Texto e fotos: Fernando Martinez
Em meio a uma terrível onda de calor, o sábado reservou uma rodada dupla simplesmente genial, com quatro times fundadores da FPF e muita tradição em campo. Iniciei os trabalhos no bom e velho Estádio Nicolau Alayon com um tradicionalíssimo duelo entre Nacional e Jabaquara, confronto que acontece desde 1934 e que, hoje, foi válido pelo Campeonato Paulista da Série A4.
O Jabuca é um dos adversários mais comuns do Nacional ao longo da história, com um total de 72 confrontos. A primeira partida ocorreu em 1934, pela primeira divisão, quando o antigo São Paulo Railway venceu. A maioria dos duelos entre os dois aconteceu entre 1934 e 1959 (ano em que o Naça foi rebaixado), com uma boa sequência também entre 1964 e 1967 (logo após a queda do rubro-amarelo, em 1963).
Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP
Jabaquara Atlético Clube - Santos/SP
Quarteto de arbitragem para Naça x Jabuca com Rafael Gomes Felix da Silva, Claudenir Donizeti da Silva, Pedro Pedro Aparecido Grivol Filho e Pietro Dimitrof Stefanelli, além dos dois capitães
Depois, breves encontros entre 1980 e 1982 e entre 2010 e 2011. De 2023 para cá, foi o quarto encontro. Na história, eram 32 triunfos nacionalistas, 28 do Jabaquara e 12 empates. No sábado, havia um tabu em jogo: desde 1980, o Naça não ganhava jogando na capital. Embora tenham sido apenas quatro jogos, isso não deixa de ser significativo.
Os paulistanos ocupavam a 10ª posição com sete pontos, enquanto o Leão da Caneleira era o 14º, com cinco. Entre as opções de jogos disponíveis no sábado à tarde, essa era de longe a mais interessante. Não à toa, um alto quórum de amigos se fez presente na parte coberta do campo da Rua Comendador Souza: o sumido Matheus Trunk, a fênix seu Natal, o maior anfitrião de Brasília, Raul, os figurinhas carimbadas Caio, Milton e Nilton, além dos "novatos" Gustavo e Vinícius, este direto do Rio. Quem não estava e nem vai estar mais é o sumidaço (agora para sempre) Jurandyr, que foi para Portugal de navio e não fará mais parte das jornadas no país verde e amarelo.
Com um bom público e expectativa alta, a animação rapidamente se esvaiu das arquibancadas. Nacional e Jabaquara fizeram uma partida muito ruim, bastante abaixo da média e praticamente sem chances de gol. O primeiro tempo foi tão terrível que as conversas entre os torcedores acabaram sendo o grande destaque da calorenta tarde.
Na etapa final, pouco mudou. Mas, aos 15 minutos, brilhou a estrela de Gustavo Índio, atacante local. Ele recebeu um passe livre na direita, entrou na área e chutou em cima do goleiro. Por sorte, o rebote voltou em sua direção e, de cabeça, colocou o Nacional em vantagem. O Jabaquara tentou reagir, mas a reação ficou apenas na vontade. Mesmo com a zaga paulistana falhando bastante, o Leão não conseguiu chances claras para empatar. O Nacional poderia ter feito o segundo em um chute cruzado da direita, que encontrou a trave. E só.
Lances de Nacional x Jabaquara, duelo com 91 anos de história
Placar final de um jogo ruim, mas com importante vitória nacionalista
O Nacional 1-0 Jabaquara recolocou o clube da capital no G8, ocupando agora a oitava posição, com 10 pontos. Com a vitória do Audax sobre o Barretos, a primeira do onze osasquense na A4, o rubro-amarelo santista entrou na zona de rebaixamento. Os comandados de Marcos Bruno precisarão melhorar a performance para não serem rebaixados em 2026.
Sem tempo a perder, saí correndo, eu e minha fascite plantar, gloriosa companheira desde dezembro, pois não podia vacilar. Tinha clássico às 18h30 e um caminho que, se não era longo, era complicado. Tudo para ver outro confronto de fundadores da FPF, desta vez pelo Paulistão-25.
Até lá!
Ficha Técnica: Nacional 1-0 Jabaquara
Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rafael Gomes Félix da Silva; Público: 215 pagantes; Renda: R$ 2.930,00; Cartões amarelos: Kléber Balotelli e Daltro; Gol: Gustavo Índio 13 do 2º.
Nacional: Luiz Carlos; Cauan, Tallyson, César Augusto e Natan; Rômulo, Ronaldy (Paulo Vítor), João Braga (Renan) e Emmanuel Manu (Alexandre Abreu); Gustavo Índio (Kléber Balotelli) e Nicollas (Gustavo Caires). Técnico: Tuca Guimarães.
Jabaquara: Luigy; Carlos, Samuel, Otávio e Hatz (Arthur); Daltro, Léo (Vini), Nicolas e Darlyson (Pereira); João e Jhonathan (Bahia). Técnico: Marcos Bruno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário