Texto e fotos: Fernando Martinez
No segundo jogo do dia, o último pelo Grupo 32 da Copa São Paulo de Futebol Júnior, o Nacional tinha uma decisão pela frente. O time ferroviário precisava vencer o Juventude se quisesse se classificar para a próxima fase da competição. Por tudo que acompanhamos pelos lados do Estádio Nicolau Alayon, sabíamos que a missão paulistana era complicadíssima.
O público estava animado e confiante. Bom, mais animado do que confiante para falar a verdade, pois a rapaziada não tinha ficado com uma boa impressão após os dois compromissos iniciais dos nacionalistas. A derrota contra o XV de Piracicaba por 2 a 1 e a vitória sofrida de virada em cima do Alecrim não deram muita esperança de vaga entre os 64. Isso sem contar a ótima atuação do Juve no 5 a 1 em cima dos potiguares.
Nacional AC (sub-20) - São Paulo/SP
EC Juventude (sub-20) - Caxias do Sul/RS
O árbitro João Batista do Nascimento Avelino, os assistentes Risser Jarussi Corrêa e Donizeti de Jesus Pereira Domingues Junior, o quarto árbitro Daniel Carfora Sottile e os capitães das equipes
A primeira grande chance – nenhuma surpresa até então – foi visitante. A bola foi alçada da direita e Da Rocha, surgindo livre do outro lado, cabeceou na trave, sem marcação. Na sequência Henrique chutou cruzado e a zaga salvou em cima da linha. Nada indicava que o Nacional faria algo. Só que, do nada, a estrela da agremiação local começou a brilhar. Com o relógio mostrando 26 minutos, a zaga afastou mal um cruzamento da direita e Kauã Pacheco acertou um belíssimo chute no canto de Luizão.
A festa foi enorme nas arquibancadas e ela ficou maior aos 35 minutos, quando Carlos Henrique escorou de cabeça um escanteio da esquerda, a pelota bateu na trave e morreu no fundo da rede. Sim, de forma inacreditável, o Nacional fez 2 a 0 no Juventude. O alviverde de Caxias do Sul sentiu os golpes e não fez mais nada no decorrer do primeiro tempo.
O Nacional fez a melhor partida em Copas São Paulo em muitos anos
Bola no fundo das redes no primeiro gol nacionalista, marcado por Kauã Pacheco
Só aos sete da etapa final que o escrete de Caxias do Sul voltou a se aventurar no campo de ataque em chegada pela esquerda que passou perto da meta defendida por Ângelo. O Juventude tentava aqui, o Nacional tentava ali e nada efetivo acontecia. Aos 30, em um contra-ataque fulminante, os locais ampliaram. Davi Menino foi lançado, o zagueiro falhou e o camisa 18 concluiu na saída do goleiro. Três a zero a favor dos donos da casa. Um resultado que nem o mais otimista torcedor ferroviário esperava.
No tempo final, o Juventude tentou esboçar uma reação, porém não teve sucesso
Davi Menino marcando e comemorando o terceiro gol do Nacional
Foi um Nacional 3-0 Juventude histórico no Nicolau Alayon. Não pela classificação após seis anos de eliminações precoces, pela alegria depois de um 2022 tenebroso repleto de histórias absurdas em um dos piores momentos do velho SPR e sim por mostrar que o clube da Zona Oeste pode ter um futuro. Pode parecer pouco para alguns, mas a vaga na próxima fase tem um significado importantíssimo.
Pensando no histórico do time na competição, também foi um triunfo maiúsculo. Foi apenas o 15º confronto na Copa São Paulo com vitória por três ou mais gols. Desde 2014 isso não acontecia e desde 2005, quando golearam o Fortaleza por 4 a 0, não tinham um resultado positivo deste tamanho contra uma equipe de Série A ou B. Triunfo gigante!
Comemorações à parte, fiquei pouco tempo dentro de campo e logo peguei o caminho da rodada noturna com o amigo decano Milton. Não ia aumentar a Lista, mas a despedida na primeira fase foi com uma partida espetacular entre dois clubes do Nordeste.
Até lá!
Ficha Técnica: Nacional 3-0 Juventude
Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: João Batista do Nascimento Avelino; Público e Renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Kauã Pacheco, Ângelo, Pedro Arcanjo; Gols: Kauã Pacheco 26 e Carlos Henrique 35 do 1º, Davi Menino 30 do 2º.
Nacional: Ângelo; Guilherme Nazaré (Alexandre Diego), Alexsander Araújo, Felipe Donizeti e Isaque Alencar; Pedro Arcanjo, Rafael Ursino (Leonardo Pinheiro), Kauã Pacheco (Timó) e Higor (Gustavo Meireles); Diogo Mateus (Miguelzinho) e Carlos Henrique (Davi Menino). Técnico: Edson Kruss.
Juventude: Luizão; Léo Souza (Karan), Clébio (Richard), Kauê (Dudu Tobias) e Da Rocha (Natan); Gehring, Felipe Rangel e Guilherme Teixeira; Caíque, Pedrinho (Trevisol) e Henrique (Lucca). Técnico: Filipe Dias.
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