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terça-feira, 6 de julho de 2021

Oeste segue sem vencer no Brasileiro da Série C

Texto e fotos: Fernando Martinez


Eu nem lembro a última vez que tinha acordado tão cedo para ver um jogo de futebol como aconteceu no sábado. Bom, desde que a presença do Oeste no Campeonato Brasileiro da Série C foi sacramentada, coloquei como um dos objetivos ver o duelo do rubrão contra o genial Ypiranga de Erechim na Arena Barueri. Mesmo com o apito inicial desse duelo marcado para às 11 da matina, encarei a missão e me mandei até a cidade da Grande São Paulo.

Por ser contrafluxo, o trem estava vazio. Apesar do sol, o vento frio da madrugada se fazia presente. Como não estava a fim de andar, peguei um Uber - um dos únicos politicamente conscientes que existem e, território tupiniquim - na estação de trem e rapidinho estava no estádio. Lá encontrei pela primeira vez no ano a dupla Mário e Lucas, amigo que vem fazendo um grande trabalho atrás do Brusque na Série B. Foi apenas o segundo jogo no ano que tive companhia em 2021.



A Arena Barueri vazia na manhã de sábado e os capitães com o quarteto de arbitragem posando para a foto oficial

Cobri a derrota do Oeste contra o Mirassol na estreia na Arena. Não há dúvidas que a performance é assombrosa e absurdamente ruim. Quem viu a equipe ir bem na A2 e chegar perto do acesso se espanta com a mudança. Nas cinco rodadas disputadas, nenhuma vitória conquistada e pior, nenhum gol a favor. Confesso que gostaria de saber o motivo do caldo ter entornado tão cedo. Como desgraça pouca é bobagem, o adversário da vez era o vice-líder do Grupo B.

O Ypiranga fez bonito no Gauchão, ficando em quinto lugar. Começou a Série C com tudo somando três vitórias, um empate e apenas uma derrota. Presente no torneio desde 2016, o escrete gaúcho foi líder do Grupo B em 2019 e 2020 e não subiu ano passado por detalhe. Certamente disputarão o acesso novamente. Falando da história deles conosco, o Canarinho debutou no JP há 15 anos em empate contra o extinto Porto Alegre FC no magnífico Lami Parque. A última vez foi em 2017, em triunfo contra o São Bento em Sorocaba também pela terceirona nacional.

Quando a ação começou, ficou clara a diferença das campanhas, principalmente na etapa inicial. O Ypiranga não deu a menor chance ao onze local e construiu uma boa vantagem já nos primeiros 45 minutos. O Oeste começou a peleja meio fora do ar e com quinze minutos o placar já era de 2x0 contra. O tento que abriu a vitória gaúcha saiu aos cinco minutos. Jonathan cruzou da esquerda, a zaga não foi capaz de afastar e Sodré testou do segundo pau.

Aos oito Léo Artur avançou com liberdade pela esquerda e chutou de longe. A bola saiu à direita de Deivity. Aos dez, Silvano cruzou e Quirino chegou um milésimo atrasado. Quatro minutos depois ele não vacilou. O atleta recebeu lançamento longo em profundidade, avançou sozinho, driblou Rodolfo e ampliou a vantagem. O rubro-negro conseguiu criar seus momentos e aos 32 Deivty fez boa defesa em tiro de Léo Artur.

Aos 34 o Oeste finalmente fez o primeiro gol na Série C após 484 minutos. Deivid cruzou da direita na cabeça de Zeca. O ataque foi bom, mas Deivity falhou no lance. O Ypiranga nem deixou a equipe paulista pôr as manguinhas de fora. Aos 36 por pouco não fez o terceiro em cabeçada de Dico. Aos 39, tudo deu certo. A zaga local estava toda desarrumada e viu Muriel entrar na área, rolar até Dico e o camisa 11 não perdoar.


Quirino (9) subindo e a zaga do Oeste interceptando o lançamento


No início o Oeste criou bons momentos para abrir o marcador


Cruzamento de Jonathan que originou o primeiro gol visitante, marcado por Sodré



Duas ótimas oportunidades criadas pelo escrete paulista



Bola no fundo da rede rubro-negra no 0x2 e a comemoração de Quirino

Não restava alternativa ao Oeste a não ser atacar em peso buscando diminuir o prejuízo no tempo final. O Ypiranga recuou e durante meia hora os paulistas foram melhores. Assustaram em tiros de longe aos dois e cinco minutos e marcaram pela segunda vez aos 15. A defesa gaúcha afastou mal cobrança de escanteio e Léo Ceará acertou um belo chute de fora da área. Kalil chegou perto do empate aos 27 em investida pela esquerda que terminou com boa intervenção de Deivity.

É, acontece que quando a fase é ruim, não tem muito o que fazer. Mesmo melhor em campo, o Oeste sofreu o quarto gol no primeiro ataque de perigo do Ypiranga. Fidelis cruzou rasteiro da direita, a pelota passou por todo mundo na área, incluindo Rodolfo, e chegou em Dija Baiano. O camisa 23 estava livre e ganhou aquele presente perfeito. Ele escorou tranquilamente e fez a festa. Foi o golpe fatal no onze de Barueri. Nos acréscimos, Júnior Alves foi expulso após cometer falta dura e só não deu uns tapas no árbitro pois foi contido pelos colegas.





No segundo tempo a partida continuou animada. O Ypiranga buscando ampliar a vantagem e o Oeste querendo diminuir o prejuízo



Fidelis (15) cruzando da direita para o gol de Dija Baiano. O Ypiranga fechava o marcador na Arena Barueri


Júnior Alves foi expulso nos acréscimos e por pouco não agrediu o árbitro pernambucano

Fim de papo na Arena: Oeste 2-4 Ypiranga/RS. Com a vitória do São José contra o Mirassol o rubro-negro agora é o lanterna do Grupo B da Série C. Tudo bem que são 18 jogos na fase inicial e faltam ainda dois terços até a rodada final. Agora, é fato que as coisas precisam mudar o quanto antes em Barueri. A Série D é uma realidade caso não comecem a mostrar resultados. Na semana que vem pegam o Ituano, time que venceu os últimos três confrontos. Moleza... só que não. Já o Ypiranga está em segundo na chave, atrás apenas do líder invicto Criciúma.

Na companhia da dupla de amigos peguei uma carona até o metrô Tietê e dali voltei ao QG da Zona Oeste. Foi um sábado com Eurocopa e Copa América na programação. No domingo voltei à ativa com outro compromisso lusitano na Série D.

Até lá!

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Ficha Técnica: Oeste 2x4 Ypiranga/RS

Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Michelangelo Martins Junior/PE; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Dico, Deivity, Kauã Jesus; Cartão vermelho: Júnior Alves 48 do 2º; Gols: Sodré 5, Quirino 14, Zeca 34 e Dico 39 do 1º, Léo Ceará 14 e Dija Baiano 31 do 2º.
Oeste: Rodolfo; Luís Ricardo, Victor Lisboa, Júnior Alves e Davi (Douglas); Alison, Deivid (Tite), Bruno Miguel (Léo Ceará) e Kauã Jesus; Zeca (Kalil) e Léo Artur (De Paula). Técnico: Roberto Cavalo.
Ypiranga/RS: Deivity; Muriel, Douglas, Kanu e Jonathan; Mikael, Silvano (Erick), Clayton (Fidélis) e Sodré (Luiz Felipe); Quirino (Christopher) e Dico (Dija Baiano). Técnico: Júnior Rocha.
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