Olá,
Por conta das fortes chuvas que caíram em São Paulo no ultimo sábado, não tive condições de acompanhar nenhum jogo naquele dia, entretanto, no domingo pela manhã, viajei pela Rodovia dos Imigrantes com destino à cidade de Santos, para acompanhar a partida A.A. Portuguesa x E.C. XV de Novembro da cidade de Jaú, realizada no Estádio Ulrico Mursa, valendo pela décima rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A3.
Quando deixei a Capital, o céu estava carrancudo, com muitas nuvens cinzas e um pouco de frio, mas foi só chegar no início da descida da Serra do Mar para o panorama mudar totalmente, pois lá na Baixada Santista, o céu estava todo aberto, com o sol brilhando intensamente. Com certeza iria encarar mais um jogo com muito calor.
Chegando ao meu destino, notei uma movimentação pequena de torcedores da Briosa, talvez desmotivados pela campanha ruim realizada até a nona rodada, uma vez que o time praiano estava na última colocação (20ª) com apenas 4 pontos. Por outro lado, observei a presença de pelo menos 50 torcedores quinzistas, que viajaram 360 km para verem de perto o seu time, que entrou em campo na 8ª colocação com 14 pontos.
Enquanto permaneci à beira do gramado, aguardando a entrada dos times para fazer as fotos oficiais, ouvi o sistema de som do estádio anunciar o 45º aniversário da conquista, pela Briosa, do título do campeonato de acesso de 1.964, citando o jogo decisivo com a Ponte Preta em Campinas, realizado em 07/03/65, que apresentou o resultado de 1 a 0 a favor do time de Santos, com o gol da vitória sendo anotado por Samarone. Aliás, eu assisti esse jogo, ao vivo, pela televisão e me lembro da festa dos praianos pela espetacular conquista.
Consegui identificar um dos herois daquela época, que estava presente no estádio para assistir o confronto com o XV. Estou me referindo ao atacante Lio, que foi o grande artilheiro da competição com 32 gols, com o qual bati um papo super agradável, abordando a partida decisiva e o campeonato daquela época. Foi uma verdadeira volta ao passado, lembrando dos tempos em que o futebol não era tão comercial e havia mais amor à camisa.
Torcida do XV de Jaú marcando presença em Santos e Lio, um dos herois da conquista do título de 1.964. Fotos: Orlando Lacanna.
Bem, voltando à atualidade, começo apresentando os protagonistas da partida, que posaram para a câmera do JP. As fotos estão abaixo:
A.A. Portuguesa - Santos/SP. Foto: Orlando Lacanna.
E.C. XV de Novembro - Jaú/SP. Foto: Orlando Lacanna.
Quarteto de arbitragem com o árbitro Marcelo Krochmalnik, os assistentes Rafael Luiz da Silva e Graziele Maria Crizol e o quarto árbitro Ilton Aguari acompanhado pelos capitães dos dois times. Foto: Orlando Lacanna.
A partida foi iniciada e, com poucos minutos de bola rolando, foi possível perceber que o time da casa estava determinado na busca pelos três pontos, tanto que, logo aos 2 minutos, criou o primeiro momento mais agudo, através de uma penetração pela meia-direita do atacante Cairo, que arrematou com perigo, com a bola passando muito perto do poste direito da meta defendida por Luiz Cláudio. O XV respondeu aos 8 minutos, numa avançada do lateral Marcelinho, que também concluiu com perigo, mandando a bola para fora, mas muito perto do poste esquerdo da meta praiana.
Penetração do ataque da Portuguesa pela esquerda no início da partida. Foto: Orlando Lacanna.
Arremate perigoso de Marcelinho do XV que passou muito perto. Foto: Orlando Lacanna.
O domínio das ações pela Briosa foi aumentando com o passar do tempo, obrigando o time de Jaú a assumir uma postura totalmente defensiva, não conseguindo armar jogadas de ataque que pudessem incomodar a defesa da Lusinha. Nessa toada, um outro bom momento do ataque rubro-verde, aconteceu na marca dos 12 minutos, quando o artilheiro do time, Gilmar Parrudo, invadiu pela esquerda e chutou cruzado, levando azar na conclusão e perdendo a chance.
Bola saindo pela linha de fundo, após arremate de Gilmar Parrudo. Foto: Orlando Lacanna.
