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domingo, 1 de dezembro de 2019

Palmeiras perde muitos gols, mas sai na frente na final do Brasileiro sub-20

Texto e fotos: Fernando Martinez


Após o triunfo alviverde pela Supercopa sub-17, o Estádio Paulo Machado de Carvalho recebeu o duelo de ida da final do Campeonato Brasileiro sub-20, também entre Palmeiras e Flamengo. Foi a quinta cobertura seguida do Jogos Perdidos tendo a base palestrina como foco. Isso mostra bem a fase incrível que vivem. Ambos chegaram na decisão em duelos Rio-São Paulo. Os palmeirenses eliminaram o Vasco, enquanto o Fla despachou o Corinthians.


Sociedade Esportiva Palmeiras (sub-20) - São Paulo/SP


Clube de Regatas do Flamengo (sub-20) - Rio de Janeiro/RJ


O árbitro Vinicius Furlan, os assistentes Evandro de Melo Lima e Luiz Alberto Nogueira, o quarto árbitro Flávio Roberto Ribeiro e os capitães dos times

O velho Pacaembu estava com algumas almas a mais comparando com a preliminar. Não que tenha sido AQUELE público já que certamente apenas abnegados que acompanham a base verde em qualquer momento estavam lá. Duvido de verdade que a grande massa soubesse da peleja. Felizmente quem foi gostou do que viu. Foi um jogo muito acima da média e repleto de oportunidades de gol.

O Palmeiras partiu com tudo para o ataque nos primeiros minutos e criou o primeiro bom momento logo aos dois em chute na trave de Esteves. Aos seis, Angulo cruzou rasteiro e Gabriel Silva, antecipando do goleiro, abriu o marcador. Com o 1 a 0, o alviverde sossegou e o Flamengo teve duas boas chances: aos 15 com Vítor Gabriel e aos 39 com Guilherme Bala e boa defesa de Magrão.



Bola estufando a rede do Flamengo aos cinco minutos do primeiro tempo. O gol foi marcado por Gabriel Silva


O camisa 9 palmeirense foi responsável por vários ataques perigosos do Palmeiras durante todo o jogo


Atacante palmeirense finalizando sob o atento olhar de cinco atletas flamenguistas


Hugo Souza faz milagre em finalização de Gabriel Silva aos 39 minutos


Gustavo, 3 rubro-negro, cortando bola levantada na área

A etapa inicial ganhou uma nota 6 e a final conseguiu ser melhor. Vamos aos fatos. Primeiro o Fla quase empatou com cabeçada de Gabriel. Depois o Palmeiras respondeu com tiro na trave de Gabriel Silva aos 14 e zagueiro salvando a finalização de Lucas Cordeiro no rebote. O ritmo era intenso. Aos 16 Magrão, do Palmeiras, salvou gol de Richard. Alanzinho, aos 22, não fez gol olímpico por milagre, em lance que a bola encontrou, de novo, o travessão.

Hiago foi expulso aos 32 minutos e deixou os locais com um a menos. Mesmo assim ainda acertaram a baliza de novo nos acréscimos com Vítor e assustaram com outro momento agudo de Patrick de Paula. Um jogo de futebol com tantas chances terminar com apenas um gol é muita mancada. Se tivesse sido um 5x3 não seria exagero.



Dois momentos do segundo tempo da decisão entre Palmeiras e Flamengo


Outra boa conclusão de Gabriel Silva


Uma das várias bolas na trave que o Palmeiras colocou. Esses gols certamente farão falta no jogo de volta


Nova bola na trave, aqui em escanteio de Alanzinho


Hugo Souza desarmando avante do Palmeiras... o verde massacrou o Fla no tempo final


Outra bola na trave do Flamengo. Vítor Ricardo foi o dono do chute aos 42 do tempo final

O Palmeiras 1-0 Flamengo colocou o escrete paulista em vantagem na decisão. O problema é que o enorme número de gols perdidos pode fazer falta para o duelo que será realizado domingo, em Cariacica. O rubro-negro tem uma boa equipe e aposto que não deixarão o antigo Palestra jogar como no Pacaembu. Resta aguardar.

