Texto e fotos: Fernando Martinez
O segundo jogo da rodada dupla do "Sábado dos Fundadores" foi no recauchutado Estádio Paulo Machado de Carvalho (vale lembrar que aqui não usarei o bisonho nome novo). A Portuguesa, mesmo sendo mandante, foi colocada de escanteio, enquanto a torcida do Corinthians retornou ao velho/novo estádio após quase seis anos. Foi um bom clássico válido pelo Campeonato Paulista, e essa foi a minha quarta partida ali desde a reabertura, a primeira com a torcida corintiana no local.
Meu saudoso avô sempre dizia que os duelos entre alvinegros e rubro-verdes no campo mais tradicional da capital eram os mais propensos a confusões. Hoje a coisa mudou bastante, não tem como negar. Mesmo assim, é um clássico, por mais que a galerinha novata (além dos "especialistas" de plantão) que ama falar bobagens em rede social ache que não.
Saí do Nicolau Alayon na correria e, mesmo passando por falta de energia elétrica na Estação Luz, consegui chegar ao Pacaembu sem crise, a tempo de credenciamento. Passei pelas intermináveis obras do prédio que substituirá o tobogã e logo estava no gramado.
Não sou de postar esse tipo de foto aqui, mas essa ficou bastante legal. Essa vista do Pacaembu é das antigas
Vale comentar que o pessoal da Portuguesa foi deixado nas laterais, enquanto os corintianos ocuparam o restante do estádio. Não custava nada colocar a torcida da Lusa na parte coberta e na lateral, a antiga arquibancada visitante, para que ficassem todos juntos. Essa separação foi uma bizarria. Bom, mas de bizarrice a Allegra entende bem. O que eles não sabem é como organizar uma partida de futebol de forma decente.
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Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP
Sport Club Corinthians Paulista - São Paulo/SP
A árbitra Daiane Muniz, os assistentes Evandro de Melo Lima e Daniel Luís Marques, o quarto árbitro Murilo Tarrega Victor e os capitães
Como não tinha mais chance de ficar atrás do ex-gol do tobogã, graças às intermináveis e novíssimas escadas construídas, fui pegar meu lugar no gol da entrada e decidi ficar lá durante toda a peleja. O Corinthians vinha com o time inteiro reserva, enquanto a Portuguesa, invicta há quatro jogos, estava afim de ampliar essa marca.
O primeiro tempo teve a Portuguesa um pouco melhor, enquanto o Corinthians não conseguia produzir. Jajá criou o melhor momento aos 34, com um chute de longe que caprichosamente bateu na trave. Aos 48, Cristiano ajeitou de peito para o mesmo Jajá, que acertou um tiro no canto esquerdo de Matheus Donelli. Era o primeiro da Lusa. Assim, o intervalo chegou.
Na etapa final, os alvinegros voltaram com tudo e bem mais dispostos. Aos sete, Matheus Bidu empatou com um chute da esquerda. Aos 19, Talles Magno virou em cobrança de pênalti. Como estava atrás do gol, fiz fotos das comemorações. Para um moleque que se formou no futebol ouvindo jogos do estadual no Paulo Machado de Carvalho pelo rádio, estar ali registrando esse tipo de momento teve um gosto bastante especial.
Mas quem esperava que a Portuguesa fosse sentir a virada se enganou. O time acordou e respondeu à altura. Na entrada da área, a bola sobrou para Maceió, que bateu de primeira e deixou tudo igual novamente. No restante do tempo, as duas equipes chegaram bem perto de marcar o terceiro gol, mas não conseguiram.
Duas grandes chances da Portuguesa na primeira etapa. Na segunda foto, bola na trave de Matheus Donelli
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Detalhe da primeira etapa no Pacaembu
Detalhe do gol de empate corintiano e da comemoração de Matheus Bidu
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Ataque alvinegro pela esquerda
Talles Magno em três momentos: sofrendo pênalti, virando a partida e comemorando o seu gol
O 2 a 2 acabou sendo justo por tudo que os times produziram
No fim, o empate em Portuguesa 2-2 Corinthians foi justo pelo que ambos fizeram. Foi, certamente, a melhor apresentação da equipe do Canindé no Paulistão e, apesar de estarem fora da zona de classificação, não dá para duvidar que isso possa mudar. O rebaixamento ficou mais distante e a vaga na Série D de 2026 ficou mais próxima.
Eu tinha me esquecido como era voltar para casa após um jogo lotado no Pacaembu. O ônibus que precisava não passou, e somente após uma hora um outro me levou até a Doutor Arnaldo. Dali, finalmente, pude retornar ao QG da Zona Oeste. Disso, eu não tinha saudade. E o calor foi tanto que peguei uma gripe braba no sábado à noite, que me tirou da rodada de domingo. Vamos ver se na semana consigo me recuperar.
Até a próxima!
Ficha Técnica: Portuguesa 2-2 Corinthians
Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitra: Daiane Muniz; Público: 17.087 pagantes; Renda: R$ 1.914.620,00; Cartões amarelos: Gustavo Henrique, Lucas Hipólito, Cacá e Félix Torres; Gols: Jajá 38 do 1º, Matheus Bidu 7, Talles Magno (pênalti) 19 e Maceió 29 do 2º.
Portuguesa: Rafael Santos; Talles, Eduardo Biazus, Gustavo Henrique e Lucas Hipólito; Tauã, Fernando Henrique (Hudson) e Cristiano (Rildo); Jajá (Éverton Messias), Maceió (Pedro Henrique) e Renan Peixoto (Barba). Técnico: Cauan de Almeida.
Corinthians: Matheus Donelli; Mana (João Vítor), Félix Torres, Cacá e Matheus Bidu; Alex Santana (Bahia), Ryan (Pedro Raul), Charles (Maycon) e Igor Coronado; Romero e Talles Magno (Héctor Hernández). Técnico: Ramón Díaz.
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