¡Fala!
Depois da rodada dupla do sábado, o domingo me reservou alguns passeios em Buenos Aires. Mas o futebol nao poderia ficar de fora da minha agenda. E lá fui eu logo cedo para garantir meu ingresso para um jogo nao tao perdido, mas com certeza num estádio que sempre quis visitar. E com os conselhos de alguns taxistas da cidade, fui cedinho para o bairro de Nuñez, para um jogo da Primeira A (a primeira divisao argentina) entre o River Plate e o Gimnasia y Esgrima de La Plata.
E a partida foi no genial Estádio Monumental de Nuñez, palco da final da Copa 1978 e que já revi umas 15 mil vezes em imagerns de arquivo. E para chegar lá saí cedo e segui pela linha D do "Subte" da capital federal. Descendo na Estaçao Congreso de Tucumán, segui a pé pela Avenida Congresso, e em linha reta chega-se fácil no estádio. E no caminho temos a chance de conferir verdadeiras mansoes em lugares que nao existem muros nem grades. Algo que nao acontecera num bairro do Morumbi nunca, por exemplo.
Detalhes de algumas casas no bairro de Nuñez, classe alta de Buenos Aires. Fotos: Fernando Martinez.
Chegando no estádio, logo entendemos porque ele é chamado de "Monumental". Numa arquitetura imponente, o estádio é visto de longe, e com suas avenidas largas ao redor fica bem fácil para se chegar ali. Bom, ingresso comprado e eu fui aproveitar a tarde de domingo em Buenos Aires. Como o jogo era às 7 e meia da noite, consegui aproveitar muito. E lá estava eu na hora marcada na porta do Monumental, para finalmente conseguir colocar mais um time na Lista, o tao esperado Gimnasia.
Uma das várias entradas do Monumental de Nuñez, ou melhor Estadio Antonio V. Liberti. Foto: Fernando Martinez.
Diferente o que vemos no Morumbi por exemplo, o Monumental tem várias entradas e todas muito bem sinalizadas. Mesmo com o público total de 40 mil pessoas, nao houve nenhuma muvuca para ninguém entrar, nem empurra-empurra ou arrastoes. Os times e dirigentes brasileiros teimam por nao querer aprender com boas idéias, e bem que poderiam olhar um pouco aqui para a Argentina para tratar um pouco melhor o torcedor em jogos grandes. Bom, e entrando no estádio até senti um arrepio, pois o barulho era ensurdecedor, fora que o estádio é mais bonito ainda por dentro.
Bom, e falando um pouco do jogo, está em pleno andamento o Torneio Clausura Argentino, e faltando metade do turno para acabar a competiçao tem muito time embolado pela tabela. O River Plate, caso ganhasse do Gimnasia, chegaria mais perto dos líderes. Para o Gimnasia, um pontinho já seria bom demais. E esperava ver um jogo bom do time da casa, mesmo com o perrengue que o time tem passado nos últimos campeonatos.
Ataque do River pela direita no começo do jogo. Foto: Fernando Martinez.
A zaga do Gimnasia saindo com a bola dominada da defesa. Foto: Fernando Martinez.
Mas durante todo o jogo o que se viu em campo foi um time do River pecando bastante no toque final e dando espaços demais para o time visitante, que merecia ter feito o gol logo no começo. Falando no time de La Plata, merece ser registrada a maciça presença da torcida visitante em Nuñez. Mesmo sendo num domingo de Páscoa, 7 e meia da noite, a torcida lotou as dependências visitantes e deu um show na torcida da casa. Enquanto os "hinchas" do River passavam momentos de silêncio, a "hinchada" do Gimasia nao parou de gritar um minuto sequer.
Grande chance do River em bobeada da zaga do time de La Plata. Foto: Fernando Martinez.
E o time do Gimasia foi muito mais efetivo que o River, tanto que aos 35 chegou ao seu primeiro através de grande jogada individual de Sosa. Depois do gol encontrei um pessoal estudante de jornaismo que está perdido em Buenos Aires, e passamos a curtir o jogo todos juntos. E outra coisa que merece ser registrada é a presença de inúmeras TVs debaixo do anel superior do estádio, todas para que os torcedores possam acompanhar o jogo também pela TV. Algo que nao acontece em lugares que vamos sempre, mas fica aqui a bela idéia para os nossos queridos dirigentes.
Detalhe da torcida presente no Monumental e das TVs que ficam rodeando a torcida por ali. Cadê isso nos estádios brasileiros? Fotos: Fernando Martinez.
Parte do Monumental de Nuñez lotado num domingo de Páscoa à noite. Foto: Fernando Martinez.
No intervalo do jogo fui correr atrás de uma "hamburguesa" e pude degustar verdadeira delícia que é vendida nas lanchonetes do River. Tudo bem que por 6 pesos é meio caro, mas realmente vale a pedida. Também dei uma andada por lá e notei as belas dependências do estádio. Muito bonito mesmo, e recomendadíssimo para todos que visitam a capital argentina.
Detalhe da torcida do Gimnasia y Esgrima lotando todo o espaço destinado a eles. Foto: Fernando Martinez.
Para o segundo tempo a promessa era de um melhor futebol. E o jogo melhorou muito, com o River Plate atacando na base do "bumba-meu-boi" em busca de um melhor resultado. Na base da sorte o time conseguiu empatar o jogo aos 9 minutos, com um gol de rebote do jogador Diaz. Com a torcida a seu favor, o time resolveu assustar os visitantes e conseguiu a virada um tanto quanto inesperada aos 23 minutos. Foi um verdadeiro golaço, com a finalizaçao de Barrado.
Grande defesa do goleiro do River Plate Daniel Vega, o herói do jogo. Foto: Fernando Martinez.
Mas nem deu tempo para comemorar, pois aos 25 minutos o Gimasia teve um penal a seu favor. Na cobrança, Cuevas bateu no canto esquerdo e deixou tudo igual de novo. E sentindo o gol de empate, o River deu espaços perigosos para os visitantes, e por três vezes o goleiro Daniel Vega fez milagres em defesas à queima-roupa.
Lance do jogo entre River Plate x Gimasia y Esgrima. Foto: Fernando Martinez.
Segundo gol do Gimasia no jogo, deixando tudo igual no marcador. Foto: Fernando Martinez.
E com a pressao enorme do Gimnasia o jogo terminou assim mesmo: River Plate 2-2 Gimasia y Esgrima. O River continua em quarto lugar no Clausura 2009, enquanto o Gimnasia está embolado no meio no meio da tabela. E só por ter visto esse time, que era um dos sonhos desde sempre, a viagem já valeu o dia.
Bom, depois do jogo passamos por uma verdadeira aventura para voltar ao centro de BA. Descobrimos que o "Subte" já nao tinha mais trens em circulacao e ninguém tinha moedas suficientes para pagar um ônibus (em tempo, por aqui só aceitam as "monedas" nos coletivos). Depois de muita milonga com um tiozinho motorista de busao, conseguimos um desconto nas passagens e voltamos depois de duas horas para nossos respectivos hotéis. Mais uma história para sempre...
Mas os relatos de jogos ainda nao acabaram... tenho mais dois na manga, que rolaram nessa segunda e terça-feira!
¡Abrazos!
Fernando
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