Da minha parte, a rodada dupla provavelmente foi a última de 2019. Não acho que vá pintar algo novo e estarei de olho caso apareça alguma coisa. Falando do ano, ele não teve tanto futebol (teve Copa América e Copa do Mundo sub-17 e isso já foi suficiente), mas foi muito bom em outros aspectos fundamentais. Que em 2020 eu siga - assim como todo mundo - nesse caminho. É o que nós merecemos.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Palmeiras 1x0 Flamengo/RJ

Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Vinicius Furlan/SP; Público e Renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Esteves, Hiago, Richard, Natan, Wendel; Cartões vermelhos: Hiago 32 e Esteves 49 do 2º; Gol: Gabriel Silva 6 do 1º.
Palmeiras: Magrão; Vitor Ricardo, Hiago, Helder e Esteves; Patrick de Paula, Danilo (Natan), Gabriel Menino (Lucas Cordeiro) (Fabrício) e Alan; Gabriel Silva (Kaique Mafaldo) e Angulo. Técnico: Wesley Carvalho.
Flamengo: Hugo Souza; Matheus França, Gustavo, Natan e Ramon (Ítalo); Matheus Alves (Lázaro), Luiz Henrique e Yuri de Oliveira (Richard); Guilherme Bala (Yuri), Vitor Gabriel (Rodrigo Muniz) e Wendel. Técnico: Maurício Souza.
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© 2023

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Palmeiras abre vantagem na final da Supercopa Sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


Encerrei (pelo menos até onde sei) o meu ano futebolístico na última quinta-feira com uma rodada dupla de futebol no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. Abrindo os trabalhos, Palmeiras e Flamengo, atuais campeões da Copa do Brasil e do Brasileiro da categoria, disputam o duelo de ida da Supercopa sub-17.

Mesmo envolvendo dois times nada perdidos, aposto que 99% das pessoas não sabiam da existência desse confronto. Dobro a aposta e cravo que 99,5% não sabiam nem da existência do torneio. Pode ser o alviverde e o rubro-negro em campo, tudo bem, mas em um contexto desses acaba virando jogo perdido, não tem jeito.


Sociedade Esportiva Palmeiras (sub-17) - São Paulo/SP


Clube de Regatas do Flamengo (sub-17) - Rio de Janeiro/RJ


Capitães dos times com o quarteto de arbitragem: Lucas Canetto Bellote, Fabio Rogerio Baesteiro, Leandro Matos Feitosa e Rodrigo Gomes Domingues

Fui sozinho para essa jornada com uma bem-vinda temperatura bem abaixo da média e uma leve chuva que deixou o ambiente do velho campo que está prestes a morrer ainda mais bucólico. Eu nem cogitei não ir, já que ver jogo no Pacaembu em breve será coisa do passado, pelo menos como o conhecemos hoje em dia. Enquanto der, estarei lá.

Falando da peleja, que assisti dentro de campo sem nenhum problema no credenciamento, o alviverde jogou melhor e dominou as ações no tempo inicial sem praticamente sofrer nenhum susto. A boa atuação deu resultado aos 21 minutos quando Ruan Ribeiro ganhou do zagueiro Otávio e chutou no canto, abrindo o placar. Seis minutos depois Henri aproveitou rebote de Bernardo e ampliou.


Disputa pelo alto no começo da primeira final entre Palmeiras e Flamengo na Supercopa do Brasil sub-17


Atleta palmeirense perdendo o domínio da pelota




Ruan Ribeiro em três momentos: em tiro perigoso dentro da área, comemorando o primeiro gol do Palmeiras aos 21 minutos e atacando pela esquerda

Já na segunda etapa a história foi outra, com futebol bem jogado dos dois times. O rubro-negro melhorou e aos 11 minutos quase diminuiu em bicicleta de Daniel que bateu na trave. Aos 20, Bruno, goleiro alviverde, fez ótima defesa em tiro de Marcos Felipe. O Palmeiras assustou de novo só aos 38 em oportunidade de ouro de Daniel. O camisa 20 ficou cara-a-cara com o goleiro flamenguista, que defendeu. Aos 44, Caio, do Fla, colocou outra na trave em cobrança de falta.


