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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Guaratinguetá vence mas não avança na Série C

Salve, salve, amigos!

Sigo relatando minha solitária aventura dominical. Saí de Campinas pela bela Estrada dos Jequitibás, rumo à Itatiba, para um providencial abastecimento, e pela Rodovia D. Pedro cheguei ao histórico Vale do Paraíba. Tudo para acompanhar a partida entre o Guaratinguetá F.L. e o Mixto E.C., válida pela última rodada da terceira fase do Campeonato Brasileiro da Série C, que teve lugar no Estádio Martins Pereira. Por sinal, meu debut neste templo. As equipes, de forma atenciosíssima, prontificaram-se para as fotos oficiais da partida, exclusivas do JP.


Guaratinguetá F.L. - Guaratinguetá/SP. Foto: Estevan Mazzuia.




Mixto E.C. - Cuiabá/MT. Foto: Estevan Mazzuia.

Com relação à foto da arbitragem, por conta do adiantado da hora, não me foi possível fazê-la antes do início. No intervalo, porém, contei com a generosidade do trio de arbitragem, com destaque especial ao Sr. Márcio Coruja, e dos capitães. Por isso peço desculpas pela qualidade da foto, inferior a nossos padrões, por absoluta imperícia de minha parte. Mas fica o registro.


Arbitragem, formada pelos Srs. Márcio Cristiano Brum Coruja (RS), auxiliado por Francisco Aurélio do Prado (PR) e Aparecido Donizetti Santana (PR). Foto: Estevan Mazzuia.

Ambas equipes tinham chances matemáticas de classificação, e jogavam com atenção ao que acontecia na partida entre C. Atlético Goianiense e Duque de Caxias, em Goiânia. O Mixto, é bem verdade, tinha uma tarefa ingrata, vencer de goleada, e torcer por outra goleada, do Duque sobre os goianos. O Guará, por sua vez, podia se classificar com uma vitória simples, desde que o Atlético não vencesse. Em caso de igualdade com os goianos, a equipe paulista teria que descontar a ampla diferença no saldo de gols.

Pairava no ar, e na vontade dos cuiabanos, um cheiro de mala branca, que eu, particularmente, não tenho nada contra. Boatos diziam que os cariocas teriam oferecido um auxílio extra para que os matogrossenses entrassem em campo dispostos a parar o ataque rubro. Digno de repúdio seria o Guará aceitar auxílio semelhante para não entrar com vontade no jogo. Isso é intolerável. De resto, o espetáculo só tende a crescer.


Apesar do bom jogo, ninguém dava as caras.... Foto: Estevan Mazzuia.

E o que se viu foi um Guará bem armado, concentrando o jogo em seu campo de ataque, mas encontrando muita resistência na boa e bem postada defesa alvi-negra. Poucas foram as chances de gol, mas quase sempre oriundas da ala direita do Guará, veloz e criativa. Mas com tanto volume de jogo, o gol era questão de tempo. E aos 33 minutos, após uma cobrança de falta, Gil acerta o canto direito de Douglas, para delírio dos 270 pagantes. Em Goiânia, o empate sem gols garantia a classificação.


...até Gil se aproveitar desse bate-rebate e abrir o placar. Foto: Estevan Mazzuia.

Vágner ainda perdeu duas boas chances de ampliar na primeira etapa. Em Goiânia, o Atlético já vencia por 1 a 0. Aproveitei o intervalo para ir até o carro pegar uma blusa e, curiosamente, a única saída para o estacionamento foi pelos vestiários do Mixto. Valeu a força da comissão técnica, que permitiu que eu não congelasse em campo.

Sabendo que o resultado era insuficiente, em termos de classificação, o Guará retornou a campo empenhado em melhorar seu saldo de gols. Cristian aos 6, e Nenê aos 12 minutos, deixaram o bom arqueiro Douglas de cabelos em pé. Aos 15 minutos, Júlio Madureira cruzou para Célio que, de foram incrível, com o gol livre, cabeceou por cima.


Célio perdendo gol feito. Foto: Estevan Mazzuia.

Aos 23 minutos, dupla comemoração da torcida: Júlio Madureira ampliou, em São José, e o Atlético fez 2 a 0 em Goiânia. O empate lá, ou derrota atleticana, seria o ideal, mas uma vitória goiana com boa margem de gols também era uma boa para os paulistas: cada gol do Atlético equivalia a um gol a menos que o Guará teria que fazer. Uma curiosa e complicada matemática que entreteve a todos os jornalistas presentes no gramado, durante os 20 minutos finais da cantenda.


Um dos poucos ataques matogrossenses na partida. Foto: Estevan Mazzuia.

Aos 29 minutos, uma bela jogada de Cristian na linha de fundo: ele engana o goleiro, evita a saída de bola, e cruza para Thiago marcar, com o gol livre, enquanto a torcida comemorava o terceiro gol atleticano. Faltavam três gols ao Guará, e 22 jogadores para marcá-los, pois podiam ser três gols lá, três gols cá, ou dois lá e um cá, um lá e dois cá... que emoção poderia ser maior? Aos 33 minutos, o árbitro interpretou intencionalidade de Natan, em toque de mão dentro da área. Nenê converteu a penalidade e marcou o quarto gol vermelho. Faltavam dois...


Nenê convertendo a penalidade máxima. Foto: Estevan Mazzuia.

Aos 35 minutos, careca acertou a trave, após cruzamento de escanteio. Sete minutos depois, era anunciado o fim da partida em Goiânia. Eram 4 minutos, mais os acréscimos, para fazer dois gols. Nenê chegou perto de marcar, mas Douglas, atento, evitou o gol. O que parecia difícil ficou mais fácil aos 45 minutos: Rocha, de cabeça, se aproveitou de cobrança de falta de Nenê e marcou o quinto gol dos anfitriões. Delírio no Martins Pereira. O Mixto desperado com a possibilidade de perder o "bicho-carioca", o Guará todo no ataque, e 4 minutos de acréscimos...


Lance do gol de Rocha. Foto: Estevan Mazzuia.

Foram quatro minutos mágicos. Desses que me fazem lamentar quando alguém pergunta "o que você vai fazer nesses jogos?". Saboreei o verdadeiro e prazeroso gosto da alegria que só o futebol proporciona naqueles minutos. O apito do Sr. Márcio Coruja anunciou a morte abraçada das duas equipes, com placar final de Guaratinguetá 5-0 Mixto. Mas, de cabeça erguida, os paulistas saíram de campo orgulhosos e certos do dever cumprido, devidamente reconhecidos por sua torcida.

Torcida essa que, infelizmente, não soube se portar, e hostilizou a delegação matogrossense na saída do estádio. Único fato lamentável daquela maravilhosa tarde. Sei que foi mais um texto longo, e peço desculpas mais uma vez, mas só aqueles que conhecem emoções de decisões sabem a importância de tentarmos eternizar em palavras esses momentos especiais.

Até a próxima!

Estevan

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