Texto e fotos: Fernando Martinez
Na última quarta-feira fiz a minha estreia no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte em jogos profissionais em 2020. Até pensei em assistir o XV de Piracicaba em casa pela Copa do Brasil contra o Londrina, só que o duelo lusitano entre Portuguesa e Portuguesa Santista, abrindo a quinta rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A2, merecia uma atenção especial. (O fator financeiro também influenciou, mas isso ninguém precisa saber)
Esta é a temporada do centenário da gloriosa Associação Portuguesa de Desportos e, mesmo sem muitos motivos para comemoração, a marca é histórica. A Lusa é um monumento do futebol paulista e brasileiro e precisa o quanto antes voltar aos dias de glória. O processo trágico que vive desde 2013 e que fez um dos maiores berços de atletas do estado chegar no fundo do poço ainda é uma realidade e precisa ser enfrentado. Apesar de tudo, nada apaga a brilhante trajetória da agremiação fundada em agosto de 1920.
Com um novo presidente, a esperança é de que o cenário de terra arrasada pelo lamentável período em que a gestão anterior atuou possa servir como exemplo do que NÃO fazer. Pelo menos o início do trabalho mostrou um cuidado muito maior com tudo que envolve a agremiação. Vamos torcer para que os conselheiros zumbis que não largam o osso deixem o pessoal trabalhar.
Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP
Associação Atlética Portuguesa - Santos/SP
O árbitro Leandro Carvalho da Silva, os assistentes Herman Brumel Vani e Fausto Augusto Viana Moretti, o quarto árbitro Márcio Roberto Soares e os capitães dos times
A estreia rubro-verde foi ótima, 2x0 contra o XV de Piracicaba, porém depois vieram duas derrotas e um empate contra o Votuporanguense, o lanterna do torneio. Mesmo sendo apenas a quinta rodada, um triunfo contra a Briosa era essencial. Cerca de 2 mil pessoas foram ao Canindé empurrar os atletas em busca dos três pontos. O clima estava bem legal, algo que eu não via ali há bastante tempo.
Logo aos cinco minutos aconteceu a principal chance de gol paulistana. Jorge Eduardo completou cruzamento com uma cabeçada na trave. No rebote Bruno Mota, com o gol aberto, mandou pela linha de fundo. Novamente Bruno Mota teve nova oportunidade pela esquerda na sequência e outra vez desperdiçou. Os gritos de apoio foram diminuindo depressa.
A partir daí, o grande problema foi a inoperância ofensiva do escrete local. Não demorou para que parte dos presentes passasse a xingar os atletas com aquela falta de paciência peculiar. Confesso que entendo em parte, pois realmente a atuação foi abaixo da média e do esperado. A Briosa também nada fez e a etapa inicial se arrastou com o placar em branco.
Atacante da Portuguesa protegendo a bola do marcador
Boa chegada local na linha da pequena área
A zaga da Briosa teve trabalho no começo do jogo
Troca de passes no ataque do time do Canindé
Zaga santista cortando bola levantada na área
Sub até as cabines de imprensa do Canindé pois cansei de ficar no gramado. O técnico Moacir Júnior arrumou em partes a sua equipe e os atletas chegaram com relativo perigo perto da área visitante. Não que isso tenha significado ataques claros e cristalinos, mas também não podemos ser tão exigentes, certo? Minha playlist de anos 60 estava mais interessante do que a partida em si.
Jorge Eduardo foi o autor do primeiro ótimo momento em finalização que passou perto da meta. Fabrício Costa cobrou falta aos 25 e João Lucas fez ótima defesa. Na sequência, uma cabeçada de Lucas Siqueira tirou tinta da trave. A equipe santista se segurava bem a nada indicava que pudessem fazer algo além disso. O 0x0 parecia certo.
Parecia, pois na base do "desgraça pouca é bobagem", um ataque despretensioso aos 41 minutos se transformou em gol dos visitantes. Juazeiro ganhou dos zagueiros na base da raça e chutou fraco de longe. O goleiro Dida deu uma escorregada marota e a pelota entrou no canto direito do camisa 1 local. Um castigo e uma enorme ducha de água fria para a maior parte dos presentes no campo lusitano.
No segundo tempo a Portuguesa chegou várias vezes dentro da área da Briosa, mas não conseguiu marcar
O placar final de Portuguesa 0-1 Portuguesa Santista marcou o quarto compromisso seguido do rubro-verde da capital sem vitória e colocou o clube bem perto da zona de rebaixamento. O revés causou a demissão da comissão técnica e o alerta amarelo já está ligado no Canindé. A resposta do elenco precisa ser imediata. Já a Briosa sobe aos 10 pontos e fica mais perto dos líderes.
Foi só sair da cancha que o mundo resolveu cair com tudo. Sorte que consegui uma carona que me levou perto do QG e assim nem me molhei muito. A próxima cobertura do JP deve rolar na sexta-feira em jogo do Paulistão. Sim, é um certame esvaziado e que está longe de viver seus melhores dias, mas ainda tem um charme e um espaço na memória afetiva de muita gente.
Até lá!
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Ficha Técnica: Portuguesa 0-1 Portuguesa Santista
Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Leandro Carvalho da Silva; Público: 2.031 pagantes; Renda: R$ 22.290,00; Cartões amarelos: Vinícius Silva, Fabrício Costa, Caíque, Galego; Gol: Juazeiro 40 do 2º.
Portuguesa: Dida; Léo Pereira, Raniele, Bruno Maia e Vinícius Silva; Lucas Siqueira, Fabrício Costa (Raphael Toledo), Caíque e Roger Gaúcho; Bruno Mota (Wallace Lima) e Jorge Eduardo (Adilson Bahia). Técnico: Moacir Júnior.
Portuguesa Santista: João Lucas; Ferro, Brumati, João Gabriel e Mateus Leal; Tauã, Emerson Guioto, Galego (Wendell) e Barboza (Gabriel Terra); Kalil (Juazeiro) e Santiago. Técnico: Sérgio Guedes.
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