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quarta-feira, 13 de abril de 2022

Trinca sul-americana (1/3): A visita do Independiente Petrolero no Allianz Parque

Texto e fotos: Fernando Martinez


Depois do acesso da Portuguesa no sábado, descansei dois dias e fiquei novinho em folha. Tudo pensando na maratona que começou no dia 12 e que vai direto, sem paradas, até o dia 17. Abrindo os trabalhos, três sessões noturnas sul-americanas. Sem assistir jogo da Taça Libertadores da América desde 2018, retornei em grande estilo colocando o genial Independiente Petrolero na Lista. O time boliviano visitou o Palmeiras no Allianz Parque pela segunda rodada do Grupo 1.

O Club Independiente Petrolero foi fundado em 1932 por trabalhadores da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) com o nome de Independiente Sporting Club. Apesar de ter 80 anos, jogou a divisão principal nacional entre 1982 e 1983, de 1990 a 2003 e em 2021. No último mês de dezembro conquistou seu primeiro título na elite e com ele garantiu a vaga na principal competição de clubes do continente.

Antigamente ver Libertadores era super de boa. Até o começo dos anos 2010 bati cartão em várias partidas, todas devidamente registradas no JP. Tanto que, dos 32 participantes, 28 fazem parte da minha Lista. Pena que depois tudo se complicou, graças aos planos de sócio torcedor, valor dos ingressos e a muvuca que sempre tem em pelejas do torneio. Apesar de toda a dificuldade, queria bastante ver "Los Refineros" pois duvido que eles pintem aqui de novo.

A oportunidade de ir à partida apareceu poucas horas antes do apito inicial e, contando com a providencial ajuda do mito Nilton, adquiri um ingresso no laço. Junto comigo, os amigos Milton, Caio, Pucci e seu irmão. Todos superfelizes e empolgadíssimos com a chance de visitar a casa do atual bicampeão continental. Por ser um confronto de menor apelo e pelo fato de o Palmeiras atuar com um elenco reserva, tinha lugar de sobra nas cadeiras.

Esse foi o meu 59º jogo de Libertadores em todos os tempos e o Independiente Petrolero foi o 47º clube novo que assisti contando somente a principal competição de clubes do continente. Contando apenas o alviverde, foi o 10º, e, nos nove anteriores, nove vitórias locais. Também foi a terceira vez que estive no Allianz Parque pela competição. As outras duas foram em 2017: 1x0 contra o Jorge Wilstermann/BOL e 3x1 em cima do Atlético Tucumán da Argentina.





Sim, estava de lado, mas mesmo na base da carona, seguem as fotos oficiais. Quando tem um time tão raro envolvido, não tem como passar em branco

Ninguém em sã consciência acreditava em uma zebra por mais que o escrete brasileiro não estivesse com seus principais nomes. O que ninguém esperava era que o Independiente, logo aos cinco minutos, abrisse o marcador com um belo gol de Correa. Um jogo que poderia ser mais cadenciado se tornou uma luta de ataque contra defesa a partir de então.

O Palmeiras perdeu um caminhão de gols. O time enfileirou um sem-número de bons momentos e desperdiçou todos. Teve zagueiro salvando em cima da linha, o goleiro Arancibia defendendo com o pé e fazendo milagre... vimos de tudo. O alívio da torcida aconteceu somente aos 42 com o gol de Zé Rafael. No intervalo, um injusto 1x1.

Os amigos presentes foram para o canto do setor norte e dali, mesmo com a presença da absurda grade (bem que podia ser um acrílico, né?), ficaram esperando ansiosamente (só que não) o tempo final. Para a alegria deles, a segunda etapa foi histórica a favor do Palmeiras em vários sentidos.

Primeiro Rafael Navarro fez quatro gols (no primeiro minuto, aos oito, aos 11 e aos 32), um recorde no torneio. Rony fez o sexto e Raphael Veiga fez duas pinturas nos minutos finais (pinturas que por sinal não foram vistas pelo quarteto de amigos. Eles foram embora muito antes do apito final com medo da muvuca). Isso sem contar o monte de chances desperdiçadas. Podia facilmente ter rolado a maior goleada da história da Libertadores.







Se no primeiro tempo foi um sufoco, no segundo o Palmeiras fez (mais) história na Libertadores. O Independiente Petrolero passaria perrengue se jogasse a A2 Paulista


Quase 50 anos depois de Watergate, o glorioso Nixon deu as caras no gramado do Allianz Parque

No fim, o placar ficou "apenas" em Palmeiras 8-1 Independiente Petrolero. O alviverde ganhou as duas últimas Libertadores e eu não duvido que ganhe de novo. Acho que só o River Plate ou, no máximo, o Atlético Mineiro pode aprontar em cima dos paulistas. Vamos aguardar. Da minha parte, valeu por colocar na Lista uma equipe raríssima.

Saí no meio da animada torcida local e dei sorte de pegar o ônibus na mesma hora que cheguei no ponto. Consegui dormir em um horário bom e descansar bem. Na quarta, segui com a trilogia sul-americana descendo a serra.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 8x1 Independiente Petrolero (Bol)

Em breve
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