Não deu nem tempo de descansar direito, mas depois do bate-volta de sexta-feira para fazer minha estreia no Campeonato Sul-Americano Feminino Sub-20 em Santos, no sábado fiz novamente a viagem para o litoral, agora para duas partidas do Grupo A em outro cenário: saiu a Vila Belmiro, entrou o Estádio Ulrico Mursa, casa da Briosa.
O quórum foi menor do que o do dia 20, mas mesmo assim foi uma reunião de respeito: Luiz, Pucci, Renato (este já no litoral desde o dia anterior) e o curioso Victor de Andrade. Apesar do feriado a viagem foi feita de forma tranquila e com muito tempo de antecedência já estávamos nas redondezas da casa lusitana. O óbvio destaque ficou por conta da agradabilíssima temperatura - cerca de 22 graus - e do tempo nublado.
Poucas pessoas estavam no Ulrico Mursa para a abertura da rodada dupla com as seleções da Venezuela e do Paraguai em campo. As venezuelanas buscavam a reabilitação, pois haviam perdido para o Brasil na rodada inicial. Já as paraguaias derrotaram com dificuldades o Peru pelo placar de 3x2. No histórico da competição, ampla vantagem da La Albirroja com dois vices (2004 e 2014) e três terceiros lugares (2006, 2008 e 2010). As meninas da Vino Tinto tem como melhor resultado apenas um quinto lugar em 2014.
Seleções sub-20 da Venezuela e do Paraguai. Fotos: Fernando Martinez.
Capitãs das seleções com a árbitra uruguaia Nadia Fuques, a assistente uruguaia Adela Sanchez e a boliviana Liliana Bejarano e a quarta árbitra Maria Victoria Daza. Foto: Fernando Martinez.
Após todo o cerimonial de praxe, escolhi por motivos óbvios acompanhar o ataque paraguaio, pois pensei que o time era o favorito para conquistar os três pontos. Realmente, a seleção tricolor teve mais posse de bola e obrigou a goleira Franyely Rodriguez a trabalhar incansavelmente, mas gol mesmo que é bom, nada.
Jogando principalmente no campo de defesa, a Venezuela acabou definindo o jogo em contra-ataques absolutamente fatais espalhados por toda a peleja. O primeiro deles aconteceu aos 24 minutos e terminou com o gol de Lourdes Moreno. O Paraguai continuou martelando a zaga adversária, só que no segundo ataque venezuelano aos 45, Gabriela García ampliou a vantagem no marcador.
A camisa 11 Gabriela Segura afastando a pelota. Foto: Fernando Martinez.
Marcação firma da zaga venezuelana. Foto: Fernando Martinez.
Yessica Villagra atacando pela direita. Foto: Fernando Martinez.
No tempo final, nada mudou e as albirrojas continuaram no esquema "ataque contra defesa" castigando a goleira. E assim como aconteceu no primeiro tempo, na primeira chegada da Venezuela saiu o terceiro gol, novamente com Gabriela Garcia aproveitando rebote da goleira Vanessa Da Veiga. O cronômetro marcava 25 minutos.
A insistência do Paraguai finalmente deu resultado aos 32, com o gol de Yessica Martínez. Poucos tempo depois vi as duas defesas mais sensacionais da tarde e provavelmente do campeonato. Franyely Rodriguez defendeu de forma assombrosa dois chutes à queima-roupa, um atrás do outro, evitando que o Paraguai fizesse o segundo e crescesse ainda mais em busca do empate. Sem exagero nenhum, foi coisa de cinema.
As paraguaias foram com tanta sede ao pote que estenderam o tapete vermelho para o ataque da Venezuela. No último minuto, as meninas da terra de Hugo Chavez armaram um contra-ataque fulminante pela direita que terminou com a finalização precisa de Tahicelis Marcano na saída da goleira.
Verónica Martínez, camisa 21 do Paraguai, com a firme marcação da camisa 3 Alexyar García. Foto: Fernando Martinez.
Dois chutes à queima-roupa defendidos pela goleira da Venezuela Franyely Rodriguez. Ela foi o nome do jogo. Fotos: Fernando Martinez.
Detalhe do quarto gol venezuelano, fechando a goleada contra o Paraguai. Foto: Fernando Martinez.
A precisão cirúrgica da Vino Tinto nas finalizações fez com que o placar final da partida ficasse em Paraguai 1-4 Venezuela. Contando que o Brasil é o maior nome da chave, talvez esse resultado possa ter definido quem será o segundo classificado do Grupo B para a fase final do certame. Até porque pelo que vi no jogo de fundo, acho que Chile e Peru não tem condições de surpreenderem os demais integrantes da chave.
Falando nisso, não demorou para que peruanas e chilenas entrassem em campo para a segunda partida da tarde/noite no litoral.
Até lá!
Fernando
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