Olho fixo na bola no ataque alviverde



Aquelas famosas disputas pelo alto já no segundo tempo da peleja


Daniel Melo perdendo gol feito para o Palmeiras na etapa final


Nova chance de perigo a favor dos paulistas

Fim de jogo no Pacaembu: Palmeiras 2-0 Flamengo. A boa atuação, principalmente no primeiro tempo, deixou os paulistas perto do título da Supercopa sub-17. Na volta, que será dia 5 de dezembro no Maracanã, podem perder por um gol que mesmo assim ficarão com a taça. O rubro-negro precisa vencer por três de diferença.

O gramado foi bastante castigado, e ainda tinha outra partida para rolar, também entre Palmeiras e Flamengo, agora pela decisão do Brasileiro sub-20.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 2x0 Flamengo/RJ

Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Lucas Canetto Bellote/SP; Público e Renda: portões abertos; Cartões amarelos: Fabinho, Pedro Arthur, Otávio; Gols: Ruan Ribeiro 21 e Henri 27 do primeiro.
Palmeiras: Bruno Carcaioli; Garcia, Jonathan, Henri e Renan (Daniel Alves); Naves, Marcelinho (Fabinho), Vitinho (Miticov) e Lucas Eduardo (João Pedro); Ruan Ribeiro (Daniel Melo) e Vanderlan (Bartolomeu). Técnico: Artur Itiro.
Flamengo: Bernardo; Marcos Felipe, Léo Xavier (Peçanha), Otávio e Caio; Dhouglas, Pedro Arthur (Jean Carlos), Maycon e Carlos Daniel; Weverton (Will) e Ryan Luka. Técnico: Phelipe Leal.
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© 2023

sábado, 23 de novembro de 2019

Red Bull amplia a vantagem na decisão do Paulista sub-20

Texto e fotos: Fernando Martinez


Encerrando a magistral rodada tripla de finais no feriado de quarta-feira no Estádio Paulo Machado de Carvalho, pintou na pauta o duelo de ida do Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão. O Palmeiras, atual bi, recebeu o Red Bull Brasil. São os últimos dias de destaque do time campineiro, que em breve, ao que tudo indica, mudará de sede. Com a compra do Bragantino, provavelmente o RBB será uma "equipe B" do Bragabull e passará a atuar em Bragança Paulista. A ver.

Você viu aqui no JP as duas decisões de 2017 e 2018, respectivamente contra Ponte Preta e Corinthians, que deram o bi ao alviverde. É fato que nos últimos anos as categorias de base do antigo Palestra Itália vem fazendo um trabalho sensacional. O grande número de conquistas e revelações é a prova disso. O tri no sub-20 era um sonho bastante provável apesar do outro lado estar o time com melhor campanha até então.


Sociedade Esportiva Palmeiras (sub-20) - São Paulo/SP


Red Bull Futebol E Entretenimento Ltda (sub-20) - Campinas/SP


O quarteto de arbitragem da primeira decisão do sub-20 foi composto pelo árbitro Flávio Roberto Ribeiro, pelos assistentes José Lucas de Souza e Renan Franklin Grejo e pelo quarto árbitro Paulo Santiago de Medeiros. Na foto, também os capitães dos times

Os finalistas fizeram campanhas parecidas. O Toro Loko somou 65 pontos e o Palmeiras 64. Ambos disputaram 30 partidas e venceram 19 vezes, mas o Red Bull foi derrotado em três oportunidades contra quatro do seu adversário. A maior diferença das performances está no poderio ofensivo. O verde anotou "somente" 53 gols, enquanto o clube do energético fez assombrosos 89 (!), tendo uma média de quase três tentos por jogo. Essa força no setor de frente acabou sendo o fator principal que determinou o resultado.

