Texto e fotos: Fernando Martinez
Setembro começou bem cedo com minha visita a um grande aniversariante. O 1º de setembro marca o aniversário do Sport Club Corinthians Paulista e tive o prazer de ver o time feminino em ação atuando no histórico campo, o Estádio Alfredo Schurig, pelo Campeonato Paulista Feminino. Deixando a comemoração ainda melhor, o adversário foi o Nacional.
Cheguei cedo na casa alvinegra e, diferente do que está rolando nas outras categorias, fui obrigado a dar aquela enorme volta para entrar no clube pelo portão do tamboréu, quase na Marginal Tietê. Um rapaz, certamente algum aspone, deu um show de falta de educação e não permitiu que passasse por trás do estádio. Fazia tempo que não rolava essa zona. É a síndrome do pequeno poder em seu estado cristalino.
Corinthians e Nacional posados e a imagem das capitãs com o quarteto de arbitragem
O sol brilhava forte e fiquei nas cabines acompanhando uma partida que todo mundo sabia quem venceria, restando apenas saber por quanto. O Corinthians é a maior força da categoria e vinha de um ótimo trunfo contra a Ferroviária fora de casa na ida da semi do Brasileiro. No estadual, três jogos, três vitórias e o favoritismo total. O Nacional tinha apenas um ponto, sofreu duas goleadas seguidas e queria perder de pouco.
Quando a ação começou, nenhuma surpresa. Mesmo com um time misto, as comandadas de Arthur Elias não tiveram dificuldade. O que complicou foi uma certa preguiça e uma boa pitada de preciosismo. O primeiro tempo foi repleto de lances que, se tivessem atuado com mais disposição, teriam chegado às redes sem dificuldades. Antes de Pardal abrir o placar de cabeça aos 23 minutos, o Timão já tinha posto duas bolas na trave.
Conforme a peleja foi seguindo, as locais finalizaram outras duas vezes no travessão até que Bianca Gomes ampliou aos 45. Na virada para a segunda etapa o duelo tomou um rumo diferente e durante os 15 minutos iniciais o que se viu foi um aproveitamento enorme: de cinco oportunidades criadas, quatro viraram gols. Grazi, Diany, Miriã e Jheniffer anotaram na sequência. Depois disso, nova pasmaceira e o desânimo tomou conta.
O lance mais agudo até os minutos finais foi o único do onze visitante. A goleira da casa Natascha estava acompanhando as suas companheiras no ataque do círculo central. Em uma troca de passes que deu errado, a pelota sobrou com Mari. Ela chutou do meio-campo e, aproveitando o fato da arqueira estar super adiantada, a finalização tirou tinta da trave. Foi um pecado! Jogando na base do banho-maria, o time da casa ainda foi capaz de marcar pela sétima vez com a camisa 14 Tarciane.
Marcação firme da equipe corintiana no meio-campo
Detalhes dos dois primeiros gols alvinegros marcados por Pardal e Bianca Gomes na etapa inicial
Grazi fez o terceiro logo no primeiro minuto do tempo final. Miriã marcou o quinto e Tarciane, de cabeça, fechou a goleada
Não foi uma atuação maiúscula, mas o novo triunfo manteve o Corinthians na primeira colocação do Paulista Feminino
O placar de Corinthians 7-0 Nacional foi pouco perto do que poderia ter sido. Agora as mosqueteiras seguem para a volta da semi do Brasileirão buscando a vaga na quinta decisão seguida. Ao escrete ferroviário, a esperança é ganharem outro pontinho até o final da primeira fase e a certeza de que estão adquirindo bastante experiência.
Saí com o Parque São Jorge já respirando os ares de 111 anos de vida do clube da Zona Leste. Achei bem legal poder ver um jogo em um dia tão especial. Sem tempo a perder, fui ao metrô encontrar o amigo Milton Haddad pois tinha sessão vespertina de futebol na Comendador Souza pela Segundona.
Até lá!
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Ficha Técnica: Corinthians 7x0 Nacional
Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitro: Guilherme Nunes de Santana; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Miriã, Katiuscia; Gols: Pardal 23 e Bianca Gomes 45 do 1º, Grazi 1, Diany 4, Miriã 11, Jheniffer 14 e Tarciane 40 do 2º.
Corinthians: Natascha; Katiuscia, Pardal (Giovanna Campiolo), Tarciane e Yasmim (Juliete); Grazi (Andressinha), Diany (Ingryd), Miriã (Gabi Portilho) e Cacau; Bianca Gomes (Adriana) e Jheniffer. Técnico: Arthur Elias.
Nacional: Lavínia; Ju Primon, Gio Mendes (Victória) (Maria), Camila e Jeniffer; Emily (Rafa), Mariana, May (Fran) e Cinthia; Mari e Vitoriano (Mica). Técnico: Luiz Souza.
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