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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Oeste vence e rebaixa o Paraná Clube para a Série C em 2021

Texto e fotos: Fernando Martinez


Estamos quase em fevereiro e somente agora encerrei a complicadíssima temporada de 2020 do futebol. Cortesia da pandemia e da teimosia de dirigentes da CBF e das agremiações em não fazer torneios mais curtos em virtude de tudo que estamos passando desde o começo do ano passado. Marquei presença na Arena Barueri na despedida do Oeste atuando na sua casa no Campeonato Brasileiro da Série B contra um desesperado Paraná Clube, este correndo o risco ser rebaixado para a Série C pela primeira vez na sua história.

O onze paranista chegou na Grande São Paulo precisando vencer a todo custo e torcer por um triunfo do Botafogo de Ribeirão Preto em cima do Vitória na sequência da rodada noturna. Isso acontecendo, a decisão do rebaixamento seria adiada até o final de semana. Caso o tricolor não derrotasse o lanterna na competição, a triste queda seria confirmada. Uma situação lamentável que apenas é a ponta do iceberg de todos os problemas vividos pelos paranaenses.


Quarteto de arbitragem e capitães dos times

O antigo rubro-negro de Itápolis é odiado por nove entre dez fãs de futebol, fato. Independentemente de qualquer coisa, eu fiquei triste com o rebaixamento. A partir de 2021 ficarei sem opções de jogos na segunda divisão nacional perto de casa. Serão apenas dois paulistas no certame - Guarani e Ponte Preta - e ficar indo até Campinas ver time que já vi não rola. Perderei a chance de ver Brusque, Botafogo, Cruzeiro, Vasco da Gama, entre outros, aqui do lado. Pensando no JP, a queda foi uma tragédia.

Por tudo isso, eu não tinha como ficar de fora dessa despedida. Novamente fui credenciado com o auxílio do "amigo do JP" Luciano Claudino, o maior fotógrafo da região de Sumaré, Valinhos e Monte Mór. Assisti os 90 minutos com apenas outro fotógrafo, claro que bem longe de mim, na área reservada. Dali acompanhei a triste (e depois melancólica) missão dos visitantes.

O Paraná foi melhor do que o Oeste durante a maior parte do tempo, só que as finalizações não estavam calibradas. Na fraca etapa inicial, a rigor foram apenas duas oportunidades dignas de registro, ambas antes dos dez minutos. Bruno Lopes e depois Jean Victor perderam. O escrete local só pensou em se defender e criou somente uma (!) finalização. Nos 40 minutos restantes, futebol de baixíssima qualidade que mostrou o motivo dos dois estarem na rabeira da tabela.





O Paraná entrou em campo sob a terrível ameaça de rebaixamento. Só que na etapa inicial pouco fez para superar a meta defendida por Glauco

Sentindo que a vaca estava a caminho do brejo, o Paraná voltou ligado ao gramado e antes dos cinco minutos da etapa final teve o dom de jogar fora três precisos momentos com Kaio, Bruno Lopes e Meritão, aqui com finalização na trave. O script seguia aquele roteiro trágico que acompanha os rebaixados. Pairava no ar a quase certeza de que a noite não seria nada feliz para o Tricolor da Vila Capanema.

Os comandados de Márcio Coelho permaneceram com o último toque totalmente descalibrado. O Oeste aos poucos foi se soltando e vendo que tinha como beliscar algo a mais do que apenas um ponto. Aos 29 Pedrinho chegou a abrir o placar em tento que foi anulado pela arbitragem. Aos 32, Jean Victor cobrou falta e Glauco espalmou. Em rápido contra-ataque os paulistas assustaram aos 39 com tiro de Kalil que Renan se esticou para defender.

O 0x0 não era suficiente. Acontece que, por um capricho do destino, o clube sete vezes campeão estadual paranaense e campeão da Série B de 1992 sofreu o golpe fatal aos 44 minutos. Salazar cometeu falta na meia-lua e levou cartão amarelo. Raí Ramos cobrou a falta, a bola desviou em Karl e enganou Renan. Gol do Oeste. O gol que colocou o Paraná na terceira divisão nacional de 2021.




O Paraná voltou melhor para o tempo final, mas não transformou o domínio no gol que tanto sonhava



A cobrança de falta de Raí Ramos e a comemoração dos atletas paulista no gol da vitória contra o tricolor paranaense


A derrota rebaixou o Paraná Clube pela primeira vez para a Série C do Campeonato Brasileiro. 2021 será um ano difícil...

O Oeste 1-0 Paraná decretou o primeiro rebaixamento tricolor ao terceiro nível do nacional desde que iniciaram suas participações no Brasileiro em 1990. Naquele ano eles disputaram a Série C e conquistaram o acesso. Desde então, apenas participações espalhadas pelas duas principais divisões do país. Será um enorme choque de realidade e com tudo que está acontecendo nos bastidores, precisarão lutar muito se quiserem voltar rapidamente.

O Oeste ainda joga contra o Sampaio Correa na sexta-feira, se despedindo da Série B após oito anos consecutivos. Sinceramente não sei o que esperar do rubrão e por enquanto o choque será que, daqui a um mês, eles estarão jogando a Série A2 do estadual. Saem Cruzeiro, América Mineiro e Chapecoense como adversários e entram Monte Azul, Rio Claro e Sertãozinho, grandes baluartes do interior, mas além do poderio midiático de boa parte das equipes da segundona brasileira.


Oito anos depois de subir para a Série B, o Oeste volta à Série C. A equipe certamente terá uma missão difícil se quiser retornar

Com esse post me despeço da conturbada, triste e confusa temporada 2020 do futebol tupiniquim. Começamos ela com uma maratona inesquecível na Copa São Paulo em janeiro, uma viagem maravilhosa pelo interior no Carnaval em fevereiro e uma pequena turnê pelo Centro-Oeste em março. Um início promissor que foi interrompido pela pandemia. Como se a tristeza por estarmos vivendo esse momento surreal não bastasse, quando penso o que 2020 poderia ter sido fico ainda mais chateado. Faz parte. Resta fazer nossa parte e aguardar que tudo possa voltar ao "normal" o quanto antes apesar do insano boicote que os governantes promovem contra a população.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Oeste 1-0 Paraná Clube

Local: Arena Barueri (São Paulo); Árbitro: Rodrigo Carvalhaes de Miranda/RJ; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Pedrinho, Maurício, Bruno Alves, Higor Meritão, Salazar, Jean Victor; Gol: Raí Ramos 44 do 2º.
Oeste: Glauco; Raí Ramos, Victor Lisboa, Maurício e Douglas (Luanderson); Matheus Índio (De Paula), Léo Ceará (Tite), Bruno Miguel e Diogo; Bruno Alves (Kalil) e Pedrinho (Welliton). Técnico: Roberto Cavalo.
Paraná: Renan; Kaio, Salazar, Hurtado e Jean Victor; Gabriel Kazu (Gabriel Pires), Paulo Henrique (Juninho), Karl e Higor Meritão (Guilherme Biteco); Bruno Lopes (Mikael) e Thiago Alves (Andrew). Técnico: Márcio Coelho.
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Confiança vence o Oeste em noite magistral de Caíque França

Texto e fotos: Fernando Martinez


A programação futebolística sábado passado não foi missão para amadores. Sair de casa no meio de uma pandemia com a ideia de assistir o confronto entre Oeste e Confiança do Sergipe, um rebaixado e o ameaçado pela queda no Campeonato Brasileiro da Série B não é fácil. Levando em conta que a ação começaria às 21 horas (!) na Arena Barueri, a tarefa poderia ser considerada uma espécie de 13º trabalho de Hércules.

Bola cantada há bastante tempo, os rubro-negros tiveram o rebaixamento confirmado um dia antes. Com o triunfo do Figueirense em cima do Náutico, ficou matematicamente impossível os paulistas saírem da zona de rebaixamento, local em que bateram cartão desde a quarta rodada do torneio. Cortesia do primeiro turno assombroso que fizeram. Na virada do returno todo mundo já sabia que isso aconteceria.

O que poucos esperavam era a queda de rendimento do Confiança. Na 26ª rodada o Dragão estava na sétima posição com 39 pontos, apenas quatro abaixo do G4 e lutando por uma vaga entre os quatro melhores. Nos oito jogos seguintes, uma tragédia: uma vitória e sete (!) derrotas. Ocupando agora o 14º lugar, o rebaixamento é bem improvável, agora, uma vitória contra o lanterna era obrigação em busca da salvação definitiva.

Tinha visto o elenco profissional do escrete sergipano apenas uma vez. Foi durante o octogonal final da Série C de 2008, a meu ver a melhor fórmula que já fizeram para decidir a terceirona, num confronto contra o Guarani de Campinas no Brinco de Ouro (triunfo de 5x1 a favor do Burge). As outras duas vezes foram na Copinha, curiosamente ambas contra o Sertãozinho: em 2013 na mesma Arena Barueri e ano passado na casa do Touro dos Canaviais.

Devidamente credenciado e apreciando a belíssima iluminação da Arena (ainda acho genial como o estádio ficou muito melhor após terem colocado os novos refletores), vi um duelo em que o Confiança foi amplamente superior ao Oeste. Os donos da casa tiveram uma apresentação pífia e só não foram impiedosamente goleados pois Caíque França, arqueiro paulista, teve uma atuação maravilhosa e digna de almanaque.





Rebaixado horas antes do jogo, o Oeste não foi nada bem contra o Confiança. Os sergipanos levaram bastante perigo. Na terceira foto, chute colocado e grande defesa de Caíque França. Depois, detalhe do gol de pênalti de Reis

Sem nenhum exagero, só no primeiro tempo o arqueiro fez seis (!) ótimas intervenções, evitando com classe o tento do Dragão. A melhor delas aconteceu aos 30 minutos, quando Nirley cabeceou cara a cara e ele defendeu com o pé na base do puro reflexo. Ele só não conseguiu salvar a pátria rubro-negra no pênalti batido por Reis no cantinho aos 40, gol que colocou os sergipanos em vantagem.

Na etapa final a peleja deu uma caída de produção. O que não mudou foi o enorme domínio visitante e a completa apatia dos atletas locais. Caíque França colocou mais três defesas importantes na lista. Aos 30 ele impediu o segundo gol do Confiança quando, de novo com o pé, salvou um chute à queima-roupa de Caique Sá. Por essas e por outras, a partida poderia estar rolando até agora que o placar não teria sido alterado.





O segundo tempo teve o Confiança ainda melhor, mas o placar não sofreu alteração. Nova derrota do rubro-negro na Série B

O Oeste 0-1 Confiança levou o escrete azulino aos 45 pontos, o "número mágico" da salvação contra a queda. Faltando três rodadas, duvido que sejam rebaixados. Já os paulistas, que vão terminar a Série B de 2020 na lanterna, pretendem encerrar a participação na segundona de forma digna. Na Arena terão apenas um compromisso, contra o Paraná Clube, e eu certamente marcarei presença.

Por conta do horário, tive que sair correndo do estádio. Tinha que andar correr até a estação de trem, esperar o mesmo, percorrer o trajeto até Osasco e depois até Pinheiros. Tudo antes da meia-noite, horário de fechamento da Linha Amarela do metrô. Os astros ajudaram e por questão de três minutos consegui fazer o caminho com sucesso. Em época de notícias ruins, as pequenas alegrias fazem toda a diferença.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Oeste 0x1 Confiança

Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Paulo Renato Coelho/RJ; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Yuri, Matheus Índio, Victor Lisboa, Caio Vinícius, Serginho, Madison; Gol: Reis (pênalti) 41 do 1º.
Oeste: Caíque França; Raí Ramos, Victor Lisboa (Ramon), Maurício e Rael (Matheus Índio); Yuri, Léo Ceará (Kalil), Caio Vinícius (Betinho) e Diogo (Bruno Lopes); Fábio e Pedrinho. Técnico: Roberto Cavalo.
Confiança: Rafael Santos; Thiago Ennes, Nirley, Luan e Silva; Madison, Serginho (Jeferson) e Guilherme Castilho; Iago, Bruno Paraíba (Caíque Sá) e Reis (Everton). Técnico: Daniel Cerqueira.
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domingo, 17 de janeiro de 2021

Boa vitória do São Paulo no Choque-Rei pela Copa do Brasil sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


Estamos em 2021, mas 2020 não acabou futebolisticamente falando. Como a temporada está no fim, as opções de jogos praticamente inexistem. Como Série A não é o nosso foco, provavelmente semana que vem encerrarei as coberturas. Uma das derradeiras aconteceu na tarde da sexta-feira. Estive no Allianz Parque acompanhando um glorioso Palmeiras x São Paulo abrindo a disputa da semifinal da Copa do Brasil sub-17.

Além de toda a rivalidade histórica, em 2019 as equipes se enfrentaram em duas decisões. Primeiro foi da própria Copa do Brasil e que teve triunfo alviverde por 2x0 no Pacaembu. A segunda foi do Paulista e ela terminou com uma das maiores brigas que presenciei em estádios. O Tricolor levou a decisão aos pênaltis com um gol nos acréscimos e então foi campeão. Após as cobranças uma batalha campal rolou no gramado do Paulo Machado de Carvalho. Rusgas que certamente não foram esquecidas.

O verde é o maior campeão da Copa do Brasil da categoria com os títulos de 2017 e 2019. O São Paulo foi campeão em 2013. Na história, os times paulistas são os maiores vencedores contando também o caneco corintiano em 2016. Em sete edições, quatro conquistas são do estado de São Paulo e uma de Minas Gerais (Atlético em 2014), Bahia (Vitória em 2015) e Rio de Janeiro (Flamengo em 2018).

Acabou que foi o tricolor quem saiu com uma boa vantagem no gramado sintético da casa verde. No segundo minuto abriram o marcador com Mateus Amaral depois de um bate-rebate impossível de ser descrito dentro da área local. Os palmeirenses responderam à altura com duas chegadas perigosas aos seis e aos dez respectivamente em grande chute de Kevin de fora da área e defesa de Leandro em finalização de Pedro Lima.


Logo aos três minutos, os meninos do São Paulo abriram o placar. Aqui, comemoram o gol de Mateus Amaral




O equilíbrio foi a tônica do primeiro tempo na casa verde

O São Paulo respondeu aos 18 com ótima jogada individual de Patrick e intervenção precisa de Murilo. Os visitantes voltaram a ameaçar a meta alviverde aos 39, de novo com Patrick e novamente com o arqueiro mandante aparecendo bem, e aos 47 na chance mais aguda quando Talles escorou na pequena área e a bola bateu na trave.

Assim como na etapa inicial, a final começou com um golpe certeiro do São Paulo. Patrick, um dos destaques da tarde, arriscou de longe e Murilo aceitou. Uma enorme falha do goleiro local e 0x2 no placar do Allianz. O arqueiro se redimiu aos sete quando fez defesa primorosa em tiro à queima-roupa de João Adriano. O Palmeiras tentou correr atrás de melhor sorte, porém não foi capaz de superar a zaga são-paulina. A rigor, apenas uma boa oportunidade: aos 35, quando Brian cortou uma finalização de Giovanni que tinha endereço certo.





No tempo final o São Paulo chegou aos 2x0 praticamente no primeiro lance e o Palmeiras não foi capaz de diminuir. Na última foto, atleta local sendo defumado no gramado sintético

O Palmeiras 0-2 São Paulo deixou os meninos do Morumbi próximos da final da Copa do Brasil sub-17. Eles poderão perder por um gol de diferença em Cotia que ainda assim conquistarão a vaga. O verde precisa vencer por três de diferença ou então por dois e levar a decisão aos pênaltis. Missão impossível? Claro que não, mas que é difícil não há dúvida.

Voltei aos gramados no que pode ter sido minha penúltima cobertura na temporada 2020. Teve jogo muito legal pela Série B em Barueri, algo que não teremos mais de 2021.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 0x2 São Paulo

Local: Allianz Parque (São Paulo); Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Ruan Santos, Ruan Ribeiro; Gols: Mateus Amaral 3 do 1º, Patrick 2 do 2º.
Palmeiras: Murilo; Thiago (Robert Dias), Jhow, Ruan Santos (Guilherme) e Ian; Miguel (Michel), Luiz Freitas (Clebson) e Pedro Lima (Victor Henrique); Giovani, Ruan Ribeiro (Vitor Hugo) e Kevin. Técnico: Artur itiro.
São Paulo: Leandro; Flávio, Brian, Beraldo e Patrick; Léo, Mateus Amaral (Luizinho) e Palmberg (André); Marquinhos, Talles (Pet) e João Adriano (Caio). Técnico: Menta.
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Pelo sub-20, Corinthians vacila e só empata com o Galo no Parque

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na quinta-feira pintou um jogo na agenda que eu não imaginava que seria possível acontecer. Não acreditava que o Corinthians tinha forças para chegar na semifinal do Campeonato Brasileiro sub-20, mas isso aconteceu. O alvinegro recebeu o Atlético Mineiro, clube com melhor campanha do torneio, no Estádio Alfredo Schurig, o campo em que mais assisti futebol durante a pandemia.

Quando o escrete mosqueteiro empatou sem gols contra o Grêmio na ida das quartas de final eu achei que o time seria eliminado na volta. Parte pelo fraco futebol, parte pela derrota traumática na final do estadual. O revés contra o Palmeiras nos pênaltis foi sofrido e abateu os atletas e comprometeu a atuação contra o tricolor gaúcho. Na volta, estavam tomando 2x0 e conseguiram uma épica virada, venceram por 3x2 e se credenciaram entre os quatro melhores.

Já o Galo, que em dezembro foi derrotado pelo Vasco da Gama na final da Copa do Brasil da categoria, chegou na semi eliminando o Palmeiras, carrasco corintiano no estadual, com empate em São Paulo e vitória em BH. O começo da campanha foi apenas razoável e foi a partir da metade da primeira fase que a coisa engrenou. A equipe entrou no G3 na 10ª rodada e virou líder na 16ª. Liderança bastante merecida, a propósito.


Como de praxe, nenhum fotógrafo fez as fotos posadas. Dessa vez nem a do trio teve, mas fica o registro do sorteio do lado

Na companhia do glorioso Bruno "Araya" Lopes, acompanhei uma peleja que incrivelmente teve o Corinthians muito mais perigoso do que o onze visitante. A molecada paulistana perdeu a oportunidade de abrir uma boa vantagem na luta por uma vaga na final da competição. Os comandados de Dyego Coelho criaram vários bons momentos, porém não foram capazes de transformar todo o domínio em gols.

O placar foi inaugurado aos 10 minutos. Júlio investiu pela direita e cruzou para trás. Cauê finalizou, Jean defendeu e no rebote o mesmo Cauê encheu o pé, marcando 1x0. O Galo sentiu o gol e não foi capaz de segurar os animados avantes locais. Jean fez ótima defesa em tiro de Vitinho aos 14. Aos 21, Reginaldo levantou da esquerda e a pelota quase encobriu o arqueiro mineiro. Só aos 32 os atleticanos assustaram em cobrança de falta de Guilherme Santos que bateu na trave.





Corinthians e Atlético/MG fizeram um primeiro tempo movimentado. Quem mais criou, de longe, foi o time local

Na etapa final o Atlético retornou mais empolgado e equilibrou as ações. Aos nove Guilherme Santos, ele de novo, obrigou seu xará Guilherme a praticar boa defesa em chegada pela esquerda. O camisa 7 estava inspirado. Aos 26 ele bateu colocado e tirou tinta da trave. O Corinthians respondeu à altura aos 28 quando Vitinho cobrou escanteio na cabeça de Alemão. O atleta subiu no quarto andar e testou firme no travessão.

Os mosqueteiros, apesar dos bons ataques visitantes, estavam segurando a vantagem com relativa facilidade. O problema era o "quem não faz, toma", a grande máxima do futebol. Contra o Juventude, dias antes pelo Brasileiro de Aspirantes, o Timão também foi melhor durante boa parte da partida e sofreu o castigo no fim. O script se repetiu lamentavelmente e aos 42 minutos os atleticanos deixaram tudo igual. Foi um lance com falha total da zaga corintiana que começou num lateral (!). Kevin mandou na área e Wesley ficou com a sobra. O camisa 8 chutou milimetricamente no canto de Guilherme.





No segundo tempo a pressão corintiana foi ainda maior. O time teve boas oportunidades para ampliar o placar, só que foi castigado com o empate mineiro no fim

Pior que os paulistas nem podem reclamar já que nos acréscimos por pouco não sofreram a virada em cabeçada de Hiago Ribeiro. Quem estava na arquibancada jurou que o gol tinha acontecido. No fim, o Corinthians 1-1 Atlético/MG ficou entalado na garganta dos mandantes e foi recebido com comemoração pelos visitantes. Os dois voltam a se enfrentar no final de semana. Novo empate e a vaga será decidida nos pênaltis. Do outro lado, Flamengo e Athletico/PR ficaram no 2x2 no duelo de ida.

Jogo agora só semana que vem, indicando o começo do fim da complicada temporada de 2020. Pelas minhas contas, serão poucas as coberturas até o final de fevereiro. Enquanto der, estaremos na ativa,

Até lá!

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Ficha Técnica: Corinthians 1-1 Atlético/MG

Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitro: Lucas Canetto Bellote/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartão amarelo: Rubens; Gols: Cauê 10 do 1º, Wesley 42 do 2º.
Corinthians: Guilherme; Léo Paraíso (Riquelme), Alemão e Ronald; Julio, Du Queiroz (Matheus Araujo), Luis Mandaca, Vitinho e Reginaldo; Lucas Pires (Wendell) e Cauê (Antony). Técnico: Dyego Coelho.
Atlético/MG: Jean (Júnior); Tailson, Hiago Ribeiro, Micael e Kevin; Iago (Luiz Filipe), Guilherme Santos, Wesley e Júlio César (Rubens) (Luís Eduardo); Giovani (Pedro Henrique) e Gabriel Santos (Guilherme Silva). Técnico: Marcos Valadares.
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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Palmeiras sai na frente do Athletico nas quartas da Copa do Brasil sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na terça-feira Copa do Brasil sub-17 2020 retornou aos gramados na fase de quartas de final. Mesmo com aquele receio já habitual de sair de casa por causa da pandemia, fui ao Allianz Parque conferir o duelo de ida entre Palmeiras e Athletico Paranaense. Em tempos sem Copinha, o que resta de alternativa é ver toda partida que aparece pela frente.

Os dois times estavam invictos antes desse jogo. Os paulistas eliminaram o Avaí Rondônia por 9x0 na fase inicial e o Jacuipense com duas vitórias, 2x0 e 3x0 (essa com cobertura do JP), nas oitavas. O Furacão eliminou o Trindade com uma vitória por 5x2 e o Ceará, aplicando 6x1 em casa e empatando por 1x1 no Nordeste. O alviverde é o atual campeão e luta pelo terceiro título. O primeiro foi conquistado em 2017 numa sofrida decisão contra o Corinthians no Pacaembu. Depois foram campeões em 2019 com um tranquilo triunfo em cima do São Paulo também no Paulo Machado de Carvalho. No nacional da categoria o verde foi eliminado pelo Flamengo nas quartas.


Quarteto e capitães do Palmeiras e do Athletico

Fez calor na capital bandeirante. Felizmente a imprensa fica num cantinho com sombra na cancha e dali assisti a peleja do meu lugar que é cativo desde outubro. Vi um confronto animado que deixou a definição da vaga na semi totalmente em aberto. O Athletico iniciou as ações melhor, porém foi o escrete local que abriu o placar aos 14 minutos. Giovani cruzou da esquerda e Pedro Lima testou firme. Aos 24, ótimo tiro de Arthur Vanzela com ótima defesa de Kaique.

Os donos da casa tiveram novas chances com Pedro Lima aos 34 e Kevin aos 41, aqui em finalização na trave, antes de Pedro Lima, ele de novo, fazer o segundo novamente de cabeça. Tudo ia bem até os 48 minutos quando Vinicíus cruzou na área e Kaique espalmou nos pés de Ruan Santos, que fez contra. No intervalo, o marcador apontava um sempre perigoso 2x1 a favor dos palmeirenses.





O jogo foi bom na casa do alviverde. O Palmeiras teve mais posse, porém o Athletico foi mais incisivo. Na última foto, detalhe do gol contra de Ruan Santos

A vantagem virou água aos dois da etapa final. Emersonn ganhou na dividida e tocou na saída de Kaique. Sem deixar a peteca cair, o verde nem deixou os atleticanos sentirem o gostinho da igualdade pois, três minutos depois, fizeram o terceiro. A bola foi escorada da esquerda, todos os defensores bateram cabeça e Michel, super ligado, completou sem dificuldades.

Aos sete, o árbitro não deu pênalti a favor dos paulistas e partir daí o ímpeto das duas agremiações diminuiu. Só aos 34 minutos o Palmeiras voltou a atacar com afinco e Mycael salvou finalização de Cauã. Aos 37 substituição... mas não de jogadores, e sim da arbitragem. O árbitro Flávio Roberto Ribeiro sentiu uma lesão e foi substituído pela Fernanda Ignácio de Souza.


Michel no exato momento que chutava para recolocar o escrete paulista na frente do placar aos cinco do tempo final





Foram bons os momentos ofensivos depois do 3x2, mas o marcador não foi mais alterado

No último lance, por pouco o rubro-negro da Baixada não empatou quando Tallison completou escanteio de cabeça e Kaíque praticou ótima defesa. Com isso, o resultado de Palmeiras 3x2 Athletico/PR se confirmou. As equipes se enfrentarão novamente no próximo sábado em Curitiba. O Furacão precisará vencer por dois gols de diferença. Vencendo por um, a decisão será nos penais. O alviverde precisa apenas de um empate.

Já sentindo que a programação vai terminar em breve, na quinta-feira provavelmente retornarei ao Parque São Jorge com um encontro absolutamente inesperado pelo Brasileiro sub-20.

Até lá!

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Ficha Técnica: Palmeiras 3-2 Athletico/PR

Local: Allianz Parque (São Paulo); Árbitro: Flávio Roberto Mineiro Ribeiro/SP (depois, Fernanda Ignácio de Souza/SP); Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Thiago, Kauan; Gols: Pedro Lima 14, 44 e Ruan Santos (contra) 47 do 1º, Emersonn 2 e Michel 5 do 2º.
Palmeiras: Kaique; Robert Dias (Guilherme), Ruan Santos, Michel e Ian; Thiago (Miguel), Luiz Freitas (Jhow) e Pedro Lima (Kauan); Ruan Ribeiro, Giovani (Luis Guilherme) e Kevin (Endrick). Técnico: Artur Itiro.
Athletico/PR: Mycael; Ataíde, Leonardo Dourado, João Pedro e Vinícius Kauê; Juninho (Pedro), Carlos Eduardo (Emersonn) e Jáder (Lucca Prior); Arthur Vanzela (Marcos Vinícius), Renan (Leonardo Costa) e Vítor do Carmo (Tallison). Técnico: Fernando Seabra.
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Oeste começa 2021 derrotando o Figueirense na Arena

Texto e fotos: Fernando Martinez


Mesmo sem parecer, começou 2021. No sábado passado fiz a minha estreia no novo ano apesar de ser tudo ainda relacionado à 2020. Uma época estranha, bizarra e difícil de se acostumar. Iniciando os trabalhos, fui até a Arena Barueri acompanhar o Oeste x Figueirense válido pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.

Por estarmos vivendo num ambiente de exceção, a temporada 2021 começou com um enorme desfalque: a não realização da Copa São Paulo de Juniores. Desde que o JP nasceu cobrimos o torneio de base mais importante do país com afinco, mostrando inúmeros times pequenos atuando nos estádios da capital e do interior. A FPF decidiu pelo cancelamento em virtude das dificuldades impostas pela pandemia. Atitude correta, o que não transforma o fato de chegar janeiro sem aquela avalanche de coberturas em algo natural ou agradável. Vamos ver para que ela volte com tudo em 2022.


O clique foi já com os atletas saindo do quadro, mas fica o registro dos árbitros e dos capitães a peleja que abriu o futebol em 2021

Como os certames de 2020 estão pegando fogo, a reta final foi empurrada até o final de fevereiro. Pena que teremos poucas coberturas nesses dois meses e vamos ter que assistir tudo que tivermos chance. Por isso que encarei o transporte público da Grande São Paulo com o receio de sempre só para ver o duelo entre o 16º e o lanterna da Série B nacional. Em 2019 eles cometeram um dos piores jogos da minha vida, uma semana antes da Copa América.

Apesar de matematicamente não, é fato que o rubro-negro paulista já está rebaixado para a Série C. Culpa do primeiro turno assombroso que fez. No segundo as coisas melhoraram muito, mas já era tarde. Depois da derrota por 2x0 contra o Cuiabá, os baruerienses venceram o Vitória em casa e empataram com o Botafogo no interior. O Figueira luta contra a queda e dos últimos oito compromissos perdeu apenas um. Tentando ratificar a boa fase, um triunfo contra o pior time era essencial.

O grande problema dos visitantes foi que o Oeste fez uma etapa inicial acima da média e chegou aos 2x0 com relativa facilidade. O gol que abriu a contagem foi uma pintura e saiu dos pés de Pedrinho. O jogador recebeu na intermediária e acertou um chute maravilhoso no ângulo esquerdo de Rodolfo Castro. A vantagem foi ampliada aos 30 com Bruno Alves. Fora os 2x0, os locais tiveram outros dois lances de perigo.





Detalhes do primeiro tempo de Oeste x Figueirense. A diferença de fotos noturnas ali com a iluminação nova é brutal

Antes do segundo tempo começar fui obrigado a sacar meu glorioso moletom do Ferro Carril Oeste pois estava frio (!). Em pleno dois de janeiro eu assisti 45 minutos de futebol agasalhado, uma pequena dádiva em meio de tantas notícias ruins. Com esse cenário o Figueira voltou melhor e disposto a correr atrás de um resultado melhor. Logo aos 10 minutos diminuíram com Lucas Barcelos aproveitando rebote do travessão. Erison, aos 23, ficou com a sobra na direita e finalizou pela linha de fundo.





Momentos do segundo tempo. O jogo foi bom, mas o que mais me impressionou mesmo foi que todas as fotos ficaram decentes, algo impensável até o ano passado

Na meia hora final o rubrão se segurou e neutralizou bem as agora tímidas investidas do adversário. O alvinegro chegou em Barueri contando com três pontos em cima do último colocado e terminou a peleja frustrado. O Oeste 2-1 Figueirense não tirou os paulistas da lanterna, duvido que saiam até a última rodada inclusive, porém ampliou a série invicta para três partidas. Os catarinenses podem voltar ao Z4 se o Náutico vencer o Confiança na noite de hoje. Independente disso, seguem ameaçadíssimos pela queda.

Aproveito e agradeço o "amigo do JP" Luciano Claudino pelo credenciamento do que vos escreve. É mais fácil conseguir credenciamento em uma Copa do Mundo sub-17 da FIFA do que em um jogo com pouco interesse da Série B. Graças a ele eu conseguirei me fazer presentes nas duas últimas apresentações do escrete rubro-negro. Antes disso ainda tem cobertura dos torneios de base da CBF.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Oeste 2-1 Figueirense

Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Andrey da Silva e Silva/PA; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Lídio, Fábio, Bruno Lopes, Betinho, Alecsandro, Arouca, Matheus Neris; Gols: Pedrinho 19 e Bruno Alves 31 do 1º, Lucas Barcelos 10 do 2º.
Oeste: Glauco; Matheus Rocha (Eder Sciola), Victor Lisboa, Maurício e Rael; Lídio (Betinho), Bruno Alves (Bruno Lopes), Yuri e Caio Vinícius; Fábio (Luan) e Pedrinho. Técnico: Roberto Cavalo.
Figueirense: Rodolfo; Thiaguinho, Jhonatan, Vítor Mendes e Renan Luis; Patrick (Arouca), Matheus Neris, Bruno Michel e Lucas Carvalho (Erison); Lucas Barcelos (Davi Kuhn) e Alecsandro (Guilherme Teixeira). Técnico: Julian Tobar.
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