Texto e fotos: Fernando Martinez
A rodada de quarta-feira da Copa São Paulo de Futebol Júnior marcou o primeiro time novo na atual temporada. Pelo Grupo 31 do certame, fui ao Estádio Nicolau Alayon para conferir de perto o inédito e genial confronto entre o Nacional e o São Paulo do Amapá, time 667 da Lista e que disputa sua primeira Copinha.
Duas vezes campeão da competição (1972 e 1988), o onze ferroviário sempre entra na disputa com a esperança de voltar aos melhores dias e relembrar as grandes campanhas. Pena que em 2018 isso não deverá acontecer mais uma vez. O futebol apresentado foi de baixa qualidade e presenciamos a primeira grande zebra da Copinha.
Antes, vale dizer que o tricolor amapaense foi fundado em 1988 e nunca chegou a ser campeão estadual. Na verdade o time teve vários problemas ao longo da história e só se firmou mesmo nos últimos anos. O clube vem credenciado com o vice-campeonato da Copa Amapá de Futebol sub-20 (o campeão foi o Santos).
Nacional Atlético Clube (sub-20) - São Paulo/SP
São Paulo Futebol Clube (sub-20) - Macapá/AP
Quarteto de arbitragem e capitães dos times
Falando no Amapá, o São Paulo é a oitava agremiação do estado a participar da Copa em todos os tempos. Os outros sete clubes disputaram um total de 43 jogos e somente em quatro vezes saíram de campo vitoriosos. Antes da rodada inicial, era o estado que menos vitórias tinha no torneio. É... era.
Mesmo com a Comendador Souza recebendo um bom público, os donos da casa não conseguiram mostrar serviço e irritaram boa parte dos presentes com passes errados, muita morosidade e chutes a gol completamente sem sentido. Inferiores tecnicamente, os garotos amapaenses compensaram essa deficiência com muita dedicação tática.
Não consigo me lembrar de nenhuma jogada realmente decente do Nacional nos 90 minutos a não ser uma cabeçada no meio do primeiro tempo e um chute mais efetivo no começo do segundo. Se dependesse dos atletas nacionalinos, estaria até agora no Alayon sem ver um gol.
Jogando na boa e ciente do seu papel, o São Paulo foi levando a peleja em banho-maria, se defendendo de forma tranquila e apostando a sorte em alguns contra-ataques. Num deles, aos 24 minutos, o camisa 16 Dennys arriscou um chute da entrada da área. A bola desviou na zaga e foi morrer no fundo das redes. Detalhe, o atleta havia acabado de entrar.
Goleiro amapaense fazendo defesa segura em ataque local
Chegada do Nacional pela esquerda e o zagueiro alado do São Paulo
O time paulista correu atrás do empate, mas não conseguiu ser objetivo em nenhum momento
Disputa de bola no meio de campo
Atletas e comissão técnica do tricolor agradecendo pela histórica vitória
A comemoração do gol foi digna de final de Copa do Mundo, e sem sofrer sustos até o apito final, o tricolor conquistou um resultado histórico. O placar de Nacional 0-1 São Paulo/AP marcou a quinta vitória amapaense na história da Copinha - a primeira numa estreia - e colocou o sonho da vaga na segunda fase na cabeça da molecada. Quem pode dizer que isso é impossível?
Nessas horas confirmo que os "especialistas" que vivem falando sobre o inchaço da Copinha estão muito errados. 128 times é muito? Sim, com certeza, mas num país tão grande como o nosso, isso ainda é pouco. Nada mais justo e democrático do que dar a chance da vida para centenas e centenas de jogadores.
Só que a rodada ainda não tinha terminado, e o jogo de fundo reuniu outro antigo campeão do certame com um daqueles vários clubes com o sonho de surpreender.
Até lá!
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