Fala, pessoal!
Finalmente depois de muitos meses de espera começou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Esse é o carro-chefe do JP e de longe é a competição mais aguardada por nós durante o ano. E como não poderia deixar de ser, nos fizemos presentes em três partidas de dois grupos diferentes da rodada inicial.
No sábado, depois da rodada dupla nas categorias de base logo cedo fomos até a cidade de Guarulhos, palco do jogo de estreia do Grupo 6. No gramado do Estádio Antônio Soares de Oliveira o Guarulhos recebeu o SEV, voltando ao profissionalismo após dois anos de ausência.
A segundona desse ano conta com 45 times divididos em oito chaves: três com cinco participantes, e cinco com seis. Ao final da fase inicial, os três primeiros colocados de cada grupo, totalizando 24 equipes, garantirão vaga na segunda fase. Aí começará a parte mais importante (e genial) do certame, aquela que mistura times de todas as regiões do estado.
Mas apesar de adorarmos a segundona, falta muito para que a mesma se torne um campeonato mais encorpado. Pra começar, essa primeira fase com poucos jogos é ruim demais. Não tem como fazer futebol profissional em apenas oito partidas (casos dos times dos grupos 1, 2 e 5) durante o ano todo.
Outro fator que deixa demais à desejar é a tal "capacidade mínima dos estádios". Atualmente os estádios da segunda divisão precisam obrigatoriamente ter o mínimo de cinco mil lugares comprovados para que seja devidamente liberado pela FPF. Isso numa competição aonde a média de público não passa de 500 pessoas.
Essa obrigatoriedade deveria ser revista urgentemente, pois impede o surgimento de times de cidades menores, como sempre aconteceu nas divisões inferiores do paulistão através dos tempos. Hoje em dia cidades como Vera Cruz, Severínia, Rinópolis e Nhandeara (todas com times que já jogaram profissionalmente em décadas anteriores) não podem participar mais do estadual pois não tem estádios à altura dessa regulamentação.
A nosso ver, o ideal seria a liberação de uma praça esportiva com qualquer capacidade, desde que todos os laudos necessários para a prática do esporte fossem emitidos e o clube mandante garantisse a segurança dos torcedores. Impedir que isso aconteça é não prestigiar e incentivar o surgimento de times novos pelo interior paulista.
Mas o fator mais absurdo da segundona em si é a cota que a FPF paga às equipes participantes. A entidade dá a cada clube 14 mil reais para toda a disputa. Isso mesmo, 14 mil reais (!). Agora peço que os amigos me acompanhem no raciocínio: se somarmos a cota de todos os times, temos o valor de 630 mil bagarotes.
Logo, para efeito de comparação, se cada um dos quatro "grandes" do estado ganha a bagatela de 10 milhões e 815 mil reais para jogar a Série A1, cada um ganha 17 vezes mais do que TODOS os times da última divisão juntos. Se compararmos cada time isoladamente, o valor pago a Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos é 772 vezes maior (!).
Complicado isso não? Ainda mais se levarmos em conta que os quatro citados tem patrocínios fortes, ganham cotas gordas da televisão, tem grandes torcidas que propiciam rendas altas nos seus jogos, vendem camisas em todo o país e tem plenas condições de lucrarem em várias frentes. Claro que eles merecem ganhar mais do que os outros, mas 722 vezes mais? Essa distância não poderia ser um pouco menor? Mesmo que a cota não aumente, não seria legal a FPF buscar patrocínios para o certame como por exemplo empresas de ônibus, empresas regionais e afins?
Enquanto não temos respostas para essas perguntas (e nem sei se teremos algum dia), ficamos com o esquema atual mesmo. Bom, fomos para Guarulhos meio fora do ar, já que o almoço monstro numa churrascaria nos deixou baleados. De qualquer forma, a chegada no estádio foi tranquila e logo estava dentro de campo para fazer as imagens oficiais... ah, novamente exclusivas no JP:
AD Guarulhos - Guarulhos/SP. Foto: Fernando Martinez.
SEV - Hortolândia/SP. Foto: Fernando Martinez.
Quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Wanecley Lopes da Silva, assistentes Patricia Carla De Oliveira e Sérgio Cardoso dos Santos e o quarto árbitro Willer Fulgencio Santos junto com os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.
A equipe da Grande São Paulo inicia sua 33ª participação consecutiva na história do campeonato paulista buscando ao menos passar de fase. Desde que a segundona foi criada nesse formato em 2005, o time teve como melhor classificação o 14º lugar em 2008. Tirando isso, campanhas abaixo do razoável. Para tristeza da sua torcida, a certeza é que a vitória maior é conseguir passar de fase.
Primeira chegada perigosa do Guarulhos contra o SEV. Foto: Fernando Martinez.
O Social Esportivo Vitória, mais conhecido como SEV, vai jogar a sua décima temporada nas divisões de acesso. Nascida como Sociedade Esportiva Votuporanga em 2002, mudou de denominação e cidade em 2006. O time chegou a disputar a Série A3 por quatro anos consecutivos e nunca passou da 14ª colocação até o rebaixamento de 2008. Após dois anos de ausencia, o time volta prometendo surpreender.
Jogador do Guarulhos tentando alcançar a pelota. Foto: Fernando Martinez.
Zagueiro do SEV sofrendo pressão de atleta local. Foto: Fernando Martinez.
E o jogo foi melhor do que esperávamos. O Guarulhos começou bem e na primeira chegada perdeu um gol feito. Um dos atacantes da equipe recebeu ótimo passe em profundidade, entrou na área, driblou o goleiro, mas chutou a bola pra fora. Foi aquela típica oportunidade que não pode ser perdida.
Chegada local pela direita do ataque. Foto: Fernando Martinez.
O castigo para o onze local veio pouco depois com o primeiro gol do SEV. Jonathan escorou de cabeça cruzamento da esquerda e abriu o placar aos 9 minutos. O time da casa teve mais posse de bola e chegou mais vezes dentro da área do adversário durante o tempo inicial, mas não conseguiu o empate.
Comemoração de Jonathan com o primeiro gol da equipe hortolandense. Foto: Fernando Martinez.
No segundo tempo acompanhei a peleja das cabines de imprensa, e ali deu para sentir que a torcida guarulhense confiava numa virada. E a equipe jogou bem, mas além de não conseguir sucesso na maioria das finalizações, quando elas eram boas, a trave, por duas vezes, aparecia para deixar a peleja ainda dramática.
O time visitante teve menos oportunidades de gol, mas foi mais letal do que o Guarulhos. Foto: Fernando Martinez.
Golpe de karatê no gramado do Antônio Soares de Oliveira. Foto: Fernando Martinez.
E no velho esquema do "quem não faz, toma", o SEV chegou ao segundo gol aos 23 minutos. O ataque da equipe de Hortolândia costurou toda a defesa guarulhense e Phelipe finalizou no canto direito do arqueiro. Daí para frente, os locais até tentaram, mas não foram capazes de furar o bloqueo defensivo do SEV.
Chute de Phelipe no segundo gol do SEV na peleja. Foto: Fernando Martinez.
Festa total dos jogadores do SEV com o gol no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.
Final de jogo: Guarulhos 0-2 SEV. Boa vitória hortolandense na estreia da segundona 2013. Com essa vitória, a equipe assume a liderança do Grupo 6 após o primeira rodada junto com Nacional e Atibaia, que respectivamente venceram o Sumaré e o Primavera.
Com a rodada tripla finalizada voltei para casa para um bom descanso na noite de sábado, pois domingo cedo tinha outra peleja da segundona para curtir. Teve estreia profissional de time amador tradicional no cronograma.
Até lá!
Fernando
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