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quarta-feira, 28 de março de 2012

JP nos Pampas (3 de 3): Jogo parelho e empate entre Sapucaiense e Passo Fundo na Divisão de Acesso

Fala, pessoal!

Novamente com uma merecida folga, o domingo passado me reservou a oportunidade de fechar a "trilogia 2012" de times novos no Rio Grande do Sul. Pela terceira vez - já tinha visto dois jogos ali em 2006 e 2007 - fui ao Estádio Arthur Mesquita Dias, em Sapucaia do Sul, para acompanhar um joguinho de futebol. Em campo, Sapucaiense e o genial EC Passo Fundo se enfrentaram pela 7ª rodada da Divisão de Acesso 2012 (a antiga segunda divisão) do Campeonato Gaúcho.

Antes do futebol, a agenda marcou um almoço com muito churrasco com os amigos que me acompanham na viagem. De barriga cheia fui pegar o trem até a estação Sapucaia da Trensurb. Desci sem pressa e um quarteirão e meio depois já estava nas dependências do estádio. Por ter jogado a primeira divisão em 2008 e 2009, o local está bem diferente das outras vezes que estive ali. A cabine de imprensa foi remodelada, agora existe um espaço bom para a torcida visitante e no espaço destinado à torcida local existe uma pequena parte coberta e uma "tribuna".

O que não mudou foi que o local ainda mantém um delicioso charme que só estádios pequenos tem, pois é acanhado e a torcida fica perto do campo de jogo. Certamente ali não cabem nem mil pessoas, e nem por isso a FGF impede a equipe de jogar futebol profissional. Bem diferente do que acontece em São Paulo, aonde o controverso artigo a respeito das "capacidades do estádio" ainda vigora absoluto. Já passou a hora da Federação Paulista rever isso, pois com certeza essa obrigatoriedade é um dos motivos que está matando de forma irreversível o futebol do interior.

Polêmicas à parte, um simpático clone do Seu Madruga me deixou entrar no campo e pude então captar as imagens exclusivas das equipes e do trio de arbitragem:


GE Sapucaiense - Sapucaia do Sul/RS. Foto: Fernando Martinez. 


EC Passo Fundo - Passo Fundo/RS. Foto: Fernando Martinez.


Capitães dos times e trio de arbitragem da peleja. Foto: Fernando Martinez.

A sensação de poder ver o Passo Fundo ao vivo foi algo do mesmo nível do dia anterior, quando matei o Aimoré e o Santa Cruz. Os três times faziam parte do campeonato gaúcho na segunda metade dos anos 80, tempo em que comecei a me interessar por futebol. Dessa época faltam poucos times do estado na minha Lista, como o Inter de Santa Maria e o São Paulo de Rio Grande.

Falando novamente do Galo da Serra, o time foi fundado em 1986, resultado da fusão entre o 14 de Julho e Gaúcho. No primeiro ano já foi campeão da segundona e subiu para a elite do estado. Anos depois a fusão foi desfeita e o alviverde decidiu voltar ao profissionalismo. Isso fez com que em 2003 a equipe tirasse o verde do uniforme e passasse a usar apenas o vermelho e o branco como cores oficiais. Em 2006, no aniversário de 20 anos do time, a equipe foi rebaixada e não jogou a divisão de acesso em 2007. Em 2008 o time voltou ao profissionalismo e também colocou novamente o verde no uniforme.

Já o Sapucaiense foi fundado em 1941, e apenas em 2005 iniciou suas atividades no profissionalismo. Logo no terceiro ano foi campeão da segunda divisão e subiu para a elite. Em 2008 conseguiu um impressionante sexto lugar, mas em 2009 fez uma campanha ruim e foi rebaixado. Em 2010 ficou em terceiro lugar na Copa FGF e com isso garantiu vaga na Copa do Brasil desse ano. Na sua primeira disputa nacional, enfrentou a tradicionalíssima Ponte Preta, empatando o primeiro jogo em Porto Alegre e perdendo o segundo em Campinas.

Falando agora da segundona, os dois times fazem parte da Chave 2 da Divisão de Acesso desse ano. O grupo também conta com as presenças de União Frederiquense, Santo Ângelo, Esportivo, Panambi, Brasil de Farrroupilha, Glória, Juventus e Milan. Os seis primeiros colocados vão para a próxima fase enquanto os três últimos caem para a terceirona após jogos em turno e returno. Tanto Sapucaiense quanto Passo Fundo fazem campanhas boas e estão no G6 desde as primeiras rodadas.


Marcação firme de jogador do Passo Fundo em cima de atleta do Sapucaiense. Foto: Fernando Martinez.

Após todos os trâmites para a peleja finalmente se iniciar, resolvi acompanhar o ataque dos donos da casa durante a etapa inicial numa confortável sombrinha na linha de fundo. Para o desespero dos torcedores locais, o Passo Fundo foi melhor desde os primeiros minutos. Aos 9, Da Silva tentou cruzar na área e colocou a bola sem querer milimetricamente no ângulo direito do goleiro do Grêmio. Tricolor, 1x0.


O primeiro tempo foi com o Passo Fundo conseguindo neutralizar as jogadas do time local graças à forte marcação. Foto: Fernando Martinez.


Bola levantada dentro da área do time visitante, mas o jogador local não conseguiu alcançar. Foto: Fernando Martinez.

O Sapucaiense não conseguia criar boas chances, e embora chegasse perto da área adversária em jogadas pelas laterais, o arqueiro visitante não sofreu maiores sustos, pois as investidas ofensivas eram efêmeras. O tempo foi passando sem que o panorama fosse alterado. Mas quando o primeiro tempo estava chegando perto do seu final, o time vermelho e preto conseguiu deixar tudo igual no marcador.


A zaga do Tricolor afastando o perigo. Foto: Fernando Martinez.

A equipe teve uma falta marcada a seu favor na entrada da área. Leandro Nunes foi para a cobrança e colocou a pelota magistralmente no canto direito do arqueiro do Passo Fundo. O camisa 1 ainda tentou mandar a bola pra escanteio, mas não teve como impedir o gol dos donos da casa. O intervalo chegou com a igualdade estampada no marcador. O pessoal das rádios do interior gaúcho estavam indignados com o gol sofrido, pois para eles foi o "melhor tempo jogado pela equipe no certame desse ano".


Detalhe da cobrança de falta que originou o gol de empate do Sapucaiense. Leandro Nunes (na imagem encoberto pelo camisa 4 do Passo Fundo) bateu com muita classe. Foto: Fernando Martinez.

Durante o intervalo fui para o banco reservado a profissionais de imprensa no meio do gramado, logo ao lado do vestiário do time visitante. Assim como os repórteres, o técnico do Passo Fundo, Ricardo Attolini, também não gostou nada de ter dominado as ações e ter sofrido o empate no finalzinho. Colérico, ele desceu a lenha nos jogadores com termos não muito simpáticos, numa palestra motivacional às avessas.


Início de ataque local no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Mais uma chegada perigosa do Sapucaiense no tempo final. Foto: Fernando Martinez.

Decidi ficar por ali na paz durante o tempo final, e pude presenciar um verdadeiro jogo de futebol com o estilo gaúcho de ser: pegado, ríspido, com jogadas bruscas e concentrado no meio de campo. Quando o futebol reaparecia o Sapucaiense era melhor, e assim chegou muito perto de virar o marcador. Legal era curtir os comentários super "imparciais" do repórter da rádio de Passo Fundo. Para ele o árbitro estava comprado e todas as faltas marcadas a favor do Sapucaiense não existiram. Profissionalismo é a alma do negócio!


Cabeçada do camisa 9 do Grêmio que passou perto do gol. Foto: Fernando Martinez.


Atletas levitando no gramado do Arthur Mesquita Dias. Foto: Fernando Martinez.

Mesmo não sendo um jogo ruim (longe disso) a partida acabou terminando com o placar ainda do primeiro tempo: Sapucaiense 1-1 Passo Fundo. O Tricolor agora é terceiro lugar da Chave 2 com 12 pontos conquistados em 7 partidas. O Grêmio está na quinta posição, com 10 pontos em 5 jogos, já que tem duas partidas que foram adiadas em virtude da participação do time na Copa do Brasil.

Sem perder tempo, mas feliz com meu 1967º jogo visto em todos os tempos (o 2000 deve chegar em junho) e meu 538º time na Lista, voltei na boa para a cidade de Canoas, local do meu QG nessa semana. A noite de domingo foi regada a muito bate-papo e muita risada com o pessoal paulistano que está comigo nessa turnê 2012. Esse foi o ponto final nos meus posts da primeira parte da viagem, e já torço para que em abril consiga ver algo na parte II.

Até lá!

Fernando

Capivariano goleia e segue firme rumo à classificação na Série A3

Olá, 

Fechando a minha jornada tripla do último fim de semana, no domingo pela manhã, retornei à cidade de Guarulhos e fui novamente ao Estádio Antônio Soares de Oliveira, local da realização da partida A.A. Flamengo x Capivariano F.C., válida pela 16ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A3

Esse jogo era super importante para as duas equipes, uma vez que o time da casa estava posicionado na tabela de classificação na 13ª posição, com 19 pontos, enquanto o time visitante estava na 4ª colocação somando 26 pontos. A conquista dos três pontos por parte do time guarulhense melhoraria a sua condição de postulante a uma das oito vagas à segunda fase. Por outro lado, a vitória sorrindo ao time interiorano, sua caminhada rumo à classificação ficaria bem mais curta. Portanto,a expectativa era de que os dois times não iriam medir esforços, visando a conquista da vitória. 

A chegada ao meu destino foi tranquila, tanto que fiquei um bom tempo sentado num dos bancos de reserva, aguardando a entrada dos atletas e do quarteto de arbitragem para fazer as fotos oficiais, as quais, novamente, são exclusivas, estando apresentadas abaixo: 


A.A. Flamengo - Guarulhos/SP. Foto: Orlando Lacanna. 


Capivariano F.C. - Capivari/SP. Foto: Orlando Lacanna. 


Quarteto de arbitragem com o árbitro Marcos Alves da Silva, os assistentes Luís Alexandre Nilsen e Michel Ferreira da Silva e o quarto árbitro Clayton de Oliveira Dutra ao lado dos capitães dos times. Foto: Orlando Lacanna. 

O time de Capivari apresentava como novidade, a estreia do seu novo técnico, o ex-centroavante santista Paulinho McLaren, que aliás foi muito simpático com a reportagem do JP. O seu time começou a todo vapor, tomando iniciativa de ir ao ataque e apertando a defesa flamenguista. A primeira boa chance do time de Capivari, aconteceu aos 10 minutos, quando o camisa 9 Silas aproveitou rebote defensivo e mandou um foguete que passou perto, assustando o goleiro Maurício. 


Uma das avançadas do Capivariano logo no início da partida. Foto: Orlando Lacanna. 


Briga intensa pela posse da bola junto à lateral. Foto: Orlando Lacanna. 

A partir dos 15 minutos, o Flamengo foi se soltando e passou a comandar as ações, permanecendo por mais tempo com a bola em seu poder e indo ao campo de ataque com frequência. Numa dessas, na marca dos 27 minutos, o camisa 8 Jean Theodoro, mandou a bola para o fundo da rede dos visitantes, após boa jogada individual de Dario e decretou a abertura do placar. A bola antes de entrar desviou na zaga e "matou" o goleiro. 


Jean Theodoro armando arremate que iria resultar no gol de abertura do Flamengo. Foto: Orlando Lacanna. 


Agora, o goleiro Maurício caído e a bola no fundo da sua meta. Foto: Orlando Lacanna. 

O gol inaugural não abalou o Capivariano, que aos poucos foi recuperando o controle do jogo e, em três minutos, virou o placar, com gols marcados por Pedro Henrique e Dener, aos 40 e 43 minutos respectivamente, sendo que o segundo foi um golaço do camisa 2, que saiu driblando meio mundo, inclusive o goleiro e tocou com categoria para virar o placar. Alguns minutos depois, o árbitro encerrou o primeiro tempo, com o Capivariano levando para o vestiário, a vantagem de 2 x 1. 

No segundo tempo, os dois times foram pra frente, tornando a partida muito agradável de ser acompanhada, por conta do ritmo intenso imposto pelos dois ataques. Aos 13 minutos, o "Leão da Sorocabana" esteve próximo de aumentar a diferença, mas o arremate de Silas subiu muito e a chance foi embora. A resposta guarulhense foi dada aos 16 minutos, quando o argentino Ariel fez excelente jogada pela esquerda e cruzando para trás, encontrando o camisa 5 Mineiro que foi infeliz na conclusão, mandando a bola por cima do travessão. 


Bela enfiada de bola de Régis Renan, criando outro ataque perigoso do Capivariano. Foto: Orlando Lacanna. 

No período entre os 20 e 25 minutos, o Flamengo esteve perto de chegar à igualdade, em jogadas realizadas por Dario e Michael Thuique, sendo que no primeiro lance o atacante se precipitou ao concluir, enquanto no segundo o goleiro Mauricio fez a diferença. O Capivariano segurou a bronca e conseguiu a marcação do seu terceiro gol, aos 26 minutos, anotado pelo endiabrado Renatinho, que entrou na segunda etapa e botou fogo no jogo. 


Goleiro André Dias e um zagueiro do Flamengo caídos com a bola saindo com perigo junto ao poste esquerdo. Foto: Orlando Lacanna. 

O terceiro gol provocou um baque no Flamengo, uma vez que esse gol aconteceu no melhor momento do rubro-negro na partida e, sendo assim, o Capivariano ficou mais à vontade em campo, tendo chegado ao seu quarto gol, aos 36 minutos, anotado por Silas em cobrança de pênalti, muito bem marcado pelo árbitro. 


Bola no fundo do balaio guarulhense no quarto gol do Capivariano. Foto: Orlando Lacanna. 

Com a fatura garantida a favor dos visitantes e com o Flamengo sem muito ânimo para correr atrás do prejuízo, nos últimos 10 minutos, pouca coisa de importante aconteceu e a partida foi encerrada com o resultado de Flamengo 1 - 4 Capivariano, que melhorou a posição do time de Capivari na tabela de classificação, deixando-o na 3ª posição com 29 pontos e muito próximo de alcançar a classificação. Pelos lados do time de Guarulhos, a derrota o fez perder duas posições, estando agora na 15ª colocação com os mesmos 19 pontos, embora ainda com chances de classificação, pois está a 4 pontos do 8º colocado (Francana) e ainda restam 3 rodadas e 9 pontos em disputa. 

Após o fim do jogo, permaneci em Guarulhos e lá encontrei com pessoas amigas e muito queridas. Fomos comemorar o nosso reencontro na Churrascaria Ponto K, saboreando uma picanha de excelente qualidade. Para quem quiser aproveitar a dica, vá preparado, pois o preço é mais salgado do que a picanha. Foi isso. 

Abraços, 

Orlando

terça-feira, 27 de março de 2012

JP nos Pampas (2 de 3): Em duelo de desesperados, Canoas vence o Santa Cruz/RS

Opa, 

Depois de ver a partida do Aimoré no sábado à tarde, corri para a cidade de Canoas para a minha segunda peleja na atual turnê 2012 ao Rio Grande do Sul. Sem querer sofrer nenhum percalço, abri a carteira e fui de táxi para o Estádio da Universidade Luterana do Brasil, mais conhecida como Complexo Esportivo da Ulbra, pois ali iria rolar um jogo válido pela Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho

Foi minha terceira visita ao estádio (antes já tinha visto Ulbra x Novo Hamburgo em 2004 e Ulbra x Glória em 2007), mais uma vez para colocar uma equipe nova na Lista. Dessa vez, a pedida foi "matar" o FC Santa Cruz, de Santa Cruz do Sul. Obviamente o adversário foi o time da casa, Canoas SC (ex-Ulbra e ex-Universidade). 


Parte coberta do Estádio da Ulbra, casa do Canoas SC, antigo SC Ulbra. Foto: Fernando Martinez. 

Faltando mais de meia hora para o apito inicial já estava dentro do campo de jogo, e notei que as instalações ainda estão em ótimo estado. Para quem frequenta os estádios de São Paulo e não conhece ali, o local lembra muito o Alfredo Chiavegatto, estádio da cidade de Jaguariúna. É um dos palcos futebolísticos mais bem arrumados que já visitei nos meus quase 2000 jogos in loco. 

Acompanhei o aquecimento dos dois times e logo as agremiações já estavam prontas para a peleja. E diferente do que estou acostumado, pude fazer as fotos dentro das quatro linhas sem problema algum, algo impensável quando falamos de São Paulo. Embora não sejam exclusivas, seguem as imagens feitas pelo que vos escreve: 


Canoas SC - Canoas/RS. Foto: Fernando Martinez. 


FC Santa Cruz - Santa Cruz do Sul/RS. Foto: Fernando Martinez. 


Trio de arbitragem da partida com os capitães das equipes. Foto: Fernando Martinez. 

Assim como aconteceu com o Aimoré, foi muito legal poder assistir um jogo da equipe de Santa Cruz do Sul. Participante do Gauchão desde 1984, a equipe era um sonho de consumo antigo, pois é um time que acho legal desde moleque. O quase centenário clube (foi fundado em 26 de março de 1913) já tinha aparecido num mini-post no JP em 2005, quando o Emerson assistiu a equipe no seu estádio. 

Voltando aos dias atuais, a situação dos dois times é motivo de grande preocupação para suas torcidas. O Canoas era o lanterna geral antes dessa rodada com apenas seis pontos conquistados. Já o Santa Cruz somava 10 pontos e ocupava a 14ª posição entre os 16 participantes do Gauchão na classificação dos dois turnos. O duelo entre os dois era o famoso "jogo de seis pontos". 


Ataque do Canoas pela direita. Foto: Fernando Martinez. 

Postado atrás do gol defendido pelo arqueiro do alvinegro, o jogo começou simultaneamente à chegada de muito vento frio. E embora tivesse perdido seus três jogos disputados na Taça Farroupilha, o Santa Cruz fez uma boa apresentação. Mesmo empurrado por animados torcedores, o Canoas não jogou bem e sofreu bastante pressão do time visitante nos primeiros 30 minutos do primeiro tempo. 


Na primeira meia hora de jogo, o Santa Cruz foi melhor e apostou muito na bola levantada na área. Foto: Fernando Martinez. 


Chute de longe de atleta do Canoas sem direção. Foto: Fernando Martinez. 

Porém o domínio territorial conquistado pelo onze de Santa Cruz do Sul não foi transformado em gols. Pior, o Canoas acertou bons ataques nos minutos finais, o melhor deles em chute de Maxwell que bateu na trave, e equilibrou as ações. Já com muito frio, a etapa inicial terminou sem a abertura do marcador. 


Disputa de bola no meio de campo, no jogo Canoas x Santa Cruz. Foto: Fernando Martinez. 

Só de calça jeans e camiseta, resolvi enfrentar a friaca gaúcha e permaneci dentro de campo para o tempo final, novamente acompanhando de perto o ataque da equipe da Grande Porto Alegre. O técnico do Canoas Rogério Zimmerman colocou Miro Bahia no lugar de Diogo Rincón e mudou por completo o panorama da peleja. 


Grande jogada de Miro Bahia pela esquerda. Ele entrou no segundo tempo e mudou a partida. Foto: Fernando Martinez. 

O camisa 17 entrou ligado no 220 e acabou sendo responsável por várias jogadas perigosas para o time da casa. Ele infernizou o lado direito da defesa do Santa Cruz com dribles e toques rápidos. A ótima presença ofensiva do Canoas deu resultado aos 8 minutos, quando Renato Martins se aproveitou de bola alçada na área e marcou o primeiro do Canoas. 


O Canoas atacou bastante pela esquerda, e aqui sofreu com a forte marcação do time alvi-negro. Foto: Fernando Martinez. 


Mais um detalhe da marcação forte da zaga visitante. Foto: Fernando Martinez. 

O Santa sentiu o gol e foi amplamente dominado pelo time local, mas os atacantes do Canoas perderam ótimas oportunidades para ampliar o placar. Da base da sorte, o onze visitante teve apenas uma chance de empate em lance isolado do mito Creedence Clearwater Couto aos 17 minutos. Enquanto o jogo rolava, meu mp3 desfilava uma playlist recheada de clássicos do rock, e isso me ajudou a esquecer um pouco o frio que estava passando. 


Ótima chance do segundo gol dos donos da casa, em chute que tirou tinta da trave. Foto: Fernando Martinez. 


Pênalti perdido pelo Canoas nos acréscimos da partida. Foto: Fernando Martinez. 

Perto do final, o time vermelho aumentou ainda mais a pressão, mas perdeu um pênalti aos 46 minutos - Rodrigo defendeu a cobrança - e não alterou mais o marcador. Placar final: Canoas 1-0 Santa Cruz. A vitória deixou a equipe da Ulbra na vice-liderança do Grupo 2 da Taça Farroupilha com 8 pontos, atrás apenas do líder Internacional. Mas a equipe ainda está numa situação perigosa na classificação geral, pois soma apenas 9 pontos e está na penúltima colocação. 

Para o Santa cruz, que soma agora quatro derrotas seguidas no segundo turno, o alerta amarelo já foi ligado. O técnico Édson Porto foi demitido após esse revés e o time busca uma reação nos três jogos restantes. Se serve de alento, pelo menos algo merece ser comemorado até aqui, a vitória contra o seu maior rival no clássico Ave-Cruz, ainda no primeiro turno, por 2x0. Mas no JP todos são iguais, e gostamos das duas equipes. 

Saí do estádio após o apito final e parecia que estava andando numa cidade fantasma. Sem ninguém na rua e com quase tudo fechado, dei a sorte de encontrar um bom restaurante nas redondezas e fiz uma janta soberba assistindo novela antes de seguir para o meu QG na cidade. Mas o final de semana ainda marcava mais um joguinho, agora pela Divisão de Acesso do Rio Grande do Sul. 

Até lá! 

Fernando

Palmeiras B e Noroeste empatam em jogo morno pela Série A2

Olá, 

Depois de passar a manhã de sábado em Guarulhos, conferindo o que rolou na partida Taboão da Serra x Independente, a parte da tarde foi reservada para acompanhar mais um "jogo perdido", sendo que agora valendo pelo Campeonato Paulista da Série A2. A pedida foi retornar ao lendário Estádio Conde Rodolfo Crespi, a famosa Rua Javari, local da partida S.E. Palmeiras B x E.C. Noroeste de Bauru, válida pela penúltima (18ª) rodada da primeira fase da competição. 

Essas duas equipes entraram em campos em situações bem diferentes, pois enquanto o time paulistano tentava sair de uma posição incômoda, por conta do risco de rebaixamento, o time de Bauru buscava sacramentar a conquista de uma das oito vagas à segunda fase, quando serão definidos os quatro novos integrantes da elite do futebol paulista em 2.013. Enquanto o time alviverde entrava em campo na 15ª posição com 19 pontos, o time de Bauru pisava no tapete verde na 4ª colocação com 30 pontos. Portando, o jogo prometia, com cada time buscando o seu objetivo. 

Sem mais demora, vamos com as fotos oficiais da partida, as quais, mais uma vez, foram feitas com exclusividade pelas lentes do JP. As imagens estão apresentadas abaixo: 


S.E. Palmeiras B - São Paulo/SP. Foto: Orlando Lacanna. 


E.C. Noroeste - Bauru/SP. Foto: Orlando Lacanna. 


Quarteto de arbitragem com o árbitro Roberval José de Oliveira, os assistentes Alex Alexandrino e Alexandre de Oliveira e o quarto árbitro Alex Araújo Meirelles junto com os capitães das equipes. Foto: Orlando Lacanna. 

Observando as duas equipes alinhadas para o início da partida, dava para notar que o time visitante contava com atletas mais "experientes" e isso poderia fazer a diferença, uma vez que o adversário era uma equipe de "garotos". Tal conclusão só poderia ser confirmada após os 90 minutos. 

Nos primeiros 10 minutos, o Noroeste alugou o meio de campo, empurrando o Palmeiras para o campo de defesa, tendo conseguido quatro escanteios em apenas 8 minutos de bola rolando. Foi uma verdadeira "blitz". 


Zaga palmeirense desviando a bola e concedendo um dos quatro escanteios no início da partida. Foto: Orlando Lacanna. 

A primeira grande chance do Norusca abrir a contagem, aconteceu aos 19 minutos, através de um arremate do camisa 9 Boka, que exigiu a primeira boa defesa do jovem goleiro Borges. Aos 29 minutos, foi a vez do camisa 3 Oliveira, desperdiçar outra boa chance do time bauruense, ao cabecear por cima, uma bola recebida do camisa 10 Leandro Oliveira, em cobrança de escanteio pelo lado direito. 


O camisa 9 Boka invadindo a área e exigindo ótima defesa do goleiro esmeraldino. Foto: Orlando Lacanna. 


Início de jogada ofensiva do Noroeste com a Torcida Sangue Rubro ao fundo. Foto: Orlando Lacanna. 

O domínio do time bauruense era nítido, porém não havia definição das jogadas de forma objetiva, ficando a impressão que os atletas visitantes abusavam um pouco das firulas na hora da conclusão. Aos 33 minutos, o camisa 7 Velicka obrigou o goleiro Borges a se esticar todo e desviar para escanteio, cuja cobrança resultou na perda de mais uma oportunidade, agora através do camisa 4 Thiago Júnior, que cabeceou por cima do travessão com muito perigo. Até aquele momento, a experiência do Noroeste levava vantagem sobre o jovem time alviverde, embora sem converter em gol o seu domínio. O gol estava amadurecendo e ficava a impressão que poderia acontecer a qualquer momento. 


Uma das chances desperdiçadas pelo Noroeste após cobrança de mais um escanteio. Foto: Orlando Lacanna. 

Apesar da supremacia dos visitantes, o Palmeiras uma vez ou outra, dava as suas estocadas e exigia mais atenção do setor defensivo bauruense, tanto que, aos 39 minutos, o camisa 10 Nadson, avançou pelo meio e mandou uma bomba, que foi defendida pelo goleiro Nicolas, que até então havia sido pouco exigido. Aos 43 minutos, o time esmeraldino voltou a incomodar, através do camisa 11 Amoroso, porém, o goleiro visitante voltou a mostrar serviço. 


Um dos raros momentos de perigo criado pelo ataque verde durante a primeira etapa. Foto: Orlando Lacanna. 

A primeira etapa foi encerrada sem que ninguém mexesse no placar, ficando reservada para os últimos 45 minutos, a expectativa se o o Noroeste iria manter o domínio ou se a garotada alviverde iria conseguir equilibrar as ações. 

No segundo tempo, o Palmeiras voltou um pouco mais atrevido e, com isso, forçou a defesa do Noroeste ficar mais atenta, pois poderia ser surpreendida em alguma jogada de velocidade realizada pelos lados do gramado, em especial pelo esquerdo, com as avançadas do bom camisa 11 Amoroso. 


Uma das investidas do Palmeiras ao ataque pelo lado esquerdo durante a segunda etapa. Foto: Orlando Lacanna. 

Ao longo dos 45 minutos finais, o jogo caiu muito, com as equipes criando poucos avanços ofensivos, sendo que o Noroeste parecia satisfeito com o empate, uma vez que passou a valorizar mais a posse da bola, procurando fazer o tempo passar. O Palmeiras ficava na dele, ou seja, sempre que desse, fugia em velocidade para o ataque.

O segundo tempo ficou nisso, deixando clara a impressão que não haveria mexida no placar e tudo indicava que eu iria colecionar mais um 0 x 0. Apesar da queda de rendimento, foi o Noroeste que esteve mais próximo de alcançar o gol, como aconteceu aos 10 e 43 minutos, em jogadas com as participações de Boka e Juninho. 


Boa saída do goleiro Borges desviando cruzamento perigoso. Foto: Orlando Lacanna. 

Fim de jogo com o placar manual da Javari mostrando Palmeiras B 0 - 0 Noroeste, resultado que combinado com os demais jogos da rodada, deixou o time paulistano na 14ª posição com 20 pontos e ainda de olho na zona de rebaixamento, enquanto o Noroeste caiu para a 7ª colocação com 31 pontos, mas garantido para a próxima fase, assim como os demais sete classificados (Audax SP, Red Bull Brasil, Atlético Sorocaba, São Bernardo, Ferroviária, Penapolense e União Barbarense). 

Aliás, a definição dos oito classificados aconteceu com uma rodada de antecedência, enquanto a definição do rebaixamento ainda reserva grandes emoções, pois somente o tradicional União São João de Araras já carimbou o passaporte para a Série A3 de 2.013. Os outros três rebaixados só serão definidos na última rodada a ser realizada no próximo domingo, com todos os jogos no mesmo horário, ou seja, às 10:00 hs. Haja emoção. 

Tão logo a partida foi encerrada, retorno ao aconchego do lar para um merecido descanso, até porque, no domingo pela manhã, iria rolar a terceira e última partida da minha jornada tripla, mas isso é outra história, que fica para depois. Foi isso. 

Abraços, 

Orlando

JP nos Pampas (1 de 3): A imperdível chance de ver um jogo do genial Aimoré

Fala, pessoal!

Depois de passar uma semana de correria na cidade de Curitiba, sábado cedo enfrentei um mini-caos aéreo no Aeroporto Afonso Pena com destino à cidade de Porto Alegre, a nova parada na minha turnê 2012. Conforme o tempo ia passando e o horário do voo era adiado mais de uma vez, fiquei com medo que a minha agenda futebolística do sábado - composta por uma genial rodada dupla - pudesse ser cancelada por conta dos problemas com o clima.

No final das contas o tempo abriu, o caos terminou e vim para a capital do Rio Grande do Sul com tempo suficiente para ver as pelejas. Fui para o hotel e ainda consegui descansar um pouquinho antes de seguir de trem até a cidade de São Leopoldo, local da primeira escala. O cronograma apontava a oportunidade de ouro de incluir na minha Lista o genial Clube Esportivo Aimoré, sonho de consumo de todos os integrantes do JP. Pela segunda rodada do Campeonato Gaúcho de Juniores, o Índio Capilé enfrentou o São José de Porto Alegre dentro da sua casa.


Mais uma vez no JP a fachada do genial Estádio João Correa da Silveira, casa do Clube Esportivo Aimoré. Foto: Fernando Martinez.

Já tinha visitado o Estádio João Correa da Silveira em 2007, na última vez que havia ido ao Rio Grande. Desde então buscava a chance de curtir um joguinho da equipe de São Leopoldo no seu campo. Campo que fica numa ótima localização na cidade, a pouco mais de um quilômetro da estação de trem. Para quem não gosta de andar, a viagem de táxi custa pouco, cerca de 10 reais.

Cheguei no Cristo Rei meia hora antes do apito inicial, e logo estava dentro do campo de jogo. Inevitável relembrar minha passagem por ali há cinco anos atrás, num dia que os termômetros marcaram 42 graus na sombra. Dessa vez o clima estava muito mais agradável. Embora o sol tomasse conta do céu, fiquei ali sem sofrimento.

Logo as equipes terminaram o aquecimento e vieram ao gramado para a peleja. Muito legal poder ver o tradicionalíssimo Aimoré entrando em campo para fazer um jogo oficial dentro dos seus domínios. O local foi inaugurado exatamente há 51 anos, no dia 26 de março de 1961, numa vitória de 1x0 contra o Internacional. Sem perder tempo, fui fazer as fotos oficiais das equipes e do trio de arbitragem (que inclusive já conhecia nosso trabalho).


CE Aimoré (sub-20) - São Leopoldo/RS. Foto: Fernando Martinez.


EC São José (sub-20) - Porto Alegre/RS. Foto: Fernando Martinez.


Trio de arbitragem da partida e capitães das equipes. Foto: Fernando Martinez.

Falando um pouco desse campeonato, achar alguma informação no site da Federação Gaúcha de Futebol foi pura perda de tempo. Não existia tabela, formação dos grupos, absolutamente nada. A única coisa que fiquei sabendo foi a escala de arbitragem para a rodada. Menos mal que nessa segunda-feira o pessoal reformulou o site e as informações estejam mais fáceis para se encontrar. Aimoré e São José fazem parte do Grupo B do certame, junto com Cerâmica, Osoriense e Grêmio.


Ataque do Aimoré nos primeiros minutos de partida contra o São José. Foto: Fernando Martinez.


Saída de bola da equipe do Zequinha, ainda no campo de defesa. Foto: Fernando Martinez.

O São José somava quatro pontos antes desse jogo graças a uma vitória contra o Osoriense e um empate contra o Cerâmica, enquanto o Aimoré vinha de um revés pelo placar de 4x0 contra a equipe de Osório. Por jogar em casa, o onze aimoresista não tinha como pensar em outro resultado senão a vitória. Para conferir a peleja, fiquei numa sombrinha bem perto da linha lateral.


Jogador do time de Porto Alegre matando a bola com classe no meio-campo. Foto: Fernando Martinez.


Outra investida do Aimoré pelo alto no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.

Um bom público se fez presente no estádio para curtir a estreia do Aimoré em casa no ano de 2012. Mas esse pessoal não ficou muito satisfeito com a apresentação da equipe. Durante todo o primeiro tempo o time até conseguiu entrar dentro da área do Zequinha, mas pecando demais na hora da finalização. Os chutes foram todos sem direção ou para fácil defesa do arqueiro do São José.


Bola alçada dentro da área do Índio Capilé ainda no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.

O time porto-alegrense soube segurar a etérea pressão local e logo colocou as manguinhas de fora com rápidos ataques pelas laterais, todos envolvendo facilmente a defesa local. No final das contas, o jogo foi bem morno e chegou ao intervalo sem a abertura da contagem.


Escudo do Aimoré num dos portões do estádio e placa indicando o "Pórtico João Augusto Becker". Fotos: Fernando Martinez.


Disputa de bola pelo alto, Foto: Fernando Martinez.

Para o segundo tempo fui então para as cabines de imprensa do João Correa da Silveira. Dali vi o São José voltar mais ligado no jogo, e aos 6 minutos o time abriu a contagem com um belo gol do camisa 11, que ganhou dos zagueiros e chutou forte no ângulo esquerdo. Sem tempo para ser surpreendido, o Zequinha fez o segundo aos 15, num gol de cabeça do camisa 8.


No segundo tempo, o Zequinha apostou bastante nas jogadas aéreas. Foto: Fernando Martinez.


Outra bola alçada dentro da área do time local. Foto: Fernando Martinez.

O Aimoré sentiu demais os dois gols e não conseguiu mais se acertar dentro das quatro linhas. O São José ficou na boa e levando enorme perigo nos contra-ataques e neutralizando todas as investidas do Índio Capilé. Quem não curtiu muito esse panorama foi a torcida, pois se o pessoal já estava meio indignado ainda quando o placar apontava 0x0, imaginem com 2x0 contra e sem poder de reação.


Chegada do Aimoré pela esquerda no final do jogo. Foto: Fernando Martinez.

Até o apito final, nada mais foi alterado. Final de jogo: Aimoré 0-2 São José. A vitória deixou a equipe de Porto Alegre na liderança do Grupo B do Gauchão de Juniores com sete pontos ganhos em três jogos disputados. O time de São Leopoldo é o lanterna da chave com duas derrotas em dois jogos. Ah, vale lembrar que alguns dos atletas do Aimoré serão utilizados pela equipe na terceira divisão estadual.

Mas o que valeu mesmo foi finalmente ter colocado o Aimoré na minha Lista (foi meu 536º time visto in loco) depois de tantos anos na caça. Agora é tentar encaixar alguma viagem num jogo da equipe profissional na disputa da terceirona estadual. Emoções à parte, a agenda ainda marcava mais um jogo, agora perto do meu QG na cidade de Canoas e outra vez com time inédito na pauta.

Até lá!

Fernando