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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Carnaval Futebolístico do JP (3/5): Tudo igual entre Tigre e Leão

Texto e fotos: Fernando Martinez


Quando o segundo capítulo do Carnaval Futebolístico do JP chegou ao fim (o massacre do Monte Azul em cima do Atibaia) não demorou para pegarmos novamente a estrada pois o cronograma reservava uma sessão noturna num local espetacular. Foram cerca de 100 quilômetros percorridos no gás até chegarmos no sensacional Estádio Jorge Ismael de Biasi. Na pauta livre do JP, o duelo entre Grêmio Novorizontino, o único invicto no torneio, e Mirassol pela 7ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista.


Percorremos perto de 100 quilômetros numa estrada assim para chegarmos em Novo Horizonte. Pouca tensão no ar, imagina...

Tenho vários estádios na minha lista de desejos e o Jorjão era um deles. Inaugurado em 1987, um ano depois que o falecido Grêmio Esportivo Novorizontino estreou na principal divisão do estado, ele foi palco de vários jogos históricos - como a primeira peleja da decisão do estadual de 1990 contra o Bragantino - até a falência do Tigre original em 1999. Sem atividades por vários anos, ressurgiu no cenário futebolístico do estado em 2012 com o nascimento do Tigre atual. Em tempos que o futebol na TV era restrito aos sábados, foram várias tardes vendo o GEN pela telinha.


Placa comemorativa da inauguração da bela cancha em tempos que o falecido Novorizontino estava na primeira divisão


O saudoso Jorge Ismael de Biasi num banner colocado na entrada do estádio que leva o seu nome. Estranho apenas o photoshop que fizeram para colocar uma camisa do novo Tigre nele. Podiam ter deixado a imagem original que não teria nenhum erro

Vi pela primeira vez o novo clube amarelo e preto em 2012 quando venceram a Matonense por 4x0 no Hudson Buck Ferreira. Até 2015 estive em outros compromissos da agremiação, porém desde 2016, ano em que debutou na A1, não tinha visto mais nenhuma apresentação deles. A ideia era quebrar a marca em Novo Horizonte e, com um pouco de planejamento, tudo deu certo. Detalhe: essa foi apenas a segunda vez na história que estive numa peleja do Paulistão fora da Grande São Paulo. A primeira vez tinha sido em um Paulista x Mirassol em 2008.

Enquanto a dupla Mário e Caio foi para a arquibancada eu me dirigi ao gramado e fiquei uns dez minutos apenas absorvendo a energia da cancha, Em campo, o encontro do quarto contra o sexto colocado na classificação geral. Só que por conta da bisonha e absurda fórmula do campeonato, apenas o onze visitante estava na zona de classificação apesar de ter menos pontos. Sério, não tem como defender esse formato de nenhuma forma.


Grêmio Novorizontino - Novo Horizonte/SP


Mirassol Futebol Clube - Mirassol/SP


Posando para as lentes do JP, os capitães dos times, o árbitro Grêmio Novorizontino, os assistentes Fabricio Porfirio de Moura e Vladimir Nunes da Silva e o quarto árbitro João Vitor Gobi

Os 2.294 torcedores que pagaram ingresso tiveram a maior alegria da noite antes da primeira volta do ponteiro. O goleiro deu um chutão e a pelota sobrou na direita com Cléo Silva, que cruzou na cabeça de Jenison. O atleta local se antecipou ao zagueiro e colocou no canto esquerdo. A meu ver, o goleiro Kewin falhou de leve. Pena que esse tenha sido o único momento realmente bom de verdade do Grêmio.

O Mirassol não se abalou e foi melhor do que o adversário nos primeiros 45 minutos. Não que tenham criado ótimos lances, longe disso, mas eles ficaram o tempo todo com a bola nos pés, irritando a torcida e impedindo que o Tigre criasse algo. A insistência deu resultado aos 35 quando quando Romário foi derrubado por Cléo Silva dentro da área. Camilo, ex-Botafogo/RJ, bateu rasteiro e empatou.


Confusão dentro da área do Tigre no começo da peleja


Thiago Ribeiro começando ataque do Grêmio pela esquerda


Camilo deixou tudo igual de pênalti ainda no primeiro tempo


Reniê, camisa 5 do Mirassol, cabeceando a pelota em lance no meio-campo


Cruzamento dentro da área do Mirassol

Foi com o 1x1 que o intervalo chegou. Vencido pelo enorme número de insetos que pousaram em mim no ataque preto e amarelo, desisti de permanecer no gramado e fui encontrar os amigos na arquibancada. Não que os insetos não estivessem ali também, mas longe dos refletores a coisa estava menos pior. Postado atrás do gol, pude notar que os torcedores não estava muito feliz com a atuação local.

Certeza que o técnico Roberto Fonseca quebrou o pau com os atletas no vestiário, pois eles voltaram ao gramado bem mais dispostos. Junta isso com o Mirassol preocupado apenas em se defender e então vimos o Novorizontino ocupar o setor defensivo visitante na maior parte do segundo tempo. Pena que chance de verdade foram poucas, a melhor delas aos 30 quando Jenison chutou rasteiro tirando tinta da trave.

Particularmente, o ponto alto foi próximo da torcida e conhecer um pouco melhor as instalações da cancha. Pela TV eu tinha a impressão de um estádio bem maior, só que mesmo sendo menor do que imaginava ele sem dúvida é um mais legais do interior. Além disso, ele está ajeitado como poucos e a visão é ótima de qualquer ponto. Também tentei encontrar o grande JR (ex-Jandir), que mora em Novo Horizonte há alguns anos, mas infelizmente não o encontrei.


Falta a favor do escrete visitante já no segundo tempo


Camilo tomando um capote monstro dentro da pequena área do Novorizontino depois de chegar atrasado em cruzamento


Os donos da casa buscaram o segundo durante boa parte do tempo final, mas o número de passes errados irritou os torcedores


Chegada do Mirassol pela esquerda no finalzinho do jogo


Uma visão geral do Jorge Ismael de Biasi com suas cabines de imprensa

Voltando ao jogo, ele terminou com o placar de Grêmio Novorizontino 1-1 Mirassol. O Tigre, apesar da sua invencibilidade ter sido ampliada, está em terceiro no Grupo B cinco pontos atrás do Palmeiras e sete atrás do Santo André. Empatando tanto vai ficar difícil se classificar. Já o Mirassol está em segundo no Grupo C, atrás apenas do São Paulo.

Demorei uma eternidade ali batendo aquele papo com os amigos pensando, assim como fiz na parte da tarde em Monte Azul Paulista, que vai ser difícil voltar lá tão cedo. Quando deixamos a bela Novo Horizonte, novamente pegamos a estrada com destino a Bauru, na minha primeira noite na cidade desde 2001. O Carnaval Futebolístico do JP continuou na tarde de sábado com um confronto ferroviário genial demais.

Até lá!

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Ficha Técnica: Novorizontino 1-1 Mirassol

Local: Estádio Jorge Ismael de Biasi (Novo Horizonte); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público: 2.294 pagantes; Renda: R$ 26.445,00; Cartões amarelos: Paulinho, Everton Sena, Celsinho, Daniel Borges; Gols: Jenison 1 e Camilo (pen) 38 do 1º.
Novorizontino: Oliveira; Celsinho, Everton Sena, Bruno Aguiar e Paulinho; Adílson Goiano, Cléo Silva (Felipe Marques), João Pedro e Danielzinho; Jenison (Guilherme Queiroz) e Thiago Ribeiro (Capixaba). Técnico: Roberto Fonseca.
Mirassol: Kewin; Daniel Borges, Luiz Otávio, Reniê e Romário; Oyama, Maranhão (Juninho), Neto Moura (Paulo Roberto) e Camilo (Matheus Rocha); Rafael Silva e Chico. Técnico: Ricardo Catalá.
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