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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Portuguesa eliminada da Copa do Brasil na volta ao Canindé

Fala, pessoal!

Na terça-feira, finalmente depois de quase seis meses o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte voltou a receber uma partida de futebol. Recolhendo os cacos espalhados pelo fraquíssimo desempenho no estadual, a recém-rebaixada Portuguesa recebeu o Ituano, campeão paulista da temporada passada e uma grande asa negra para os rubro-verdes, em peleja da segunda fase da Copa do Brasil.


Portuguesa e Ituano perfilados no primeiro jogo de futebol no Canindé em 2015. Foto: Fernando Martinez.

Desde que finalizou sua terrível e lamentável participação segundona nacional na noite de 28 de novembro de 2014, a equipe rubro-verde ficou longe da sua casa. Por conta de uma série de fatores ainda relacionados à gestão anterior, o time atuou sete vezes como mandante e sete vezes longe do Canindé na Série A1. Antes tarde do que nunca, as pendências foram resolvidas pela nova diretoria e a cancha foi liberada.

Mais de 1.200 pessoas - no momento atual da história do clube, um grande público - pagaram ingresso para ver a equipe tentar se classificar para a terceira fase da competição. Na primeira, a Portuguesa eliminou o Santos do Amapá logo no jogo de ida, enquanto o Galo eliminou o forte Joinville depois de um sonoro 3x0 no jogo em Itu. No confronto de ida no Novelli Júnior, 1x1.

É, mas não seria nada fácil para os paulistanos se classificarem pensando no histórico de duelos entre os dois. Nos 32 jogos realizados de 1990 até a semana passada, a Lusa acumulava apenas seis (!) vitórias contra quinze do seu adversário. Um massacre. Aqui no JP mostramos quatro duelos, três pela Série B do Brasileiro: Ituano 4x0 em 2005, 2x1 em 2006 e Lusa 3x1 em 2007. O outro foi válido pela A1 de 2006 e terminou com vitória rubro-verde por 1x0.

O clima era bom na chegada ao Canindé e a torcida esperava, claro, nada além do que a classificação. Pena que a estreia do técnico Júnior Lopes não tenha sido como todos queriam. O primeiro tempo foi relativamente equilibrado e as chances de gol foram poucas. A equipe da casa teve um pouco mais de posse de bola e não deu muitos espaços ao Ituano.

Hugo abriu os trabalhos logo no segundo minuto e por muito pouco não fez o primeiro do onze local. Fábio evitou o gol com uma corajosa saída da sua meta. A melhor oportunidade porém aconteceu aos 41, em outro lance de Hugo. Fabinho Capixaba cruzou na área, a zaga falhou e Hugo chutou à queima-roupa. O veterano goleiro defendeu milagrosamente com o pé esquerdo.

A pequena e barulhenta torcida visitante ainda comemorava a boa atuação do seu camisa 1 quando o Galo inaugurou o placar. Passados 44 minutos, Dick avançou pela direita e tocou para Clayson dentro da área. Ele chutou cruzado e colocou a bola no fundo das redes. Na chegada do intervalo, o Ituano tinha a vantagem.


Bola disputada dentro da área do Ituano. Foto: Fernando Martinez.


Clayson chuta para abrir o placar para o Galo. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final a primeira boa chance foi do Galo, mas Tom fez grande defesa. Dos dez minutos até o final, quem jogou melhor foi disparado o time paulistano. A Portuguesa encurralou os visitantes no campo de defesa e foi muito, mas muito melhor. Tudo bem que a pressão foi um tanto quanto desordenada, algo comum para uma equipe em reconstrução, mas mesmo assim a torcida se animou.

Renan colocou um pouquinho de justiça na peleja aos 21 minutos. Cristian errou um passe no meio-campo e a bola sobrou para o camisa 5 lusitano. Ele acertou um chutaço primoroso de longe e deixou tudo igual no Canindé. A cada minuto que passava, a decisão da vaga para a próxima fase da Copa do Brasil ficava mais perto dos pênaltis com o 1x1.

É, realmente a classificação foi definida na marca da cal, mas ainda no tempo regulamentar. Valdomiro tocou na bola com a mão dentro da área e o árbitro marcou penalidade máxima aos 43 minutos a favor dos visitantes. Ronaldo foi para a cobrança e marcou o segundo gol do rubro-negro de Itu, para a tristeza de toda a coletividade lusitana presente no Canindé.


Segundo tempo prestes a começar no Canindé. Foto: Fernando Martinez.


Zaga do rubro-negro neutralizando mais um ataque local. Foto: Fernando Martinez.


Jogada dentro da área da Lusa. Foto: Fernando Martinez.


Penal cobrado por Ronaldo que deu a classificação ao Ituano. Foto: Fernando Martinez.

O placar final de Portuguesa 1-2 Ituano classificou o Galo para a terceira fase da Copa do Brasil, aonde pegará Goiás ou Independente/PA. A Lusa vai ter mais tempo para se preparar para a inédita Série C nacional. A equipe estreia no dia 17 de maio jogando contra o Londrina no interior paranaense. Um jogo super fácil... só que não. De qualquer forma fica a esperança de dias melhores pelos lados do Canindé.

No dia 23 de maio os lusitanos farão a estreia na terceirona jogando na sua casa contra o genial Brasil de Pelotas. É uma daquelas pelejas absolutamente imperdíveis. Se tudo der certo, com certeza estarei lá para conferir de perto esse duelo tão genial.

Até a próxima!

Fernando

terça-feira, 28 de abril de 2015

Vitória da campeã Ferroviária e fim do sonho do acesso no Azulão

Fala, pessoal!

Depois de um final de semana dominado pela preguiça e pelos playoffs da NBA - por sinal, absolutamente sensacionais - o futebol voltou à tona por aqui na sessão noturna da segunda-feira. O adormecido Projeto 40 retornou com estilo e com direito ao melhor time do Campeonato Paulista da Série A2 na pauta. Fui até o ABC para ver o duelo entre São Caetano e a grande campeã Ferroviária, o 39º time e penúltimo a entrar na minha lista.


AD São Caetano - São Caetano do Sul/SP. Foto: Fernando Martinez.


Ferroviária F S/A - Araraquara/SP. Foto: Fernando Martinez.


Capitães dos times, o árbitro José Cláudio Rocha Filho, os assistentes Rogerio Pablos Zanardo e Osvaldo Apipe Filho e o quarto árbitro Roberto Pinelli posando para as lentes do JP. Foto: Fernando Martinez.

Essa foi a primeira e única vez que a equipe de Araraquara veio jogar na Grande São Paulo em 2015 e a minha presença era obrigatória. Na primeira metade da A2 parecia que essa seria a decisão do título graças à boa campanha de ambos. A Ferroviária em nenhum momento "baixou a guarda" e foi capaz de deixar o nível alto das suas atuações numa constante.

Os grenás venceram treze das dezessete partidas realizadas, entre elas o massacre contra o Monte Azul por 7x1 e a grande goleada de 4x0 contra o ótimo time do Novorizontino. E foi o último triunfo - 1x0 contra o Guaratinguetá - que deu o grande título da competição ao onze grená (o terceiro em todos os tempos). Uma conquista mais do que merecida para quem passou por maus bocados desde 1996, seu último ano na principal divisão do estado.

A antiga AFE caiu da A1 para a A2 em 1996 e no ano seguinte da A2 para a A3. Em 2000, novo rebaixamento e a inédita queda para a quarta divisão estadual. A equipe subiu em 2001, mas dois anos depois foi rebaixada novamente para a Série B1 com o 15º lugar na terceirona. A tradicional agremiação estava no fundo do poço e sem muitas perspectivas positivas para o futuro.

No final dessa temporada acabou acontecendo um momento crucial na história da equipe grená. Sem conseguir montar times competitivos e com muitas dívidas, a AFE se afastou do futebol. Para seu lugar, foi criada então a Ferroviária Futebol S/A, subterfúgio bastante comum em casos assim, com um novo CNPJ e nova data de fundação: 3 de dezembro de 2003.

Desde então as duas entidades passaram a co-existir e de acordo com a Lei Pelé até poderiam jogar simultaneamente, já que a AFE não era acionista do time-empresa. Isso não aconteceu e a partir da Série B1 de 2004, a FFSA "herdou" a vaga no estadual mesmo sendo uma equipe diferente. É, não sabemos o motivo, mas a FPF considerou que eram a mesma coisa, esportivamente falando, mesmo não sendo, legalmente falando.

Enfim, na B1 de 2004 a Ferroviária Futebol S/A iniciou suas atividades e logo conquistou o acesso. Em 2007, nova promoção, agora para a A2. Foram duas temporadas nessa competição e em 2009 rolou nova queda. Mas nem deu tempo para chiar, pois em 2010 a equipe foi vice da A3 e voltou para a segunda divisão estadual. No fim de 2011 aconteceu outro momento importante para toda a coletividade araraquarense, a "unificação" das diretorias.

Se legalmente a situação não se alterou, pelo menos simbolicamente a presença de pessoas ligadas a AFE na direção da FFSA trouxe um pouco mais de credibilidade ao clube e também deu a chance de obter mais recursos para a manutenção do time profissional. As campanhas medianas na A2 de 2012 até 2014 serviram para pelo menos manter o time nesse complicado campeonato nunca deixando de lado o sonho do acesso para a A1. Sonho que se realizou com a magistral campanha nessa temporada.


Camisa de goleiro com o escudo da AFE e a menção da Ferroviária Futebol S/A, time-empresa que "herdou esportivamente" a vaga em 2004, mesmo sendo na realidade outra equipe. Foto: Fernando Martinez, 

Já para o São Caetano a promoção que parecia certa foi se transformando num pesadelo aos poucos. Não podemos dizer que o Azulão fez uma campanha ruim, mas por conta da enome competitividade que vimos nessa A2, com Independente, Oeste, Água Santa e Novorizontino disputando cabeça-a-cabeça um espaço no G4, o time rateou em momentos cruciais. Os cinco pontos perdidos no Anacleto no empate contra a Matonense e na derrota para o Guarani colocaram o time em alto risco. Para se garantir na A1 sem depender de ninguém, eram necessárias duas vitórias nos dois jogos finais.

O quarto confronto entre as duas equipes na história (contando os dois da AFE em 1993 e o da FFSA em 2014. E nos três aconteceram três empates) foi de altíssimo nível, com certeza uma das melhores pelejas que vi em 2015. Foi o São Caetano quem jogou melhor e teve mais posse de bola durante todo o tempo. Precisando vencer, o time do ABC tomou a iniciativa desde os primeiros momentos.

Diogo Acosta, artilheiro da A2 até aqui com onze gols, criou a primeira grande chance aos 9 minutos. O atacante recebeu passe preciso de Xuxa e chutou cruzado para grande defesa do arqueiro Rodolfo. Começava aí uma das melhores atuações que vi de um goleiro em muito tempo.

A zaga da Ferroviária sofreu com os ataques locais, e só conseguiu parar as investidas na base das faltas. Aos 23 Esley teve mais uma grande chance. A maior de todas aconteceu aos 38 minutos com Róbson. Ele recebeu bom passe dentro da área, tirou do zagueiro, mas tocou pra fora.

Essa oportunidade perdida fez falta, muita falta. No último lance do tempo inicial, a equipe araraquarense conseguiu armar seu primeiro contra-ataque perigoso. A bola foi tocada para Tiago Adan, um dos destaques do time na competição. Ele avançou livre de marcação por todo campo de defesa do time da casa e tocou com classe no ângulo direito do goleiro Saulo.


Jogada do São Caetano pelo alto. Foto: Fernando Martinez.


Melhor durante todo o jogo, o ataque do Azulão infernizou a zaga da Locomotiva. Foto: Fernando Martinez.


Jogadores aguardando a bola chegar dentro da área da Ferroviária. Foto: Fernando Martinez.


Troca de passes no setor ofensivo. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final o São Caetano foi ainda mais perigoso. A equipe cansou de chegar com perigo dentro da área de Rodolfo, mas o camisa 1 do time de Araraquara fez uma partida simplesmente antológica. Não é a toa que ele foi escolhido como o melhor goleiro da competição.

Aos 16 aconteceu o único erro do arqueiro. Xuxa jogou a bola na área e, ao sair mal do gol, Rodolfo deixou a meta livre. Sandoval tocou de cabeça e jogou pra fora. Aos 21, grande cobrança de falta de Artur e ótima defesa. Aos 31 a vez de Xuxa bater uma falta com perigo e Rodolfo mandar para escanteio. Só dava São Caetano.

No lance seguinte Diogo Acosta cabeceou para mais uma defesa sensacional e no rebote Sandoval tocou firme, mas o zagueiro Negueti tirou. Aos 35 o momento mais perigoso. Róbson cobrou escanteio da direita, Sandoval cabeceou e Rodolfo fez um milagre para evitar o empate.

A Ferroviária saiu pela primeira vez ao ataque aos 37 minutos, e Saulo evitou o segundo gol após boa jogada pela direita. De tanto criar, criar, criar e não marcar, o São Caetano sofreu o duro golpe do "quem não faz toma" aos 44. Num bom contra-ataque pela esquerda, a bola foi tocada para Mílton Júnior. Ele chutou, o arqueiro defendeu, mas no rebote a pelota bateu em Sandoval e entrou. Um duro castigo para o time do ABC.


Ataque pela direita no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Rodolfo defendendo cobrança de falta de Artur. Foto: Fernando Martinez.


Como se já não bastasse a grande atuação debaixo das metas, Rodolfo também se arriscou no ataque. Foto: Fernando Martinez.


Outra investida do time do ABC. Foto: Fernando Martinez.


Cabeçada local com perigo. Foto: Fernando Martinez.

No fim, o São Caetano 0-2 Ferroviária simplesmente eliminou o Azulão da A2 com uma rodada de antecedência. Além disso o triunfo deu o acesso matemático ao Grêmio Novorizontino e o quase-certo-acesso para o Água Santa. O time de Diadema só não sobe na rodada final com uma catástrofe. A última vaga será definida no confronto direto entre Oeste e Independente de Limeira.


Rodolfo, o melhor goleiro da Série A2 2015, depois de uma partida antológica. Foto: Fernando Martinez.


Torcida ae jogadores da Ferroviária fazendo a festa depois do apito final. Foto: Fernando Martinez.

Para fechar. o Data Fernando informa que se a Locomotiva vencer sua última partida contra o Guarani, a equipe passará a ter o melhor aproveitamento numa segunda divisão estadual pelo menos desde 1977. O XV de Piracicaba de 1983 ostenta até hoje a melhor performance numa segundona, com um aproveitamento de 80,43%. O time grená tem hoje um aproveitamento de 79,62% e se vencer o Bugre, passará a ter 80,70%, indo para a liderança desse sensacional ranking. Será que a Ferroviária consegue superar essa marca de 32 anos? Estaremos de olho!

Até a próxima!

Fernando

quarta-feira, 22 de abril de 2015

JP no aguardadíssimo retorno do Barcelona Esportivo Capela

Fala pessoal!

Não tinha como ninguém questionar, o crème de la crème da primeira rodada do Campeonato Paulista da Segunda Divisão aconteceu na manhã de domingo no Estádio Nicolau Alayon. Seis anos depois de interromper as atividades no profissionalismo, o genial Barcelona Esportivo Capela voltou aos gramados num confronto inédito contra a Internacional de Bebedouro.

Desde sua primeira participação na Série B2 de 2004 até a última, a Segundona de 2009, o Barcelona foi uma das equipes que sempre fiz questão de acompanhar de perto, muito pela sua enorme alternatividade e também por ser uma equipe da capital, algo raríssimo saindo do sexteto tradicional. O JP não havia nascido quando o time jogou no Estádio Capelão no seu ano de estreia, mas em compensação nos anos seguintes fizemos a festa.

Cobrimos 22 das 52 partidas que o time realizou de 2005 até o seu último ano no profissionalismo. Sem sombra de dúvida dá para garantir que ninguém esteve em mais jogos do Barcelona do que nós. Desde a sua última peleja, um 5x1 sofrido para o Palestra em 9 de julho de 2009, sempre esperamos ansiosamente a volta da agremiação aos gramados.

O clube chegou a jogar campeonato das categorias de base da FPF e da APF nesse período de afastamento. Após muitas tentativas frustradas, em 2015 finalmente o sonho do retorno se concretizou. Dois fatores foram primordiais para que a equipe voltasse aos gramados.

O primeiro foi o quesito estádio. Sem casa própria desde que jogou no genial Estádio Capelão em 2004, o time sempre passou dificuldade para achar um lugar para jogar. Com a mudança do Audax para Osasco, o Estádio Nicolau Alayon voltou a ter a disponibilidade para ser a "casa" de alguma outra equipe, ja que a FPF autoriza somente dois times usarem um mesmo estádio em jogos oficiais.

O segundo, e talvez mais importante, foi a entrada providencial de 300 mil reais nos cofres da agremiação graças a uma transação realizada muito longe de terras paulistanas. Surgido no clube em 2005, o atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa foi vendido do Atlético de Madri para o Chelsea em maio do ano passado. Por ser o primeiro time profissional do jogador, o Barça abocanhou um pedaço pequeno, mas de fundamental importância, do valor total da transação. Se não foi o motivo principal para esse retorno, com certeza ajudou demais.


Barcelona ECL - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.


AA Internacional - Bebedouro/SP. Foto: Fernando Martinez.


Alex Junior de Jesus, Alessandro da Mata Lemos e Fernando Luis Raveli junto com os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.

Após a divulgação da tabela em fevereiro, esparávamos ansiosamente pela manhã de 19 de abril, a data da estreia do sétimo time profissional da capital bandeirante (um número ridículo, mas essa é outra história). Para evitar maiores atrasos saí de casa super cedo e fui de ônibus até a região da Estação Água Branca. Morar perto de tudo tem essa vantagem, já que pego o coletivo exatamente na porta de onde moro.

Cheguei na casa nacionalina faltando meia hora para o apito inicial e ali vários amigos já marcavam presença. Aliás, o público pagante total do jogo surpreendeu de forma positiva. Nada menos do que 207 pessoas pagaram ingresso - inclusive vários torcedores do Lobo - para um confronto da última divisão estadual. Um número ótimo em se tratando de um jogo fantasma.

Antes do começo do jogo vale destacar a presença de Paulo Moura, presidente do time da capital, e do Roderlei Pachani, que foi técnico do time na sua primeira temporada, no estádio. O papo com os dois foi bastante agradável e bem esclarecedor. Fiquei sabendo por exemplo que eles estão tentando recuperar o Capelão, já que o local hoje está abandonado e dominado por usuários de drogas. Aproveito e deixo um abraço para a dupla.

Já dentro de campo vi a peleja acompanhado do amigo Luciano Claudino, que fez sua estreia no Nicolau Alayon justamente nessa peleja. Diferente do que aconteceu no sábado, no murcho 0x0 entre Guarulhos e USAC, o duelo entre Barcelona e Inter foi muito bom, principalmente no primeiro tempo.

Logo aos três minutos a zaga local deu uma bobeira monstro e o Lobo marcou pela primeira vez. O zagueiro deixou pro goleiro e o goleiro deixou pro zagueiro, no meio disso tudo o camisa 3 André, mais ligado do que todos, tocou por cima do camisa 1 paulistano e abriu o marcador.

O Barcelona não desanimou e empatou a partida cinco minutos depois. Matheus recebeu bom passe em profundiidade e tocou firme na saída do goleiro. Se o ataque do time da casa ia bem, não dá pra falar o mesmo do setor defensivo. Em outro vacilo gigante aos 13, a Inter de Bebedouro voltar a ficar na frente do placar. O autor do gol foi Júlio César, camisa 2 do alvirrubro.

A partida continuou num ritmo muito bom e bastante movimentada. O Lobo mostrava um futeobl mais coeso e aos 38 minutos Leandro Fonseca fez o terceiro. A partida foi para o intervalo com o placar parcial de 3x1 para os visitantes.


Atacante do Barcelona sofrendo forte pressão da marcação do Lobo. Foto: Fernando Martinez.


Camisa 4 do time paulistano levitando dentro da área da Inter. Foto: Fernando Martinez.


Matheus chutando para empatar o jogo no Nicolau Alayon. Foto: Fernando Martinez.


Comemoração pelo empate. Foto: Fernando Martinez.


Escanteio para os donos da casa. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final a Inter ampliou a vantagem antes mesmo do primeiro minuto. Róbson fez o quarto gol, outra vez se aproveitando de falha da zaga local, e praticamente fechou a fatura. A partida caiu bastante de ritmo depois desse tento. A diferença no marcador ajudou, mas isso claramente foi resultado dos jogadores quererem se poupar por conta do banco de reservas quase vazio de ambos. O Barcelona tinha apenas um suplente, enquanto a Inter tinha dois, um deles, o atacante Samuel, com dengue (!).

Essa surreal situação aconteceu com várias equipes nessa primeira rodada da Segundona. Cortesia da bizarra decisão de limitar o número de atletas em cada equipe a 28. Na A1 até dá para tentar entender, mas fazer isso na última divisão? Uma decisão burra e sem sentido, e pior ainda, aprovada pelas próprias agremiações. Depois todos ficam reclamando da FPF, mas na real todos precisam ficar quietos, já que assinam o regulamento sem ressalvas.


Disputa de bola pelo alto. Foto: Fernando Martinez.


Ataque da Inter de Bebedouro pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.


Mesmo tomando 4x1, a marcação do time da casa não afrouxou. Foto: Fernando Martinez.


Camisa 10 do Lobo tentando proteger a pelota. Foto: Fernando Martinez.


Placar final da partida no campo do Nacional. Foto: Fernando Martinez.

Sem maiores emoções até o último trilar do apito, a partida terminou em Barcelona 1-4 Internacional de Bebedouro. O escrete da capital precisa juntar os cacos depois dessa estreia ruim e pensar em recuperação jogando contra o São Carlos em Matão. O Lobo começou bem em busca de uma vaga na A3, sonho de consumo do centenário clube.

E foi isso. Logo na rodada inicial da Segundona estive em três pelejas para o JP. Apesar de ainda estar em meio ao Projeto 40, a última divisão terá participação de destaque por essas bandas. Ainda mais pensando que a fase inicial só acaba em agosto. Teremos muita coisa boa por aqui nas próximas 17 rodadas.

Até a próxima!

Fernando

terça-feira, 21 de abril de 2015

Guarulhos e USAC ficam no zero na estreia de ambos na Segundona

Opa,

O segundo compromisso do JP na rodada inicial do Campeonato Paulista da Segunda Divisão foi numa partida de velhos conhecidos do blog em mais um duelo tradicionalíssimo das divisões de acesso do estado. Os geniais Guarulhos e União Suzano, dois times que figuram entre os preferidos da casa, jogaram no Estádio Antônio Soares de Oliveira pelo Grupo 3 do torneio.

Os dois clubes são velhos conhecidos e já jogaram 22 vezes em todos os tempos (sem contar os confrontos com o Paulista e contando o tempo em que o ADG se chamava Vila das Palmeiras). O onze guarulhense tem ampla vantagem com onze vitórias e apenas seis derrotas, 35 gols marcados e apenas 18 sofridos. No extenso arquivo do blog, estivemos em quatro desses duelos, em 2006, 2007, 2008 e 2014.

Apesar de tanta história, podemos dizer que os dois nunca foram capazes de emplacar campanhas memoráveis através dos tempos. A última boa performance guarulhense foi no longínquo 1999, quando chegou em quarto lugar na Série B1. Contando apenas a Segundona criada em 2005, o time se classificou só em quatro das onze edições, e em todas parou na segunda fase.

O USAC realizou campanhas sensacionais em 1989, 1990 e 1991... e só. De meados dos anos 90 até hoje, a maioria das temporadas teve uma performance assombrosa. Menos mal que nas duas últimas temporadas a equipe passou da fase inicial. No ano passado a classificação aconteceu meio de susto por causa da desistência do Taquaritinga, mas em 2013 a campanha foi ótima, e o onze suzanense terminou o certame na 12º colocação.

Voltando ao presente, o Guarulhos quer afastar esse retrospecto ruim e trouxe muitos dos jogadores que vestiram a camisa do União Mogi em 2014, time que chegou na terceira fase, sendo eliminado pelo campeão Nacional. O técnico é o ex-lateral do São Paulo Nelsinho Kerchner. Ja sobre o União do técnico Xaxá, uma grande incógnita.


AD Guarulhos - Guarulhos/SP. Foto: Fernando Martinez.


União Suzano AC - Suzano/SP. Foto: Fernando Martinez.


Quarteto de arbitragem com o árbitro Jose Luiz Aparecido Miranda, os assistentes Alexandre de Oliveira e Marcela de Almeida Silva e o quarto árbitro Luiz Fernando de Souza posam para o JP junto com os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.

A caravana que seguiu até a cidade da Grande São Paulo foi menor do que a da sexta, mas mesmo assim foi importante. Eu e os amigos Colucci, Ricardo Pucci, Bruno e Rodrigo Leite seguimos caminho numa van pilotada com muita emoção na base dos 110, 120, 160 quilômetros por hora. Tanto que o trajeto foi percorrido num tempo quinze minutos menor do que o normal.

Já no campo do Flamengo, encontrei o executivo Raul, o Mário, abnegado atibaiense, e o Francisco, amigo responsável pela manutenção da história do futebol local e também pela compilação de informações sobre os times da cidade. Um trabalho sensacional e que merece todos os parabéns. Com as devidas autorizações, permaneci no gramado para a partida.

O primeiro tempo foi disputado sob um inesperado e forte calor. O Guarulhos tomou as rédeas da peleja e foi logo colocando as manguinhas de fora. A equipe apostou em chutes de longe e em algumas jogadas pelas laterais, mas a falta de entrosamento era evidente.

Jogando na defesa e buscando contra-ataques, o USAC acabou criando a melhor chance do tempo inicial aos 15 minutos, num chute de Renan na pequena área. O goleiro Paulo Castanho fez uma incrível defesa e impediu que o time suzanense abrisse o marcador. Esse lance serviu como estímulo para o ADG ser mais incisivo.

Os locais chegaram muito perto do gol defendido por Rafael. Perto do fim da primeira etapa o time ainda marcou duas vezes, mas ambos os lances foram anulados pela assistente Marcela de Almeida Silva, os dois em impedimento. Melhor em campo e com mais chances criadas, o Guarulhos não conseguiu fazer um gol que realmente valesse e o jogo chegou ao intervalo ainda em branco.


Disputa de bola na lateral. Foto: Fernando Martinez.


Rafael subindo no terceiro andar para desviar a pelota. Foto: Fernando Martinez.


Início de ataque suzanense. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final desisti de ficar no sol e fui conversar um pouco com os amigos na arquibancada e dali vi o jogo cair bastante de produção. O cansaço tomou conta dos dois times e aquele monte de oportunidades do tempo inicial ficou apenas no passado.

O USAC não se aventurou mais no ataque e o Guarulhos teve uma atuação mais tímida. Mesmo assim a equipe chegou bem perto de abrir o placar em duas oportunidades. O camisa 7 Vinícius acertou um belo chute na trave e o avante Roberto fez o goleiro suzanense Rafael trabalhar em outra grande finalização.


O Guarulhos foi melhor no tempo final, mas não foi capaz de abrir o marcador. Foto: Fernando Martinez.


Zaga do USAC cortando cruzamento na área. Foto: Fernando Martinez.


Falta para o União. Foto: Fernando Martinez.


