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terça-feira, 16 de março de 2021

Nacional volta a vencer na A3 mantendo tabu contra o Rio Preto

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde de sábado fiz a minha última cobertura futebolística antes de nova paralisação dos torneios da FPF em virtude da pandemia. Fui até o Estádio Nicolau Alayon assistir um duelo bem comum nas divisões de acesso do estadual dos anos 90 até hoje: Nacional x Rio Preto. Foi a quinta vez que assisti esse jogo, o terceiro pelo Campeonato Paulista da Série A3.

Já pesquisei bastante sobre o antigo SPR e nos seus 102 anos de existência ele tem mais derrotas do que vitórias. Além disso, o retrospecto com boa parte dos adversários que enfrentou na história é negativo. Uma das raras agremiações que possui uma performance ruim contra o time da Barra Funda é justamente o Jacaré. Nos 26 confrontos, 11 triunfos paulistanos, seis do alviverde e nove empates.

Agora, a marca mais relevante é o longo tabu a favor do Nacional. Desde que foi derrotado por 3x1 em 28 de junho de 1998, também pela A3, o Naça soma dez partidas sem perder, incluída aí uma série incrível de oito vitórias seguidas. Nenhuma equipe foi derrotada tantas vezes consecutivas pelo clube da Zona Oeste. Na sequência temos os sete triunfos contra o São Bernardo entre 1988 e 2010 e contra o Taubaté de 1966 a 1976.


Nacional e Rio Preto entrando no gramado do Nicolau Alayon

Vindo de uma derrota contra o Desportivo Brasil em tarde que poucas coisas funcionaram bem, o técnico Ricardo Silva fez algumas mudanças precisando voltar a vencer (e ampliar a marca histórica). O Rio Preto estava invicto e buscava pelo menos um ponto. Da minha parte, o destaque ficou por conta que fui convocado a ser o locutor da cancha já que o titular da pasta não estava presente. Ano passado trabalhei na Segundona, agora na A3. Logo serei chamado em campeonatos de divisões maiores. Uma coisa é certa: Nunca as escalações foram cantadas de forma tão especial quanto sábado.

Das cabines da Comendador Souza vi os donos da casa abrirem o placar logo aos dois minutos, algo incomum na história nacionalista. Após bate-rebate, a bola sobrou na esquerda para Brener. Ele cruzou e Nino, zagueiro rio-pretense, se antecipou a Éder Paulista e fez contra. A partir daí os visitantes dominaram totalmente as ações e encurralaram os locais.

Aí brilhou a estrela de Rafael Vianna. Foi a estreia do arqueiro com a camisa alvi-azul depois de muitos anos sendo reserva de André Dias no Juventus. O camisa 1 ganhou a posição de Matheus Poletine e mostrou serviço fazendo várias defesas sensacionais. Aos 21 ele fez defesa em finalização à queima-roupa de Thiaguinho. Aos 29, bela intervenção em tiro de fora da área de Ataliba. Nos acréscimos, o mesmo Ataliba bateu falta e o goleiro fez milagre de mão trocada.







No primeiro tempo o Nacional fez o gol e parou. O Rio Preto atacou muito e criou várias chances para o empate

O domínio do Glorioso continuou nos primeiros minutos da etapa final. Luan teve uma chance de ouro aos seis, mas resolveu dar um drible extra e estragou a jogada. No minuto seguinte, eu presenciei o gol perdido mais bisonho em toda minha vida de estádios. A zaga do Rio Preto recuou a pelota até Lúcio. Ele dividiu com Wal e perdeu o domínio. Paolo, que entrou no intervalo, recebeu o maior presente de sua vida. Ele poderia ter tocado com o gol aberto, só que esperou o arqueiro se recuperar, driblou de novo e, novamente com a meta aberta, mandou por cima. O camisa 17 conseguiu perder um gol três vezes. Esse até eu faria.

Aos 23 Jé arrancou pela direita e de novo Rafael Vianna apareceu bem. Falei com o pessoal que estava próximo nos minutos seguintes que o Rio Preto tinha atacado com tanta fúria que certamente o físico não ia aguentar. Dito e feito. O pessoal arriou e o Nacional conseguiu voltar ao jogo. Aos 28, em investida sensacional de Éverton Dias pela direita, ele avançou e cruzou na cabeça de Éder Paulista. Aos 31, Paolo teve a oportunidade do terceiro e desperdiçou.

O Jacaré conseguiu marcar aos 36 quando teve um pênalti a seu favor quando Wellinton Gigante meteu a mão na bola dentro da área. Jé bateu bem e diminuiu. A reação foi fugaz e o Nacional permaneceu todo no campo de ataque. Wallace saiu cara-a-cara com Lúcio aos 38 e bateu em cima do goleiro. Paolo finalizou pela linha de fundo aos 42. Aos 47 Wallace, um dos destaques locais, foi derrubado na área. Mendes cobrou a penalidade com perfeição e fechou a fatura.


Detalhe do gol mais perdido que vi em estádios. Paolo simplesmente desperdiçou três chances no mesmo lance


O contraste dos uniformes de Nacional e Rio Preto


O cruzamento de Éverton Dias que gerou o segundo gol nacionalista


Detalhe do pênalti infantil cometido por Wellinton Gigante aos 35 minutos


Bola estufando a rede local na cobrança de Jé


Nos acréscimos, o Nacional confirmou sua vitória com um pênalti bem cobrado por Mendes

O Nacional 3-1 Rio Preto foi uma peleja melhor do que 90% do que vemos na Série A1 e do que vimos em boa parte dos da reta final das maiores competições de 2020. Fato. Foram 90 minutos super agradáveis, com lances de perigo, emoção e muitas alternativas. Os ferroviários foram do sétimo ao terceiro lugar e os rio-pretenses caíram do sexto ao nono. Além disso, agora são nove as vitórias seguidas do Naça em cima do alviverde de São José do Rio Preto.

Sem saber quando estarei de novo num campo de futebol, fiz o caminho de volta pensando com os meus botões e refletindo sobre o enorme absurdo que estamos vivendo. Uma pessoa que consiga juntar frases simples e somar dois mais dois sabe que a condução da pandemia por parte de boa parte dos governantes foi criminosa. Uns dão risada e praticam a política da morte, outros só falam e tomam medidas ineficazes. Assim fica difícil a gente se sair bem.

Com a (nova) interrupção do futebol no estado não temos como saber quais são os próximos passos ou as próximas coberturas. O que esperamos é que todos se cuidem, façam a sua parte e não deem ouvidos a boçais que não sabem agir como seres humanos. Fico na torcida para que alguma luz ilumine o caminho de quem toma as decisões (apesar de achar impossível).

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 3x1 Rio Preto

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rodrigo Pires de Oliveira; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Gustavo França, Mendes, Mendes, Lúcio, Jé, Nino, Iago Pereira, Bruno Miguel, Ataliba; Cartões vermelhos: Mendes e Jé 51 do 2º; Gols: Nino (contra) 2 do 1º, Éder Paulista 28, Jé (pênalti) 36 e Mendes (pênalti) 47 do 2º.
Nacional: Rafael Vianna; Wellinton Gigante, Éverton Dias, Gustavo França e César; Bruno Cruz (Matheus Costa), Guilherme Lobo (Reinaldo), Brener (Paolo) e Mendes; Éder Paulista (Wallace) e Wal (Diego Chiclete). Técnico: Ricardo Silva.
Rio Preto: Lúcio; Iago Pereira, Nino, Bruno Miguel e Luciano Souza; Beto (Jé), Gabriel Tota, Moisés (Renan Morales) e Ataliba; Leandro Love (Luan) e Thiaguinho (Teteu). Técnico: Ivan Canela.
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segunda-feira, 15 de março de 2021

Palmeiras x Presidente Médici/MA: o jogo mais perdido de 2021

Texto e fotos: Fernando Martinez


A noite de sexta reservou um confronto surreal e totalmente insólito válido pela edição 2021 da Copa do Brasil sub-20. No gramado sintético do Allianz Parque o Palmeiras, atual tetra campeão paulista e uma das forças da categoria nos últimos anos, enfrentou a humilde Liga Esportiva de Presidente Médici, atual campeã maranhense. Uma daquelas partidas que provavelmente nunca mais se repetirão e que teria um enorme quórum de amigos e conhecidos se tivesse sido realizada com portões abertos.

Você viu aqui no Jogos Perdidos que o alviverde conquistou o inédito tetra paulista vencendo o Corinthians nos pênaltis na decisão de 2020. Já o Presidente Médici conquistou seu primeiro caneco na história com uma campanha genial. Eles entraram no certame na segunda fase e eliminaram Chapadinha, Juventude e Bacabal nos pênaltis antes de vencerem o Americano na final por 2x0. Campeões com apenas uma vitória é genial.

A equipe foi fundada em 2007 e, pelo que consegui apurar, estreou no sub-20 exatamente no ano passado (vale comentar que o site da FMF é tenebroso de tão ruim. Encontrar informações históricas sobre torneios realizados pela entidade na página oficial é pior do que encontrar agulha no palheiro. Bem que podiam fazer um site minimamente decente, não?). O Campeonato Maranhense de Juniores – denominação utilizada apenas em 2020 – foi de tiro curto em virtude da pandemia, mas o que importa é que colocaram o nome na história.


O Palmeiras x Presidente Médici foi o jogo mais perdido que vi em muito tempo. O último tinha sido o Ponte Preta x Afogados pela Copa do Brasil de 2020, exatamente um ano antes do duelo de Allianz Parque

Confesso que nunca tinha ouvido falar a respeito da cidade de Presidente Médici. Como JP também é cultura, apurei que o município, que fica a 168 quilômetros de distância de São Luís, fazia parte de Santa Luzia do Paruá até 1994, quando se emancipou. A população oficial no último censo de 2010 era de 6.374 pessoas. Ou seja, os moradores cabem oito vezes no Allianz Parque e ainda sobra espaço. Aliás, todos os estádios que recebem jogos profissionais na capital bandeirante podem acomodar os medicenses sem aperto.

Por essas e por outras que competições como a Copa do Brasil sub-20 e sub-17 e a Copa São Paulo de Futebol Júnior são tão geniais. Duvido que qualquer uma das pessoas envolvidas com o clube nordestino poderia imaginar que um dia estariam em São Paulo jogando num estádio como o Allianz. Imaginem a alegria de todos ao terem essa incrível e única chance na vida. Pena que boa parte da "mídia especializada" diz que esses times nada acrescentam. Não sabem de nada.

A molecada da Liga conseguiu o mérito de segurar o Palmeiras durante quase 45 minutos. Sim, o fato de o alviverde não ter se acertado durante todo o tempo inicial foi basicamente o que determinou o placar zerado, porém os meninos maranhenses mostraram bastante dedicação e fizeram uma apresentação digna. O problema foi que em toda jogada um pouco mais dura, algum atleta rubro-amarelo caía no chão e demorava para se levantar. Isso fez o árbitro dar cinco minutos de acréscimos... e foi aí que a partida começou a se definir.

Os donos da casa acertaram o pé entre os 44 e 49 minutos, abrindo sem dó a porteira. O marcador foi inaugurado com o panamenho (!) Newton. Ele ganhou de dois defensores, do goleiro e tocou com o gol vazio. Davi recebeu belo passe da direita aos 47, deu um drible genial no zagueiro e ampliou. Newton fez outro aos 49 aproveitando rebote dentro da área. Com os 3x0 de vantagem, só um terremoto de magnitude 9.2 na Escala Richter tiraria a vaga do escrete paulistano.





O belo contraste entre os dois uniformes no gramado do Allianz Parque



Na primeira foto, o detalhe do gol que abriu a goleada verde marcado por Newton. Depois o panamenho comemorando pela segunda vez no 3x0 que fechou o primeiro tempo

Quando a etapa final começou, o Presidente Médici até tentou fazer aquele gol de honra que se transformaria num verdadeiro troféu. Foi por pouco que ele não saiu, principalmente no décimo minuto quando a zaga salvou em cima da linha um tento que parecia certo. Um pecado. Passado esse momento, só deu Palmeiras. Aos 15, o colombiano Marino escorou escanteio da direita. Dois minutos depois ele cruzou e Newton chegou ao hat-trick da noite. Uma jogada genuinamente latino-americana.

