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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Na volta ao Canindé, Portuguesa vence a primeira na Série D

Texto e fotos: Fernando Martinez


Esqueçam a festa, a emoção e todo o cerimonial de despedida feito no mês de janeiro: o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte ressuscitou e ganhou uma sobrevida até o final do Campeonato Brasileiro da Série D. No sábado fui até o velho estádio assistir a primeira partida da Portuguesa na última divisão nacional como mandante. O adversário foi o Maricá, 824º time a fazer parte da minha Lista.

O 2 a 2 contra o Grêmio Novorizontino pelo estadual foi um adeus muito contestado. Quem é do clube sabia que a SAF estava dando um passo muito maior do que a perna levando as apresentações para o Pacaembu. Eu cobri quase todos os jogos do rubro-verde no Paulo Machado de Carvalho pelo Paulistão e na eliminação precoce na Copa do Brasil contra o Botafogo/PB e vi que a história não duraria muito. No fim, tudo que os que conhecem o dia a dia do clube temiam aconteceu: público pequeno, aluguel caríssimo e prejuízo certo. Vale registrar também a duvidosa qualidade da gestão atual do campo inaugurado em 1940, hoje transformado em palco para eventos e shows, não para futebol.

Para a Série D, entre várias opções, a SAF fechou a utilização do Estádio Gabriel Marques da Silva, em Santana de Parnaíba, provavelmente a pior escolha levando em conta os estádios da Grande São Paulo. Os jogadores vetaram (ainda bem) e então decidiram pela melhor alternativa: o retorno ao Canindé mesmo parcialmente interditado. Agora a previsão é que ele seja utilizado até o final da participação lusitana no torneio. Teremos mais alguns meses para nos despedirmos direito.

Lembro que é apenas a terceira vez que a Portuguesa joga a Série D. Na primeira, em 2017, não vi nenhum jogo pois coincidiu com os compromissos do XV de Piracicaba, todos com times novos. Em 2021, no meio da pandemia, fui em todos os oito, porém nenhum com público. Resumindo: foi a primeira vez que vi a Lusa na quarta divisão nacional com torcida presente.


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Maricá Futebol Clube - Maricá/RJ


O árbitro paraense Dewson Fernando da Silva, os assistentes paulistas Bruno Silva de Jesus e Giovanni Crescencio, o quarto árbitro, também paulista, Murilo Tarrega Victor e os capitães dos times

Um bom público tomou conta das alamedas do Oswaldo Teixeira Duarte antes da peleja. Teve apresentação de banda tocando música portuguesas, muita festa e a torcida feliz por ter mais um tempinho na sua casa. Dos amigos das antigas, marcaram presença o radioativo Nilton, o inenarrável Bruno e o caiçara Estevan. Todo mundo para colocar o Maricá nas suas respectivas listas.

Por ser o estádio do meu primeiro jogo da vida, em 1983, fiquei feliz com a volta ao Canindé. Legal demais poder voltar a pisar no histórico gramado. Fiz meu credenciamento e logo estava na beira do gramado. O destaque ficou por conta da estreia da nova camisa da Portuguesa. Mais uma que gostaria de ter na coleção, mas que certamente não terei.

Após empatar na estreia contra o Boavista, os paulistanos precisavam vencer para fazer valer o mando de campo. Fui acompanhar o ataque local na etapa inicial e de lá vi uma partida que teve o Maricá levando perigo mais vezes do que a Lusa. O clube do interior do Rio de Janeiro chegou perto de marcar em três lances pelo meio da área, só que foi a Portuguesa quem saiu na frente com o gol de Lohan aos 26 minutos.



Duas chegadas da Portuguesa pelo lado direito do ataque



A cabeçada de Lohan e a bola estufando as redes do Maricá. Portuguesa na frente no Canindé




A Lusa conseguiu segurar a pressão visitante e se manteve com a vantagem no intervalo

O 1 a 0 se manteve nos minutos finais e o intervalo chegou com a vantagem mínima local. No segundo tempo segui no ataque rubro-verde. O técnico Cauan de Almeida acertou o time nos vestiários e o Maricá não conseguiu produzir mais. Os mandantes foram responsáveis pelas melhores chances, porém o marcador foi alterado apenas aos 30, com o gol de cabeça de Hericlis. Na sequência o time desperdiçou a chance do 3 a 0 em pelo menos duas oportunidades.



