Fala pessoal!
Ufa! Depois de seis dias seguidos com rodadas diárias aqui para o JP, o sábado passado me reservou a última jornada dupla da primeira fase do Campeonato Sul-Americano Feminino sub-17. E para a despedida do Estádio Conde Rodolfo Crespi, a Rua Javari, da competição, Paraguai e Bolívia disputaram a primeira peleja do dia em busca da segunda vaga do Grupo A para as semifinais, já que o Brasil estava classificado desde a rodada anterior.
Cheguei na Rua Javari bem antes do horário marcado para o início da partida, e nas redondezas percebi uma grande movimentação de pessoas chegando no templo grená. Mas só entrando no estádio vi que não eram brasileiros aguardando o jogo de fundo, e sim muitos bolivianos oriundos dos bairros do Brás e do Pari - local do meu antigo e saudoso QG - esperando ansiosamente o jogo da seleção do seu país.
A Polícia Militar estimou que o público presente na Javari era mais de 3 mil pessoas para o primeiro jogo do dia. A animação dos bolivianos era total, e bem antes do apito inicial trilar por lá a parte coberta do estádio já estava lotada. Muito barulho, gritaria e a esperança que a Bolívia conseguisse a vaga nas semifinais do Sul-Americano. E fazendo um rali entre os muitos torcedores, consegui entrar no campo de jogo para as fotos oficiais:
Em busca da vaga nas semifinais, o Paraguai jogava pelo empate contra uma Bolívia que precisava desesperadamente da vitória. Pelos jogos anteriores que acompanhei, achava que as paraguaias se classificariam com um pé nas costas, mas com certeza a animação da grande torcida boliviana presente no estádio empurraria o time da terra de Evo Morales em busca dessa heróica e inesperada classificação.
Voltando para as sociais da Javari, encontrei o David e fomos para as tribunas, já que não tinha a menor condição de acompanhar o jogo junto com a muvuca instaurada no estádio. E passando o pior calor dos últimos dias, vimos uma partida muito movimentada, digna de decisões de vaga. A Bolívia jogava empurrada pela sua torcida, mas o Paraguai era mais time, e aos 12 minutos marcou o primeiro gol do dia através da jogadora Liz Peña com a providencial ajuda da arqueira Maria Lazaro.
Atrás do marcador, a seleção boliviana acordou no jogo e passou a dominar a partida. O Paraguai não era nem sombra do time das duas primeiras partidas e se mostrou assustado com a pressão dentro e fora de campo. A torcida empurrava a Bolívia, que chegava cada vez mais perto do gol de empate.
E a igualdade no marcador finalmente veio aos 36 minutos, com um gol contra da goleira do Paraguai, que colocou a bola dentro das próprias redes depois de bom cruzamento da esquerda de Margarita Zabala. Fazia tempo que não via uma comemoração de gol tão efusiva de torcida na Javari, nem em gols do Moleque Travesso dentro dos seus domínios. O jogo continuou melhor para as bolivianas, e o Paraguai agradeceu muito quando a árbitra Claudia Umpierrez encerrou a primeira etapa.
No intervalo, com o David suando absurdamente, fui buscar água e refrigerante para tentar amenizar o calor que estava fazendo mesmo na parte coberta do estádio. No caminho da lanchonete, percebi que estávamos colocados perto do ex-árbitro e atual inspetor de árbitros da Conmebol Armando Marques. Um dos juízes mais conhecidos/controversos da história do futebol nacional, responsável pela final do Paulista 73, aonde errou a contagem das penalidades que definiram o campeonato daquele ano, no último título relevante da Portuguesa. Não é toda hora que estamos perto de figura tão lendária do futebol.
Bom, já de volta à tribuna era a hora do segundo tempo começar. A torcida continuava empurrando a seleção boliviana, e o panorama do jogo não mudou muito. A Bolívia voltou muito melhor, mais acordada em campo e dominando as ações. As paraguaias tentavam, mas não conseguiam mesmo voltar a mostrar algo de bom dentro das quatro linhas. A diferença principal para que o placar não fosse alterado era a qualidade ofensiva das atacantes do time verde. A camisa 9 Sdenka mostrou deficiências já vistas em jogos anteriores e desperdiçou boas investidas.