Pedro Acácio marcou pela sexta vez aos 21 em jogada individual. Marino ampliou para 7x0 aos 29 e Vitinho fechou a goleada aos 33 de cabeça. Os locais tiveram novas oportunidades até os 45, mas não converteram. O Palmeiras 8-0 Presidente Médici colocou o alviverde nas oitavas de final da Copa do Brasil contra Real Ariquemes ou Náutico e também registrou a maior goleada da história do estádio. Nada mal. De qualquer forma, o elenco da Liga Esportiva merece os parabéns.




Três lances do tempo final. Tirando um ataque perigoso dos visitantes, só deu Palmeiras


Marino, atacante colombiano, fez o quarto alviverde de cabeça


Pedro Acácio fez o sexto em belíssima jogada individual


Vitinho fechou a goleada com o oitavo tento aos 33 minutos

Antes do futebol ser interrompido (de novo), no sábado ainda deu tempo de encerrar as coberturas, por enquanto, em nova apresentação do Nacional como mandante na Série A3.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 8x0 Presidente Médici/MA

Local: Allianz Parque (São Paulo); Árbitro: Pietro Dimitrof Stefanelli/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartão amarelo: Pedro Acácio; Gols: Newton 44 e 49, Davi 47 do 1º, Marino 15 e 29, Newton 17, Pedro Acácio 21 e Vitinho 33 do 2º.
Palmeiras: Mateus; Davi (Vitinho), Henri (Jhow), Zabala e Vitor Hugo; Ramon, Pedro Bicalho (Pluas) e Pedro Acácio (Yago Andrade); Kevin, Robinho (Marino) e Newton (João Pedro). Técnico: Wesley Carvalho.
Presidente Médici: Arley; Lucas, Maffia (Renan), Bruno Menezes e Fonseca (Robson); Gabriel Turi, Barbeirinho e Bastico (Paulo Sérgio); Lyandro Gabriel (Adriel), Lé (Marcos Antônio Pimentinha) e Paulinho (Rickelmi). Técnico: Jaílson Negueba.
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quinta-feira, 11 de março de 2021

Desportivo Brasil derrota o Nacional e vence a primeira na A3

Texto e fotos: Fernando Martinez


Completamos um ano de pandemia nessa semana e, como se fôssemos Bill Murray no Dia da Marmota, estamos vivendo situações bem parecidas com as quais estávamos vivendo em março de 2020. O assunto "parar o futebol" é uma delas. Como a bola (ainda) está rolando, na quarta-feira tomei um banho de álcool em gel, coloquei duas máscaras e peguei o caminho até o Estádio Nicolau Alayon. Na pauta livre do JP, a estreia do Nacional em casa no Campeonato Paulista da Série A3 recebendo o Desportivo Brasil.

O onze ferroviário derrotou o Olímpia no interior e estreou no certame com o pé direito. Contando as vitórias em todos os jogos-treino, entra na competição, pelo menos na teoria, com uma boa expectativa. Claro que sempre que esperamos alguma coisa do clube da Barra Funda nada acontece, mas vamos dar tempo ao tempo. Vale lembrar que em 2021 a cobertura da A3 vai acontecer apenas na Comendador Souza, pois todos os outros 15 participantes estão longe da capital. Como viajar na pandemia é algo fora de cogitação, vamos cobrir pouca coisa.

Foram poucos os duelos entre os dois na história, apenas seis: dois triunfos do Nacional, ambos na Segundona de 2012, um da equipe portofelicense e três empates. O grande problema é que já são nove anos sem vitórias nacionalistas e após os 90 minutos de futebol o pequeno tabu foi ampliado. A boa impressão deixada em Olímpia não deu as caras no Alayon e o Desportivo venceu pela primeira vez no torneio (na estreia, empataram com o Batatais).



Os times perfilados, os capitães e o quarteto de arbitragem

Logo aos 11 minutos o Desportivo Brasil inaugurou o placar. O glorioso Madalena completou cruzamento da esquerda, Matheus Poletine defendeu e no rebote o mesmo camisa 9 marcou. Atuando com quase nenhuma inspiração, o Nacional teve seu primeiro momento de perigo somente aos 33 em lance que Raynan, camisa 2 visitante, afastou pela linha de fundo tirando tinta da trave. Teria sido um belo gol contra.