O calor da parte da manhã quase me fez desistir da sessão vespertina. Só fiquei porque arranjei forças que não sabia que tinha e uma motivação extra pelo fato de que o ano está acabando e só deve ter uma ou duas sessões de futebol até o fim de dezembro. O clima deu uma mudada e o forte sol deu lugar a muitas nuvens e um vento que deixou minha garganta um tanto quando prejudicada. Tudo pelo social. Fui premiado com um confronto ótimo, muito acima do que eu esperava.

As duas equipes iniciaram os trabalhos se estudando bastante e com um enorme equilíbrio. Patrick de Paula, Gabriel Menino e Guilherme Vieira foram bem e deram trabalho ao setor defensivo do Red Bull. O onze visitante ficou mais tempo com a bola nos pés, porém pecou nas finalizações. A torcida gostou do que viu e as grandes chances de gol surgiram apenas na parte final da primeira etapa.

Aos 37 Chrigor, camisa 9 do Red Bull, arrancou da intermediária, ganhou dos defensores e ficou cara-a-cara com o goleiro Magrão. O atleta chutou e o camisa 1 impediu o tento. Dois minutos depois Zorzenoni fez belíssima defesa em cobrança de falta de Alanzinho. Aos 42 Lucas Esteves perdeu bom momento ao ser travado por Christian na hora H. Finalmente aos 44 o marcador foi inaugurado. Chrigor lançou Cristiano, o camisa 7 saiu na cara de Magrão e não perdoou: Red Bull 1x0.


Atacante palmeirense perdendo o domínio da bola em lance dentro da área do Red Bull


Atual bicampeão, o Palmeiras tentou fazer valer o fator casa desde o começo do duelo


Pelo alto, boa tentativa do Red Bull


Defensor campineiro roubando a bola de atleta paulistano

Se o primeiro tempo já foi bom, o segundo foi ainda melhor. Vimos boas oportunidades dos dois lados e atuação exemplar de ambos os arqueiros. Magrão em especial foi o grande nome da partida. Se fosse em épocas mais remotas, ele certamente teria ganhado um Motoradio por ter sido o melhor em campo. Ele fez pelo menos três defesas sensacionais e evitou que os energéticos ampliassem antes dos 30 minutos. Feitosa aos sete, Jhonatan aos 20 e Chrigor aos 25 foram os donos das finalizações que não viraram gol pela precisa intervenção do camisa 1.

Só que o Palmeiras também não ficou atrás e assustou Zorzenoni. Aos 12 Vítor Ricardo atirou e a pelota tirou tinta da trave. Aos 23 Alanzinho mandou na trave e aos 27 Zorzenoni, ele de novo, salvou um gol certo de Gabriel Barbosa. O 1x0 era pouco por tudo que estava acontecendo no gramado e aos 34 o placar foi alterado contando com a estrela de Iago Teles. O camisa 17 tinha acabado de entrar quando conseguiu desarmar Diguinho dentro da área palmeirense e chutou na saída de Magrão... era o segundo gol no Pacaembu.


Zorzenoni, arqueiro do Red Bull, em ótima defesa após cobrança de falta


Mais um ataque aéreo, agora dos donos da casa


Em desvantagem no placar, o alviverde começou o segundo tempo tentando chegar ao empate


O Red Bull se segurou bem e assustou sempre que foi ao ataque, como nessa grande defesa de Magrão



Já com 2x0 contra, o verde ocupou o campo de defesa visitante. Pena para a torcida que foi ao Pacaembu que o gol não saiu

Os locais ainda tentaram diminuir aos 42 com nova intervenção de Zorzenoni em tiro cruzado de Gabriel Menino... e foi só. O Palmeiras 0-2 Red Bull foi um banho de água fria para a torcida que compareceu ao velho estádio paulistano. Agora os campineiros vão jogar em Bragança Paulista - provavelmente a nova casa em 2020 - podendo perder por dois gols para se tornarem campeões paulistas sub-20. O clube da capital vai ter que vencer por três gols de diferença se quiser o tri. Com tudo que já fizeram nos últimos anos, não tem como duvidar que isso pode acontecer.

