Texto e fotos: Fernando Martinez
Se o jogo da Taça Libertadores da América que vi na quarta-feira foi meia bomba, na quinta foi muito diferente. O Estádio Paulo Machado de Carvalho viu um duelo de tri-campeões do certame pela segunda rodada do Grupo 6: Santos x Nacional do Uruguai. Foi minha 17ª partida pela competição na cancha paulistana em todos os tempos e a terceira vez que assisti uma peleja do escrete tricolor.
Que o Nacional não é nem sombra do time de outros tempos todos nós sabemos, mas não dá para falar da história da competição sem citar o campeão de 1971, 1980 e 1988. Ver a agremiação uruguaia atuar dentro do velho Pacaembu deixa a coisa mais legal. Do outro lado, o campeão de 1962, 1963 e 2011 queria se recuperar depois do revés contra o Real Garcilaso na estreia.
Os dois times posando para as fotos oficiais antes do apito inicial
Pelo segundo dia seguido emendei aquela tabelinha esperta como amigo Victor de Andrade, do Curioso do Futebol, e fui novamente credenciado graças ao amigo. Dessa vez eu iria ficar dentro de campo, mas como a Conmebol não deixa os profissionais ficarem de bermuda no gramado (sim, esse absurdo ainda acontece na América do Sul) eu dancei. Com um bafo absurdo e fazendo 30 graus à noite, troquei minha estreia no relvado por um lugar na tribuna de imprensa.
Esse foi o 11º encontro entre os dois clubes na história e desde um amistoso em 1961 o Santos não sabe o que é perder pro Nacional. E não foi dessa vez que os uruguaios quebraram o tabu de 57 anos. A peleja começou tensa e o árbitro paraguaio Ulises Mereles distribuiu seis cartões amarelos antes dos 20 minutos. Isso fez com que ele conseguisse ter mais controle sobre os jogadores.
Aos 19, o Peixe fez o primeiro em cabeçada de Eduardo Sasha e frangaço do goleiro Conde. O tempo foi passando com o Santos melhor, porém aos poucos o Nacional foi chegando mais perto da área local. Aos 43, o atacante Gabigol tomou o segundo cartão amarelo e foi expulso. A maior parte dos presentes não perdoou o atleta e mandou aquele simpático grito de "burro" enquanto ele saía do gramado.
Com um a mais em campo e todo o segundo tempo pela frente, esperava que o Nacional fosse voltar a campo mais disposto, só que o plano foi por água abaixo no primeiro ataque santista. Rodrygo recebeu a bola quase no meio de campo, avançou pela esquerda, driblou dois defensores no caminho e chutou na saída do arqueiro uruguaio. Um golaço da nova promessa santista.
Mesmo com dez, o Santos jogava muito bem e os visitantes não conseguiam chegar com perigo. Aos 28 minutos a equipe da Vila Belmiro teve um pênalti marcado a seu favor. Arthur Gomes bateu mal e Conde defendeu. No rebote, Jean Mota mandou pra fora. Era a injeção de ânimo que o adversário procurava.
Na base do bumba-meu-boi o Nacional encontrou forças para fazer o primeiro gol aos 35 com Oliva aproveitando rebote da zaga. Promessa de pouco mais de dez minutos de sufoco pro Santos? Não, pois aos 37 Eduardo Sasha fez seu segundo gol na noite, o terceiro tento santista, e fechou o marcador sem dar chances aos vizinhos do sul.
Detalhe do primeiro gol santista, marcado por Eduardo Sasha aos 19 do primeiro tempo
Troca de passes no campo de defesa do time uruguaio
Investida do Nacional pela direita do seu ataque no segundo tempo
Arthur Gomes perdeu um pênalti aos 28 minutos. O goleiro uruguaio fez grande defesa
Os 18.077 pagantes que foram ao Pacaembu vibraram bastante com o placar final de Santos 3-1 Nacional. O triunfo colocou os paulistas na segunda posição do Grupo 6 com três pontos, um atrás do líder Estudiantes. Aliás, o próximo duelo do Peixe pela Libertadores será contra os argentinos fora de casa.
Depois de dois jogos grandes, no final de semana voltarei às coberturas das divisões de acesso com um encontro ultra importante no Nicolau Alayon. Tem duelo "de seis pontos" na pauta.
Até lá!
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