Depois da vitória nigeriana contra os Estados Unidos na primeira partida válida pelo Grupo A da Copa do Mundo Sub-17, chegou a hora da animada torcida local ver a volta do Chile à competição depois de 18 anos de ausência. Na minha segunda abertura de uma competição da FIFA na história, vi a "La Roja" enfrentar a genial seleção da Croácia. Detalhe: nenhuma das duas era inédita, já que coloquei ambas na Lista durante o Mundial de 2014.
Por se tratar do início oficial do certame, rolou uma mini-cerimônia de abertura entre as duas partidas da chave. Não foi nada parecido com o que vi na Copa do Mundo de 2014 - por coincidência num jogo da seleção do país sede contra os croatas - mas valeu mesmo assim. O evento teve a apresentação de uma orquestra de jovens e também de alguns artistas locais, e durou cerca de quinze minutos.
Três momentos da cerimônia de abertura da Copa do Mundo Sub-17 do Chile. Fotos: Fernando Martinez.
Ainda estava meio aéreo por conta de todo o clima, e aos poucos o setor da arquibancada em que me encontrava no Estadio Nacional foi ficando cada vez mais cheio. O público total anunciado foi de 20.637 pagantes, a avassaladora maioria, claro, de empolgadíssimos chilenos. Até a presidente Michelle Bachelet apareceu por lá (por sinal, muito aplaudida pelos presentes).
Perto das oito da noite, com o sol ainda se pondo e espetacularmente refletindo na neve dos Andes, Chile e Croácia entraram em campo para suas estreias no Mundial. Essa é a terceira vez que cada um dos times participam da competição. Os sul-americanos conquistaram o terceiro lugar em 1993 e foram eliminados na fase inicial em 1997. Já os croatas caíram na primeira fase em 2001 e 2013.
Antes do apito inicial tive a honra de ouvir o hino chileno cantado a plenos pulmões pelos presentes, num dos momentos mais geniais da minha viagem. Animados e empolgados ao extremo, quando o jogo finalmente começou a torcida aplaudia e vibrava até em cobrança de lateral. Nem o gol - sem querer, é verdade - da Croácia, marcado aos oito minutos por Nikola Moro, desanimou o povo.
Os meninos chilenos retribuíram os gritos vindos das históricas arquibancadas com muita força de vontade e superação. A equipe armou ataques perigosos e aos 33 minutos saiu o gol de empate num chute cruzado de Yerko Levia. O tempo inicial terminou com esse marcador.
Sol se pondo em Santiago iluminando os Andes. Visão absolutamente sensacional. Foto: Fernando Martinez.
Josip Brekalo, camisa 7 da Croácia, atacando pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.
Início da jogada que originou o gol croata. Foto: Fernando Martinez.
Marcelo Allende levantando a pelota na área do time europeu. Foto: Fernando Martinez.
O Estadio Nacional do Chile recebeu mais de 20 mil pessoas para a abertura oficial da Copa do Mundo Sub-17. Foto: Fernando Martinez.
No intervalo saí do meu lugar para perambular um pouco pela parte interna do Estadio Nacional. Fui debaixo das arquibancadas, aonde há uma espécie de salão nobre. Na parte de baixo ficou o povão, e na parte de cima os VIPs da FIFA. Algumas "hamburguesas" depois, voltei para meu assento.
No tempo final a partida continuou com um nível técnico razoável. O Chile teve mais chances, mas a Croácia conseguiu se segurar bem no campo de defesa. O onze europeu só assustou em alguns lances nos minutos finais, testando o coração do público pagante. No fim, a peleja ficou mesmo em Chile 1-1 Croácia. Ao término da rodada inicial, a Nigéria era a líder por conta do triunfo contra os Estados Unidos.
Jogador da Croácia impedindo a bola de sair pela linha lateral. Foto: Fernando Martinez.
Chute de longe para o Chile no tempo final. Foto: Fernando Martinez.
Disputa de bola no meio-campo. Foto: Fernando Martinez.
Visão geral de um Estadio Nacional já vazio após o apito final. Foto: Fernando Martinez.
A noite poderia ter terminado com o apito final, mas eu levei mais um bom tempo dentro das dependências do estádio. Ao zanzar pelas arquibancadas em busca de um ingresso físico - distribuído exclusivamente pelo COL - para minha coleção notei que todos os seguranças e voluntários da FIFA já tinham deixado seus postos. Cheguei de mansinho na tribuna de honra, nas cabines de imprensa e, incrivelmente, no "VIP Lounge" da entidade.
O tal do VIP Lounge nada mais era do que a parte superior do salão nobre que havia visto no intervalo. Como quem não quer nada entrei no local sem ser incomodado e tive à minha disposição uma mesa farta com muita comida e filas de geladeiras com refrigerantes da Coca-Cola à vontade. Não titubeei e aproveitei para fazer uma boquinha esperta às custas de Joseph Blatter e seus amiguinhos.
A entrada do VIP Lounge da FIFA e a mesa repleta de quitutes que me deixaram mais do que satisfeito. Fotos: Fernando Martinez.
Meia hora depois, devidamente satisfeito com tanta comida e bebida, peguei o caminho de volta para o meu primeiro QG em Santiago. Foi super fácil e rápido voltar para o hotel, algo comum na minha estadia por lá. Dormi um sono sensacional depois da genial rodada tripla que fiz já pensando na rodada dupla do domingo. Teve duas pelejas de chilenos das divisões de acesso na pauta.
Até lá!
Fernando
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