Fala pessoal!
Após acompanhar e mostrar aqui a maioria dos jogos do Sul-Americano Feminino sub-17, finalmente a hora da grande Final chegou e lá estava eu no histórico gramado do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para a cobertura sempre presente do JOGOS PERDIDOS desde as primeiras rodadas do torneio. Para a festa da boa torcida presente no estádio, a seleção do Brasil era franca favorita jogando essa decisão contra a boa seleção do Chile.
Depois da festa venezuelana na preliminar, fui para a lateral do gramado fazer as fotos das duas seleções finalistas. E elas vem praticamente em primeira mão, pois mais fotógrafos tiraram as fotos, mas não as vi publicadas em nenhum lugar:
Tendo feito um campeonato perfeito, com cinco vitórias em cinco jogos e 34 gols marcados até então, a seleção brasileira queria a todo custo vencer essa competição para apagar a frustração de 2008, quando foi vice-campeã no saldo de gols perdendo o caneco para a Colômbia. Com ótimas jogadoras e um esquema de jogo altamente ofensivo o Brasil não tinha nenhum medo do Chile. No final das contas, nesse campeonato não tinha time que atrapalhasse o sonho das brasileiras.
Foi o jogo começar para perceber que o dia era mesmo brasileiro e que a nossa seleção não estava afim de surpresas. Com jogadoras altamente habilidosas em todos os setores do campo, o time amarelo pintou e bordou dentro da área adversária. A seleção chilena entrou em campo tentando somente se defender. O time não conseguiu armar nenhuma jogada no seu ataque, inclusive com a goleira Dani não fazendo nenhuma defesa durante o tempo inicial.
Sem sofrer pressão no setor defensivo, não demorou muito para que a vocação ofensiva das brasileiras aparecesse. Logo aos 12 minutos saiu o primeiro gol da final, em boa jogada da camisa 10 Beatriz, que aproveitou bola espirrada da zaga e chutou forte da entrada da área. Aos 23 uma pintura de gol em cobrança de falta perfeita da jogadora Jucinara. Mesmo perdendo muitas chances, o terceiro veio ainda antes do apito final da primeira etapa.
A mesma Jucinara bateu escanteio pela direita aos 41 minutos e contou com a colaboração da arqueira Maria Troncoso para levar o jogo em 3x0 para o intervalo. Na saída de campo vi um clone do iraquiano Sayid, da série de TV Lost, trabalhando no time do Brasil. Não sei se ele está com a mente de 1977 ou 2004, mas com certeza ele estava feliz pela apresentação da seleção.
Com o título praticamente definido, o intervalo serviu para que o pessoal que estava dentro de campo apostasse qual seria o placar final da peleja. Até o técnico chileno Ronnie Radonich sentiu o cheiro de uma possível goleada histórica para as brasileiras e armou uma retranca-monstro para sua equipe não sofrer mais gols durante a segunda etapa.
A retranca forte deu resultado, e o Brasil não conseguiu mais entrar na defesa chilena, pois todas as jogadoras estavam dentro da sua própria área. Mas de tanto insistir, as brasileiras finalmente conseguiram furar o bloqueio chileno aos 29 minutos, com um golaço de falta da jogadora Beatriz.
A partir daí os gols vieram todos em sequência. Aos 31 veio o quinto, em cabeçada certeira da atacante Paula. O sexto aconteceu aos 35, com a camisa 8 Andressa chutando de longe e contando novamente com a ajuda da goleira adversária. E para fechar o massacre, a camisa 19 Gláucia - uma das artilheiras da competição junto com a camisa 9 Paula, com 7 gols - apareceu livre cara-a-cara com a goleira Trancoso e chutou para marcar o último gol do Sul-Americano.
Final de partida: Brasil 7-0 Chile. Com esse resultado, a seleção brasileira sagrou-se campeã do II Sul-Americano Feminino sub-17, e se classifica - junto com as chilenas e as venezuelanas - de forma incontestável para o Mundial da categoria, que terá sua segunda edição em Trinidad & Tobago, entre os dias 5 a 25 de setembro.
A idéia fixa da comissão técnica e das jogadoras é fazer uma campanha bem melhor do que a que aconteceu no Mundial 2008, que foi realizado na Nova Zelândia. Naquele torneio, o Brasil perdeu seus jogos contra Inglaterra e Coréia do Sul e empatou com a Nigéria. Ficamos com apenas a 14ª colocação num torneio de 16 equipes. Aliás, as três seleções sul-americanas - além das brasileiras, Colômbia e Paraguai jogaram o torneio - fizeram campanhas péssimas. Em nove jogos disputados, três empates e seis derrotas deixaram uma má impressão para as meninas do continente. Esperamos que o futebol da região tenha melhor sorte nesse ano.
Após o apito final, não demorou muito para a festa da premiação começar. A jogadora Thaís recebeu o troféu de fair play para a seleção brasileira, em seguida as seleções da Venezuela e do Chile receberam respectivamente as medalhas de bronze e prata e depois de tudo isso foi a vez do Brasil fazer a festa no pódio. Por lá estavam o presidente da Conmebol Nicolás Leoz e o presidente da FPF Marco Polo del Nero.
