Opa,
Depois de uma quente rodada tripla no sábado, e de ter dormido muito pouco na madrugada do domingo, resolvemos acompanhar um jogo mais do que decisivo pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão na cidade de Taubaté. Seguimos pela Rodovia Ayrton Senna até a cidade do Vale do Paraíba, aonde Taubaté e CAL Bariri jogariam no Estádio Joaquim de Moraes Filho para definir um dos classificados para a quarta e decisiva fase da competição.
Além do que vos escreve, o seu Natal e o Mílton resolveram também encarar o sol e acompanhar esse jogo genial. Mesmo com o nosso motorista se perdendo muito pelas ruas da cidade, chegamos no estádio antes da partida começar. Logo quando vimos a entrada do Joaquinzão percebemos que seria mesmo um jogo com todas as características de um jogo decisivo. Muita gente se espremia no portão principal em busca de um ingresso para o confronto.
Consegui entrar sem maiores problemas e em dois minutos estava dentro do campo de jogo. O calor era tremendo, e o público nas arquibancadas se apertou embaixo das ótimas sombras das árvores locais. A tensão era evidente, e pouco antes das dez da matina, as duas equipes entraram no gramado. Mais uma vez o JOGOS PERDIDOS leva as fotos dos times e do trio de arbitragem à todos:
EC Taubaté - Taubaté/SP. Foto: Fernando Martinez.
CAL Bariri - Bariri/SP. Foto: Fernando Martinez.
Capitães dos times e trio de arbitragem da partidacom o árbitro Flavio Rodrigues Guerra e os assistentes Celso Barbosa de Oliveira e Giovani Cesar Canziam. Foto: Fernando Martinez.
A presença do Taubaté na Segundona é algo estranho. O time merece estar nas divisões maiores do nosso estado, e para que o sonho do acesso continuasse vivo somente a vitória interessava. E depois de ganhar heroicamente do Guaçuano, de virada com um gol no final da partida na rodada anterior, tudo era possível. Do outro lado, o CAL Bariri jogava pelo empate, e não daria a classificação ao Burro da Central de mão beijada. Mas a confiança na classificação do time da casa em todos presentes no Joaquinzão era tremenda.
Logicamente fui acompanhar o ataque do time da casa no gol dos fundos do estádio. E o primeiro tempo foi um dos 45 minutos iniciais mais fantásticos que já acompanhei nos últimos tempos. Aos 3 minutos o Taubaté já mostrou seu cartão de visita com um belo chute que tirou tinta da trave esquerda do goleiro Muller, o mesmo que fez milagres no jogo entre Guaçuano x CAL Bariri, em que o JP também esteve presente.
O jogador Fabinho levitando dentro do campo de jogo em busca da bola. Foto: Fernando Martinez.
Mas aos 7 minutos a torcida local tomou um susto. Numa bobeada do goleiro Diego, o esperto atacante Val aproveitou e com um toque sutil colocou a bola no canto direito do gol. O time do CAL Bariri comemorou bastante, bem em frente da torcida do time local. Com 1x0 contra, a torcida apoiou ainda mais a equipe da casa em busca da virada.
Chegada do Taubaté pela direita do seu ataque, com zagueiro do CAL Bariri em cima do lance. Foto: Fernando Martinez.
O Taubaté se lançou ao ataque, e aos 19 minutos reclamou bastante o que teria sido um pênalti a seu favor. Na sequência do lance, contra-ataque rápido do time de Bariri e bola na trave do goleiro Diego. O jogo seguia num ritmo alucinante. Aos 22 minutos, o goleiro do time visitante fez o primeiro dos seus milagres do dia. Numa cabeçada do camisa 5 Renato, ele defendeu brilhantemente e no rebote a bola bateu na trave.
Mas o milagre maior aconteceu aos 29 minutos. O jogador camisa 3 do time da casa Natanael recebeu lançamento preciso dentro da área, ajeitou e de voleio bateu à queima-roupa. O goleiro Muller fez uma defesa espetacular, com certeza uma das maiores que vi no ano. mas será que o time do CAL Bariri iria resistir muito tempo mais ao bombardeio do time da casa?
Momento do chute do maior milagre da partida, quando o goleiro Muller magistralmente defendeu chute do jogador Natanael. Foto: Fernando Martinez.
A resposta veio aos 32 minutos, quando o jogador Marcial tocou por trás no jogador Fabinho, derrubando o mesmo dentro da área. Pênalti marcado e na cobrança o jogador Sandro teria a chance de deixar tudo igual. E se não entrava com chute forte, ele resolveu tentar um toque com estilo, só deslocando o goleiro. E não teve jeito: goleiro de um lado, bola de outro e empate do Taubaté aos 34 minutos.
