Opa,
Quando a Copa São Paulo de Futebol Júnior surgiu em 1969, ainda chamada de Taça São Paulo de Futebol Juvenil, a ideia era comemorar o aniversário da capital bandeirante. Ao longo dos anos 70/80 a competição cresceu e sua disputa sempre aconteceu em vários estádios espalhados pela capital e adjacências. Vários jogos históricos foram realizados no Parque São Jorge, Rua Javari, Ibirapuera, entre outros.
Só que com o passar do tempo a ideia de comemorar o aniversário da cidade de São Paulo durante todo o mês de janeiro foi sendo substituída pela ideia de levar a competição para todo o estado, alterando por completo o conceito original. Para terem uma noção, de 2001 pra cá tivemos 275 grupos nas primeiras fases de cada edição da Copa São Paulo, e somente 14 (!) dessas chaves foram sediadas em São Paulo, uma porcentagem de 5%.
Por mais que que entenda o trabalho que a FPF faz ao fomentar a competição no estado, é notório que poderíamos (e deveríamos) ter mais grupos aqui na capital. Para começo de conversa, acho que não seria pedir demais grupos na Javari, Ibirapuera e Pacaembu. Mas enquanto isso não acontece (e sinceramente nem acho que vai rolar de novo algum dia), temos que agradecer humildemente o "presente" de ter todos os anos com uma sede no Estádio Nicolau Alayon.
Em 2013 a tradicional casa nacionalina foi sede do Grupo Z do certame e reuniu dois bi-campeões: Nacional e Ponte Preta. Enquanto o Naça foi campeão em 1972 e 1988, a Macaca foi bi em 1981/1982. A equipe ferroviária também soma dois vices em 1969 e 2005. A Ponte já foi derrotada na final em cinco oportunidades: 1974, 1975, 1977, 1986 e 1998. Como vemos, tradição não falta para os dois e o JP esteve na Barra Funda para o confronto que abriu a segunda rodada da chave.
Um detalhe histórico relevante é que incrivelmente as duas equipes nunca tinham se enfrentado em jogos válidos pela competição (isso sem contar as edições de 1973, 1974 e 1975, cujos resultados são praticamente impossíveis de serem encontrados). E esse primeiro encontro vem num tempo ruim para ambos, pois no século XXI o Nacional teve como campanha de destaque apenas o vice de 2005 e a Ponte o terceiro lugar em 2002. Tirando isso, nada digno de registro.
Nacional AC (sub-20) - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.
AA Ponte Preta (sub-20) - Campinas/SP. Foto: Fernando Martinez.
Em 2012, a Macaca foi eliminada do paulista da categoria nas quartas-de-final pelo Red Bull. O Nacional também parou nessa fase, só que na segunda divisão, após dois empates contra o Assisense. Na rodada inicial da Copinha, dois resultados ruins: o Naça só empatou com o Tocantinópolis e o time campineiro foi derrotado pelo Paraná. A palavra de ordem era reabilitação.
Cauê atacando pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.
Mas pelo futebol apresentado no gramado nacionalino na primeira meia hora, nenhum dos times mereceu os luros da vitória. A peleja começou arrastada e sem maiores emoções. O jogo era concentrado no meio de campo e poucas vezes os atacantes se viam em condições de tirar o zero do marcador.
Zaga da Ponte mostrando serviço. Foto: Fernando Martinez.
Na primeira chance mais aguda, o Nacional conseguiu abrir o placar. Romário recebeu bom passe dentro da área e, a trancos e barrancos, driblou o goleiro ponte-pretano tocando calmamente para o fundo das redes. Cinco minutos depois, a Ponte deixou tudo igual em belíssimo chute de longe de Jefferson. Tudo bem que o goleiro João Mansur deu uma ajuda monstro, mas foi um golaço mesmo assim.
Bom ataque do Naça pelo alto no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.
O tempo inicial terminou com esse empate, e no segundo tempo fui acompanhar novamente o ataque do time da casa. Vale registrar a presença do sumido seu Natal e dos amigos Álvaro e Guilherme, o Frango Selvagem do Rock and Roll, novamente sofrendo pela equipe ferroviária no alambrado.
O segundo tempo foi bom para o time ferroviário, mas a equipe não conseguiu transformar o domínio em gols. Foto: Fernando Martinez.
Para alegria da torcida do Nacional, a equipe melhorou e foi melhor do que a Ponte Preta em quase todo o tempo final. O problema, para variar um pouco, foi o último toque. Vimos pelo menos duas grandes chances de gol, mas os chutes foram sem direção. A Macaca ficou se segurando na defesa não sabendo como chegar de novo no ataque.
Zaga da Macaca cortando bola alçada na área. Foto: Fernando Martinez.
A peleja foi caminhando para seu final com o incômodo empate que eliminaria as duas equipes caso o Paraná vencesse o Tocantinópolis no jogo de fundo. Como no Nacional desgraça pouca é bobagem, a partida tinha reservado suas emoções para os últimos minutos. Num dos raros ataques, a Ponte conseguiu uma falta na lateral esquerda. A cobrança de Matheus nem foi tão poderosa, mas o goleiro João Mansur se atrapalhou todo e viu a pelota passar entre seus braços. Era o gol da virada campineira.
Investida ofensiva do Naça pela direita. Foto: Fernando Martinez.
A trágica tarde nacionalina terminou com um rápido contra-ataque da Ponte aos 46 minutos. Juninho se aproveitou da bagunça no setor defensivo paulistano e marcou o terceiro. Final de jogo: Nacional 1-3 Ponte Preta. Essa derrota eliminou o Naça ainda no segundo jogo. Se essa for a geração que irá jogar a Segundona 2013, estamos perdidos. Com o triunfo, a Macaca continuou sonhando com a vaga na segunda fase.
Até a próxima!
Fernando
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