Mesmo assim a torcida não desanimava, e a Bolívia já estava merecendo virar o marcador. O relógio era implacável com o time verde, e os minutos pareciam que estavam virando cada vez mais rápidos. Porém, de tanto insistir, as bolivianas ganharam uma chance de ouro para marcar o segundo gol numa penalidade máxima marcada aos 37 minutos. A melhor jogadora do time, a camisa 10 Diana Zenteno, foi para a cobrança. Mas ela sentiu o peso da responsabilidade e bateu mal demais o penal, praticamente recuando a bola para a goleira Paola Buttner, se redimindo do gol sofrido.
A Bolívia sentiu demais o pênalti perdido e não conseguiu mais chegar e nem criar chances de fazer o gol da classificação. O Paraguai continuou na defesa e levou os minutos finais em banho-maria para garantir a sua vaga no sufoco.
Final de jogo: Paraguai 1-1 Bolívia. O suado empate classificou o time paraguaio para as semifinais, aonde enfrentará o ótimo time do Chile buscando a vaga na grande final. Pelo que vi até aqui, apostaria nas chilenas para a classificação. Para a Bolívia, ficou a boa impressão que o time deixou no campeonato, só sendo derrotadas pelo Brasil e lutando até o último minuto pela classificação. A torcida da seleção soube reconhecer o esforço e aplaudiu bastante as jogadoras após o apito final.
E a grande torcida presente na Javari continuou por lá para ver o jogo de fundo... um amistoso, mas que foi do melhor time do campeonato até aqui e que merecia ser conferido.
Até lá!
Fernando
Ufa! Depois de seis dias seguidos com rodadas diárias aqui para o JP, o sábado passado me reservou a última jornada dupla da primeira fase do Campeonato Sul-Americano Feminino sub-17. E para a despedida do Estádio Conde Rodolfo Crespi, a Rua Javari, da competição, Paraguai e Bolívia disputaram a primeira peleja do dia em busca da segunda vaga do Grupo A para as semifinais, já que o Brasil estava classificado desde a rodada anterior.
Cheguei na Rua Javari bem antes do horário marcado para o início da partida, e nas redondezas percebi uma grande movimentação de pessoas chegando no templo grená. Mas só entrando no estádio vi que não eram brasileiros aguardando o jogo de fundo, e sim muitos bolivianos oriundos dos bairros do Brás e do Pari - local do meu antigo e saudoso QG - esperando ansiosamente o jogo da seleção do seu país.
A Polícia Militar estimou que o público presente na Javari era mais de 3 mil pessoas para o primeiro jogo do dia. A animação dos bolivianos era total, e bem antes do apito inicial trilar por lá a parte coberta do estádio já estava lotada. Muito barulho, gritaria e a esperança que a Bolívia conseguisse a vaga nas semifinais do Sul-Americano. E fazendo um rali entre os muitos torcedores, consegui entrar no campo de jogo para as fotos oficiais:
Seleção Feminina do Paraguai (sub-17). Foto: Fernando Martinez.
Seleção Feminina da Bolívia (sub-17). Foto: Fernando Martinez.
Em busca da vaga nas semifinais, o Paraguai jogava pelo empate contra uma Bolívia que precisava desesperadamente da vitória. Pelos jogos anteriores que acompanhei, achava que as paraguaias se classificariam com um pé nas costas, mas com certeza a animação da grande torcida boliviana presente no estádio empurraria o time da terra de Evo Morales em busca dessa heróica e inesperada classificação.
Voltando para as sociais da Javari, encontrei o David e fomos para as tribunas, já que não tinha a menor condição de acompanhar o jogo junto com a muvuca instaurada no estádio. E passando o pior calor dos últimos dias, vimos uma partida muito movimentada, digna de decisões de vaga. A Bolívia jogava empurrada pela sua torcida, mas o Paraguai era mais time, e aos 12 minutos marcou o primeiro gol do dia através da jogadora Liz Peña com a providencial ajuda da arqueira Maria Lazaro.
Saída rápida da Bolívia para o seu campo de ataque. Foto: Fernando Martinez.