Foram quase dez horas seguidas no Paulo Machado de Carvalho, duas entregas de taça, três finais e uma briga colossal na mochila. Estava cansado, suado, com frio, fome e sede, mas valeu demais. O ano está acabando, então temos que aproveitar cada momento. Futebol de novo somente na semana que vem com nova rodada no Pacaembu.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 0x2 Red Bull

Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Flávio Roberto Ribeiro; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Alan, Jhonatan, Venicio, Lucas Gazal, Braian Machado; Gols: Cristiano 45 do 1º, Iago Teles 34 do 2º.
Palmeiras: Magrão; Ramon (Danilo), Kaique Mafaldo (Diguinho), Helder e Esteves; Patrick de Paula, Vítor Ricardo, Gabriel Menino e Alan; Lucas Cordeiro (Marcos Dias) e Guilherme Vieira (Barbosa). Técnico: Wesley Carvalho.
Red Bull: Zorzenoni; Nhayson, Christian, Jhonatan (Iago Teles) e Marcos Vinicius; Matheus Moreira, Cristiano (Lucas Gazal), Venicio e Feitosa (Braian Machado); Chrigor e Wagner. Técnico: Alexandre Lemos.
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© 2021

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

São Paulo Campeão Paulista sub-17 de 2019

Texto e fotos: Fernando Martinez


Encerrada a decisão do sub-15 com título alviverde, o Estádio Paulo Machado de Carvalho recebeu o choque-rei que definiu o Campeonato Paulista sub-17. Palmeiras e São Paulo foram a campo apresentar o terceiro capítulo de disputas entre ambos na atual temporada. Além disso, o clássico reuniu três dos últimos quatro títulos do torneio e foi uma reedição da decisão do ano passado vencida pelo onze palestrino.

Em 2018 o verde não teve dó do tricolor do Morumbi e venceu os dois confrontos decisivos no Paulista por 3x1 e 3x0. Os velhos rivais voltaram a se enfrentar nas quartas de final do Brasileiro sub-17 no último mês de junho. Após dois empates, o tricolor se classificou nos pênaltis. Na Copa do Brasil da categoria o encontro foi na grande decisão. O São Paulo fez 3x2 na ida e na volta o verde venceu por 2x0, conquistando o bi.

Mostrando como o trabalho da base tem sido exemplar, o Palmeiras fez disparado a melhor campanha do juvenil no Paulista. Até a semifinal foram 28 partidas, 24 triunfos, um empate e três derrotas. A equipe anotou assombrosos 118 gols e tem média superior a quatro gols por jogo. Só que o tricolor não quis nem saber dos 16 pontos de diferença e aplicou um 2x0 atuando em casa no último sábado. Assim poderia perder por um gol de diferença que voltaria a ser campeão após três anos. O clube da Zona Oeste precisava de um triunfo por três se quisesse o bicampeonato. Por dois a taça seria definida na marca de cal.


Sociedade Esportiva Palmeiras (sub-17) - São Paulo/SP


São Paulo Futebol Clube (sub-17) - São Paulo/SP


O árbitro Thiago Lourenço de Mattos, os assistentes Bruno Bonani Munhoz e Claudemir de Araujo Silva, o quarto árbitro João Batista Avelino e os capitães dos times



As taças para o campeão e vice do Paulista sub-17 2019

O Pacaembu recebeu um ótimo público e o calor já tomava conta de todos os espaços quando o árbitro apitou pela primeira vez. Mal sabia que a minha terceira decisão de Paulista sub-17 - as outras duas foram em 2005 e 2006 - seria sensacional e repleta de emoção até o último segundo. No atual estágio do nosso futebol, está cada vez mais raro acompanhar duelos assim. Vale registrar que seis atletas campeões do mundo no domingo passado vestindo a camisa do Brasil estavam em campo: Patryck e Talles pelo São Paulo e Henri, Garcia, Renan e Gabriel Veron, o melhor jogador da competição, pelo Palmeiras.