Bola no fundo das redes do CAL aos 34 minutos, em cobrança perfeita do camisa 10 Sandro. Foto: Fernando Martinez.
E o esquema de jogo do CAL Bariri caiu no minuto seguinte, quando o jogador Fabinho subiu mais alto do que todo mundo dentro da área depois cobrança de escanteio e virou o jogo para o Burro da Central. Em um minuto o time da casa ficava à frente do marcador e deixava a pressão toda para a equipe visitante. Foi de arrepiar a festa que a torcida fez nesse segundo gol do Burrão.
Detalhe do gol de cabeça de Fabinho, virando o jogo para o Taubaté em pouco mais de um minuto. Foto: Fernando Martinez.
Após conquistar a virada, o Taubaté segurou o ritmo de jogo até o final da primeira etapa, pois o CAL também não conseguiu chegar mais no gol adversário. Nesse intervalo fui para a sala de imprensa do Joaquinzão e tomei uns dois litros de água. Estava derretendo debaixo daquele sol, e para o começo do segundo tempo resolvi ficar um pouco na parte coberta do estádio.
O time visitante voltou para a segunda etapa disposto e deixar tudo igual novamente, mas cometeu um erro primordial: Deixou a defesa mano a mano com os rápidos atacantes do Taubaté. E sem conseguir criar boas chances de gol, viu o Taubaté colocar uma bola na trave aos 10 minutos e ampliar o marcador aos 13, em gol de Fabinho aproveitando rebote do goleiro em grande chute do camisa 10 Sandro.
Com 3x1 contra, o CAL não tinha mais nada a perder, e conseguiu um pênalti a seu favor aos 18 minutos. Estava longe do lance, mas ninguém entendeu a marcação do árbitro. Caso o time fizesse o segundo, a equipe encontraria forças para buscar o empate, e com certeza iria encurralar o Taubaté em seu campo de defesa. Mas o jogador Val chutou fraco para grande defesa de Diego, se redimindo da falha do primeiro gol do CAL.
Defesa do goleiro Diego em pênalti para o time de Bariri aos 18 minutos do segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.
Esse lance desmontou a equipe visitante, que desanimou por completo no gramado. O Taubaté soube se aproveitar do desânimo dos visitantes e fez a festa durante o resto da segunda etapa. Conforme o preparo físico do time de Bariri ia caindo de produção, o Taubaté foi marcando mais gols. O quarto veio aos 34 minutos, com Thiago Furtuoso - o herói dos dois gols em Mogi-Guaçu - aproveitando belo contra-ataque, driblando o goleiro e tocando com categoria.
Quarto gol do Taubaté, em bela jogada de Thiago Furtuoso. Foto: Fernando Martinez.
Comemoração do camisa 17 Thiago Furtuoso e jogadores reservas do time. A vaga estava garantida. Foto: Fernando Martinez.
Aos 39 veio o quinto, em gol de cabeça do jogador que tinha acabado de entrar, o camisa 16 Bruno. E nos acréscimos o mesmo Bruno marcou de novo de cabeça, após grande passe do jogador Sandro. A torcida fazia uma festa enorme nas arquibancadas do Joaquinzão, e só esperou o apito final da arbitragem para poder comemorar a emocionante classificação.
Bola no fundo das redes no sexto gol do time da casa, fechando a goleada e garantindo a vaga na fase decisiva da Segundona. Foto: Fernando Martinez.
Final de jogo: Taubaté 6-1 CAL Bariri. O time do Taubaté, que estava quase eliminado depois de perder em casa por 3x0 para o Paulínia na quarta rodada dessa terceira fase, consegue uma classificação que poucos acreditavam. A equipe agora disputa duas vagas na Série A3 de 2010 contra os times do Palestra, Desportivo Brasil e Red Bull. Esse é o verdadeiro grupo da morte, pois as quatro equipes tem condições plenas de conseguirem o acesso. No outro grupo, Lemense, Atlético Araçatuba, Santacruzense e Paulínia disputam mais duas vagas.
Jogadores do Taubaté comemorando a classificação com a torcida do time presente no Joaquinzão. Foto: Fernando Martinez.
Muita festa depois, saímos do Joaquinzão felizes por termos visto um jogo histórico e digno das decisões de divisões de acesso nos anos 80. Voltamos para São Paulo, e quando já estava desistindo de ver alguma coisa à tarde, uma ligação nos levou para mais uma partida fantasma do nosso futebol.
Até lá
Fernando
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