Sem deixar a peteca cair, a agremiação vermelha e branca ampliou aos 39. Nathan Índio aproveitou trombada de dois adversários e fez um lançamento primoroso na direção de Madalena. Ele ganhou de Everton Dias na corrida, entrou na área e tocou por baixo do arqueiro. O Nacional diminuiu dois minutos depois com Éder Paulista escorando passe de Mendes pela esquerda. Era a chance de rolar aquela gloriosa injeção de ânimo nos ferroviários na busca pelo empate.

O problema foi que Matheus Poletine deu uma bela força ao Desportivo aos 43. Em cobrança de falta, a pelota foi levantada da direita, o arqueiro saiu todo errado, caçou uma enorme borboleta e Guilherme cabeceou no canto com o gol totalmente aberto. Foi um enorme banho de água fria nas pretensões nacionalistas, complicando ainda mais a situação nos 45 minutos finais.





Detalhes do primeiro tempo de Nacional x Desportivo Brasil na Comendador Souza


Madalena saindo para comemorar o primeiro gol do Desportivo


Aqui, o terceiro gol visitante marcado por Guilherme em falha do goleiro Matheus Poletine

O papo no intervalo não adiantou muito e no segundo tempo o Desportivo continuou melhor. Apesar de não atacar com tanto afinco, permaneceu levemente superior. Aos 11, Alex por pouco não fez 4x1 quando, livre de marcação, cabeceou torto pela linha de fundo. Somente nos últimos 20 minutos o Nacional conseguiu criar boas oportunidades.

Gustavo França pelo alto aos 31 e Paolo em brilhante jogada individual pela esquerda aos 35 chegaram perto de marcar a favor dos locais. Levi aos 40 fez uma defesa sensacional em tiro à queima-roupa. A pressão deu resultado aos 41 em grande arrancada do zagueiro Bruno Cruz. Ele avançou por todo o gramado e rolou até Paolo na direita. O jogador bateu firme na saída de Levi. Aos 51 Everton Dias quase empatou em finalização da marca do pênalti que saiu pelo alto.






No segundo tempo o Nacional melhorou e igualou as forças


De tanto insistir, Paolo fez o segundo gol nacionalista... pena que foi tarde demais

No fim, a reação improvável não se concretizou e o marcador ficou em Nacional 2-3 Desportivo Brasil. A derrota derrubou os paulistanos para a sétima posição com os três pontos conquistados na rodada anterior. O escrete de Porto Feliz sobe ao quinto lugar com quatro. No próximo final de semana o Naça recebe o Rio Preto enquanto o Desportivo visita o Olímpia.

Na sequência rolou um Portuguesa x Água Santa no Canindé, porém, mesmo credenciado, não quis dar sopa ao azar e voltei ao QG na Zona Oeste. Retorno aos gramados na noite de sexta-feira com uma insólita partida digna de jornadas no Elifoot.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 2x3 Desportivo Brasil

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitra: Adeli Mara Monteiro; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Gustavo França, Jaílton (AT-N), Madalena, Renan Chaves, Tito; Gols: Madalena 11 e 37, Éder Paulista 39 e Guilherme 43 do 1º, Paolo 41 do 2º.
Nacional: Matheus Polentini; Léo Machado (Bruno Cruz), Everton Dias, Gustavo França e César; Wellinton Gigante, Guilherme Lobo (Paolo), Brener (Matheus Costa) e Mendes; Éder Paulista e Wallace (Wal). Técnico: Ricardo Silva.
Desportivo: Levy Sabatim; Raynan (João Duarte), Édson, Leonan e Luís Henrique; Guilherme (Bruno Luka), Wellington, Nathan Índio (Renan Chaves) e Alex (Mateus Pansanato); Madalena (Kaynan Ribeiro) e Tito. Técnico: Elio Sizenando.
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terça-feira, 9 de março de 2021

Ramalhão e Azulão maltratam a bola e ficam no 0x0 no Canindé

Texto e fotos: Fernando Martinez


Sempre quis assistir um clássico entre Santo André x São Caetano, de preferência com os elencos principais. Na segunda-feira pude fazer minha estreia no duelo válido pela edição 2021 do Campeonato Paulista. Com a pandemia comendo solta, ajudou o fato de o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte ser o palco do encontro. Se fosse no ABC com certeza eu não iria encarar a jornada.

