Texto e fotos: Fernando Martinez
Esqueçam a festa, a emoção e todo o cerimonial de despedida feito no mês de janeiro: o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte ressuscitou e ganhou uma sobrevida até o final do Campeonato Brasileiro da Série D. No sábado fui até o velho estádio assistir a primeira partida da Portuguesa na última divisão nacional como mandante. O adversário foi o Maricá, 824º time a fazer parte da minha Lista.
O 2 a 2 contra o Grêmio Novorizontino pelo estadual foi um adeus muito contestado. Quem é do clube sabia que a SAF estava dando um passo muito maior do que a perna levando as apresentações para o Pacaembu. Eu cobri quase todos os jogos do rubro-verde no Paulo Machado de Carvalho pelo Paulistão e na eliminação precoce na Copa do Brasil contra o Botafogo/PB e vi que a história não duraria muito. No fim, tudo que os que conhecem o dia a dia do clube temiam aconteceu: público pequeno, aluguel caríssimo e prejuízo certo. Vale registrar também a duvidosa qualidade da gestão atual do campo inaugurado em 1940, hoje transformado em palco para eventos e shows, não para futebol.
Para a Série D, entre várias opções, a SAF fechou a utilização do Estádio Gabriel Marques da Silva, em Santana de Parnaíba, provavelmente a pior escolha levando em conta os estádios da Grande São Paulo. Os jogadores vetaram (ainda bem) e então decidiram pela melhor alternativa: o retorno ao Canindé mesmo parcialmente interditado. Agora a previsão é que ele seja utilizado até o final da participação lusitana no torneio. Teremos mais alguns meses para nos despedirmos direito.
Lembro que é apenas a terceira vez que a Portuguesa joga a Série D. Na primeira, em 2017, não vi nenhum jogo pois coincidiu com os compromissos do XV de Piracicaba, todos com times novos. Em 2021, no meio da pandemia, fui em todos os oito, porém nenhum com público. Resumindo: foi a primeira vez que vi a Lusa na quarta divisão nacional com torcida presente.
Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP

Maricá Futebol Clube - Maricá/RJ
O árbitro paraense Dewson Fernando da Silva, os assistentes paulistas Bruno Silva de Jesus e Giovanni Crescencio, o quarto árbitro, também paulista, Murilo Tarrega Victor e os capitães dos times
Um bom público tomou conta das alamedas do Oswaldo Teixeira Duarte antes da peleja. Teve apresentação de banda tocando música portuguesas, muita festa e a torcida feliz por ter mais um tempinho na sua casa. Dos amigos das antigas, marcaram presença o radioativo Nilton, o inenarrável Bruno e o caiçara Estevan. Todo mundo para colocar o Maricá nas suas respectivas listas.
Por ser o estádio do meu primeiro jogo da vida, em 1983, fiquei feliz com a volta ao Canindé. Legal demais poder voltar a pisar no histórico gramado. Fiz meu credenciamento e logo estava na beira do gramado. O destaque ficou por conta da estreia da nova camisa da Portuguesa. Mais uma que gostaria de ter na coleção, mas que certamente não terei.
Após empatar na estreia contra o Boavista, os paulistanos precisavam vencer para fazer valer o mando de campo. Fui acompanhar o ataque local na etapa inicial e de lá vi uma partida que teve o Maricá levando perigo mais vezes do que a Lusa. O clube do interior do Rio de Janeiro chegou perto de marcar em três lances pelo meio da área, só que foi a Portuguesa quem saiu na frente com o gol de Lohan aos 26 minutos.
Duas chegadas da Portuguesa pelo lado direito do ataque
A cabeçada de Lohan e a bola estufando as redes do Maricá. Portuguesa na frente no Canindé
A Lusa conseguiu segurar a pressão visitante e se manteve com a vantagem no intervalo
O 1 a 0 se manteve nos minutos finais e o intervalo chegou com a vantagem mínima local. No segundo tempo segui no ataque rubro-verde. O técnico Cauan de Almeida acertou o time nos vestiários e o Maricá não conseguiu produzir mais. Os mandantes foram responsáveis pelas melhores chances, porém o marcador foi alterado apenas aos 30, com o gol de cabeça de Hericlis. Na sequência o time desperdiçou a chance do 3 a 0 em pelo menos duas oportunidades.
Agora dois ataques rubro-verdes pela esquerda
O segundo gol paulistano foi anotado por Hericlis
O gol sofrido no fim não tirou a primeira vitória da Portuguesa na Série D-25
Em uma das raras investidas na etapa final o Maricá diminuiu aos 39 com Wálber finalizando e vencendo o goleiro Bruno Bertinato. O restante do jogo rolou naquele sofrimento característico e desnecessário. Para a alegria dos mais de três mil torcedores, no fim o resultado ficou em 2 a 1 a favor dos donos da casa, novos líderes do Grupo A6 da Série D do Brasileiro.
Saímos do estádio e pegamos o caminho da Estação Tietê conversando sobre os pássaros, as abelhas e os Monkees. No domingo não teve jogo pois pintou um compromisso familiar relacionado à chegada de mais um novo integrante da família, fato que deve acontecer em junho. Futebol de novo vai pintar no feriado.
Até lá!
Ficha Técnica: Portuguesa 2-1 Maricá
Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Dewson Fernando da Silva/PA; Público: 3.048 pagantes; Renda: R$ 105.480,00; Cartões amarelos: Lohan, Rildo, Igor Torres, Barba, Everton Messias (Por), Thiago Macota (Med-Por) e Rafael Carioca; Gols: Lohan 26 do 1, Hericlis 30 e Wálber 39 do 2º.
Portuguesa: Bruno Bertinato; Talles, Gustavo Henrique, Eduardo Biazus e Matheus Leal (Pedro Henrique); Barba, Iago Dias (Igor Torres), Guilherme Portuga (Denis) e Cristiano; Lohan (Hericlis) e Rildo (Cauari). Técnico: Cauan de Almeida.
Maricá: Dida; Magno Nunes, Vítor Pereira, João Victor e Rafael Carioca; Matheus Lira (Marcelo), Café (Gutemberg), Clayton e Hugo Borges (Davi); Tavares (Sérgio) e Clisman (Wálber). Técnico: Reinaldo.