Procure no nosso arquivo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

2020 termina com placar em branco entre Corinthians e Grêmio

Texto e fotos: Fernando Martinez


O ano de 2020 começou promissor e nem tínhamos chegado no meio do caminho quando tudo se complicou. Em meio à insanidade que ainda estamos vivendo, foram seis meses longe dos gramados. Eu voltei à ativa em setembro e aos poucos fui retomando o velho ritmo. Eis que na terça-feira cobri a última partida no ano, o duelo entre Corinthians e Grêmio válido pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro sub-20.

Foi o retorno ao Estádio Alfredo Schurig apenas três dias depois da traumática decisão do Paulista contra o Palmeiras. Pelo jeito que a molecada agiu após a derrota nos pênaltis e na entrega da taça, eu tinha certeza de que isso afetaria a atuação contra o tricolor de alguma forma. Além disso, a atual fase corintiana no torneio é péssima: quatro derrotas, duas por 3x0, nos últimos quatro compromissos. De líder, o Timão se classificou apenas na quinta colocação.

Já o Grêmio, atual vice-campeão da Copa São Paulo, terminou a fase inicial com uma campanha oposta. Na 14ª rodada os gaúchos estavam na 11ª posição, quatro pontos atrás do G8. Uma incrível sequência de cinco triunfos nas últimas cinco jornadas os colocou na quarta posição. Sem estar vivendo uma maratona e descansado, definitivamente a tarefa do mosqueteiro paulista não seria nada fácil.


Árbitro, assistentes, quarto árbitro e capitães de Corinthians e Grêmio na minha despedida do futebol em 2020

Para coroar o ano ruim, nada pior do que um jogo ruim fechando os trabalhos. Como esperado os paulistas foram mal e os gremistas pouco fizeram de efetivo. Foram 90 minutos com poucas emoções e bastante sono. O Grêmio foi o autor dos melhores momentos, o primeiro deles aos 12 minutos quando Léo Fenga invadiu a área pela esquerda e finalizou bem. Yago praticou boa defesa. O Corinthians teve apenas uma cabeçada fraca de Alemão aos 21. Como desgraça pouca é bobagem, Ronald vacilou aos 33, Vini Paulista ganhou dele na corrida e driblou Yago. Sem alternativa, o goleiro derrubou o 7 tricolor fora da área e ganhou cartão vermelho.





O Corinthians x Grêmio foi muito abaixo do esperado. Foi difícil ver alguma coisa realmente interessante na Fazendinha


Momento em que o goleiro corintiano Yago foi expulso aos 34 minutos

Se já estava difícil, ficar com um a menos deixou a situação corintiana muito mais complicada. A sorte foi que o Grêmio também não estava em seus melhores dias. Aos 42 Alemão salvou chute de Léo Fenga em cima da linha... e só. Na etapa final o que se viu foram as duas equipes maltratando a bola sem piedade. Efetivamente foram apenas dois os ataques dignos de registro, um de cada lado.

Aos três, em lance que teve aquele famoso bate-rebate dentro da área, Bitello quase marcou em tiro pela esquerda e defesa de Alan Gobetti. Aos 21, Vitinho cruzou da direita e Alemão se atirou como pôde, mandando por cima da meta. Foi só. Tirando essas duas chances, apenas trocas de passes sem objetivo. Os 45 minutos se transformaram em 180.




O meu segundo 0x0 no futebol pandêmico foi o placar óbvio para uma peleja muito fraca

O placar de Corinthians 0-0 Grêmio foi retrato fiel da partida disputada no Parque São Jorge. Tinha visto apenas um marcador terminar em branco no futebol pandêmico - Nacional 0x0 Noroeste pela Série A3 - e era óbvio que 2020 só podia terminar dessa forma. O confronto de volta será realizado no próximo domingo, já em 2021, no sul do país. Um novo empate leva a decisão aos pênaltis.

2020 foi complicado, terrível e doloroso. Tivemos muitas perdas em vários sentidos, mas cá estamos. Podem me chamar do que for, o fato é que acredito que 2021 será ainda pior por tudo que (não) vem acontecendo no Brasil. Não temos governantes decentes e boa parte da população é o retrato fiel deles. Falta comando, empatia, senso de coletividade, compaixão e amor. A torcida é que as coisas, apesar de boa parcela dos nossos habitantes lutarem contra, retornem ao "normal" quando possível.

Com essa matéria me despeço dos amigos do Jogos Perdidos no ano corrente. Mesmo ficando seis meses sem futebol, consegui a incrível marca de 90 pelejas vistas, algo que sinceramente achava impossível. Se a pandemia permitir, seguirei nessa tarefa ano que vem.

Um grande 2021 a todos!

_________________________

Ficha Técnica: Corinthians 0-0 Grêmio

Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitro: Pietro Dimitrof Stefanelli/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Daniel Marcos, Riquelme, Gustavo Martins; Cartão vermelho: Yago 34 do 1º.
Corinthians: Yago; Alemão, Ronald e Luis Mandaça; Daniel Marcos, Du Queiroz (Alan Gobetti), Vitinho (Júlio), Matheus Araujo (Riquelme) e Reginaldo; Antony (Richard Cossoniche) e Cauê (Wendell). Técnico: Dyego Coelho.
Grêmio: Adriel; Thomas Luciano, Gustavo Martins, Gustavo Marins e Thiago Rosa (Kevin); Sarará, Bitello (Wesley), Vini Paulista (Vitor Barreto) e Pedro Lucas (Gazão); Léo Fenga (Robert) e Ricardinho. Técnico: César Lopes.
_____________

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Palmeiras (tetra) campeão do Paulista sub-20 2020

Texto e fotos: Fernando Martinez


Passado o Natal, na tarde de sábado terminou o unificado Campeonato Paulista sub-20 de 2020. Foi, assim como vários outros, um torneio de tiro curto que durou cerca de dois meses e teve participantes da Série A1 até a Segundona. Na decisão, o clássico entre Corinthians e Palmeiras no Estádio Alfredo Schurig repetindo a final de 2018. Dérbi com cara de antigamente na velha casa alvinegra.

A melhor chance de título ficou mesmo com o estadual, já que no nacional da categoria não vivem boa fase. O alviverde se classificou no sufoco somente na última rodada da primeira fase e o mosqueteiro acumula quatro derrotas seguidas, duas delas por 3x0. Com o calendário espremido, ambos passaram por uma maratona e o desgaste foi inevitável.

O Corinthians chegou à final do Paulista invicto, dono da melhor campanha e do melhor ataque. Os 23 pontos conquistados nas sete vitórias e dois empates credenciaram o escrete da Zona Leste apenas a mandar a final na sua casa, sem vantagem do empate, por exemplo. O fato do onze palmeirense ter conquistado "apenas" 14 pontos transformava seu adversário em franco favorito? Não. Clássico é sempre clássico.

O tri de 2017/2018/2019 não chegou à toa. Donos de um dos melhores retrospectos da categoria nos últimos anos, o verde revelou vários atletas e, mesmo tendo caído de qualidade em 2020, tinha a chance de chegar ao quarto título consecutivo, igualando o tetra corintiano no antigo campeonato juvenil de 1947 a 1950. Aliás, nenhum dos dois clubes sabe o exato número de conquistas através dos tempos.

Desde que a FPF foi fundada em 1941, o certame teve vários nomes - Juvenil, Juvenil A, Juniores e sub-20 - e alternou jogadores sub-20 algumas vezes, sub-18 em outras e até sub-19 poucas vezes. O Corinthians foi campeão 16 vezes e o Palmeiras 15. Falando nisso, Um ENORME erro que o pessoal da Zona Oeste quer perpetuar é o título de 2004. Naquele ano o campeão foi o Palmeiras B e o Palmeiras "A" foi eliminado pelo saudoso Jaboticabal na segunda fase. Reescrever a história é complicado. Um dia talvez possam aprender.





Fotos oficiais da terceira final que o JP acompanhou em apenas uma semana. Não é pouca coisa...

Falando do JP, essa foi a sexta vez que cobrimos a final do estadual. Não percam a ordem: Palmeiras B 4x3 Corinthians em 2004, Mogi Mirim 1x1 Rio Branco em 2006, Santos 1x0 XV de Piracicaba em 2007, Corinthians 2x3 Santos em 2015, Palmeiras 1x0 Ponte Preta em 2017 e Palmeiras 4x2 Corinthians em 2018. Além disso também estivemos no duelo de ida em 2004 com Corinthians 0x0 Palmeiras B, Portuguesa 1x0 Palmeiras em 2010, Corinthians 1x0 Palmeiras em 2018 e Palmeiras 0x2 Red Bull em 2019. Duvido que algum site ou blog tenha mais coberturas do que nós nesse período.

Para essa nova cobertura, cheguei cedo na Fazendinha e de novo a sensação de ver uma decisão sem público foi algo bem estranho. Da parte coberta, vi as escalações e notei que o Palmeiras não estava com seu principal time, nem com o seu técnico Wesley Carvalho. Da minha parte achei que nem isso tornava o Corinthians favorito (e eu estava certo).

Quando o árbitro iniciou os trabalhos, ficou claro que teríamos uma partida muito disputada. Apesar disso, foram poucos os momentos de perigo. O alvinegro criou o primeiro aos 22 minutos. O goleiro Leandro não conseguiu fazer a defesa em cruzamento da esquerda e soltou a bola nos pés de Matheus Araújo. A finalização tinha endereço certo, mas Gabriel Vareta salvou em cima da linha.






Instantâneos do primeiro tempo da grande decisão do Paulista sub-20

Aos 37 foi a vez do alviverde assustar em ótima cobrança de falta de Pedro Acácio que bateu na forquilha. Na sequência Vitinho bateu a carteira de um jogador palmeirense e arriscou de longe. O tiro passou perto da trave. No intervalo, 0x0 e equilíbrio. Na etapa final a primeira oportunidade foi corintiana aos 11. Cauê atacou pela esquerda e chutou. O tiro foi desviado pela zaga e bateu na trave. Quatro minutos depois Reginaldo, camisa 6 mosqueteiro, quase fez de cabeça.

Aos 20 saiu o gol local. Ramon Rocha recuou até Leandro, o goleiro verde não dominou e viu a pelota morrer dentro da rede. Um frango clássico. O alvinegro permaneceu no campo de ataque e no período de um minuto jogou fora a chance de decidir o campeonato a seu favor. Aos 30 Cauê se livrou dos marcadores e abriu na direita até Matheus Araújo. Ele ficou cara-a-cara com o arqueiro e perdeu. Logo depois foi Richard que ficou sozinho e mandou em cima de Leandro.

A resposta verde não demorou. Bruno Menezes chutou e Yago concluiu pela linha de fundo. No escanteio, o cruzamento foi perfeito na cabeça de Michel. O camisa 5 subiu no terceiro andar e empatou aos 32. A peleja deu uma caída de ritmo e quem chegou mais perto do segundo tento foi o time da Zona Oeste. Daniel recebeu na esquerda aos 45, cortou o zagueiro e finalizou para brilhante defesa de Yago. O tempo regulamentar então se esgotou. A decisão seria nas cobranças de pênalti.

Pouco antes do apito final, o técnico alviverde tirou Leandro e colocou Kaíque no lugar. Na semana anterior, isso deu certo e o goleiro defendeu uma cobrança do São Bernardo FC. No sábado o raio caiu duas vezes no mesmo lugar e o tetra palmeirense veio das mãos dele. O camisa 14 defendeu as cobranças de Gabriel Araújo, Lucas Pires e Eduardo Tanque. Ele só não pegou o pênalti de Luís Mandaça. Já o verde vez com Pedro Bicalho, Kevin e Ramon Rocha. Nem o fato de Robert Dias ter chutado longe atrapalhou.




No tempo final o Corinthians estava melhor, fez 1x0, mas vacilou, tomou o empate e viu a decisão ir parar nos pênaltis



Ramon Rocha fazendo o último pênalti a favor do Palmeiras e Kaique prestes a pegar a cobrança de Eduardo Tanque, a terceira dele, e dar o título ao verde

O Corinthians 1 (1) - 1 (3) Palmeiras coroou uma campanha claudicante, mas que foi decisiva quando necessária. O verde conquistou o caneco apesar de ter nove pontos a menos do que o seu grande rival. Além disso os mosqueteiros terminaram a participação sem nenhuma derrota. Como todos assinaram o regulamento, ninguém pode reclamar. O que ficará para os livros de história é que em 2020 o antigo Palestra Itália sagrou-se tetracampeão do Paulista sub-20.

A entrega dos troféus foi rápida e sem muito alarde. O destaque negativo ficou por conta do descaso com que os atletas alvinegros trataram o recebimento das medalhas. Vários tiraram o item logo após colocarem no pescoço e a taça foi quase jogada de lado, tamanha a falta de esportividade de todos, começando pelo treinador Dyego Coelho. Entendo que todo mundo estava revoltado, porém não é assim que se faz. Saber perder é uma enorme virtude e da forma como fizeram, já começaram mal a carreira.



Atletas do Corinthians saindo de cabeça baixa após o vice. Perder como perderam dói, mas faltou esportividade a alguns. Na segunda foto, a comemoração verde pelo tetra

Sem tempo de comemorar ou lamentar demais, os times voltarão a campo na terça-feira na ida das quartas de final do Brasileiro. O verde pega o Atlético Mineiro, enquanto o Timão recebe o Grêmio. Eu estarei em um deles na última cobertura de 2020.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Corinthians 1x1 Palmeiras (1x3)

Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitro: Matheus Delgado Candançan; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Reginaldo, Gabriel Vareta; Gols: Ramon Rocha (contra) 20 e Michel 32 do 2º.
Corinthians: Yago; Daniel Marcos, Alemão (Gabriel Araújo), Ronald e Reginaldo; Luís Mandaça, Matheus Araújo (Lucas Pires), Du Queiroz (Wendell) e Vitinho; Cauê (Eduardo Tanque) e Richard (Antony). Técnico: Dyego Coelho.
Palmeiras: Leandro (Kaique); Carlos (Daniel), Michel e Gabriel Vareta (Jhow); Ramon Rocha, Pedro Bicalho e Vanderlan (Robert Dias); Jean Quiñonez (Miguel dos Santos), Pedro Acácio (Bruno Menezes), Robinho e Fabrício (Kevin). Técnico: Gilmey Aymberê.
_____________

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Portuguesa campeã da Copa Paulista 2020

Texto e fotos: Fernando Martinez


Quarta-feira foi um dia especial para a torcida da Portuguesa. Após anos de campanhas horríveis e muita humilhação, finalmente puderam comemorar a volta do time a um calendário nacional com a conquista da Copa Paulista. Foi um título bastante merecido e que veio depois do segundo triunfo contra o Marília no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte.

O Canindé estava vazio, cortesia da pandemia que parece não ter fim. Independente disso, quem acompanhou a partida ao vivo e em cores pela internet e pela televisão comemorou como se estivesse lá. Se os grandes e boa parte dos fãs de futebol praticamente não dão nenhuma importância para a Copa, a massa lusitana que sofre desde o criminoso rebaixamento de 2013 viu no certame uma espécie de redenção. Um pequeno oásis de alegria em meio a uma situação (ainda) complicada.

Tudo foi possível com dois ingredientes básicos: bom trabalho e organização. Os comandantes da agremiação centenária perceberam que a edição 2020 seria sui generis, um torneio de exceção, de tiro curto e com participantes não tão fortes como em anos anteriores. Os lusos aproveitaram a deixa e chegaram na decisão com uma campanha avassaladora: doze jogos, nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Tirando o revés contra o Água Santa - que por pouco não encerrou prematuramente a trajetória lusitana - apresentações sólidas e seguras.





Ah, que saudade de fazer as fotos oficiais numa decisão. Mas tudo bem, o que vale é que temos os registros no JP mesmo de longe

Na semi, o empate por 1x1 no ABC e o tranquilo triunfo por 3x0 em casa contra o São Bernardo FC recolocou a Portuguesa no cenário nacional em 2021. Acontece que a Copa do Brasil não era o foco, e sim a Série D do Brasileiro. Sem o título, nada feito. Aí a sorte deu as caras e o XV de Piracicaba, o outro grande favorito, foi eliminado pelo Marília. O receio de pegar o Nhô Quim na final ficou no papel. O MAC com certeza seria um difícil oponente, mas todos se encheram ainda mais de confiança.

O duelo de ida teve triunfo paulistano por 2x1. Um empate bastaria dentro de casa. Cheguei cedo no palco da peleja e encontrei ali os amigos Mário, Cristiano Fukuyama e Edson de Lima, o maior conhecedor do futebol feminino no estado. A expectativa era grande e ninguém ali, exceto os dirigentes do clube alvi-azul, cogitava outro resultado se não o título.

Dentro de campo, nenhuma surpresa. A primeira etapa foi toda da Lusa. As chances criadas deixaram claro que os locais não deixariam a zebra passear na cancha rubro-verde. Maykinho criou dois bons momentos com duas grandes defesas de Igor Castro. O Marília pouco atacou e somente Diogo Calixto, em lance isolado, levou perigo. A pressão deu resultado aos 37 minutos quando Adilson Bahia abriu o placar em cobrança de pênalti e ampliou a vantagem.






