilo, ex-Botafogo/RJ, bateu rasteiro e empatou.


Confusão dentro da área do Tigre no começo da peleja


Thiago Ribeiro começando ataque do Grêmio pela esquerda


Camilo deixou tudo igual de pênalti ainda no primeiro tempo


Reniê, camisa 5 do Mirassol, cabeceando a pelota em lance no meio-campo


Cruzamento dentro da área do Mirassol

Foi com o 1x1 que o intervalo chegou. Vencido pelo enorme número de insetos que pousaram em mim no ataque preto e amarelo, desisti de permanecer no gramado e fui encontrar os amigos na arquibancada. Não que os insetos não estivessem ali também, mas longe dos refletores a coisa estava menos pior. Postado atrás do gol, pude notar que os torcedores não estava muito feliz com a atuação local.

Certeza que o técnico Roberto Fonseca quebrou o pau com os atletas no vestiário, pois eles voltaram ao gramado bem mais dispostos. Junta isso com o Mirassol preocupado apenas em se defender e então vimos o Novorizontino ocupar o setor defensivo visitante na maior parte do segundo tempo. Pena que chance de verdade foram poucas, a melhor delas aos 30 quando Jenison chutou rasteiro tirando tinta da trave.

Particularmente, o ponto alto foi próximo da torcida e conhecer um pouco melhor as instalações da cancha. Pela TV eu tinha a impressão de um estádio bem maior, só que mesmo sendo menor do que imaginava ele sem dúvida é um mais legais do interior. Além disso, ele está ajeitado como poucos e a visão é ótima de qualquer ponto. Também tentei encontrar o grande JR (ex-Jandir), que mora em Novo Horizonte há alguns anos, mas infelizmente não o encontrei.


Falta a favor do escrete visitante já no segundo tempo


Camilo tomando um capote monstro dentro da pequena área do Novorizontino depois de chegar atrasado em cruzamento


Os donos da casa buscaram o segundo durante boa parte do tempo final, mas o número de passes errados irritou os torcedores


Chegada do Mirassol pela esquerda no finalzinho do jogo


Uma visão geral do Jorge Ismael de Biasi com suas cabines de imprensa

Voltando ao jogo, ele terminou com o placar de Grêmio Novorizontino 1-1 Mirassol. O Tigre, apesar da sua invencibilidade ter sido ampliada, está em terceiro no Grupo B cinco pontos atrás do Palmeiras e sete atrás do Santo André. Empatando tanto vai ficar difícil se classificar. Já o Mirassol está em segundo no Grupo C, atrás apenas do São Paulo.

Demorei uma eternidade ali batendo aquele papo com os amigos pensando, assim como fiz na parte da tarde em Monte Azul Paulista, que vai ser difícil voltar lá tão cedo. Quando deixamos a bela Novo Horizonte, novamente pegamos a estrada com destino a Bauru, na minha primeira noite na cidade desde 2001. O Carnaval Futebolístico do JP continuou na tarde de sábado com um confronto ferroviário genial demais.

Até lá!

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Ficha Técnica: Novorizontino 1-1 Mirassol

Local: Estádio Jorge Ismael de Biasi (Novo Horizonte); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público: 2.294 pagantes; Renda: R$ 26.445,00; Cartões amarelos: Paulinho, Everton Sena, Celsinho, Daniel Borges; Gols: Jenison 1 e Camilo (pen) 38 do 1º.
Novorizontino: Oliveira; Celsinho, Everton Sena, Bruno Aguiar e Paulinho; Adílson Goiano, Cléo Silva (Felipe Marques), João Pedro e Danielzinho; Jenison (Guilherme Queiroz) e Thiago Ribeiro (Capixaba). Técnico: Roberto Fonseca.
Mirassol: Kewin; Daniel Borges, Luiz Otávio, Reniê e Romário; Oyama, Maranhão (Juninho), Neto Moura (Paulo Roberto) e Camilo (Matheus Rocha); Rafael Silva e Chico. Técnico: Ricardo Catalá.
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