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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Sem esforço, Corinthians vence outra no Brasileiro Feminino

Texto e fotos: Fernando Martinez


Voltamos com a programação normal do JP na fria tarde do último domingo com novo compromisso do Corinthians pelo Campeonato Brasileiro Feminino, agora pela 11ª rodada da primeira fase, no Estádio Alfredo Schurig. As alvinegras receberam o estreante Bahia, atual penúltimo colocado e sem nenhuma vitória até agora, em busca de mais três pontos e a manutenção da liderança isolada.

Se no masculino o cenário é de terra arrasada e o futuro se desenha cada vez pior, com as meninas é diferente. As atuais líderes da competição são fortíssimas candidatas ao bi. De 2018 até hoje, a equipe de Arthur Elias venceu 59 dos 72 confrontos que disputou no certame e perdeu só quatro deles. Além disso, ostentam uma invencibilidade de 27 jogos (!) como mandante. A última derrota foi em 21 de março de 2019, um 2x1 sofrido contra o Santos.



As corintianas posando para a foto oficial e o quarteto de arbitragem com as capitãs

O Bahia fez sua estreia no nacional na Série A2 do ano passado e foi bem. O time voou nas duas fases iniciais e conquistou o acesso num duelo apertado contra o Fortaleza nas quartas de final. Na semi acabaram sendo eliminadas pelo futuro vice-campeão Botafogo. Só que a campanha na elite não está nada boa e estavam na frente apenas do Napoli, atual campeão da segundona. Os quatro empates e seis derrotas estão colocando o tricolor baiano de novo na A2 um ano após o acesso. Faltando cinco rodadas elas precisam reagir o quanto antes.

Acontece que a reação ficou para a 12ª rodada. Jogando na Fazendinha, as meninas visitantes mostraram pouca qualidade e saíram de campo com o sétimo revés. Não que tenha sido uma apresentação incrível do alvinegro, muito pelo contrário, mas a maior capacidade técnica pediu passagem e o líder ganhou novamente. Tudo isso em tarde gelada que pegou o que vos escreve desprevenido. Deixei a blusa em casa e me dei mal. Congelei impiedosamente.

Nos primeiros 45 minutos o Tricolor de Aço não foi capaz de parar o intrépido ataque paulistano e só não saiu de campo com uma goleada na sacola pois as atacantes corintianas não estavam numa tarde inspirada. Os momentos de perigo surgiram em profusão, porém nenhum foi convertido. Gabi Portilho criou a melhor oportunidade aos 11 minutos em tiro que bateu na trave. A insistência deu resultado apenas aos 39 minutos quando Ingryd cruzou da esquerda, Gabi Zanotti fez um corta-luz e Poliana abriu o marcador.

Sem assustar praticamente em nenhuma investida, o Bahia viu a chance de ouro do empate cair do céu aos 45 quando a bola bateu no braço de Gabi Nunes dentro da área e a árbitra marcou pênalti. Verena bateu um field goal e mandou a pelota na arquibancada. Com uma pitada de sorte, o Corinthians foi aos vestiários com a vantagem parcial.



Foram poucos os ataques do Bahia no tempo inicial. A maior parte deles foram facilmente neutralizados pelo setor defensivo local


Finalização corintiana pela direita. A pelota encontrou a árbitra no meio do caminho


Ingryd (5) fazendo o cruzamento que originou o primeiro gol alvinegro


Verena teve a chance de ouro para deixar tudo igual, mas chutou um field goal no lugar do pênalti

No tempo final a peleja, que já não tinha sido a oitava maravilha do mundo na etapa inicial, caiu de produção. O Bahia continuava apenas se defendendo e o alvinegro não conseguia criar um mísero lance de perigo. Aos 22 Yasmim bateu falta que tirou tinta da trave. Aos 25, em escanteio cobrado da esquerda, Jheniffer subiu mais alto do que as defensoras e ampliou de cabeça. Pouco se viu após o 2x0.

No fim, o Corinthians 2x0 Bahia manteve o escrete de Parque São Jorge na liderança do Brasileiro Feminino um ponto à frente do Palmeiras. Com a vitória do Napoli em cima do Kindermann, a primeira no torneio, as meninas baianas agora estão na lanterna como a única agremiação sem nenhum triunfo. O rebaixamento parece inevitável.


Gabi Portilho (18) encarando a marcadora do Bahia


Cobrança de falta que passou perto da meta visitante


Lance do segundo gol corintiano, marcado por Jheniffer de cabeça



O Corinthians buscou o terceiro tento, mas não teve sucesso

Como desgraça pouca é bobagem, foi só a árbitra encerrar a partida que uma chuva forte começou a cair. Depois de passar frio durante duas horas, agora era hora de molhar a alma e chamar aquela gripe marota. Digamos que foi um dia não muito memorável. Tudo pelo social. Na segunda-feira estava tudo bem e, num dia histórico para a minha pessoa, teve decisão da Série A2 Paulista na pauta livre do JP. Um 31 de maio que dificilmente será esquecido.

Até lá!

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Ficha Técnica: Corinthians 2x0 Bahia

Local: Estádio Alfredo Schürig (São Paulo); Árbitro: Adeli Mara Monteiro/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Gabi Portilho, Gabi Nunes; Cartão vermelho: Gabi Portilho 30 do 2º; Gols: Poliana 38 do 1º, Jheniffer 25 do 2º.
Corinthians: Natascha; Paulinha (Diany), Erika, Poliana e Yasmim; Ingryd (Andressinha), Gabi Zanotti, Gabi Portilho e Tamires (Jheniffer); Gabi Nunes (Vic Albuquerque) e Adriana (Juliete). Técnico: Arthur Elias.
Bahia: Anna Bia; Nine, Aila, Nainara e Rute (Ana Caroline); Vi, Roqueline (Gabrielle) e Fabi Ramos; Fabi Sandoval (Priscila), Verena (Eddie) e Ellen. Técnico: Igor Morena.
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sábado, 29 de maio de 2021

Nacional derruba o Noroeste e sai na frente nas quartas da A3

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde de sexta-feira o início das quartas de final do Campeonato Paulista da Série A3 pediu passagem no blog. Assim como em 2020, o Estádio Nicolau Alayon recebeu o encontro de ida entre o oitavo e o primeiro colocados: Nacional x Noroeste. A sexta vez que as agremiações ferroviárias se enfrentam desde fevereiro do ano passado, a quarta com cobertura do JP, três delas em durante a pandemia.

Os paulistanos fizeram uma campanha bastante instável: sete vitórias, sete derrotas e um empate. Além disso somou 13 pontos longe da capital (mesmo com uma partida a menos) e nove na Comendador Souza. A vaga veio no sufoco após brilhante atuação na etapa final contra o Bandeirante na terça-feira. Iniciando a segunda fase, o glorioso escrete nacionalista precisaria derrotar seu adversário e quebrar uma série de marcas.

O Norusca foi o líder da fase inicial simplesmente sem perder atuando longe do Alfredo de Castilho. Foram sete jogos com cinco vitórias (uma delas o 2x1 contra o próprio Nacional) e dois empates. Além disso fez pelo menos um gol em todos estes compromissos. Isso sem contar, claro, a velha freguesia através da história. Nos 29 confrontos, o alvirrubro saiu de campo vencedor em dezesseis oportunidades e foi derrotado em apenas três (!): em 1958, 1959 e 2016. Com a vantagem de dois empates garantida ao onze interiorano, o Naça precisava de uma quarta vitória a todo custo.


Times perfilados para o Hino Nacional Brasileiro

Fez calor na tarde de sexta e quando cheguei na Comendador Souza vi que a velha cancha receberia um bom público outra vez. Estranho dizer isso no meio de uma pandemia e com a proibição de torcida, porém é a verdade. Um grande número de credenciados – contei cerca de 40 pessoas - ocupou a parte coberta do Alayon. A FPF autoriza, ótimo, mas é fato que ver tanta gente junta não deixa a melhor impressão. Sei que eu garanti meu lugar na cabine e lá fiquei até o último trilar do apito.

Imaginava que o jogo seria difícil para a equipe da casa e que o Noroeste, atuando com a dupla Richarlyson e Alecsandro, seria uma missão complicadíssima. O que eu sinceramente não esperava era que estava prestes a assistir a melhor atuação nacionalista nos últimos anos, pelo menos desde 2018. O tricolor da Barra Funda foi preciso e não deu nenhuma chance aos visitantes. Sim, o Noroeste entrou em campo bastante nervoso e seus principais nomes não renderam, mesmo assim, a atuação paulistana foi digna de almanaque.

Wallace arriscou duas finalizações antes dos dez minutos e Wendell Péricles - um dos nomes mais geniais que já vi na vida - defendeu com tranquilidade. Aos 12, Rafael espalmou pela linha de fundo chute traiçoeiro de Richarlyson. Aos 15, boa cabeçada de Gustavo França. Messias, aos 20, avançou pela direita, cruzou e a zaga desviou na hora H. Enquanto o Nacional atacava, o Noroeste estava desesperado além da conta, como se precisasse de um gol e o duelo já estivesse nos acréscimos. Não parecia que o melhor time da fase inicial estava jogando.

Aos 24, os atletas e a massa que estava na parte coberta pediu pênalti quando um dos zagueiros noroestinos tocou com a mão na bola dentro da área. Como não foi intencional, a peleja seguiu normalmente. Dois minutos depois, Mendes recebeu na intermediária e chutou. O tiro saiu fraco, mascado e a defesa não seria difícil. Acontece que o camisa 12 caiu meio mole, e o morrinho artilheiro fez sua parte. A finalização morreu no canto esquerdo... um daqueles frangos clássicos! Nem bem a ação recomeçou e, confirmando o nervosismo, Richarlyson deu um tranco desnecessário em um dos gandulas e tomou o amarelo. Uma apelada monstra, tentando ganhar o juizão no grito.

Antes do intervalo chegar, na única chance real do alvirrubro, Pedro Felipe atacou pela esquerda e foi derrubado dentro da área. Na minha visão, pênalti não marcado pela arbitragem. Conferindo no VT, tive a mesma impressão. Foi com esse lance que a etapa inicial terminou. O triunfo parcial do Nacional deixou a rapaziada que ocupava a parte coberta em êxtase.


Wallace, camisa 11 do Nacional, chutando pela direita


Zaga noroestina afastando o perigo de dentro da área




O Nacional atacou bastante e tomou conta do primeiro tempo


A bola no fundo da rede do Noroeste após a enorme falha de Wendell Péricles, goleiro com um dos nomes mais legais que já vi


Atletas assustados em lance pela direita do ataque paulistano

Quando a ação recomeçou, o Noroeste buscou mudar a postura e emplacar aquela pressão marota, cheia de graça e de boa vontade. Richarlyson cabeceou com relativo perigo aos cinco três e Blade, o inesquecível caçador de vampiros da Marvel, arriscou de longe aos cinco. E só. Na sequência Wallace dividiu com Wendell Péricles e a pelota sobrou para Éder Paulista. O arqueiro fez uma defesa à queima-roupa e impediu que o grande goleador do torneio tivesse sucesso.

Os paulistanos se defendiam com propriedade e todas as investidas dos bauruenses eram repelidas com sucesso. Sem conseguir entrar na área local, Thiago e Richarlyson tentaram o empate em tiros de longe. Jogando na boa, os ferroviários acertaram um contra-ataque espetacular aos 24. César percorreu todo o campo de defesa e lançou Éder Paulista. O camisa 9 deu um toquinho repleto de categoria e fez seu 13º gol na Série A3 de 2021, disparando na artilharia.

O Noroeste sentiu o 2x0 e deixou o seu setor defensivo completamente desguarnecido. Sem chegar perto de fazer o gol de honra, o Norusca correu riscos reais de sofrer uma derrota mais elástica. Emerson Mi e Paolo por muito pouco não ampliaram. Aos 37 minutos a zaga noroestina fez um belíssimo gol contra, porém o árbitro anulou alegando falta no zagueiro. O problema é que o lance foi limpo, sem infração alguma. Se o alvirrubro não teve um penal anotado a seu favor, agora foi a vez do Nacional ser prejudicado. Será que foi um exemplo da famosa lei da compensação?


Pedro Felipe (11) em ataque do alvirrubro no começo do tempo final


Num belíssimo passe de César, Éder Paulista fez seu 13º gol na Série A3, o segundo do Nacional



Dois escanteios a favor dos bauruenses na busca pelo mens do gol de honra


Placar final do jogo na Comendador Souza: apenas a quarta vitória nacionalista contra o alvirrubro de Bauru em todos os tempos

Sem conseguir produzir perigo real, ao término do tempo regulamentar o resultado se confirmou em Nacional 2-0 Noroeste. Um triunfo maiúsculo do clube da capital, o quarto na história. Na volta poderão perder por um gol de diferença que estarão na penúltima fase. Ao vermelho e branco de Bauru, resta vencer por dois. Vale lembrar que os ferroviários foram às redes em 15 dos 16 compromissos na A3 e possuem o segundo melhor ataque das três divisões do Paulistão, atrás apenas do campeão São Paulo.

Saindo do estádio fui cumprir uma missão que estava esperando desde 2017. Finalmente ter em mãos uma aguardada obra-prima que contou com minha pesquisa. Olha, poder folhear essa verdadeira Bíblia foi bem emocionante. Em breve vai rolar o lançamento oficial e farei questão de escrever a respeito.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 2x0 Noroeste

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rodrigo Gomes Domingues; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Messias, Wallace, Richarlyson, Luizão, Leléco, John Egito, Paulo Tognasini (PG-Na); Gols: Mendes 25 do 1º, Éder Paulista 24 do 2º.
Nacional: Rafael; Messias, Everton, Gustavo França e César; Reinaldo, Guilherme Lobo (Emerson Mi), Brener (Guilherme Nascimento) e Mendes; Éder Paulista (Vinícius) e Wallace (Paolo). Técnico: Ricardo Silva.
Noroeste: Wendell Péricles; Blade, Guilherme Teixeira, Maycon e Bruno Recife; Jonatas Paulista, Rogério Maranhão (Thiago), Yamada (John Egito) e Richarlyson (Euller); Pedro Felipe e Alecsandro (Leléco). Técnico: Luiz Carlos Martins.
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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Brilhante Nacional!

Texto e fotos: Fernando Martinez


O Campeonato Paulista da Série A3 encerrou sua fase inicial na última terça-feira e como o Nacional jogou no Estádio Nicolau Alayon, nos fizemos presentes. O adversário foi o glorioso Bandeirante de Birigüi, atual vice-campeão da Segundona, também lutando por uma vaga nas quartas de final. O BEC não pintava nas nossas páginas desde 2016 quando visitou o Mauaense no Pedro Benedetti.

Quando derrotou o Leão da Sorocabana na 12ª rodada, o Naça chegou ao quarto lugar na tábua de classificação. Nos dois compromissos seguintes, as derrotas por 2x1 contra São José e Primavera os deixaram em oitavo lugar e o fantasma da eliminação precoce apareceu com tudo. Vencendo, tudo beleza. Empatando, teria que torcer contra Desportivo Brasil e Capivariano. Tudo grande cortesia da campanha altamente irregular feita em 2021. Dos 19 pontos conquistados, apenas seis foram com o mando de campo.



Aquela foto marota dos capitães e do quarteto de arbitragem e dos times entrando em campo. É o que para hoje...

Pelos lados do Leão da Noroeste, o fato de terem se mantido na A3 após o acesso de 2020 já deve ser muito comemorado. Para melhorar, ainda tinham chance de estarem entre os oito melhores. O BEC tinha que venceu seu compromisso e torcer por um triunfo da Penapolense em cima do Desportivo e do Olímpia contra o time de Capivari. Uma combinação um tanto quanto improvável.

Sem contar um amistoso em 1944 com triunfo do antigo SPR, entre 1983 e 2009 as equipes se enfrentaram apenas onze vezes em torneios oficiais. Foram quatro vitórias paulistanas, três do BEC e quatro empates. Os duelos mais importantes foram válidos pelo quadrangular final da segunda divisão de 1983, com dois triunfos do Leão. Na minha Lista, apenas dois confrontos: 1x1 pela A2 de 2002 e outra igualdade pelo mesmo placar na A2 de 2007.

Cheguei cedo na Comendador Souza e fiz uma boquinha antes de entrar no estádio. Fui obrigado a ficar bem longe de uma rapaziada reunida como se não estivéssemos no meio de uma pandemia: quase nenhuma máscara e muita aglomeração, cenário comum nas ruas da capital. Quando entrei fui buscar um espaço em uma das cabines e ali aguardei pacientemente o apito inicial. Esperava nada menos do que uma peleja animada.

O Bandeirante começou melhor do que o Nacional. Os donos da casa não conseguiram atacar com propriedade nos primeiros 15 minutos. O BEC ocupou o campo de defesa local, tomou conta da partida e assustou em chutes de longe e em dois escanteios. Não que tenham sido momentos repletos de perigo, porém foi suficiente para deixar os presentes bastante ressabiados.

O Nacional começou a atacar após o 20º minuto. Chiclete cabeceou com perigo aos 21 e aos 25 Éder Paulista rolou até César e o lateral finalizou em cima da zaga. Na sequência, Mendes teve nova oportunidade pelo alto. O Bandeirante respondeu aos 28. Depois de falta pela direita, a bola foi escorada no primeiro pau e Thiago César chegou um pouco atrasado. Não fosse isso, ele certamente teria aberto o marcador.

Henal se tornou o grande nome do BEC com duas defesas antológicas aos 30 e aos 33 minutos. Em levantamento pela direita, Éder Paulista deu de peixinho e o arqueiro do BEC mostrou serviço. O rebote foi afastado pela zaga. A segunda intervenção do veterano camisa 1 foi ainda mais espetacular. Wallace cruzou e Éder Paulista, sempre ele, deu um voleio incrível e Henal, não sei como, deu um tapa com a mão direita e impediu que os donos da casa saíssem em vantagem na etapa inicial.





Nacional e Bandeirante levaram bastante perigo para a meta adversária durante o tempo inicial


A melhor chance da etapa inicial foi nesse chute de Éder Paulista que Henal fez um verdadeiro milagre

Quando o intervalo chegou, por conta de todos os resultados da rodada o Nacional estava sendo eliminado de braços dados com o Bandeirante. Não restava alternativa senão atacar, atacar e atacar. Claro que tinham que tomar um cuidado enorme na defesa pois o Leão da Noroeste não estava morto, muito pelo contrário. Parecia que estava escrito, pois nem bem a etapa final tinha começado e o Bandeirante fez 1x0. Todo o sistema defensivo nacionalista falhou de forma bizarra e a pelota sobrou limpa para Welbinho. O atleta chutou sem marcação e Rafael nem pulou. Os ferroviários sentiram o tento sofrido e passaram dez minutos sem saber o que fazer, errando passes e atacando sem objetivo. Mas como em um passe de mágica, tudo mudou a partir da meia hora final.

Decorridos 14 minutos, Paolo fez uma brilhante jogada pela esquerda, driblou seu marcador e levantou na cabeça do artilheiro da Série A3. Éder Paulista tocou no canto direito. Empurrados pelos dirigentes e atletas não relacionados que estavam na parte coberta, a virada saiu aos 17. Brener cobrou falta pela direita, a bola foi tocada meio sem querer no segundo pau e Mendes, livre e sem ângulo na outra trave, meteu a cabeça e, apesar de não ter ângulo, fez o dele. Virada instantânea dos donos da casa.

Foi a vez do Bandeirante sentir o golpe e os paulistanos tomaram conta da peleja de vez. Sem sofrer praticamente nenhum susto, os comandados de Ricardo Silva enfileiraram boas chegadas. Mostrando uma raça incrível, aos 30 definiram a classificação em tento de Éder Paulista – o 12º no torneio - em novo passe de Paolo na esquerda. Aos 38, o golpe de misericórdia. Paolo, o grande nome da tarde junto com o artilheiro do certame, fez uma jogada individual simplesmente maravilhosa com direito a caneta em cima de um dos zagueiros e rolou de calcanhar até Emerson Mi, velho personagem nacionalista. O camisa 10 mandou de primeira e fechou a fatura. Aos 43, a trave impediu o quinto gol.


Bola no fundo da rede nacionalista no gol de Welbinho aos dois do tempo final



A zaga do Leão da Noroeste foi bastante acionada durante os 45 minutos finais


Bola viajando dentro da área do BEC. No canto direito da imagem, Mendes (20), estava sozinho, sem marcação, apenas segundos antes de virar o placar


Éder Paulista fez o terceiro gol, o seu segundo da tarde. O atacante é o artilheiro isolado da A3 até aqui



Paolo fazendo brilhante jogada individual antes do tento de Emerson Mi e a comemoração do quarto gol do Nacional

O resultado de Nacional 4-1 Bandeirante colocou o escrete paulistano nas quartas de final da Série A3 2021 na oitava posição. Assim como na temporada passada, teremos um encontro ferroviário com o líder Noroeste, velho algoz dos nacionalistas. Sim, o Naça está fazendo uma campanha instável demais para as suas pretensões, mas o que esperamos é que possam fazer frente ao alvirrubro de Bauru. Os outros jogos são Primavera x Barretos, Marília x Votuporanguense e Linense x São José.

Se tudo permitir, na sexta-feira estaremos no Alayon.

Até lá!

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Ficha Técnica: Nacional 4x1 Bandeirante

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Wallace, Brener, Anderson Cavalo, Paulão, Jackson Maninho, Luizão; Gols: Welbinho 2, Éder Paulista 14, Mendes 17, Éder Paulista 30 e Emerson Mi 38 do 2º.
Nacional: Rafael; Gigante (Messias), Everton, Gustavo França e César; Diego Chiclete (Guilherme Nascimento), Guilherme Lobo, Brener (Emerson Mi) e Mendes; Éder Paulista (Léo Machado) e Wallace (Paolo). Técnico: Ricardo Silva.
Bandeirante: Henal; Iury, Luizão, Gabriel Bahia e Paulão; Rapchan, Thiago César, Gabriel Silva (Jackson Maninho) e Davi Ceará (Danilinho); Anderson Cavalo (Fábio Leite) e Dandan (Tatá) (Welbinho). Técnico: Márcio Ribeiro.
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terça-feira, 25 de maio de 2021

Corinthians faz nova vítima no Brasileiro Feminino

Texto e fotos: Fernando Martinez


Não foi fácil sair de casa na noite do domingo passado. Um dia repleto de frio e preguiça quase me fez desistir da jornada noturna pelo Campeonato Brasileiro Feminino. Como aqui é tudo pelo social, pintou aquele ânimo interior de última hora e fui ao Estádio Alfredo Schurig conferir um confronto válido pela nona rodada. Em campo, Corinthians e Real Brasília, duelo da atual campeã com uma das estreantes no torneio.

Não foi fácil chegar no Parque São Jorge. Por ser domingo, desisti de ir de ônibus e fui de metrô pensando que ganharia tempo. Só que o glorioso metropolitano paulistano estava na base da "operação tartaruga" e foi um inferno chegar na Estação Carrão, a mais próxima da Rua São Jorge, 777. Quando desci, tive que sair correndo para não perder a hora do credenciamento. Cheguei na sede social do alvinegro no laço e passei a meia hora que tinha até o apito inicial tentando recuperar o fôlego.




Depois de muito tempo, alguém tirou as fotos oficiais dos dois times e do quarteto de arbitragem com as capitãs. Não podia perder a carona, então seguem as imagens de Corinthians e Real Brasília

As meninas corintianas vinham de um triunfo contra o Grêmio e buscavam manter a liderança, disputada cabeça-a-cabeça com o Palmeiras há algumas rodadas. O Real Brasília vem fazendo uma campanha boa na sua estreia na elite e ocupavam a sétima posição. Estivemos presentes no compromisso contra o alviverde e embora tenham perdido por 4x0, tive boa impressão das meninas. Apesar de ter menos qualidade técnica, também foram relativamente bem contra as atuais líderes.

A peleja começou com erros na defesa paulista. A primeira chance foi visitante em falta pelo lado esquerdo aos nove minutos. Camila Pini bateu com categoria e a bola bateu na trave. O Corinthians respondeu aos onze quando, depois de escanteio da esquerda, Gabi Nunes cabeceou da pequena área e assustou Flávia Guedes. Aos 17, em outra falha do sistema defensivo mandante, Gadu, artilheira da A2 do ano passado com o Bahia, fez bela jogada pela direita, driblou duas defensoras e deu nas mãos de Kemelli.

O espaço dado pela zaga corintiana foi crucial para, aos 23 minutos, o Real Brasília ficar em vantagem. Marcela foi lançada em profundidade entre as zagueiras, entrou na área e tocou na saída de Kemelli. O problema foi que o 1x0 não durou muito, já que três minutos depois, Victoria Albuquerque seguiu sozinha pela intermediária e arriscou de longe. O chute não foi forte, mas a arqueira pulou uma fração de segundo atrasada e o tiro morreu no seu canto direito.

As comandadas de Arthur Elias se animaram e permaneceram no setor ofensivo buscando a virada. Aos 39, Pardal lançou no segundo pau. Tamires ajeitou e tocou para Ingrid. A atleta cabeceou na trave e no rebote Gabi Nunes deixou as paulistanas na frente com seu 50º na história do Brasileiro Feminino. É a maior artilheira do certame desde 2013. Foi com o 2x1 que o primeiro tempo chegou ao final.


Camila Pini cobrando falta na trave no primeiro lance de perigo da noite


Gadu em grande jogada pela direita. Outro momento perigoso a favor do onze candango


Neste lance, Marcela abriu o placar aos 23 minutos do primeiro tempo




O Corinthians se organizou e conseguiu a virada ainda no tempo inicial. Gabi Nunes (11) criou as melhores oportunidades

Quando a ação recomeçou, o Corinthians manteve o ritmo. Aos seis minutos por pouco não fizeram o terceiro em um "quase" gol contra que foi salvo em cima da linha por Isabela Melo. No minuto seguinte Gabi Portilho aproveitou cruzamento rasteiro da direita e o tiro passou perto da meta. Aos 21 Gabi Nunes foi lançada por Tamires, se livrou da marcação, e chutou pela linha de fundo. O terceiro gol acabou saindo na bola parada. Andressinha cobrou com perfeição aos 23 minutos e ampliou.

O jogo estava bom e as mandantes tomaram um susto aos 37 minutos. Camila Pini avançou pelo setor esquerdo e mandou um pombo sem asa de longe, colocando no ângulo esquerdo de Kemelli. Muita comemoração das atletas e dos dirigentes candangos que estavam na parte coberta do Parque São Jorge. Mesmo melhores em campo, o tento sofrido deu um susto de leve nas jogadoras.

Acabou que a resposta corintiana foi instantânea, afastando qualquer chance de surpresa. Gabi Portilho cruzou por baixo, a pelota percorreu toda a área e Tamires completou na esquerda aos 40 minutos. Aos 44 Ingryd se aproveitou de confusão na área visitante e fechou a fatura. O Real conseguiu tempo de assustar outra vez aos 46, mas Kemelli fez boa defesa em finalização de fora da área.


Ataque corintiano pela direita no início do tempo final


Andressinha cobrou falta com perfeição e marcou o terceiro tento alvinegro


Disputa de bola pelo alto no meio-campo


Tamires fez o quarto gol mosqueteiro tocando livre de marcação



Dois lances pelo alto no gramado do Parque São Jorge


Detalhe da saída de Flávia Guedes segundos antes do gol de Ingryd

Quando tudo acabou, o placar mostrava novo triunfo alvinegro: Corinthians 5x2 Real Brasília. O Timão segue líder isolado com 22 pontos, um à frente das rivais alviverdes. O escrete candango agora está em oitavo lugar. Falta um mês para o final da primeira fase, exatamente seis rodadas. Muita coisa pode acontecer e sem dúvida as mosqueteiras são fortes candidatas ao título.

Se a ida foi complicada, a trajeto entre o Parque São Jorge e a Zona Oeste foi tranquilo. O percurso a pé foi percorrido sem percalços e dei sorte no metrô. No caminho tive a companhia de Frederick Forsyth e o seu clássico "O Dia do Chacal". O futebol volta à pauta na terça-feira com decisão na A3.

Até lá!

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Ficha Técnica: Corinthians 5x2 Real Brasília

Local: Estádio Alfredo Schürig (São Paulo); Árbitro: Lucas Canetto Bellote/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Juliete, Grazi, Andressa Anjos, Isabela Melo, Jamille; Gols: Marcela 23, Victoria Albuquerque 26 e Gabi Nunes 39 do 1º, Andressinha 23, Camila Pini 37, Tamires 40 e Ingryd 44 do 2º.
Corinthians: Kemelli; Paulinha, Poliana (Erika), Pardal (Yasmim) e Tamires; Ingryd, Grazi (Andressinha), Giovanna Crivelari (Gabi Portilho) e Juliete; Victoria Albuquerque (Adriana) e Gabi Nunes. Técnico: Arthur Elias.
Real Brasília: Flávia Guedes, Raquel, Isabela Melo, Petra (Jamille) e Bruna Natieli; Margareth (Eliane), Camila Pini e Andressa Anjos; Daniele Silva, Gadu (Sam) e Marcela. Técnico: Adílson Gaudino.
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