Texto e fotos: Fernando Martinez
Na quarta-feira, rolou mais uma apresentação do Nacional no Campeonato Paulista da Série A4. Cumpri meu dever cívico e fui até o Estádio Nicolau Alayon acompanhar o duelo ferroviário contra o Paulista de Jundiaí, um dos adversários mais tradicionais do antigo SPR.
O primeiro confronto entre os dois aconteceu em 12 de novembro de 1933, com vitória do Paulista por 2 a 1 em amistoso no Estádio da Vila Leme. Desde então, foram mais 77 partidas, principalmente nas décadas de 60, 80 e 90. O equilíbrio é impressionante: 27 vitórias do Nacional, 25 empates e 26 triunfos do clube de Jundiaí.
O Paulista é o terceiro time que o Nacional mais enfrentou na história, ficando atrás apenas da Portuguesa Santista e do Taubaté. Pelo lado do Galo da Japi, o Naça ocupa a sexta posição, atrás de Ponte, São Bento, Briosa, Bragantino e XV de Piracicaba. Eu só tinha visto esse duelo uma vez, um 1 a 0 do Nacional sobre o Etti Jundiaí na A2 de 2001, na famosa invasão da torcida visitante no Alayon. A vitória local impediu o acesso do Etti, que só veio na semana seguinte.
Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP
Paulista Futebol Clube - Jundiaí/SP

A árbitra Ana Caroline D’eleutério Carvalho, os assistentes Claudenir Donizeti da Silva e Ademílson Lopes Filho, o quarto árbitro Rafael Gomes Felix da Silva e os capitães
Abraço dos técnicos Fausto Dias e Tuca Guimarães antes da peleja
Antes da 10ª rodada, o Nacional estava em sexto lugar com 14 pontos, oito atrás do Paulista, líder isolado com 22. O Galo é, sem dúvida, um dos favoritos ao acesso à A3 em 2026. Porém, o Nacional já tinha surpreendido ao derrotar o líder na Comendador Souza - 2 a 0 contra Araçatuba na quarta rodada - e estava disposto a repetir a dose.
Junto com o Milton, Nilton e Matheus Trunk, vi um primeiro tempo em que os visitantes dominaram completamente. O Nacional quase não tocou na bola e foi amplamente superado pelo Paulista. O goleiro Luiz Carlos evitou a derrota parcial com uma grande defesa no começo e, depois, ao pegar um pênalti de Guilherme Givigi. Se o 0 a 0 estava estampado no placar não-eletrônico no intervalo, ele foi o principal responsável por isso.
No primeiro tempo, só deu Paulista na Comendador Souza
Bela defesa de Luiz Carlos no pênalti batido por Guilherme Givigi
Na etapa final, o Paulista voltou um pouco cansado, e o Nacional conseguiu equilibrar as ações. Mas chances reais de gol, nada. A sensação de que o jogo poderia terminar sem gols só aumentava. O que também ficou mais forte foi a chuva, que chegou por volta dos 20 minutos. Um dilúvio daqueles, com direito a granizo e tudo, que fez a árbitra interromper a partida. Chegamos a achar que o jogo não continuaria.
Cerca de 25 minutos depois, o temporal deu uma trégua, o gramado resistiu bem, e o jogo voltou. Surpreendentemente, o ritmo aumentou. O Paulista até teve bons momentos, mas foi o Nacional quem abriu a contagem. Em um lançamento preciso da defesa, a bola ficou mais para o zagueiro visitante, mas Nicollas acelerou, passou pelo marcador, avançou e, de fora da área, acertou um belo chute no canto de Lucas Gomes. Golaço.
A chuva foi tanta no tempo final que a partida foi interrompida por quase 30 minutos
A comemoração dos atletas nacionalistas com o belo gol de Nicollas
O Paulista tentou, mas não foi capaz de empatar

Ryan Francisco, destaque da base são-paulina que está começando a aparecer no time principal, atravessou a rua e foi ver Nacional x Paulista. Como todo mundo, ficou esperando o temporal passar
Grande vitória do Nacional no Alayon. Segunda vez que derruba um líder em 2025
O Galo ainda tentou pressionar, mas sem muita efetividade. O time da casa se segurou e garantiu uma vitória crucial. O Nacional 1-0 Paulista marcou o quinto triunfo dos ferroviários em 10 rodadas, superando as quatro vitórias nos 15 jogos de 2024. A equipe segue em sexto, mas agora mais perto dos líderes. O Paulista ainda lidera, mas com o São Caetano e União Barbarense logo atrás.
Saí da quarta divisão paulista direto para a competição de clubes mais importante das Américas. Tudo para ver a primeira (e provavelmente a última) visita de um time que eu mal conhecia até poucos meses atrás.
Até lá!
Ficha Técnica: Nacional 1-0 Paulista
Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitra: Ana Caroline D’eleutério Carvalho; Público: 186 pagantes; Renda: R$ 2.420,00; Cartões amarelos: Gabriel, Natan, Nicollas, João Braga, Lucas Silva, Thiago Couto e Tuca Guimarães; Gol: Nicollas 35 do 2º.
Nacional: Luiz Carlos; Cauan, Gabriel, Tallysson e Natan (Lucas Silva); Renan, Ronaldy (Diogo Rosa), João Braga e Daniel Costa (Alexandre) (Emmanuel); Gustavo Índio (Victor Sales) e Nicollas. Técnico: Tuca Guimarães.
Paulista: Lucas Gomes; Wallace Ramirez (Renato Marola), Gabriel Reis, Thiago Couto e Marcos Vinícius (Franklin); Lucas Silva, Adelan (Eduardo Zanette), João Choco (Wágner Chorro) e Filipinho; Vitinho Nascimento e Guilherme Givigi. Técnico: Fausto Dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário