Texto e fotos: Fernando Martinez
O bom senso dizia que ficar em casa na noite de sábado aguardando o dia olímpico se protegendo do frio era a melhor opção. Eu, claro, nem cogitei fazer isso, pois não tinha como perder o duelo marcado para o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte. A Portuguesa, líder do Grupo A7 do Campeonato Brasileiro da Série D, recebeu o Bangu, glorioso alvirrubro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Imperdível!
Sou da geração que viu e torceu - desculpa, Coritiba - para o Bangu na final do Brasileirão de 1985. Desde então ele passou a ser o meu time preferido no Rio. Por coincidência o 31 de julho de 2021 marcou o 36º aniversário daquela fatídica noite no Maracanã. Apesar de ser a minha equipe predileta no estado vizinho, só tinha os visto quatro vezes in loco, a última em 2011, também no Canindé, em partida da Copa do Brasil.
Falando em 2021, no jogo realizado em terra fluminense, o escrete rubro-verde foi derrotado de virada por 2x1, a sua única derrota até aqui. Os cariocas melhoraram muito a partir de então e estão disputando vaga na próxima fase, mas a Lusa precisava fazer valer o fator campo de qualquer jeito. O técnico Fernando Marchiori vem fazendo mudanças que são bastante questionadas pela torcida e já está na hora da equipe emplacar uma sequência de boas apresentações.
Portuguesa e Bangu entrando em campo
Sem torcida, o Canindé agora recebe gatos em todos os jogos. Contra o Bangu não foi diferente
Antes do jogo o destaque foi o já citado frio. Olha, nem lembro a última vez que tinha saído de casa com uma temperatura tão baixa. Fui obrigado a colocar duas calças, camiseta, blusa de lã e um casaco por cima. Mesmo assim passei frio pois o vento estava fortíssimo. Se eu acho ruim? Nem a pau. Um milhão de vezes essa temperatura do que aquele calor insuportável. Pena que dias com esse cenário são cada vez mais raros (alô aquecimento global). Ah, outro destaque - não tão bom assim - é que essa foi a minha 100ª cobertura na pandemia. Cem jogos com portões fechados e contando. Não sei como seria se estivesse longe dos estádios até agora.
Quando a bola começou a rolar, vimos uma Lusa que tomou conta da peleja na metade inicial do primeiro tempo. Tito, Danilo Pereira e Caíque criaram bons lances em que o marcador por pouco não foi inaugurado. Aos 19 minutos Maykinho entrou na área, chutou cruzado e Carlos Eduardo desviou pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio Danilo Pereira cobrou na cabeça de Patrick. O zagueiro subiu mais alto do que os defensores e fez seu primeiro gol com a camisa lusitana.
Lance do primeiro tempo de Portuguesa x Bangu
Detalhe do gol lusitano marcado por Patrick
Depois do gol, como acontece quase sempre, a Portuguesa parou, se preocupou em “garantir o resultado” e o confronto ficou bem sem graça. A falta de inspiração local acabou instigando o Bangu, que aos poucos foi se arriscando no setor ofensivo. É verdade que não teve oportunidades reais, mas pelo menos mostrou que não estava de brincadeira.
Quando a segunda etapa teve início, o alvirrubro ocupou o campo de defesa adversário e não demorou para chegar ao empate. Com 14 minutos jogados, Patrick cortou cruzamento dentro da área com a mão. Pênalti. Denílson bateu rasteiro no canto e fez o tento carioca. Aos 24, em raro momento de destaque, Anderson Lessa chutou forte, a pelota desviou em Paulo Henrique e estava a caminho do gol. Só que no caminho a zaga visitante salvou em cima da linha.
No segundo tempo o Bangu voltou melhor do que os donos da casa
O empate banguense saiu dos pés de Denílson em cobrança de pênalti
O clube de Moça Bonita respondeu logo após com finalização ótima de Santarém e defesa sensacional de Dheimison. Com os dois atacando sem objetividade nos minutos finais, o resultado de Portuguesa 1-1 Bangu se mostrou justo. A Lusa mantém a liderança da chave e o vermelho e branco segue na luta por uma vaga na próxima fase. Com o futebol apresentado no Canindé, tem plenas chances de conseguir.
Dessa vez não fui a pé até a Estação Armênia do metrô pois não estava a fim de passar perrengue no caminho. O número de zumbis na região está alto demais e não tem como dar sopa ao azar. Peguei um Uber até o Tietê e logo estava no QG para outra madrugada gelada cheia de programas olímpicos. Futebol de novo só na quinta-feira com a estreia da edição do Paulista sub-20 de 2021 por aqui.
Até lá!
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Ficha Técnica: Portuguesa 1x1 Bangu
Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Diego da Silva/SE; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Patrick, Jefferson Feijão, Miller; Cartão vermelho: Diego Jussani 37 do 2º; Gols: Patrick 20 do 1º e Denílson (pênalti) 16 do 2º.
Portuguesa: Dheimison; Jefferson Feijão (Lenon), Willian Magrão, Patrick e Marco (Diego Jussani); Caíque, Maykinho (Brayan), Diogo Marzagão e Danilo Pereira (Anderson Lessa); Tito (Raphael Luz) e Cesinha. Técnico: Fernando Marchiori.
Bangu: Paulo Henrique; Carlos Eduardo, Israel (Rafael Esculápio), Brito e Raí Lopes; Renatinho, Rochinha (Miller), Denílson e Luís Araújo (Oliveira); Rafael Carioca (Roberto Baggio) e Santarém. Técnico: Felipe Loureiro.
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