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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Corinthians inverte a vantagem na final do Paulista sub-20

Texto e fotos: Fernando Martinez


Depois de três semanas - ô saudade - arranjei um ânimo que nem sabia que tinha e voltei aos gramados mesmo com sono, preguiça e com um calor dos infernos. Tudo para acompanhar o primeiro dérbi decisivo entre Corinthians e Palmeiras pelo Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão. Pela primeira vez desde a reorganização de 1980 os dois grandes rivais fazem a final desse certame. O antigo clássico foi realizado no genial Estádio Alfredo Schurig, a Fazendinha.

Antes de continuar, um parênteses: o alviverde foi campeão das edições 1992, 1998, 2002, 2009 e 2017 (em final contra a Ponte Preta, que teve cobertura do JP). Em 2004, quem conquistou o caneco foi o Palmeiras B. Naquele ano, alguém misturou as carteirinhas e colocou os melhores atletas no time B, deixando pro "A" a raspa do tacho. Resultado: o "A" foi eliminado na primeira fase e o B foi campeão em cima do Corinthians. É um erro histórico absurdo considerar que o time "A" foi o primeiro colocado daquela edição como o pessoal do clube da Zona Oeste faz.

Dito isso, podemos dizer que o Palmeiras está buscando sua sexta conquista enquanto o Corinthians, campeão em 1997, 2014 e 2015 (em decisão contra o Santos que também teve cobertura do blog) busca seu quarto título. Os dois tem um extenso histórico de duelos nessa competição, os mais recentes na segunda fase desse ano: vitória corintiana por 4x3 em Diadema e triunfo palmeirense por 2x1 em Osasco. No ano passado, no caminho do penta, a equipe da Zona Oeste eliminou o Mosqueteiro com duas vitórias pela contagem mínima nas quartas-de-final (a segunda delas, em Barueri, com cobertura do JP).

Depois de uma terça e quarta-feira com um calor absurdo na cidade de São Paulo, a manhã de quinta nasceu menos infernal. Não que estivesse frio ou algo do tipo, mas os três graus a menos já fizeram uma pequena diferença. Peguei o caminho da Zona Oeste até a Zona Leste na paz e cheguei no Parque São Jorge por volta das 9h20. O genial é que por estar devidamente credenciado, acessei o estádio pelo clube social. Fazia um tempo que não passava por ali e sempre que ando pelas alamedas históricas várias memórias do passado retornam.

Por estar credenciado também não fui obrigado a cozinhar nas arquibancadas, então fiquei numa das cabines, lugar também que não ia há muitos anos. As últimas vezes foram nos compromissos do Corinthians B na Série B3 de 2001 (!), quase uma eternidade. Não são cabines nababescas, porém elas cumprem seu papel de forma satisfatória. Tudo bem que os banheiros tem pias sem torneiras (!), ainda assim, é melhor do que grande parte dos estádios que já visitei.

Campeão do estadual em 2017 e atual campeão brasileiro da categoria, o alviverde fez a melhor campanha da competição, perdendo apenas dois dos seus 30 jogos. O Corinthians tem a terceira e, na fase semi-final, eliminou o São Paulo, dono da segunda melhor campanha com duas vitórias incontestáveis. Clássico é clássico até na base, então mesmo com a melhor performance em 2018, fica difícil cravar um enorme favoritismo nesse confronto.


Times perfilados antes do apito inicial


Não quis encarar o sol só para fazer a foto posada, então peguei carona lá do alto. Detalhe: só o Corinthians quis posar para o instantâneo oficial

Para um público abaixo do esperado, o Corinthians foi melhor durante o tempo inicial do dérbi. Só que a primeira oportunidade foi do Palmeiras aos cinco minutos numa cabeçada perigosa da pequena área. Aos 23, a primeira ótima chance corintiana em chute cruzado de Nathan que passou perto do canto esquerdo. Dois minutos depois o Timão fez o seu gol. Janderson fez belíssima jogada pela direita, passou liso pelos defensores, chegou na linha de fundo e cruzou pro meio da área. Fabrício Oya, super bem colocado, surgiu livre e chutou no canto esquerdo.

Antes do término do tempo inicial o Corinthians teve mais dois ótimos ataques que poderiam ter sido convertidos em gols. O melhor deles numa genial bicicleta de Nathan que foi bloqueada pela zaga na hora H. Mostrando muita qualidade ofensiva e uma boa segurança na zaga, o intervalo chegou com vantagem parcial do Mosqueteiro.


Fabricio Oya finalizando do meio da área


Palmeiras atacando pelo alto


Comemoração dos atletas mosqueteiros no primeiro gol, marcado por Fabricio Oya

Na volta pro tempo final o alvinegro permaneceu melhor e aos cinco minutos Fabricio Oya perdeu uma oportunidade absurda para fazer o segundo. O camisa 10 escorou livre na pequena área um cruzamento da esquerda mas mandou por cima. Aos oito, Papagaio - viva os apelidos no futebol brasileiro! - ajeitou para Wesley e o atleta alviverde finalizou mal. Aos doze, Lucas Piton teve bom momento e chutou com classe, só que os defensores visitantes mandaram pela linha de fundo.

A partir daí o sol apareceu forte e a partida caiu de produção. O Palmeiras ficou mais tempo com a bola nos pés e obrigou a zaga local a trabalhar muito. Em dois momentos os atletas alviverdes pediram a marcação de pênaltis, a meu ver sem razão, e a arbitragem deixou seguir. O Timão se segurou na boa e ao final dos 90 minutos conseguiu inverter a vantagem.


Sempre é uma delícia ver um jogo no Parque São Jorge, um dos estádios mais tradicionais do estado


Zaga corintiana prestes a mandar a pelota pra longe


Investida corintiana durante o segundo tempo

O placar de Corinthians 1-0 Palmeiras faz com que o time do Parque São Jorge jogue por um empate na Arena Barueri para conquistar seu quarto título do estadual da categoria desde 1980. Os atuais campeões brasileiros precisarão vencer para serem campeões pela sexta vez. Agora, com todo o respeito, esse era um clássico com a cara do Pacaembu, não? Um crime ser disputado fora da capital.

Foi isso. Depois do apito final peguei o caminho de volta pro QG para um providencial pit stop antes da labuta do dia a dia. Falando sobre novas coberturas, não tenho a menor ideia de quando será a próxima cobertura. Estamos de olho.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Corinthians 1-0 Palmeiras

Competição: Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão; Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitro: Lucas Canetto Bellote; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Nathan, Caetano, Ronald (Cor), Matheus Rocha, Iago, Papagaio (Pal); Gol: Fabricio Oya 25 do 1º.
Corinthians: Filipe; Igor, João, Ronald e Caetano; Du; Janderson (Vitinho), Fabricio Oya (Roni), Rafinha (Adson) e Lucas Piton (Welliton); Nathan (João Celeri). Técnico: Eduardo Barroca.
Palmeiras: Anderson; Matheus Rocha, Gabriel Furtado, Iago e Lucas Esteves; Patrick de Lucca (Marcus Meloni), Patrick de Paula e Wesley (Guilherme Vieira); Airton (Matheus Neris), Luan Cândido e Papagaio (Aníbal).  Técnico: Wesley Carvalho.
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