Agora dois ataques rubro-verdes pela esquerda



O segundo gol paulistano foi anotado por Hericlis



O gol sofrido no fim não tirou a primeira vitória da Portuguesa na Série D-25

Em uma das raras investidas na etapa final o Maricá diminuiu aos 39 com Wálber finalizando e vencendo o goleiro Bruno Bertinato. O restante do jogo rolou naquele sofrimento característico e desnecessário. Para a alegria dos mais de três mil torcedores, no fim o resultado ficou em 2 a 1 a favor dos donos da casa, novos líderes do Grupo A6 da Série D do Brasileiro.

Saímos do estádio e pegamos o caminho da Estação Tietê conversando sobre os pássaros, as abelhas e os Monkees. No domingo não teve jogo pois pintou um compromisso familiar relacionado à chegada de mais um novo integrante da família, fato que deve acontecer em junho. Futebol de novo vai pintar no feriado.

Até lá!

Ficha Técnica: Portuguesa 2-1 Maricá

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Dewson Fernando da Silva/PA; Público: 3.048 pagantes; Renda: R$ 105.480,00; Cartões amarelos: Lohan, Rildo, Igor Torres, Barba, Everton Messias (Por), Thiago Macota (Med-Por) e Rafael Carioca; Gols: Lohan 26 do 1, Hericlis 30 e Wálber 39 do 2º.
Portuguesa: Bruno Bertinato; Talles, Gustavo Henrique, Eduardo Biazus e Matheus Leal (Pedro Henrique); Barba, Iago Dias (Igor Torres), Guilherme Portuga (Denis) e Cristiano; Lohan (Hericlis) e Rildo (Cauari). Técnico: Cauan de Almeida.
Maricá: Dida; Magno Nunes, Vítor Pereira, João Victor e Rafael Carioca; Matheus Lira (Marcelo), Café (Gutemberg), Clayton e Hugo Borges (Davi); Tavares (Sérgio) e Clisman (Wálber). Técnico: Reinaldo.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Paulista vence o Nacional e volta à Série A3 após seis anos

Texto e fotos: Fernando Martinez


A rodada quádrupla do Sábado de Aleluia chegou ao fim com a decisão do segundo acesso no Campeonato Paulista da Série A4. Depois do União Barbarense confirmar sua vaga goleando o Araçatuba na sessão vespertina, a jornada noturna definiu se Paulista de Jundiaí ou Nacional fariam companhia ao Leão da 13. O palco do duelo foi o Estádio Jayme Cintra.

A última vez que o Galo da Japi jogou a A3 foi em 2020, quando foi rebaixado na lanterna. Depois disso, foram quatro anos difíceis na última divisão e o acesso para a A4 em 2024. Já o Nacional caiu em 2022, fez uma Segundona razoável em 2023, se manteve na quarta divisão na temporada passada com uma campanha fraca e melhorou sua performance agora em 2025.

Na primeira fase, o Paulista somou um ponto a mais do que os paulistanos. O ponto fez a diferença para definir quem jogaria por dois empates na semifinal. Na ida, jogando no Nicolau Alayon, um 1 a 1 que manteve a vantagem para os jundiaienses. O Nacional teria que fazer a partida do ano para conquistar o esperado acesso.

A torcida tricolor estava animada e encheu a sua tradicional casa. Quase 9 mil torcedores marcaram presença relembrando os bons tempos e empurraram a equipe local nos 90 minutos. Ninguém acreditava em outro resultado senão o acesso. O sufoco contra o Joseense nas quartas serviu de alerta: caso jogassem mal outra vez, não terminariam com a vaga na terceirona em 2026.


Fachada do Jayme Cintra em noite de decisão na A4


Times perfilados para o Hino Nacional Brasileiro

A caravana da coragem saiu de Santa Bárbara D'Oeste, seguiu de boa e chegou no Jayme Cintra faltando cerca de uma hora para o apito inicial. Entrar no estádio foi uma dureza, pois as filas eram intermináveis. Como a imprensa não teve uma entrada diferente, passei um aperto até chegar ao gramado.

Uma chuva insana que tinha acabado de terminar deixou o terreno encharcado. Quem olhava de longe não via nenhum problema, mas de perto a coisa estava feia. Se andar ao redor do campo já estava complicado, certamente o jogo sofreria com as poças, assim como foi no segundo tempo do duelo entre ambos na primeira fase. Naquela tarde molhada de fevereiro, o antigo SPR venceu por 1 a 0, resultado que daria o acesso à agremiação da capital.