A peleja começou equilibrada e durante 15 minutos tivemos as duas equipes se estudando. A primeira oportunidade foi de Pedrinho, atleta são-paulino, completando cruzamento de Gabriel. Depois disso, o Palmeiras mostrou sua enorme qualidade e chegou fácil aos 2x0. Aos 18 Gabriel Silva aproveitou rebote de Young, tocou meio sem querer e abriu o placar. Aos 28 Ruan Ribeiro, em novo rebote, mandou por cima. O São Paulo voltou a atacar com perigo aos 30 e aos 33 saiu o segundo gol no Pacaembu. O lance começou com um escanteio da esquerda. Young outra vez bateu roupa e Gabriel Silva completou cruzamento rasteiro no meio da pequena área.


Henri (4) toca de cabeça sendo marcado por Luizão (4)


Ruan Ribeiro (7) em lance perigoso a favor do Palmeiras


Jonathan Alecxsander (3) cabeceando na direção da meta são-paulina


Detalhe do primeiro gol palmeirense, marcado por Gabriel Silva


Defensor tricolor protegendo a bola de atacante local

Quando o intervalo chegou desisti de ficar cozinhando e fui até a numerada coberta. De lá vi uma etapa final que teve tensão e emoção de sobra. O São Paulo viu que estava numa situação complicada e buscou meios de sair das cordas, sabendo que qualquer erro, por menor que fosse, seria fatal. O tricolor teve como melhor momento uma cobrança de falta de Patrick aos doze minutos. O alviverde se segurou esperando aquela brecha especial para matar o seu adversário. Demorou mais do que imaginávamos e aos 27 Marcelinho ampliou a vantagem. Gabriel Silva, o grande destaque da decisão, levantou primorosamente e o camisa 17, mesmo entre dois zagueiros, tocou de cabeça, encobrindo Young, pessimamente colocado.

O 3x0 dava o título ao escrete palmeirense. Faltando cerca de 20 minutos, não restava alternativa ao tricolor a não ser buscar pelo menos levar a decisão aos pênaltis. Decorridos 33 minutos, após cobrança de falta e desvio de Guilherme, a bola passeou pela pequena área e Pablo completou debaixo da trave. Renan reclamou de impedimento e foi expulso. Nem deu tempo da rapaziada do Morumbi comemorar, já que três minutos depois o alviverde fez o quarto gol. Victor Hugo mandou na área, Henri escorou e Gabriel Silva, sempre ele, completou sozinho na pequena área. O título votava a ser verde.

O São Paulo colocou os dez atletas de linha no ataque pois perdido por quatro, perdido por dez. O relógio já contava com quatro minutos de acréscimo quando o improvável pediu passagem no gramado da velha cancha. Pedrinho fez bom lance pela direita, passou por Henri e cruzou rasteiro. Luizão, da marca do pênalti, chutou firme, no canto e jogou um imenso banho de água fria nos presentes, todos já com o grito de campeão na garganta. Os três minutos a mais não alteraram o panorama e quando Thiago Lourenço de Mattos encerrou o tempo regulamentar, o título do Paulista sub-17 ficou para ser definido na bola parada.


