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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

De volta à Copa do Brasil, Portuguesa é eliminada pelo Botafogo/PB

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na noite de quinta, surgiu a chance de ver um jogo que poderia muito bem ter acontecido em um Brasileiro do fim dos anos 1970 ou em alguma Taça de Ouro do começo dos anos 1980. Direto do Estádio Paulo Machado de Carvalho, acompanhei um genial Portuguesa x Botafogo/PB pela primeira fase da Copa do Brasil. O fato de ser no Pacaembu deu um ar ainda mais nostálgico ao confronto.

A Lusa não disputava a segunda competição nacional mais importante há oito anos, reflexo do limbo em que se meteu após seguidas temporadas na Série A2. O retorno veio graças à boa campanha no Paulistão 2024, onde chegou às quartas de final. Na história, suas participações na Copa aconteceram de 1997 a 2002 e depois de 2007 a 2017.

Sem um lugar de destaque no ranking da CBF, a Portuguesa – que perdeu alguns atletas importantes após a eliminação no estadual – teve que jogar em casa nesta fase inicial. O Belo, atualmente na Série C, não seria um adversário fácil. A equipe ficou em segundo lugar na fase inicial do Campeonato Paraibano, com seis vitórias, um empate e duas derrotas.




Detalhe dos times perfilados e depois posando para as fotos oficiais. De longe, mas está valendo


A cadeira para a imprensa foi feita com as cadeiras da antiga numerada descoberta

Eu consigo me credenciar para jogos da Libertadores, mas não para campeonatos da CBF. Isso diz muito sobre a entidade e sua péssima gestão. Minha presença na peleja ficou ameaçada, mas, contando com a prestatividade do amigo Don, assessor de imprensa da Portuguesa, garanti um lugar nas "cabines" do Pacaembu.

Foi minha primeira vez ali depois da reforma. Se a concessionária cometeu a bobagem gigantesca de remover todas as cabines, ao menos criou um espaço razoável para a mídia escrita – mas adequado apenas para jogos pequenos ou médios. Agora, todo mundo, de emissoras de TV a rádios, webrádios e jornalistas, fica no mesmo setor. Em partidas grandes, a tendência é que vire um aperto só. Ah, detalhe: as cadeiras do espaço foram feitas com as antigas numeradas descobertas. Especificamente isso, achei que não ficou ruim.

Ali do alto, vi a torcida rubro-verde tomar um banho de água fria logo no começo. Aos quatro minutos, Rodrigo Alves acertou uma bicicleta perfeita e colocou o Botafogo/PB em vantagem. Pouco depois, Rildo, de cabeça, deixou tudo igual.

A Portuguesa ficou mais com a bola, mas sem criar chances claras. O Belo, mais incisivo, teve os melhores momentos. No segundo tempo, o cenário se repetiu: posse de bola da Lusa e perigo dos visitantes. Nos acréscimos, Rildo chegou a marcar a virada, mas o gol foi anulado por impedimento. Com o empate no tempo regulamentar, a decisão foi para os pênaltis.

Nas quatro primeiras cobranças, o placar ficou em 3 a 3. Maceió e Guilherme Santos desperdiçaram. Rildo bateu o quinto pênalti lusitano, mas Wallace defendeu. Na sequência, Thallyson chutou no canto esquerdo e garantiu a classificação do Belo.








Lances de Portuguesa x Botafogo/PB no Pacaembu, jogo com cara de Brasileirão dos anos 1970



O pênalti perdido por Rildo e Thallyson colocando o Botafogo da Paraíba na segunda fase da Copa do Brasil.

O Portuguesa 1-1 (3-4) Botafogo/PB foi trágico, especialmente pelo prejuízo financeiro. A derrota custou um milhão de reais, valor da premiação pela classificação. Assim como em 2009, 2011, 2013 e 2014, o clube do Canindé foi eliminado de forma precoce na primeira fase. Além disso, perdi a chance de ver o Concórdia jogar no Pacaembu. Uma pena.

Com a SAF ainda precisando mostrar serviço, a montagem do elenco para a Série D precisa ser bem melhor do que no Paulistão. As metas foram cumpridas, mas em 2025 o clube venceu apenas dois dos 13 jogos que disputou – muito abaixo do esperado. Agora, serão dois meses sem futebol até a estreia na quarta divisão nacional, no meio de abril.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Portuguesa 1-1 Botafogo/PB (3-4)

Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitro: Jonathan Benkenstein Pinheiro/RS; Público: 2.036 pagantes; Renda: R$ 89.040,00; Cartões amarelos: Talles, Tauã, Róbson (Por), Henrique Dourado, Rodrigo Alves, Erick, Natham (Bot), Guilherme Santos, Falcão e Reniê; Gols: Rodrigo Alves 4 e Rildo 12 do 1º.
Portuguesa: Rafael Santos; Talles, Gustavo Henrique, Eduardo Biazus e Pedro Henrique; Barba (Matheus Nunes), Tauã (Fernando Henrique) e Rildo; Igor Torres (Deivid Santos), Maceió e Everton Messias (Guilherme Portuga). Técnico: Cauan de Almeida.
Botafogo/PB: Wallace; Erick, Reniê, Wendel Lomar e Sidcley (Evandro); Gama, Thallyson e Bruno Leite (Gustavo Ramos); Guilherme Santos, Rodrigo Alves (Falcão) e Henrique Dourado (Luis Miguel). Técnico: João Burse.

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