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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Muita chuva e vários gols no Parque São Jorge pelo Paulista sub-20

Texto e fotos: Fernando Martinez


No último dia de novembro o unificado Campeonato Paulista sub-20 de 2020 encerrou sua fase inicial e definiu os 16 participantes das oitavas de final. O Corinthians já estava garantido e recebeu no glorioso Estádio Alfredo Schurig o União Mogi pensando em manter sua invencibilidade. Não há dúvida que o clube da capital é um dos favoritos ao título.

Por conta da pandemia o calendário do futebol brasileiro ficou todo espremido. A FPF, além de enxugar todos os certames, cancelou alguns como o sub-15 e o sub-17. No sub-20 eles resolveram juntar as duas divisões e colocar todo mundo num pacote só. No total 24 agremiações entraram no torneio: 18 da primeira divisão (contando A1, A2 e A3, claro) e seis da Segundona (Inter de Bebedouro, Elosport, VOCEM, Flamengo de Guarulhos, São José e União Mogi).


Times perfilados no gramado do Alfredo Schurig antes do apito inicial

Os clubes foram divididos em seis chaves de quatro times cada. Os dois melhores de cada uma e os quatro melhores terceiros se classificam. O formato está longe do ideal, só que foi a **melhor** menos pior opção encontrada. Fora que eu achei legal a unificação, confesso. Não sei se isso vai continuar pós-pandemia, porém é fato que dá uma mexida interessante na categoria.

Fui até o Parque São Jorge na boa e por sorte cheguei pouco antes do dilúvio que caiu durante boa parte do tempo inicial. Com o gramado encharcado eu imaginava que as equipes seriam prejudicadas, principalmente o mosqueteiro. Porém o que se viu em campo foi uma peleja animadíssima, repleta de chances, emoção e gols, muitos gols. Diferente de alguns que preferem o esporte com nós táticos e muita posse de bola, eu prefiro gol e emoção, independente da qualidade técnica.

O Timão já tinha vencido o jogo em Mogi por 5x0 e era natural acreditar que venceriam novamente. O destaque positivo ficou por conta da atuação dos visitantes, principalmente na primeira metade do duelo. Inferiores técnica e fisicamente, eles fizeram uma apresentação digna e, sem medo do amanhã, também colocaram as manguinhas de fora. Antes do décimo minuto, um bom momento de cada lado: uma defesa maravilhosa do goleiro alvirrubro à queima-roupa e uma finalização do União que tirou tinta da trave.

Pedrinho inaugurou a goleada aos dez e ampliou aos 14, aqui contando com uma ajuda enorme do arqueiro Leonardo. Os mogianos foram para cima, criaram duas boas oportunidades seguidas e diminuíram aos 28 em pênalti cobrado pelo glorioso Mosquito. Aos 35 um dos zagueiros do União salvou um gol certo em cima da linha. Na sequência Wendell foi o autor do terceiro tento alvinegro. Aos 39 Leonardo fez duas defesas incríveis no mesmo ataque e impediu o quarto.


Grande ataque mosqueteiro pela esquerda no começo da partida, quando ainda chovia muito


Guilherme, camisa 4 do União, levou muito perigo com essa finalização


Pedrinho fez o segundo tento corintiano em cobrança de falta. O goleiro Leonardo deixou a bola passar por debaixo do seu corpo


Mosquito diminuiu o placar em cobrança de pênalti... era o primeiro do União Mogi. Eduardo Capellari ainda tocou na bola, mas não fez a defesa


Os donos da casa infernizaram muito a zaga alvirrubra, várias vezes em lances pelo alto


Zagueiro do União interceptando passe no ataque paulistano


Detalhe do terceiro gol alvinegro, marcado por Wendell


Luís Mandaca cruzando da direita para o gol de Pedrinho. Era o quarto do Corinthians

Aos 41 JP, de cabeça, fez novo gol a favor do União Mogi. Não perca a conta: até aí o placar era 3x2. Antes do intervalo chegar o Corinthians mostrou sua força. Pedrinho aos 42 fez o quarto. O União quase fez aos 44 e Maílson encerrou a etapa inicial aos 46 com um incrível 5x2. Fazia bastante tempo que não via uma partida tão animada e com tantos lances interessantes. Detalhe: tudo isso com o gramado ruim.

A etapa final começou e os comandados de Coelho continuaram implacáveis. Tabica no primeiro minuto e Arillan aos sete elevaram a contagem para 7x2. O União cansou e os locais enfileiraram várias chances consecutivas. Foi Bryan que deixou sua marca em cabeçada aos 32, o décimo tento da chuvosa tarde e o oitavo dos paulistanos. Nos minutos restantes o alvinegro poderia ter feito três ou quatro gols que não seria nenhum absurdo.


Mais perigo aéreo no setor ofensivo do Corinthians


Eduardo Capellari voa para impedir o terceiro gol do time mogiano


Bryan fechou a goleada corintiana aos 32 com esse gol de cabeça. Se o Timão tivesse apertado, poderia ter chegado aos 10


Pedrinho cobrando falta. Quase o nono gol alvinegro!

No fim, o Corinthians 8-2 União Mogi foi bem melhor do que eu esperava. O escrete mosqueteiro ostentou a terceira melhor campanha da fase inicial do estadual sub-20 com 14 pontos, atrás do XV de Piracicaba com 18 e da Ferroviária com 16. Na próxima fase receberão o Oeste em confronto único (será assim em todo o mata-mata) com o mando de campo. Detalhe que esse foi apenas meu segundo 8x2 na história. O único até então tinha sido o antológico Corinthians x Cerro Porteño pela Libertadores de 1999.

Dezembro começou com uma merecida folga. A pauta livre do JP indica uma cobertura já no dia 2. Por conta do calendário todo bagunçado o último mês de 2020 deve ser de recorde de jogos vistos. Vamos ver se a pandemia e o ânimo me deixam quebrar a marca.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Corinthians 8-2 União Mogi

Local: Estádio Alfredo Schuri (São Paulo); Árbitro: Nelson Marques da Silva; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Wendell, Caíque, Thomas Agustin, Matheus Grecco, Cauan Araki, Wallesson; Cartão vermelho: Caíque 37 do 2º; Gols: Pedrinho 10, 14, Mosquito (pênalti) 28, Wendell 36, JP 41, Pedrinho 42 e Maílson 46 do 1º, Tabica 1, Arllan 8 e Bryan 32 do 2º.
Corinthians: Eduardo Capellari; Alemão (Vinicius Cressi), Bryan e Thomas Agustin; Thaigo, Caique, Wendell (Arllan), Luís Mandaca (Gabriel Dias) e Pedrinho; Maílson (Higor Lapa) e Tabica. Técnico: Dyego Coelho.
União: Leonardo; Leonardo Santos (Pedro Feitoza), Victor, Guilherme e Ermeson (Cauan Araki); Lucas (Pedro), Matheus Grecco (Gustavo), Higor (Andrew) e Devilson (André); JP (Wallesson) e Mosquito. Técnico: Bruce Taylon.
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