Paulista Futebol Clube Ltda - Jundiaí/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Os capitães dos times junto com o quinteto de arbitragem da peleja: o árbitro Rodrigo Gomes Paes Domingues, os assistentes Ricardo Pavanelli Lanutto e João Petrúcio de Jesus dos Santos, o quarto árbitro Pablo Rodrigo Soares de Oliveira e o quinto árbitro Ricardo Busette


A presença da torcida nacionalista em Jundiaí

Fiz as fotos oficiais (com destaque para a fumaça dando um toque diferente) e fiquei acompanhando o ataque do lado esquerdo das câmeras de TV, perto do setor visitante, que contou com a presença da rapaziada da Almanac e vários parentes de atletas. Todos ali esperavam uma atuação boa do Nacional, talvez repetindo o triunfo da fase inicial.

É, só que quando a bola começou a rolar, quem ficou com a bola nos pés foi o Paulista. Não que tenham feito uma atuação brilhante, porém foram melhores desde o primeiro minuto. O Nacional não se encontrou e teve uma atuação bem abaixo da média. Pouco para quem precisava de um resultado positivo.

Para aumentar a desgraça nacionalista, o Paulista abriu o marcador aos 29 com o gol de cabeça de Lucas Silva completando levantamento de Filipinho dentro da área. Após sofrer o gol, o Naça não foi capaz de assustar. O acesso estava mais perto do Galo da Japi, que administrou a vantagem até chegar o intervalo.

Logo no começo da etapa final, Filipinho decretou o fim do sonho do Nacional com um forte chute no canto direito. A massa nas arquibancadas fazia uma bonita festa que, ao que tudo indicava, demoraria a terminar. Aos 23 saiu o terceiro com Christopher e a fatura foi liquidada de vez. Assim como em 2021, quando vi in loco o clube da Zona Oeste perder um acesso para o Linense, em 2025 acompanhei outra derrota que impediu uma promoção tão sonhada.





O Paulista começou melhor e esse foi o cenário durante os 90 minutos


Detalhe do primeiro gol da noite, que abriu o caminho para o acesso






O Nacional chegou a criar alguns bons momentos na etapa final, mas os erros na defesa custaram caro

Em 2025 eu acompanhei 12 dos 19 jogos do Nacional na Série A4. Não existe ninguém que cubra o time como o Jogos Perdidos. Se o antigo São Paulo Railway existe na grande rede, é em boa parte por nossa causa. E depois de alguns anos no limbo com gestões tenebrosas, agora pelo menos voltaram a ser competitivos. Agora, é fato que a quarta divisão não é o lugar da equipe. Como não vão jogar a Copa Paulista, a temporada chegou ao fim. Que no ano que vem possam voltar a lutar pelo acesso.

Falando dos promovidos, nunca o Paulista tinha vencido o Nacional por uma margem tão grande jogando em Jundiaí em todos os tempos. Fez quando mais precisava. Após seis anos, o campeão da Copa do Brasil de 2005 vai disputar a terceirona outra vez. Acesso merecido pela campanha e pelo trabalho bem feito pelos lados do Jayme Cintra. Agora vão disputar o título com o União Barbarense, que joga por dois empates.

Para fechar, vale registrar que ninguém cobriu os dois acessos da A4 in loco em 2025, somente o Jogos Perdidos. Não por sermos o máximo, mas sim pois gostamos de registrar a história, algo que fazemos há mais de 20 anos. Em tempos de um jornalismo de plástico feito em salas fechadas ou com textos escritos apenas por inteligência artificial, fizemos algo que deveria ser comum para quem realmente se importa com a cobertura esportiva. O pior é ver que poucos dão o real valor a isso. Tudo bem, não esperamos tapinhas nas costas, o lance é que sabemos do nosso valor. Seguiremos contando a história do futebol, algo no nosso DNA desde 2004.

