Opa,
A cobertura-monstro do JP na 44ª Copa São Paulo de Futebol Júnior não pára! Com o certame chegando na sua fase semi-final, tivemos a honra de conseguir fazer as duas pelejas que definiram os finalistas. A primeira parada foi no Estádio Nicolau Alayon, palco do (para muitos, inesperado) confronto entre Bahia e Goiás.
Só que para quem acompanha de verdade a Copinha esse confronto não teve nada de surpreendente. As duas equipes mostraram um ótimo futebol durante o certame e chegaram com méritos na semi, inclusive eliminando grandes nomes do futebol brasileiro (o Bahia eliminou Corinthians e Grêmio, enquanto o Goiás tirou Vasco da Gama e São Paulo). Até a semi-final, a campanha dos dois era a mesma: seis jogos com cinco vitórias e um empate.
Especificamente em jogos da Copinha, o histórico de jogos é tímido. Bahia e Goiás jogaram apenas duas vezes em todos os tempos. A primeira no dia 10 de janeiro de 1989 no CT do tricolor paulista com vitória goiana pela contagem mínima. A segunda em 7 de janeiro de 2004, num empate sem gols no Estádio Archangelo Brega, em Lençóis Paulista.
EC Bahia (sub-20) - Salvador/BA. Foto: Fernando Martinez.
Goiás EC (sub-20) - Goiânia/GO. Foto: Fernando Martinez.
Trio de arbitragem e capitães. Foto: Fernando Martinez.
Por ter visto jogos das duas equipes, considerava o Bahia levemente favorito. E nos primeiros minutos a equipe nordestina tomou conta completamente da partida. O Goiás não soube como neutralizar o rápido ataque tricolor e foi dominado. Logo aos 6 minutos o time teve a primeira chance de gol. Na segunda, aos 12 minutos, Matheus se aproveitou de bate-rebate na área e abriu o marcador.
Jogadores do Bahia saindo para comemorar o primeiro gol da semi-final. Foto: Fernando Martinez.
Mesmo atrás no placar, o time esmeraldino ainda demorou para conseguir chegar com perigo dentro da área baiana. O primeiro chute veio apenas aos 22, com o artilheiro Eric chutando à direita do gol. Finalmente para sua torcida presente na Comendador Souza o Goiás passou a fazer a partir daí uma partida equilibrada. O Bahia já não tinha mais o ímpeto inicial.
Atleta do Goiás iniciando ataque. Foto: Fernando Martinez.
Ainda antes do primeiro tempo acabar, Eric aproveitou uma bola cruzada da direita (e também uma furada incrível do zagueiro Maracás) e tocou meio sem jeito para deixar tudo igual. Foi apenas o segundo gol sofrido pela equipe da Boa Terra em seis jogos da competição. Eram decorridos 42 minutos do tempo inicial.
Detalhe do gol de empate do Goiás, marcado pelo camisa 11 Eric. Foto: Fernando Martinez.
Na volta para o segundo tempo tivemos um jogo daqueles com "J" maiúsculo: Várias chances de gol criadas, polêmicas, torcidas nervosas e apreensivas e o surgimento de um novo "heroi". Aos 7 minutos o zagueiro Yago recebeu o segundo cartão amarelo e deixou o Goiás com um a menos, do mesmo jeito que aconteceu nas quartas contra o São Paulo. Mesmo com um a menos, o onze goiano quase virou o jogo em um belíssimo chute de Paulo pela esquerda aos 11 minutos. O arqueiro Renan fez ótima defesa.
Aos 18 aconteceu o lance que começou a tornar a partida histórica. Ryder invadiu a área pela direita e foi derrubado por um zagueiro goiano. O camisa 2 Railan foi para a cobrança da penalidade, mas o arqueiro Paulo Henrique defendeu de forma brilhante o chute no canto direito. Para desespero dos atletas da equipe esmeraldina, a árbitra Regildênia de Holanda Moura anulou o lance de forma correta em virtude de invasão de um dos atletas do Goiás.
Primeiro pênalti defendido pelo goleiro Paulo Henrique em cobrança de Railan. Foto: Fernando Martinez.
No repeteco da penalidade o mesmo Railan foi para o chute. o camisa 1 defendeu novamente, agora no canto esquerdo. As duas defesas na sequência já fizeram com que o arqueiro goiano se tornasse um dos maiores personagens dessa Copinha. Animado com a vantagem psicológica o Goiás quase fez o segundo em chutão de Eric aos 26, mais uma vez evitado em grande defesa de Renan.
No lance seguinte, Railer cobrou e novamente Paulo Henrique defendeu... Histórico! Foto: Fernando Martinez.
Atacante baiano correndo atrás da pelota dentro da área do Goiás. Foto: Fernando Martinez.
Ainda no ataque, aos 29 o camisa 8 Lineker acertou um tirambaço na trave de Renan, num raro lance de sorte para os baianos. Mas jogando com um a menos e debaixo de um forte calor, os goianos recuaram e o jogo ficou todo a favor do Bahia a partir dos 30 minutos. Paulo Henrique salvou a pátria alviverde em duas ótimas defesas após chutes de longe e aos 46 Feijão perdeu um gol sem goleiro.
Chute de longe que obrigou o arqueiro do Goiás a fazer belíssima defesa. Foto: Fernando Martinez.
No apito final, igualdade por um gol. Logo, a decisão na vaga para a final seria decidida na cobrança de tiros livres na marca da cal. Todos que gostam de futebol sabem que esse tipo de definição sempre torna jogadores herois e vilões. Aí que o camisa 1 do Goiás colocou definitivamente seu nome como verbete nos compêndios que contarão a história da edição 2013 da Copa São Paulo.
O goleiro de 18 anos pegou nada menos do que as duas primeiras cobranças do Tricolor de Aço, em chutes de Caio César e Ryder. Como desgraça pouca é bobagem, Zé Roberto ainda chutou a sua na trave. Mostrando que estava com a cabeça no lugar, Liniker, André Júnior e Murilo cobraram com classe e classificaram o Goiás para a final da Copinha.
Terceiro pênalti defendido pelo camisa 1 goiano, agora em cobrança de Caio César. Foto: Fernando Martinez.
Ryder também foi "vítima" da atuação brilhante de Paulo Henrique. O goleiro pegou "apenas" quatro cobranças na tarde no Nicolau Alayon. Foto: Fernando Martinez.
Cobrança de Murilo que colocou o Goiás pela primeira vez na final da Copinha. Foto: Fernando Martinez.
Final de jogo: Bahia 1 (0) - Goiás 1 (3). Essa foi a primeira vez que um time do Centro-Oeste brasileiro conseguiu um lugar na decisão da Copinha em todos os tempos. Independente da conquista da taça na próxima sexta-feira, o time goiano já sabe que fez história. Mesmo desclassificado de forma invicta, o Bahia também merece todos os elogios, pois caiu graças a uma atuação individual monstro do arqueiro adversário.
O "heroi" Paulo Henrique, o maior nome da semi-final entre Bahia x Goiás. Foto: Fernando Martinez.
Com a adrenalina à mil, peguei o rumo da Arena Barueri junto com o seu Natal, Sérgio e o perdido Cosme para acompanhar um grande clássico paulista na segunda semi-final do certame. Apesar de não ter sido um jogo "perdido", o que nos aguardava em Barueri era simplesmente eletrizante...
Até lá!
Fernando
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