Minha presença no Canindé quebrou uma série de marcas antigas: Não via uma partida do principal certame do estado ali desde o já longínquo 2014. Além disso, a última vez sem ter a Lusa como mandante tinha sido em 23 de abril de 2000 (!) num Corinthians 3x0 Araçatuba, a última apresentação do AEA na elite em todos os tempos. Eu também não via o Ramalhão atuar como mandante na capital desde a histórica decisão da Copa do Brasil de 2004.



As equipes entrando em campo e também a foto do quarteto com os capitães

Os rivais não se enfrentavam pela A1 desde 2011. No retrospecto na elite, um grande equilíbrio: nove jogos, quatro triunfos do Santo André, três do Azulão e dois empates. Na atual edição do Paulista os andreenses empataram com o Santos e venceram a Ponte em Campinas. Vale registrar que o Bruno José Daniel provavelmente não será usado na competição pois está em reforma. O atual campeão da Série A2 estreou em casa contra o Red Bull Bragantino e foi derrotado.

Com aquele receio monstro de sair de casa, confesso que estava até relativamente animado e com uma expectativa boa para o confronto. Agora, fica complicado escrever algo por tudo que (não) aconteceu no gramado. Foi um clássico modorrento, sem graça e com praticamente nenhuma emoção. Sem companhia, o que me salvou foi uma lista dos anos 80 primorosa que fiz no Spotify. Fácil que teria dormido se não fosse a boa seleção musical.

Aos doze minutos aconteceu o lance que foi a cara do tempo inicial. O São Caetano teve escanteio na direita. Na batida curta, toque na direção de Tony. O lateral não conseguiu dominar e a pelota saiu de forma bisonha pela lateral. Um horror. Chance de verdade só uma, a favor do escrete andreense. Foi aos 36 minutos em cabeçada de Marino que passou perto da trave direita. E só.





Momentos do fraquíssimo primeiro tempo do Clássico do ABC

Na etapa final a coisa foi menos pior pois cada time mandou uma bola na trave. Primeiro foi Rone aos sete em tiro de longe que desviou na zaga do Azulão. Três minutos depois William Amorim arriscou de longe e o desfecho foi o mesmo. Aos 25 Luiz fez a principal defesa da noite quando se esticou todo e mandou pela linha de fundo um belo chute de Marcos Martins. Defesaça!

Nos 20 minutos finais pouco se viu e a peleja voltou a ficar bastante modorrenta. Na verdade, foi uma daquelas vezes que as duas equipes poderiam estar jogando até agora que o zero não sairia do marcador. O resultado foi o óbvio Santo André 0-0 São Caetano. Falei em marcas no começo do post e aí vai mais uma: foi a primeira vez que vi um placar zerado no Canindé pelo Paulistão. De 1983 a 2014, foram 35 jogos com pelo menos um golzinho até Ramalhão e Azulão quebrarem a escrita. Obrigado, senhores... só que não.


Nesse lance Rone acertou a trave do Azulão. Um dos dois ataques de perigo do Ramalhão no tempo final




No decorrer da segunda etapa não teve jeito e o marcador ficou em branco. Meu primeiro 0x0 em 2021

Saí da casa rubro-verde e me espantei com o cenário do lado de fora. Boa parte da região estava escura, sem iluminação pública e algumas criaturas da noite zanzando de forma suspeita. Desisti de ir a pé até o metrô e fiquei em uma avenida próxima esperando um ônibus. Deu medo, sério. Na real isso é normal levando em conta que não temos prefeito nem um trabalho de zeladoria na capital bandeirante há muitos anos. Cidade abandonada é assim.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Santo André 0x0 São Caetano

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Luizinho, Charles.
Santo André: Fernando Henrique; Marcos Martins, Willian Goiano, Rodrigo e Giovanni Palmieri; Fraga, Rone (Caio Rangel), Marino e Gegê; Ramon (Tiago Marques) e Minho (Fernandinho). Técnico: Paulo Roberto.
São Caetano: Luiz; Tony, Lucas Dias, Caetano e Fernando Junior; Warian, Charles e Diego Cardoso (Marcinho); Luizinho (Filipe Carvalho), Carlinhos (Gui Castro) e William (Pira). Técnico: Wilson Júnior.
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