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domingo, 19 de setembro de 2021

Portuguesa é eliminada pelo Caxias e fica sem calendário nacional em 2023

Texto e fotos: Fernando Martinez


A tarde de sábado foi muito importante para a Portuguesa. Aliás, não é exagero dizer que foi a mais importante desde 2017. Os paulistas receberam o Caxias no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte com a esperança de manter vivo o sonho de acesso e de subirem um novo degrau rumo ao renascimento. Foi a terceira vez que acompanhei esse jogo in loco. Nos dois primeiros, em 2003 e 2004, vitórias paulistas.

Na primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série D a Lusa foi líder do Grupo A7, porém ficou longe de empolgar. O questionado técnico Fernando Marchiori cometeu alguns erros que deixaram a torcida ressabiada. Por azar, o Caxias ficou na quarta colocação do Grupo A8 e antecipou um confronto que facilmente poderia definir o acesso direto. Eu torcia pelo Esportivo de Bento Gonçalves pois vi o time apenas uma vez. Não deu certo.




Visão de um Canindé vazio para a decisão da vaga na terceira fase da Série D. Abaixo os times entrando em campo e os capitães com o quarteto de arbitragem. Absurdo como em um jogo desse calibre ninguém tirou as fotos dos times posados

No duelo de ida os gaúchos quebraram o tabu de nunca terem vencido a Portuguesa na história e fizeram 1x0. O comandante lusitano resolveu fazer testes que não deram certo e a torcida ficou bem irritada. A expectativa era de que ele pudesse corrigir tudo pensando na competitividade da equipe. O Caxias jogava pelo empate enquanto a Lusa tinha que vencer de qualquer forma. Se fosse por um gol, pênaltis, por dois, classificação direta.

O árbitro deu início ao jogo e não demorou para que a Portuguesa tomasse conta das ações ofensivas. O Caxias atuou com o regulamento debaixo do braço e atacou uma ou duas vezes durante toda a peleja. Além disso fizeram cera o tempo todo. Qualquer toque e o atleta gaúcho ficava rolando no gramado. Sim, faz parte do futebol, só que não deixa de ser chatíssimo.

Durante a etapa inicial os paulistas criaram quatro momentos dignos de registro. O maior nome foi o de André, goleiro visitante. Ele defendeu tiro de Cesinha à queima-roupa aos sete, finalização de fora da área de Marzagão aos 44 e uma bela conclusão de Feijão aos 51 que quicou na sua frente e que, mostrando grande reflexo, mandou pela linha de fundo. Além disso Dênis Neves chegou um milésimo atrasado em bola escorada da direita aos 23 minutos.




Três lances do primeiro tempo de Portuguesa x Caxias

Se a Portuguesa tivesse mantido o ritmo no tempo final acho que o sofrimento teria sido menor. Só que os atletas deixaram a inspiração nos vestiários e os últimos 45 minutos foram basicamente de passes errados e levantamentos na área sem nenhum perigo. Era alguém pegar a pelota e pá... já cruzava na área. A zaga do Caxias neutralizou todas as tentativas sem maiores dificuldades.

O lance de maior perigo aconteceu somente aos 41 minutos em chute de Caíque da intermediária. André mostrou serviço e espalmou por cima. O juiz paranaense aumentou a esperança rubro-verde em nove minutos de acréscimos. Tudo parecia perdido até que aos 48 minutos Maikinho cruzou da esquerda na cabeça de Caio Mancha. Ele surgiu como uma flecha e fez o esperado tento da Portuguesa. A decisão da vaga seria na marca de cal.






Se tivesse público no estádio, certamente a atuação rubro-verde teria deixado a rapaziada muito brava. O time cansou de fazer jogadas sem sentido e ainda assim conseguiu chegar ao 1x0 com Caio Mancha nos acréscimos

Eu achei que a Portuguesa tinha ganhado uma injeção enorme de ânimo com o triunfo nos últimos minutos. Ledo engano. Parece que os batedores estavam com pesos nas pernas. O onze gaúcho não se abalou com a derrota e manteve a cabeça no lugar durante as cobranças. João Vieira e Raphael Luz marcaram os primeiros pênaltis respectivamente de Caxias e Lusa. Após isso, somente os gaúchos anotaram com Erik, Karl e Milla. Tito chutou pela linha de fundo e Dênis Neves mandou na arquibancada.

O placar final de Portuguesa 1-0 (1-4) Caxias colocou o Falcão Grená entre os 16 melhores times da Série D 2021. O adversário agora será o União de Rondonópolis. Já para a Lusa foi o fim do sonho do retorno, o fim da ilusão de que em 2022 poderiam ter um calendário nacional mais longo na Série C. Agora tudo retorna à escala zero e o clube precisará vencer a Copa Paulista, de novo, se quiser estar na Série D no ano que vem.



Dênis Neves mandando seu pênalti quase na lua e Milla decretando a vitória gaúcha no Canindé




A enorme festa do Caxias pela classificação nos pênaltis

Saí do Canindé desanimado com a desclassificação e resolvi encarar o caminho até o metrô a pé mesmo apesar de já estar escuro. As criaturas da noite que habitam o trajeto da cancha até a Estação Armênia dessa vez permaneceram distantes. A coisa está feia pois a região está totalmente degradada. E a tendência é que piore.

Recarreguei a bateria na noite de sábado e na manhã do domingo para nova viagem até Mogi das Cruzes com a Segundona Paulista. Teve dérbi da cidade e goleada no gramado do Nogueirão.

Até lá!

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Ficha Técnica: Portuguesa 1x0 Caxias (1x4)

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Leonardo Sígari Zanon/PR; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: William Magrão, Caio Mancha, Walfrido, Karl, Erik, Lucas Rocha; Gol: Caio Mancha 48 do 2º.
Portuguesa: Dheimison; Feijão (Tito), William Magrão, Patrick e Dênis Neves; Caíque, Cesinha (Maykinho), Marzagão (Tauã) e Danilo Pereira; Ermínio (Caio Mancha) e Lucas Douglas (Raphael Luz). Técnico: Fernando Marchiori.
Caxias: André Lucas; Lucas Carvalho (Maicon), Rafael Lima, Thiago Sales e Bruno Ré; Erik, Karl, Marlon (João Vieira) e Jean Dias (Matheuzinho); Michel (Milla) e Kelvin (Lucas Rocha). Técnico: Rafael Jaques.
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