Atrás do marcador, a seleção boliviana acordou no jogo e passou a dominar a partida. O Paraguai não era nem sombra do time das duas primeiras partidas e se mostrou assustado com a pressão dentro e fora de campo. A torcida empurrava a Bolívia, que chegava cada vez mais perto do gol de empate.
Jogadoras observando atentamente a bola. Foto: Fernando Martinez.
E a igualdade no marcador finalmente veio aos 36 minutos, com um gol contra da goleira do Paraguai, que colocou a bola dentro das próprias redes depois de bom cruzamento da esquerda de Margarita Zabala. Fazia tempo que não via uma comemoração de gol tão efusiva de torcida na Javari, nem em gols do Moleque Travesso dentro dos seus domínios. O jogo continuou melhor para as bolivianas, e o Paraguai agradeceu muito quando a árbitra Claudia Umpierrez encerrou a primeira etapa.
Ótima chance paraguaia no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.
No intervalo, com o David suando absurdamente, fui buscar água e refrigerante para tentar amenizar o calor que estava fazendo mesmo na parte coberta do estádio. No caminho da lanchonete, percebi que estávamos colocados perto do ex-árbitro e atual inspetor de árbitros da Conmebol Armando Marques. Um dos juízes mais conhecidos/controversos da história do futebol nacional, responsável pela final do Paulista 73, aonde errou a contagem das penalidades que definiram o campeonato daquele ano, no último título relevante da Portuguesa. Não é toda hora que estamos perto de figura tão lendária do futebol.
Visão geral das sociais do Juventus e de parte da arquibancada mostrando o bom público no jogo Paraguai x Bolívia. Foto: Fernando Martinez.
Bom, já de volta à tribuna era a hora do segundo tempo começar. A torcida continuava empurrando a seleção boliviana, e o panorama do jogo não mudou muito. A Bolívia voltou muito melhor, mais acordada em campo e dominando as ações. As paraguaias tentavam, mas não conseguiam mesmo voltar a mostrar algo de bom dentro das quatro linhas. A diferença principal para que o placar não fosse alterado era a qualidade ofensiva das atacantes do time verde. A camisa 9 Sdenka mostrou deficiências já vistas em jogos anteriores e desperdiçou boas investidas.
Ataque boliviano sob o olhar atento de quase metade do time paraguaio. Foto: Fernando Martinez.
Mesmo assim a torcida não desanimava, e a Bolívia já estava merecendo virar o marcador. O relógio era implacável com o time verde, e os minutos pareciam que estavam virando cada vez mais rápidos. Porém, de tanto insistir, as bolivianas ganharam uma chance de ouro para marcar o segundo gol numa penalidade máxima marcada aos 37 minutos. A melhor jogadora do time, a camisa 10 Diana Zenteno, foi para a cobrança. Mas ela sentiu o peso da responsabilidade e bateu mal demais o penal, praticamente recuando a bola para a goleira Paola Buttner, se redimindo do gol sofrido.
Detalhe do pênalti perdido por Diana Zenteno, que jogou a chance da classificação boliviana no lixo. Foto: Fernando Martinez.
Bola disputada no meio de campo. Foto: Fernando Martinez.
A Bolívia sentiu demais o pênalti perdido e não conseguiu mais chegar e nem criar chances de fazer o gol da classificação. O Paraguai continuou na defesa e levou os minutos finais em banho-maria para garantir a sua vaga no sufoco.
Final de jogo: Paraguai 1-1 Bolívia. O suado empate classificou o time paraguaio para as semifinais, aonde enfrentará o ótimo time do Chile buscando a vaga na grande final. Pelo que vi até aqui, apostaria nas chilenas para a classificação. Para a Bolívia, ficou a boa impressão que o time deixou no campeonato, só sendo derrotadas pelo Brasil e lutando até o último minuto pela classificação. A torcida da seleção soube reconhecer o esforço e aplaudiu bastante as jogadoras após o apito final.
E a grande torcida presente na Javari continuou por lá para ver o jogo de fundo... um amistoso, mas que foi do melhor time do campeonato até aqui e que merecia ser conferido.
Até lá!
Fernando
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