O segundo tempo da final do Paulista sub-17 foi eletrizante e ótimo de se assistir


Levemente adiantado, o goleiro Young não conseguiu evitar o gol de Marcelinho, o terceiro do Palmeiras



Detalhe do primeiro gol do São Paulo. João Adriano (17) tocou no segundo pau e Pablo diminuiu em cima da linha


Três minutos depois do gol do São Paulo, o Palmeiras voltou a colocar a mão na taça com Gabriel Silva completando sozinho dentro da pequena área



O título parecia que estava certo para o Palmeiras... faltou apenas combinar com Luizão. O camisa 4 tricolor fez no último lance e levou a decisão aos pênaltis

O gol escolhido foi o da entrada e nas batidas, emoção total. As cobranças alternadas terminaram em 4x4. Pelo lado alviverde Vítor Hugo, Marcelinho, Henri e Gabriel Veron marcaram e do lado tricolor os autores foram João Adriano, Thalles, Flávio e Juan. João Pedro mandou na trave e Bruno Carcaioli, goleiro palmeirense, defendeu a cobrança de Marquinhos. Nas alternadas, sucesso com Miticov, Luizão, Michel Augusto e Gabriel. O 6x6 estava estampado no placar eletrônico quando Vanderlan, o 11 alviverde, foi para a sua cobrança e mandou na trave. Patrick teve a missão de dar o título ao São Paulo e não decepcionou. Bola alta de um lado e Bruno Carcaioli do outro.



Os dois pênaltis que definiram o Paulista sub-17: O chute de Vanderlan que bateu na trave e o gol marcado por Patrick, estufando a rede de Bruno Carcaioli

Nem bem a rede tinha estufado e atletas e comissão técnica do tricolor comemoraram alucinados. A vibração foi próxima aos torcedores nas arquibancadas verde e amarela e muitos integrantes da delegação do Palmeiras se sentiram desrespeitados. A partir disso começou um quebra-pau enorme que envolveu boa parte do pessoal que estava no gramado. Se a atitude dos jogadores são-paulinos em comemorar perto da torcida pode ser questionada, não tem como achar normal marmanjos com camisa verde dando pontapés em atletas sub-17 do rival. Um absurdo. Demorou bastante para os ânimos sossegarem.



A comemoração são-paulina foi enorme no gramado do Pacaembu. Nada mais justo, já que o time passou sufoco o tempo todo e foi premiado no fim



O que era só festa virou um quebra pau enorme depois que um atleta do São Paulo deu uma provocada nos palmeirenses. Fechou o tempo

O Palmeiras 4-2 São Paulo (6-7) deu o sétimo título juvenil ao clube do Morumbi e o transformou no maior campeão desde a reorganização de 1980. Santos e Corinthians tem seis e o Guarani tem cinco (o alviverde permanece com dois). A festa foi bem grande no palco armado pela FPF e o caneco foi uma espécie de revanche após as derrotas no estadual do ano passado e da Copa do Brasil. Comemoração merecida.


O desanimado escrete alviverde levantando a taça do vice-campeonato do Paulista sub-17 2019




Os atletas do São Paulo levantando a taça de campeão paulista sub-17 de 2019

Essa foi a segunda entrega de taça na quarta-feira de feriado no Pacaembu. Só que a jornada ainda não tinha terminado. Na parte da tarde foi a hora do Paulista sub-20 pedir passagem com o seu duelo de ida da decisão.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 4x2 São Paulo

Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Renan, Naves, Henri, Garcia, Miticov, Gabriel Silva, Théo, Gabriel, João Adriano; Cartões vermelhos: Renan 28 do 2º, Garcia e Vanderlan, pós-jogo; Gols: Gabriel Silva 18 e 33 do 1º, Marcelinho 27, Pablo 33, Gabriel Silva 36 e Luizão 44 do 2º.
Palmeiras: Bruno Carcaioli; Garcia (Miticov), Jonathan, Henri e Renan (Marcelinho); Naves (Fabinho), Ruan Ribeiro (João Pedro), Vitinho e Gabriel Veron; Gabriel Silva (Michel) e Vanderlan. Técnico: Artur Itiro.
São Paulo: Young; Flávio, Pablo, Luizão e Gabriel; Théo (Guilherme), Marquinhos, Pagé (Patrick) e Pedrinho (Talles); Cauê (Juan) e Cachoeira (João Adriano). Técnico: Rafael Paiva.
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Obs: Vale registrar que no Paulista sub-15, são dois tempos de 40 minutos cada.

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