Depois da entrega do troféu e das medalhas pela conquista do título, as jogadoras foram dar a volta olímpica e fizeram a festa junto da torcida que estava espremida no alambrado do estádio. Foi bonito ver a presença dos torcedores, mesmo sem que a grande mídia falasse da competição (para ser justo ficam os parabéns à RedeTV! pela transmissao da Final e da Semifinal). Quem sabe em alguns anos não veremos o futebol feminino - do qual eu sou fã - disputando espaço nas páginas de jornais? Acho que a mentalidade da nossa mídia está longe de ser mudada... mas fica a esperança.
Após muita festa no gramado, peguei o rumo de casa com o sentimento de dever cumprido mais uma vez no ar. Fazendo o dito trabalho de "formiguinha" que estamos acostumados, mais uma vez o JP levou para as páginas virtuais um torneio que foi praticamente ignorado pela grande imprensa. E nesse caso pior ainda, pois estamos falando de uma competição sul-americana na maior capital do país. Uma pena, mas isso acabou deixando que o JOGOS PERDIDOS fizesse um trabalho marcante e histórico para nós.
Até a próxima!
Fernando
Após acompanhar e mostrar aqui a maioria dos jogos do Sul-Americano Feminino sub-17, finalmente a hora da grande Final chegou e lá estava eu no histórico gramado do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, para a cobertura sempre presente do JOGOS PERDIDOS desde as primeiras rodadas do torneio. Para a festa da boa torcida presente no estádio, a seleção do Brasil era franca favorita jogando essa decisão contra a boa seleção do Chile.
Depois da festa venezuelana na preliminar, fui para a lateral do gramado fazer as fotos das duas seleções finalistas. E elas vem praticamente em primeira mão, pois mais fotógrafos tiraram as fotos, mas não as vi publicadas em nenhum lugar:
Seleção Feminina do Brasil (sub-17). Foto: Fernando Martinez.
Seleção Feminina do Chile (sub-17). Foto: Fernando Martinez.
Tendo feito um campeonato perfeito, com cinco vitórias em cinco jogos e 34 gols marcados até então, a seleção brasileira queria a todo custo vencer essa competição para apagar a frustração de 2008, quando foi vice-campeã no saldo de gols perdendo o caneco para a Colômbia. Com ótimas jogadoras e um esquema de jogo altamente ofensivo o Brasil não tinha nenhum medo do Chile. No final das contas, nesse campeonato não tinha time que atrapalhasse o sonho das brasileiras.
Foi o jogo começar para perceber que o dia era mesmo brasileiro e que a nossa seleção não estava afim de surpresas. Com jogadoras altamente habilidosas em todos os setores do campo, o time amarelo pintou e bordou dentro da área adversária. A seleção chilena entrou em campo tentando somente se defender. O time não conseguiu armar nenhuma jogada no seu ataque, inclusive com a goleira Dani não fazendo nenhuma defesa durante o tempo inicial.
Cruzamento da jogadora Jucinara pela esquerda. Ela foi um dos destaques do Brasil no torneio. Foto: Fernando Martinez.
Sem sofrer pressão no setor defensivo, não demorou muito para que a vocação ofensiva das brasileiras aparecesse. Logo aos 12 minutos saiu o primeiro gol da final, em boa jogada da camisa 10 Beatriz, que aproveitou bola espirrada da zaga e chutou forte da entrada da área. Aos 23 uma pintura de gol em cobrança de falta perfeita da jogadora Jucinara. Mesmo perdendo muitas chances, o terceiro veio ainda antes do apito final da primeira etapa.
A mesma Jucinara bateu escanteio pela direita aos 41 minutos e contou com a colaboração da arqueira Maria Troncoso para levar o jogo em 3x0 para o intervalo. Na saída de campo vi um clone do iraquiano Sayid, da série de TV Lost, trabalhando no time do Brasil. Não sei se ele está com a mente de 1977 ou 2004, mas com certeza ele estava feliz pela apresentação da seleção.
Detalhe do chute que originou o primeiro gol brasileiro na final contra o Chile. Foto: Fernando Martinez.
Segundo gol brasileiro em cobrança de falta primorosa da camisa 6 Jucinara. Foto: Fernando Martinez.
A bola estufando as redes no terceiro gol do Brasil, em mais uma bola parada da jogadora Jucinara. Foto: Fernando Martinez.
Com o título praticamente definido, o intervalo serviu para que o pessoal que estava dentro de campo apostasse qual seria o placar final da peleja. Até o técnico chileno Ronnie Radonich sentiu o cheiro de uma possível goleada histórica para as brasileiras e armou uma retranca-monstro para sua equipe não sofrer mais gols durante a segunda etapa.
A capitã Thaís dominando a bola dentro da área chilena no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.
