COMERCIAL FC
Escudinho do Comercial Futebol Clube. Foto: Estevan Mazzuia.
Olá, amigos!
Aproveitando uma recente passagem por Araras, fui em busca de uma volta ao passado com meu amigo Fernando, e encontramos na própria cidade, depois de frustantes tentativas em Nova Odessa, e na própria Araras. Fundado em 26 de agosto de 1929, o Comercial Futebol Clube participou do campeonato paulista profissional da segunda divisão em duas oportunidades, 1950 e 1951. Na época, a cidade vivia uma grande rivalidade entre (Associação Atlética) Ararense e Comercial. Como uma divisa, a matriz mantinha os grenás ao norte, e os comercialinos ao sul da cidade.
Nesses dois campeonatos, o Comercial não fez boas campanhas e terminou na oitava posição da sua chave nessas duas participações. O alvi-negro disputou um total de 38 partidas pela segunda divisão paulista, com 9 vitórias, 9 empates e 20 derrotas. O time marcou 63 gols e sofreu 112. A maior vitória no profissionalismo foi um 6x1 contra o Palmeiras de Jaú em 1950, e a maior derrota um 0x7 para a Francana em 1951. Os duelos contra a Ararense nesses campeonatos foram marcados pelo equilíbrio: uma vitória pra cada um e dois empates.
Escudos do Comercial Futebol Clube. À esquerda o símbolo utilizado de 1951 até 1959 e o escudo atual. Reprodução: www.futebolararense.sites.uol.com.br.
Comercial posado em 1950, ano do seu primeiro campeonato profissional. Reprodução: www.futebolararense.sites.uol.com.br
Aqui, o onze ararense em 1951. Reprodução: www.futebolararense.sites.uol.com.br
Voltando ao presente, encontrar o Estádio Joel Fachini, não foi muito fácil. Ou melhor, o estádio até que foi, o problema foi encontrar um portão aberto. Mas não poderíamos desistir. Por entre frestas de portões, em dois pontos diferentes, sabíamos que havia muita história lá dentro para ser deixada para trás. Não poderíamos voltar a São Paulo sem conhecê-la um pouco melhor.
Portões fechados e bilheterias do Estádio Joel Fachini. Fotos: Estevan Mazzuia.
Na terceira tentativa, finalmente um portão aberto, e umas vinte pessoas reunidas. Assim que nos apresentamos, fomos logo levados ao presidente, "Seu Nenê". Com muita simpatia, tratou logo de nos deixarmos a vontade, e em poucos minutos, sem cerimônia alguma, estávamos contagiados pelo clima de festa e amizade que envolvia o ambiente. Naquele momento, pude fechar os olhos e imaginar uma situação:
Fim de tarde de um domingo qualquer nos anos 50. Naquele que poderia ser o último lance do jogo, o zagueiro Domingos resolve bater forte o tiro de meta. A bola alcança Bóia, que avança pela intermediária e, ao entrar na área, avista Iolinho caindo pela direita. O toque rápido e certeiro encontra o artilheiro que não desperdiça e manda a pelota para o fundo das redes. O gol da vitória! Mais uma conquista do Comercial Futebol Clube, de Araras, o Leopardo da Paulista!!
Ao lado do campo, o galpão onde a rapaziada se reúne após as partidas; atenção à balaustrada, único obstáculo entre a torcida e o gramado antes da instalação do alambrado de arame. Foto: Estevan Mazzuia.
Passado e presente: a entrada dos vestiários antigos, subterrâneos, e os novos vestiários ao lado do campo. Fotos: Estevan Mazzuia.
O lance descrito acima jamais ocorreu. Não nos anos 50. Mas a não ser pelo falecido Iolinho, ainda pode acontecer, em uma tarde de sábado, quando os boleiros veteranos de Araras se reúnem no Joel Fachini, para uma amigável partida de futebol, seguida de uma animada conversa regada a muita cerveja. Foi durante uma dessas animadas conversas que fomos recebidos, entre outros, por Domingos, Bóia, e o atual presidente do clube, seu Nenê Gonzaga.
Visão das arquibancadas do Joel Fachini. Foto: Estevan Mazzuia.
Gol "da esquerda". Foto: Estevan Mazzuia.
Visão do meio de campo vinda das arquibancadas. Foto: Estevan Mazzuia.
Agora, o gol "da direita". Foto: Estevan Mazzuia.
No cargo há pouco mais de cinco anos, assumiu o lugar deixado por Iolinho. Herói de várias das conquistas do clube (campeão do setor de 1955 a 1959, e em 1970/1971; vice campeão do interior em 1955 e 1957; terceiro colocado do interior em 1958), Iolo Camargo Preto "carregou o time nas costas", segundo as palavras de Seu Nenê, em 30 anos como presidente (1971-2001).
Placa indicando uma grande reforma que aconteceu em 1992. Foto: Estevan Mazzuia.
Arquibancadas do Estádio Joel Fachini. Foto: Estevan Mazzuia.
Banco de reserva do time "visitante". Foto: Estevan Mazzuia.
Na calada da noite, mais uma visão das arquibancadas. Foto: Estevan Mazzuia.
Iolinho, já é falecido, infelizmente. Nascido em Santos, Domingos Fernandes Sernada defendeu, como profissional, as equipes do Jabaquara e São Bento, nos anos 40 e 50. Em 1959, já em Araras, fundou, com amigos, uma equipe de veteranos, aproveitando a estrutura do Comercial, praticamente abandonado, na época. Devido a isso, muitos atribuem a ele a sobrevivência do clube até os dias atuais.
Osmar Siqueira, o Bóia, atuou pelo Botafogo de Ribeirão Preto, como profissional. Descoberto pelo Comercial quando defendia o amador Serrana, em excursão por Araras, acabou contratado para defender o Leopardo por um ano, e transferiu-se para o Usina São João, em seguida. Mais tarde,atuou ainda pelo Araras Clube Desportivo, carinhosamente conhecido por Acedê. Aqui, cabe uma menção a outro grande cidadão que muito fez pelo futebol de Araras, o Sr. Rolando Miguel, ex-presidente do Araras C. D.
Seu Nenê posando ao lado da mascote do clube. Foto: Estevan Mazzuia.
Domingos e Bóia, aperto de mão histórico para o JOGOS PERDIDOS. Foto: Estevan Mazzuia.
Encontro de gerações: Passado, presente e futuro do Comercial FC de Araras. Foto: Estevan Mazzuia.
Afastado do profissionalismo, o clube hoje dedica-se às categorias de base sub-11, sub-13, sub-15 e, com projeto em andamento, deve começar a trabalhar com a sub-17 brevemente. No mais, há os encontros dos veteranos, aos sábados à tarde. Não existe nenhum projeto visando o retorno ao profissionalismo, infelizmente.
Pintura na parede do clube, indicando muitas das conquistas do histórico time ararense. Foto: Estevan Mazzuia.
Embriagados pela magia do lugar, encantados com a simpatia e atenção dos presentes, não encontrávamos forças para partir. Realmente haviámos voltado ao passado. Definitivamente, o gol fora marcado. Certamente, não da forma como imaginei linhas acima. Na cabeça de cada um de nós, naquele momento, o gol se desenhava de uma forma diferente. Entramos naquele gramado, pisamos por sobre passos de homens que escreveram seu nome na história do futebol e, modestamente, terei em minha lembrança, como um dos gols mais bonitos de minha vida, essa visita que fizemos.
Um grande abraço, emocionado!
Estevan (com a ajuda do Fernando)
Não consigo achar nada sobre o ano de 1974, quando fomos campeões juvenil da cidade de araras; careca;mauro,norberto,carlos(goleiro)tota,dánio,milton,jair,paulo(goleiro),né,lucas,marcos,cidinho,paulinho,osmar,roberto,lelo,nivaldo,pelezinho e sr,viola(treinador).
ResponderExcluirum abraço a todos
João de Oliveira Vedoato (careca)
Queria encontrar alguma coisa de 1970/1971 epoca em que joguei no comercial sagrando-me bi campeao amador na cidade.
ResponderExcluirGrato