Foi isso. Foram 16 horas na rua, quatro jogos, três cidades, dois acessos e 320 quilômetros percorridos. O cansaço era enorme no caminho de volta, mas faria tudo de novo. Dias assim que fazem a graça da vida.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Paulista 3-0 Nacional

Local: Estádio Jayme Cintra (Jundiaí); Árbitro: Rodrigo Gomes Paes Domingues; Público: 8.929 pagantes; Renda: R$ 164.620,00; Cartões amarelos: Filipinho, Zé Mendes, Rômulo, Gui Nascimento, Lincoln, e João Braga; Gols: Lucas Silva 29 do 1º, Filipinho 3 e Christopher 23 do 2º.
Paulista: Lucas Gomes; Renato Marola, Maycon Ramos, Zé Mendes (Gabriel Reis) e Vitinho Nascimento; Lucas Silva, Arílton Júnior, Wagner Chorão (Adelan) e João Choco (Felipe Pet); Christopher (Kadir) e Filipinho (Ivamar Júnior). Técnico: Fausto Dias.
Nacional: Luizão; Cauan, César Augusto, Renan e Lucas Roberto; Rômulo (Victor Sales), Ronaldy, Nicollas (Lincoln) e Daniel Costa (Paulo Vítor); Gustavo Índio e Gui Nascimento (João Braga). Técnico: Tuca Guimarães.

União Barbarense atropela Araçatuba e garante retorno à Série A3

Texto e fotos: Fernando Martinez


Após a rodada dupla matutina no Sábado de Aleluia, viramos a chave para acompanhar a jornada mais importante do Campeonato Paulista da Série A4 em 2025. Sim, ainda haverá a definição do título, mas não há dúvida de que o momento mais esperado da temporada é a definição dos dois acessos. Acredito que os amigos que leem esta matéria conseguem imaginar a alegria que tive ao saber que seria possível cobrir de perto as duas partidas decisivas, começando por União Barbarense x Araçatuba.

Saí de Itatiba na companhia do quarteto de amigos presentes na caravana da coragem — Caio, Pucci, Nilton e Renato — e seguimos direto para Santa Bárbara d’Oeste, palco do terceiro jogo do dia. Chegamos cerca de uma hora antes do apito inicial e a região já estava tomada por um bom número de torcedores. Fizemos uma boquinha e, sem demora, pegamos o caminho do Estádio Antônio Guimarães.


Jogo no Antônio Guimarães precisa de foto na fachada do estádio, uma das mais legais do interior


Criançada junto com os jogadores locais na entrada no gramado


Visão da parte coberta do estádio do União Barbarense

A casa do Leão da 13 é um dos estádios mais singulares do interior paulista. Inaugurado no longínquo 1921, ele foi leiloado exatamente um século depois, e seu destino segue indefinido até hoje. O União ficou fora do futebol em 2021 e 2022, muito por conta de problemas jurídicos relacionados ao campo, mas retomou o rumo em 2023. Foi bem na Segundona daquele ano, seguiu firme quando ela virou Série A4 em 2024 e, em 2025 liderou com folga a fase inicial, eliminando o Colorado nas quartas.

Na semi, enfrentou o Araçatuba, que também pode ser considerado uma fênix do futebol paulista. Após dois rebaixamentos consecutivos em 2006 e 2007, com campanhas sem nenhuma vitória, o AEA esteve na última divisão em 2012, 2013, 2016 e 2020. Voltou em 2024 e fez grande campanha, sendo eliminado pelo Colorado na disputa pelo acesso. Foi alçado à A4 após o remanejamento de vagas em aberto. Classificou-se em sétimo e eliminou o favorito Taquaritinga. No jogo de ida, venceu o União em casa por 3 a 2 e chegou a Santa Bárbara precisando apenas de um empate.


União Agrícola Barbarense Futebol Clube - Santa Bárbara D'Oeste/SP


Associação Esportiva Araçatuba - Araçatuba/SP


Nos jogos decisivos, rola um quinteto de arbitragem. Aqui, o árbitro Rafael Gomes Félix da Silva, os assistentes Risser Jarussi Corrêa e José Lucas Cândido de Souza, o quarto árbitro Ricardo Bittencourt da Silva e o quinto árbitro Ricardo Luís Buzzi. Além deles, os capitães dos times

De todos os jogos que vi do União em casa — desde a derrota contra o São Cristóvão na Copa João Havelange de 2000 até o 2 a 0 sofrido diante do Guarani em 2014, passando pela vitória contra o Limoeiro no quadrangular final da Série C de 2004 — o confronto de sábado foi o de maior público. A atmosfera estava sensacional, digna de uma partida valendo acesso.

Precisando de uma vitória simples, o União iniciou a peleja empurrado pelas arquibancadas e, logo aos três minutos, retomou a vantagem com o gol de Nathan Índio. Ele ficou com a sobra e acertou um belíssimo chute de fora da área. A festa foi enorme e o Araçatuba sentiu o golpe. Messias, em outra boa finalização, ampliou o placar aos 10. Do meu banquinho, senti que a fatura estava liquidada.

