Texto e fotos: Fernando Martinez
Na última quinta-feira começou a edição 2021 do Campeonato Paulista sub-20 e eu resolvi mudar o cenário. Decidi acompanhar a primeira apresentação de um dos dois estreantes em torneios da FPF, o Sport Club Brasil de Embu das Artes. O clube visitou o Grêmio Osasco no Estádio José Liberatti, campo que eu não visitava desde a última Copinha.
Se em 2020 o certame teve apenas 24 participantes e foi realizado a toque de caixa em virtude da pandemia, em 2021 a coisa melhorou um pouco. Foram 54 os que toparam participar e, repetindo a temporada passada, a federação unificou as duas divisões do profissional. Além disso, manteve a filiação especial para aqueles que queiram apenas disputar a base, caso do Brasil e do Ibrachina FC da capital.
Times perfilados para o Hino Nacional e aquela imagem marota dos capitães com o quarteto de arbitragem
Outro detalhe: em 2020 apenas seis dos 24 eram equipes da Segundona profissional. Em 2021 temos treze clubes da quarta divisão estadual além de sete que não disputam o profissional, totalizando vinte dos 54. Apesar de ter sido tomada a decisão por causa da pandemia, esse foi um enorme acerto. Essa mistura é genial e põe times de tamanhos completamente diferentes frente a frente. Pessoalmente acho um dos pontos altos do torneio.
O Brasil tinha como planos estrear em 2020 apenas no sub-15 e sub-17, mas a competição também foi cancelada. A agremiação fundada em 2019 caiu no Grupo 7 do sub-20 junto com São Bento, Audax, Oeste, Grêmio Osasco e o favoritaço São Paulo. Missão complicadíssima para o caçula. Vale lembrar que o GEO foi rebaixado na A3 no ano passado e está ausente no profissional este ano.
Minha última vez em Osasco tinha sido no Audax 0x0 Sport válido pela primeira fase da Copa São Paulo de 2020. Tinha até me esquecido do ponto de ônibus em que tinha que descer e quase me perdi. Cheguei no campo com cerca de uma hora faltando para o apito inicial e restou aquela famosa aguardada lendo. O Brasil estava com um uniforme de treino igual ao da seleção, porém infelizmente utilizou camisa, calção e meias azuis contra os donos da casa. Uma pena.
Quando a ação começou o Brasil criou a primeira boa chance. O camisa 11 Vinícius Nascimento recebeu passe na direita e mandou cruzado. A bola passou raspando a trave de Josué. A partir daí, só deu Grêmio Osasco. Aos 12, um defensor do Brasil recuou mal, deixou Rodrigo Barreto vendido e a pelota sobrou para Edherson. Ele atirou e Vinícius Messias salvou em cima da linha. Cinco minutos depois, em outra falha imensa da zaga, Edherson roubou e colocou no canto. Rodrigo Barreto fez defesa brilhante com a ponta dos dedos e desviou pela linha de fundo.
A pressão era grande e o Brasil conseguiu se segurar até os 29 minutos. Edherson, o melhor dos donos da casa, recebeu belo passe na direita, entrou na área e mandou cruzado. Assim ele venceu o arqueiro adversário e inaugurou o marcador. O 1x0 sossegou a rapaziada osasquense e no restante do tempo inicial não teve mais nenhum momento perigoso. Junto com o intervalo chegou a hora de vestir a blusa pois apesar de estar sol, o vento frio chegou com tudo no Rochdale.
O Brasil, que não jogou de Brasil, tomou sufoco do Grêmio Osasco durante o primeiro tempo
Edherson armando o chute pela direita que abriu o marcador a favor dos donos da casa
Na etapa final o GEO permaneceu ocupando o setor defensivo do Brasil, só que o que se viu foram apenas chutes fracos ou sem direção. O escrete de Embu das Artes não era capaz de arriscar a sorte no campo ofensivo e o triunfo local parecia fato consumado. Bom, acabou que não foi bem assim. O Brasil criou o primeiro lance de destaque e nele deixou tudo igual. Yule foi lançado, acabou desarmado dentro da área e a pelota sobrou para Fabrício dos Santos. O camisa 18 avançou e chutou meio sem ângulo, estufando a rede de Josué.
O GEO tomou um susto com o empate e por pouco não sofreu o segundo aos 36 em tiro de Vinícius Silva que saiu por cima. Nada indicava que o Grêmio fosse conseguir alguma inspiração, já que se afobou e não criou mais nada. Eis que aos 47 minutos Igor engatou a quinta marcha pela direita, ganhou do defensor e cruzou. O goleiro ficou olhando, Victor surgiu na pequena área e recolocou os locais na frente.
O GEO permaneceu criando chances de gol na etapa final
Como quem não quer nada, o Brasil conseguiu armar um raro ataque aos 32 minutos e Fabrício dos Santos deixou tudo igual
Após o empate, o GEO infernizou ainda mais a zaga visitante em busca do segundo gol
Aos 47 minutos Victor recebeu um bom passe da direita e, na base do sufoco, deu a vitória ao Grêmio Osasco
No fim, o placar de Grêmio Osasco 2-1 Brasil acabou sendo justo pelo maior número de oportunidades criadas pelo time da casa, mas poderia ter sido sem tanto sofrimento. De qualquer forma o SC Brasil estreou mostrando bastante disposição. Pena que isso provavelmente não seja suficiente na luta por uma vaga na segunda fase atuando contra adversários bem maiores. Estamos na torcida pelo sucesso do clube mesmo assim.
Voltei à capital já pensando na programação da madrugada pela Olimpíada. Me permito ficar de fora das coberturas até a semana que vem pois quero aproveitar o máximo que puder os últimos compromissos olímpicos. Prometo que volto com tudo emplacando uma grande cobertura da rodada inicial do Paulista Feminino.
Até lá!
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Ficha Técnica: Grêmio Osasco 2-1 Brasil
Local: Estádio Prefeito José Liberatti (Osasco); Árbitro: Giovanni Domenico Venturini; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Vinícius dos Santos, Kauê; Gols: Edherson 29 do 1º, Fabrício dos Santos 32 e Victor 47 do 2º.
Grêmio Osasco: Josué; Deivid (Gian), Paulo, Matheus e Bracinho (Rafinha); Leonardo, Edherson (Vitão), João Braga e Cristhian; Victor e Vinícius (Igor). Técnico: Éverton da Silva.
Brasil: Rodrigo Barreto; Kauê, Vinícius Messias, Fabrício Teixeira e Yule; Rodrigo da Cruz, Nicolas (Djian Lucca), Vinícius Pequiá (Vinícius Silva) e Marlon (Fabrício dos Santos); Vinícius dos Santos (Léo Pimentel) e Vinícius Nascimento. Técnico Duílio de Souza.
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