A favorita Portuguesa foi dona do primeiro tempo da decisão. Não deu sopa para o azar e chegou ao 1x0 em gol de pênalti de Adilson Bahia

A gente já sabia que a missão mariliense seria quase impossível, o que não impediu que as duas equipes fizessem um segundo tempo aberto e bem agradável de assistir. A Portuguesa foi perigosa e o Marília não se entregou em nenhum minuto. Diego Jussani aos cinco e Adílson Bahia aos oito finalizaram na trave. Aos 13, Giovani driblou dois marcadores e mirou certeiro no canto... 2x0. Na saída de bola o MAC diminuiu com bonito gol de Léo Couto. Ele mesmo quase empatou na sequência e Dheimison defendeu com precisão. Raphael Luz respondeu com estilo e fez 3x1 aos 20 minutos. Os visitantes não abaixaram a cabeça, marcaram o segundo com Diogo Calixto aos 37 e Caíque aos 43 por pouco não deixou tudo igual.






No tempo final a peleja ficou ainda mais animada e, mesmo sofrendo dois gols, a Lusa não correu maiores riscos por ter vencido o duelo de ida. O título ficou em ótimas mãos

O Portuguesa 3-2 Marília foi justo e recolocou o escrete rubro-verde no Brasileiro da Série B após quatro anos. Em 2017 a preparação foi horrorosa e a eliminação veio na primeira fase. Em 2021 esperamos que os erros sejam corrigidos e que possam entrar na disputa de forma competitiva. Além disso a sala de troféus do Canindé ganha novo item. Ao MAC, a certeza de que fizeram uma belíssima campanha e a presença inédita na Copa do Brasil.




O Marília foi vice mas merece todos os parabéns. Nem o torcedor mais fanático esperava a classificação para um certame nacional depois de tanto tempo. Já a Portuguesa comemora demais o retorno à Série D. Quem sabe não tenha sido o ponto de partida do esperado retorno...

A comemoração dos atletas e da comissão técnica no gramado foi enorme, porém como disse aqui na matéria da decisão da A3 entre São Bernardo e Velo Clube, a falta de torcida no estádio deixa tudo com gosto esquisito. Se estivéssemos vivendo dentro da normalidade, imaginem como teria sido a festa na arquibancada. Independente disso, as medalhas e taças foram entregues e eu fui ao campo - de máscara e com aquele banho de álcool em gel, claro - tirar uma foto com o troféu.

Essa foi a última cobertura do Jogos Perdidos antes do Natal. Só que o ano não acabou e antes do réveillon tem final do sub-20 e fase decisiva do nacional da categoria por aqui.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Portuguesa 3-2 Marília

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: José Cláudio Rocha Filho; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Geovani, Maykinho, Joãozinho, Júnior Santos, Léo Couto, Arthur Gaúcho, Diogo Calixto; Gols: Bahia (pênalti) 37 do 1º, Geovani 13, Léo Couto 14, Raphael Luz 20 e Diogo Calixto 38 do 2º.
Portuguesa: Dheimison; Feijão, Jussani, William Magrão e Vinicius; Caíque, Walfrido (Fabricio), Raphael Luz (Raphael Toledo) e Maykinho (Lucas Douglas); Bahia e Geovani (Joãozinho). Técnico: Gegê (AT).
Marília: Igor Castro; Denis Leite (Bruno Oliveira), Geninho, Arthur Gaúcho (Lucas Lino) e Diogo Calixto; Felipe Cordeiro (Dionathan), Júnior Santos e Léo Couto (Eric Di Maria); Luan Gama, Orlando Júnior e Gustavo Nescau. Técnico: Guilherme Alves.
_____________

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Corinthians para no Juventude e está fora do Brasileiro de Aspirantes

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde no dia 21 encerrei minha maratona pessoal de oito dias seguidos acompanhando futebol in loco no Estádio Alfredo Schurig, ponto obrigatório nesse concorrido mês de dezembro, na rodada final da segunda fase do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. O sub-23 do Corinthians, em maus lençóis no torneio por culpa dele próprio, recebeu um tranquilo Juventude.

Nos dois compromissos iniciais o alvinegro empatou com o Juve em Caxias do Sul e ganhou no sufoco do Red Bull Bragantino no Parque São Jorge. Depois, apenas um ponto conquistado nas três partidas seguintes, com direito a um revés contra o onze de Bragança por 4x3 após estar vencendo por 3x1 e levando a virada nos minutos finais. Com isso ficaram dependendo de um triunfo contra a equipe do Sul por dois gols de diferença. O escrete Jaconero jogava pelo empate.


Só temos a foto do pessoal da arbitragem com os capitães, de novo

A um dia de começar o verão, tivemos uma tarde bem fria na capital bandeirante... um presente! Presentes na Fazendinha também a dupla de amigos Mário e Lucas, a estrela de Brusque e região. Vimos um jogo que se não foi brilhante, pelo menos quebrou o galho. O Corinthians buscou o ataque na maior parte do tempo, só que como o time não é tão bom assim, ficou complicado acertar a meta defendida por William.

O Timão teve uma chance de ouro aos nove minutos em tiro livre indireto dentro da área. Como acontece em 90% das vezes, não deu em nada. Os locais tiveram outros dois bons lances até que, aos 30, abriram o placar. Antony recebeu bom passe pela direita, entrou na área e chutou cruzado no canto. Aos 42 quase o marcador foi ampliado. Primeiro Hugo Borges chutou de longe e William fez grande defesa. No escanteio, Adriel mandou a bola na trave. O 1x0 ficou barato para o Juventude.

O tempo final começou e aos seis teve ótimo momento corintiano com Hugo Borges na esquerda. Ele recebeu, tirou do zagueiro e finalizou. William desviou e a pelota foi encontrou o travessão. O 1x0 não adiantava nada, então o mosqueteiro não teve como fazer nada além de atacar. A rapaziada chegou várias vezes dentro da área visitante sem transformar esse domínio no tento da classificação.

Nos contra-ataques o Juventude assustou, como aos 28 quando Gilmar seguiu pela direita e, na frente do gol, mandou na arquibancada. Aos 36, ficou claro que a tarde não seria mesmo alvinegra quando os comandados de Edson Leivinha desperdiçaram três oportunidades na mesma jogada. Hugo Borges chutou em cima do arqueiro, no rebote Antony mandou na trave – pela terceira vez na tarde - e Roni finalizou com nova defesa de William.







O Corinthians foi muito superior ao Juventude. Criou vários bons momentos, chegou perto de fazer alguns gols, mas foi castigado no fim e ganhou uma eliminação no Brasileiro de Aspirantes

Na base do "desgraça pouca é bobagem", aos 43 a esperança de classificação, que já não era das maiores naquele momento, evaporou quando Gilmar avançou pela direita, Guilherme Pezão deu rebote e Nicolas, de prima, estufou a rede. O Corinthians 1-1 Juventude colocou os caxienses na semifinal contra o Ceará. A outra semi será entre Vila Nova e Fluminense. O Timão termina 2020 com uma campanha do seu sub-23 abaixo do esperado. Em 2021 acredito que devem mudar bastante coisa.

Foram oito coberturas em oito dias seguidos, então nada mais justo do que pegar um descanso merecido na terça-feira. Apesar de estarmos na reta final de 2020 ainda tem coisas boas na pauta, como por exemplo duas grandes decisões. Fiquem de olho!

Até a próxima!

_________________________

Ficha Técnica: Corinthians 1-1 Juventude

Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitro: Rafael Gomes da Silva; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Antony, Emerson, Igor Formiga, William; Gols: Antony 30 do 1º, Nicolas 43 do 2º.
Corinthians: Guilherme Pezão; Adriel, John e Emerson (Yuri); Igor Formiga, Warian (Gil), Roni, Daniel Penha e Luan (Dimitri); Antony e Hugo Borges. Técnico: Edson Leivinha.
Juventude: William; Correia (Leonardo), Pedro Afonso, Kelvin e Alessandro (Eduardo); Kelvi, Gilson (Nicolas), Bruno Camilo (Moises) e Ronald (Demethryus); Gilmar e Marcos Vinicios. Técnico: Roberto Maschio.
_____________

Palmeiras elimina o Botafogo e se classifica no Brasileiro sub-20

Texto e fotos: Fernando Martinez


No domingo completei meu sétimo dia seguido com futebol, algo impensável num dezembro "normal", com a última rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro sub-20. O Palmeiras recebeu o Botafogo/RJ no Allianz Parque em duelo de decisão direta por uma vaga nas quartas de final. O verde tinha que vencer, enquanto os cariocas jogavam pelo empate.

Na quinta-feira o atual tri campeão paulista foi eliminado da Copa do Brasil perdendo do Bahia por 3x1. No estadual, está na semifinal contra o Audax. Foi uma temporada atípica, mas como venho falando nas matérias que fiz durante esse mês, a maratona apertou demais a molecada. Tantos jogos consecutivos sobrecarregam os atletas titulares e reservas.



Botafogo posado e a foto dos capitães com o quarteto de arbitragem

Os juniores palmeirenses entraram em campo cansados e precisando do resultado, uma mistura sempre complicada. Descansado - o último compromisso tinha sido na segunda-feira - o Bota atuou com o regulamento debaixo do braço e levou enorme perigo nos contra-ataques. Só que antes do alvinegro criar seus momentos, foram os donos da casa que chegaram perto de marcar.

As duas melhores chances dos locais foram aos 20 minutos com Giovani em uma finalização que tirou tinta da trave direita e um chute ótimo de Marcelinho aos 34 que bateu no travessão. Antes do intervalo chegar, o goleiro paulistano Leandro fez milagre em tiros à queima-roupa de Navarro aos 34 e Ênio aos 38 minutos. Foi uma etapa inicial boa e bastante movimentada. Já no tempo final, o calor forte deu lugar a um verdadeiro dilúvio.






Lances do primeiro tempo de Palmeiras x Botafogo/RJ

Debaixo de muita água, o Botafogo retornou ao gramado nos últimos 45 minutos novamente sofrendo com a brilhante atuação de Leandro. Navarro novamente teve a oportunidade de abrir o placar a favor dos cariocas aos 12 e outra vez o goleiro fez milagre em chute cara-a-cara. Aos 16, um replay: o mesmo Navarro desperdiçou finalização na linha da pequena área. Foram quatro os lances claros e cristalinos a favor do Bota. Todos fizeram muita falta...

Aos 24 minutos Daniel, atleta do Palmeiras, recebeu belo passe em profundidade pela esquerda. Ele entrou na área, deu um drible incrível no defensor e chutou no ângulo esquerdo, um gol que geralmente a gente faz em futebol de botão. Aos 33, Leandro impediu milimetricamente o gol de empate botafoguense. Aos 42, novo milagre em tiro de Ênio. O alvinegro tentou muito, porém o camisa 1 mandante não quis que os atletas cariocas retornassem para casa com a classificação.


Bola no fundo das redes do Bota... era o gol da classificação palmeirense





O Botafogo jogava pelo empate, mas no fim não foi capaz de assustar os paulistas e não teve sucesso na busca do empate

O Palmeiras 1-0 Botafogo/RJ colocou o clube da Zona Oeste da capital bandeirante nas quartas de final do Brasileiro sub-20 no oitavo lugar com 30 pontos, à frente do Glorioso por ter duas vitórias a mais. Essa pode entrar na conta de Leandro, pois foi a atuação brilhante que teve com suas seis (!) grandes defesas do arqueiro que colocou a sua agremiação na próxima fase. O adversário será o Atlético Mineiro.

Enquanto o Palmeiras muda o foco em busca de uma vaga na final do Paulista sub-20 na segunda-feira, eu voltarei as atenções ao Brasileiro de Aspirantes e a luta do Corinthians pensando na semifinal.

Até lá!

_________________________

Ficha Técnica: Palmeiras 1-0 Botafogo/RJ

Local: Allianz Parque (São Paulo); Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Daniel, Kevin, Andrew, Ênio, Henrique Luro; Gols: Daniel 24 do 2º.
Palmeiras: Leandro; Thiago (Ramon Rocha), Jhow, Helder e Vanderlan; Gabriel Góes (Caio Cunha), Vitinho, Giovani (Daniel) e Marcelinho (Carlos); Fabrício (Kevin) e Pedro Acácio (Vitor Hugo). Técnico: Wesley Carvalho.
Botafogo/RJ: Andrew; Vitor Marinho (Gabriel), Wesley, David Sousa e Hugo; Kayque (Marquinhos), Matheus Nascimento (Vitinho), Romildo (Kauê) e Ênio; Rafael Navarro e Robson Júnior (Henrique Luro) (Wendel Lessa). Técnico: Ricardo Resende.
_____________