O clube amarelo e azul ainda tentou esboçar uma reação, porém não assustou. Foi para cima meio sem organização e deixou espaços no campo de defesa. Aos 27, em um contra-ataque de almanaque, Mastherson recebeu, avançou e mandou no ângulo direito de Guedes. Uma pintura que colocou o Leão da 13 na Série A3 em 2026. Ninguém, nem o mais ferrenho torcedor do AEA, acreditava numa virada.


O belíssimo chute de Nathan Índio, que abriu a goleada do Leão da 13



Dois momentos da comemoração de Messias no segundo gol do União Barbarense


Um golpe de kung-fu na lateral direita do ataque local. O Araçatuba estava grogue em campo



Mastherson chutando e o goleiro Guedes apenas vendo a bola entrar no seu ângulo direito


Ele ganhou o amarelo pela comemoração, mas a foto de Mastherson com a bandeirinha de escanteio ficou legal demais

No intervalo, o clima esquentou. O mascote do União foi fazer graça em frente ao setor visitante, bobagem que rendeu uma merecida expulsão e até um tabefe de um integrante da diretoria adversária. No alambrado, perto da ambulância, um diretor local também provocou os torcedores do Araçatuba e a coisa ficou feia. Teve até gás de pimenta vindo em cima de mim. Registro aqui a completa inoperância da PM de Santa Bárbara d’Oeste, que deixou as torcidas quase se encontrarem. Qualquer novato sabia que havia grande chance de confusão, especialmente pelo que aconteceu no jogo de ida.

O Canário da Noroeste demorou a voltar ao gramado alegando falta de segurança, mas acabou convencido, e a segunda etapa começou com cinco minutos de atraso. Nela, pouca coisa aconteceu. O Leão ampliou a vantagem com um gol contra de Adiel aos 16. Nos minutos restantes, o que se viu foi a espera pelo apito final, dentro e fora de campo. Depois de anos bem ruins, o União Barbarense goleou e, finalmente, estará de volta ao terceiro nível estadual em 2026, após oito anos.






O Araçatuba pouco fez depois dos 3 a 0. O sonho do acesso virou pó em Santa Bárbara D'Oeste


Placar final do massacre que levou o União de volta à Série A3

Ninguém sabe como ficará a situação do Estádio Antônio Guimarães no próximo ano. Mas o que importa é que o clube voltou com tudo e com propriedade para a A3. Coroa a melhor campanha do torneio em uma performance absolutamente irretocável. Além disso, voltará a disputar o dérbi contra o Rio Branco, um dos maiores clássicos do interior. Qualquer lista de rivalidades estaduais que não inclua Leão x Tigre não merece ser levada a sério.

Ao mesmo tempo, deixo os parabéns ao Araçatuba. Depois de tanto tempo, o AEA volta a assustar, como fez durante anos, especialmente nos anos 1990. A torcida voltou a lotar o Adhemar de Barros, algo impensável há alguns anos. Torço para que sigam assim na Copa Paulista, que começa em junho.

Saímos correndo do estádio porque o show não podia parar. Ainda tínhamos 90 quilômetros pela frente para acompanhar o segundo acesso da Série A4. E teve outro massacre... agora em Jundiaí.

Até lá!

Ficha Técnica: União Barbarense 4-0 Araçatuba

Local: Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães (Santa Bárbara D'Oeste); Árbitro: Rafael Gomes Félix da Silva; Público: 4.545 pagantes; Renda: R$ 106.100,00; Cartões amarelos: Vitor Zaga, Mastherson, Pedro Lima, Mateusinho, Felipe Bortolucci, Adiel e Raphael Pereira; Gols: Nathan Índio 3, Messias 10 e Mastherson 27 do 1º, Adiel (contra) 16 do 2º.
União Barbarense: Ivo Ricardo; Mastherson, Pedro Lima, Vitor Felipe e Wesllen; Nathan Índio, Fabrício (Hebert) e Messias (Hiago Oliveira); Lucas Lotto (Danilinho), Vitor Zaga (Chicota) e Daniel (Marcos Henrique). Técnico: Raphael Pereira.
Araçatuba: Guedes; Judá, Pablo, Adiel e Gustavo Cristo (Thallyson); Moyses (Felipe Bortolucci), Kayo Bahia, André (Esdras) e Mateusinho (Luan Carioca); Léozinho (Pedro Mattar) e Gustavo. Técnico: Wallace Lemos.