Texto e fotos: Fernando Martinez
A quarta-feira reservou aquela que poderia ter sido a última cobertura do Jogos Perdidos na edição 2023 do Campeonato Paulista sub-23 da Segunda Divisão. O Nacional recebeu o XV de Jaú no Estádio Nicolau Alayon precisando vencer. Se perdesse e o União São João derrotasse o Joseense, estaria eliminado do torneio. Partida de vida ou morte para o time ferroviário.
O duelo foi o 44º entre as duas equipes em torneios oficiais desde 1952. Na história, eram 22 vitórias paulistanas, 11 do XV e 10 empates. Os confrontos se concentram entre 1952 e 1967, depois no fim dos anos 1990 e começo dos 2000. Eu tinha visto dois deles: um 4 a 0 a favor do Naça pela Copa Estado de São Paulo de 2002 e um triunfo jauense por 2 a 1 na A3 de 2009.
Nacional e XV de Jaú também possuem um laço especial pois caíram juntos da elite para a segunda divisão em 1959. O glorioso Galo da Comarca voltou a subir em 1976, o Naça nunca mais (embora tenha disputado o Paulistinha de 1974). Duas trajetórias que somam 203 anos de história. Pouca tradição no campo da Rua Comendador Souza.
Nacional AC - São Paulo/SP
EC XV de Novembro - Jaú/SP
Capitães das equipes junto com o árbitro Vinicius Furlan, os assistentes Anderson Jose de Moraes Coelho e Mauro André de Freitas e o quarto árbitro Ricardo Bittencourt da Silva
Esta foi a terceira apresentação do clube da capital na terceira fase, e nas outras duas foram dois empates (0 a 0 contra o União São João e 1 a 1 contra o Joseense). Acabou que a despedida da atual fase foi provavelmente a melhor atuação nacionalista em toda a competição. A primeira etapa dos comandados de Jaílson Pita foi muito acima da média e o XV sofreu na maior parte do tempo.
O Naça começou emplacando uma forte pressão e criou bons momentos. Desse jeito não demorou para que o marcador fosse inaugurado. Aos 11 minutos, a bola foi cruzada rasteiro da direita e Fabão completou no segundo pau. Mesmo na frente, os donos da casa seguiram melhores. O XV nada fazia, e na primeira oportunidade deixou tudo igual. A pelota foi alçada na área em cobrança de falta. Mikael, totalmente livre, empatou.
Só que os ferroviários não desanimaram e seguiram jogando bem. A boa atuação foi premiada aos 39 quando Vitinho recebeu um belíssimo lançamento em profundidade de John. Ele se livrou do defensor e tocou na saída do arqueiro Romário. O 2 a 1 era o placar merecidíssimo quando a peleja chegou ao intervalo.
O cruzamento, o gol e a comemoração nacionalista no primeiro gol da tarde
O XV de Jaú sofreu com a boa atuação local na etapa inicial
Detalhe do segundo gol do Nacional, recolocando a equipe em vantagem no marcador
O XV retornou ao gramado na segunda etapa querendo tomar as rédeas do jogo, porém ficou apenas na vontade. O Nacional se segurou sem dificuldade e o time verde e amarelo pouco produziu. Os locais ainda tiveram chance de ampliar a vantagem em bons contra-ataques. O bom público presente no Alayon respirou aliviado quando o árbitro apitou pela última vez na tarde.
O XV de Jaú até tentou, mas o Nacional segurou bem a vantagem obtida nos primeiros 45 minutos
Placar final de uma importante vitória que faz o Nacional depender de si para chegar no mata-mata da Segundona
A torcida do Galo da Comarca compareceu na Comendador Souza
O Nacional 2-1 XV de Jaú foi um enorme resultado do onze paulistano, agora na segunda posição da chave com oito pontos, um atrás do União São João. O clube depende apenas de si e tem que vencer os ararenses no próximo compromisso. Na verdade, podem até empatar se o XV não derrotar o Joseense em casa. Vai ser uma rodada cheia de emoção, sem dúvida.
Na quinta teve nova cobertura, agora com jogo bem legal do Paulista sub-20 com uma equipe que não via ao vivo há mais de 10 anos. Duelo imperdível no ABC.
Até lá!
Ficha Técnica: Nacional 2-1 XV de Jaú
Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Vinícius Furlan; Público: 217 pagantes; Renda: R$ 2.870,00; Cartões amarelos: Digão, Diogo Bolt, Felipe Torres, Alan Leite, Everton Duarte (TG-XV); Gols: Fabão 11, Mikael 25 e Vitinho 39 do 1º.
Nacional: Maurício; Léo, Luís Henrique, Alê e Fabão; Diogo Bolt, Vitinho (Gabriel), Digão e Nicollas (Ursino); John e Vinícius (Bahia). Técnico: Jaílson Pita.
XV de Jaú: Romário; Léo Machado, Mikael, Felipe Torres e Daniel (Deivison); Humberto, Bryan (Alan Leite), Luís Otávio (Willian Monteiro) e Lucas Black; Breno (Vini Soares) e Geovany (Ruan). Técnico: Marcos Campagnollo.
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