O gol da Portuguesa estava maduro e, aos 36 minutos, o zero saiu do placar, com o atacante Cairo fazendo a festa do time praiano, ao desviar com sutileza para o fundo do gol do XV, uma bola cruzada da esquerda em cobrança de escanteio, cedido de graça pela zaga jauense, que se precipitou na jogada, uma vez que o goleiro Luiz Cláudio já estava pronto para fazer a defesa.
Bola indo para o fundo da meta do XV no gol inaugural da Briosa. Foto: Orlando Lacanna.
Com a vantagem estabelecida, a Portuguesa tinha tudo para continuar dominando a partida e tentar aumentar a diferença, porém, aos 39 minutos, o seu atleta Júlio César foi expulso bobamente, uma vez que, ao cometer uma falta no meio-de-campo, recebeu o cartão amarelo e ficou insistindo nas reclamações e, por conta disso, levou o vermelho, com o árbitro alegando que foi ofendido. Dessa maneira, a Briosa iria disputar os últimos minutos da primeira etapa e todo o segundo tempo com um atleta a menos. A primeira etapa foi encerrada com a vantagem mínima sendo mantida a favor dos anfitriões.
Durante o intervalo deixei o gramado e fui me instalar numa cabine de imprensa, por causa do sol forte e, de lá, vi um início de segunda etapa, com o XV assustando logo no primeiro minuto, numa cabeçada perigosíssima do avante Douglas Richard, assustando o goleiro praiano Rodrigo Calchi, que já estava batido no lance.
Com um homem a mais e em desvantagem no placar, era natural que o XV fosse pra cima da defesa da Portuguesa, tentando o gol de empate, porém, essa estratégia, se não bem executada, poderia expor a defesa quinzista aos contra-ataques e, não deu outra, pois, aos 9 minutos, novamente o atacante Cairo, mandou a bola para o fundo da rede do XV, decretando o segundo gol dos donos da casa. Foi uma jogada muito rápida, que nasceu pela meia-esquerda e, quando a zaga do XV se ligou, já era tarde.
Bola indo morrer no fundo da meta do XV, no segundo gol da Briosa. Foto: Orlando Lacanna.
Com a vantagem de dois gols e um atleta a menos, a Portuguesa procurou cadenciar o ritmo da partida e, além disso, assumiu uma posição mais defensiva, chamando o XV para o seu campo de ataque, visando explorar as jogadas de contra-ataque e liquidar a fatura com a marcação de mais um gol, mas quem balançou a rede, foi o XV, aos 18 minutos, num belo gol anotado por Magno, que se livrou de dois zagueiros no interior da área e bateu firme, mandando a bola no canto direito de Rodrigo Calchi, diminuindo a diferença e enchendo de esperança os seus torcedores presentes, que passaram a acreditar na virada do placar.
Magno saindo para comemorar e a bola no fundo da rede santista no gol do XV. Foto: Orlando Lacanna.
A esperança do XV chegar ao empate durou apenas seis minutos, pois, aos 24 minutos, o time santista voltou a marcar, agora através de Cris, aproveitando rebote do goleiro quinzista de um arremate desferido por ele mesmo da entrada da área, após receber ótimo passe de Gilmar Parrudo.
Agora quem sai comemorando é Cris, pela marcação do terceiro gol da Portuguesa. Foto: Orlando Lacanna.
A marcação do terceiro gol pela Portuguesa foi uma ducha de água fria no entusiasmo do XV, que tentava continuar atacando, mas esbarrava no bom posicionamento da defesa da Briosa, que nem sentia a falta de um atleta. Na verdade o XV não soube aproveitar a superioridade numérica ao longo do segundo tempo.
Nos últimos cinco minutos, o XV ainda tentou diminuir, mas não teve jeito e a partida foi encerrada com o marcador indicando Portuguesa Santista 3 - 1 XV de Jaú, que tirou o time de Santos da lanterna da competição, mas não foi suficiente para tirá-lo da zona de rebaixamento, pois ainda está mal colocado, se situando na 17ª posição com 7 pontos, embora a conquista da vitória tenha sido importante para uma arrancada na competição, uma vez que ainda faltam nove rodadas.
Pelo lado do XV, a derrota foi terrível, visto que, além da sair do G8, perdeu três posições na tábua de classificação, estando agora na 11ª colocação com os mesmos 14 pontos. Ainda há muito tempo para tentar voltar ao grupo dos classificáveis.
Fim de jogo e imediata subida da Serra do Mar com destino a São Paulo, com o objetivo de almoçar num bom restaurante vegetariano e curtir vários jogos pela TV. Foi isso.
Abraços,
Orlando
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