A retranca forte deu resultado, e o Brasil não conseguiu mais entrar na defesa chilena, pois todas as jogadoras estavam dentro da sua própria área. Mas de tanto insistir, as brasileiras finalmente conseguiram furar o bloqueio chileno aos 29 minutos, com um golaço de falta da jogadora Beatriz.
Quarto gol brasileiro, novamente em bela cobrança de falta, agora da camisa 10 Beatriz. Foto: Fernando Martinez.
A partir daí os gols vieram todos em sequência. Aos 31 veio o quinto, em cabeçada certeira da atacante Paula. O sexto aconteceu aos 35, com a camisa 8 Andressa chutando de longe e contando novamente com a ajuda da goleira adversária. E para fechar o massacre, a camisa 19 Gláucia - uma das artilheiras da competição junto com a camisa 9 Paula, com 7 gols - apareceu livre cara-a-cara com a goleira Trancoso e chutou para marcar o último gol do Sul-Americano.
E para fechar o massacre, a artilheira do torneio Gláucia marcou chutando na saída da goleira chilena. Foto: Fernando Martinez.
O placar final do massacre brasileiro na decisão do título e ao lado um clone do iraquiano Sayid Jarrah, atualmente membro da comissão técnica brasileira, passeando no gramado do Pacaembu. Em qual realidade alternativa da série Lost ele está? Fica a dúvida... Fotos: Fernando Martinez.
Final de partida: Brasil 7-0 Chile. Com esse resultado, a seleção brasileira sagrou-se campeã do II Sul-Americano Feminino sub-17, e se classifica - junto com as chilenas e as venezuelanas - de forma incontestável para o Mundial da categoria, que terá sua segunda edição em Trinidad & Tobago, entre os dias 5 a 25 de setembro.
A idéia fixa da comissão técnica e das jogadoras é fazer uma campanha bem melhor do que a que aconteceu no Mundial 2008, que foi realizado na Nova Zelândia. Naquele torneio, o Brasil perdeu seus jogos contra Inglaterra e Coréia do Sul e empatou com a Nigéria. Ficamos com apenas a 14ª colocação num torneio de 16 equipes. Aliás, as três seleções sul-americanas - além das brasileiras, Colômbia e Paraguai jogaram o torneio - fizeram campanhas péssimas. Em nove jogos disputados, três empates e seis derrotas deixaram uma má impressão para as meninas do continente. Esperamos que o futebol da região tenha melhor sorte nesse ano.
Após o apito final, não demorou muito para a festa da premiação começar. A jogadora Thaís recebeu o troféu de fair play para a seleção brasileira, em seguida as seleções da Venezuela e do Chile receberam respectivamente as medalhas de bronze e prata e depois de tudo isso foi a vez do Brasil fazer a festa no pódio. Por lá estavam o presidente da Conmebol Nicolás Leoz e o presidente da FPF Marco Polo del Nero.
Seleções da Venezuela e do Chile recebendo as medalhas de bronze e prata das mãos do presidente da Conmebol Nicolás Leoz e do presidente da FPF Marco Polo del Nero. Fotos: Fernando Martinez.
A capitã do time brasileiro Thaís recebendo o troféu de Fair Play para a seleção das mãos do presidente da Conmebol. Foto: Fernando Martinez.
Jogadoras brasileiras recebendo as medalhas de ouro pelo título. Foto: Fernando Martinez.
Agora o troféu de campeão da competição, também recebido pela capitã Thaís. Foto: Fernando Martinez.
Festa no pódio com as jogadoras e a comissão técnica brasileira. Foto: Fernando Martinez.
Depois da entrega do troféu e das medalhas pela conquista do título, as jogadoras foram dar a volta olímpica e fizeram a festa junto da torcida que estava espremida no alambrado do estádio. Foi bonito ver a presença dos torcedores, mesmo sem que a grande mídia falasse da competição (para ser justo ficam os parabéns à RedeTV! pela transmissao da Final e da Semifinal). Quem sabe em alguns anos não veremos o futebol feminino - do qual eu sou fã - disputando espaço nas páginas de jornais? Acho que a mentalidade da nossa mídia está longe de ser mudada... mas fica a esperança.
Volta olímpica das jogadoras brasileiras perto da torcida que esteve presente na final. Foto: Fernando Martinez.
E agora no gramado do Pacaembu, mais uma vez as brasileiras posando com as taças de campeãs da competição e de seleção fair play. Foto: Fernando Martinez.
Após muita festa no gramado, peguei o rumo de casa com o sentimento de dever cumprido mais uma vez no ar. Fazendo o dito trabalho de "formiguinha" que estamos acostumados, mais uma vez o JP levou para as páginas virtuais um torneio que foi praticamente ignorado pela grande imprensa. E nesse caso pior ainda, pois estamos falando de uma competição sul-americana na maior capital do país. Uma pena, mas isso acabou deixando que o JOGOS PERDIDOS fizesse um trabalho marcante e histórico para nós.
Até a próxima!
Fernando
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