Bola sendo alçada na área do time visitante. Foto: Fernando Martinez.


Nos últimos minutos o Guarulhos fez uma blitz para tentar fazer seu gol... sem sucesso. Foto: Fernando Martinez.

Pena que no fim tenhamos visto o primeiro placar sem gols da Segundona 2015 e o primeiro entre os dois clubes desde 1992: Guarulhos 0-0 União Suzano. Não foi a estreia dos sonhos para nenhuma das duas agremiações, mas pelo menos nenhuma das duas foi derrotada. Na próxima rodada o USAC recebe o Jabaquara enquanto o ADG visita a Portuguesa Santista.

A volta pra casa foi na boa, como sempre, e no restante do sábado virei a chavinha para começar a curtir os playoffs da NBA, algo obrigatório para quem gosta de basquete. O futebol voltou à tona no domingo cedo, com a partida mais sensacional e aguardada da primeira rodada da Segundona.

Até lá!

Fernando

segunda-feira, 20 de abril de 2015

JP na grande partida de abertura da Segundona 2015

Fala pessoal!

Após mais de cinco meses de espera, na sexta-feira passada começou mais uma edição do genial Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a 11ª em todos os tempos e a 11ª que o JP terá o prazer de acompanhar. Para deixar tudo mais legal, a abertura do certame aconteceu no Baetão, com o clássico do Grupo 3 entre São Bernardo, o querido Bernô, e Grêmio Mauaense, um duelo sempre repleto de rivalidade.

Apenas trinta equipes jogam a competição em 2015, nove a menos do que em 2014, mas é fato que a fórmula de disputa melhorou demais. Temos três chaves com dez times cada e os quatro primeiros se classificam. O grande barato é que agora ao invés de apenas oito ou dez partidas, todos jogarão dezoito vezes na fase inicial. Na segunda etapa os doze classificados serão divididos em dois novos grupos e os dois primeiros colocados de cada subirão para a A3 em 2016. O campeonato está previsto para acabar em 8 de novembro.

Quando estive no estádio para a cobertura da Copa São Paulo conversei com Gigio Sareto, atual "manda-chuva" do Vovô do ABC. Ele me disse na época que a chance da equipe jogar profissionalmente em 2015 era pequena, e por isso comemoramos tanto quando o alvinegro apareceu na tabela divulgada pela FPF em fevereiro. Uma salvadora parceria com uma empresa de Atibaia é a responsável pela sexta participação seguida da equipe na última divisão estadual, a primeira sem Júlio César Passarelli como técnico.

O Mauaense não cogitou ficar de fora, mas as notícias que vinham de Mauá relacionadas à montagem do time eram difusas. A informação mais "quente" foi a de uma parceria com o Santos, inclusive com a chegada do técnico Pepinho. No fim, isso não se confirmou e a Locomotiva firmou um acordo com o São Caetano, recebendo alguns atletas utilizados pelo Azulão na última Copinha.

Desde que a tabela foi confeccionada contava os segundos para o pontapé inicial do campeonato mais legal do estado. Para evitar qualquer atraso proporcionado pela véspera de feriado saí da Zona Norte bem cedo com destino ao Jabaquara. Eu esperava um cenário de guerra, mas de forma surpreendente eu e os amigos que encontrei - Rodrigo Leite, Colucci, Mário e Raul - não pegamos nenhuma fila no ponto e percorremos o trajeto de 45 minutos num ônibus relativamente vazio. Milagre.

Fomos a pé do Terminal São Bernardo do Campo até o estádio, e faltando mais de uma hora para o apito inicial já estávamos na salvadora barraquinha de cachorro-quente que sempre fica na porta do Baetão batendo aquela xepa ishperta. Satisfeito com o tardio almoço, fui então para o gramado sintético do Baetão.


Esporte Clube São Bernardo com suas meias azuis. Foto: Fernando Martinez.


Grêmio Esportivo Mauaense e sua belíssima camisa, uma das mais bonitas dos últimos tempos. Foto: Fernando Martinez.

Esse foi o 27º confronto entre os dois rivais em jogos do estadual. O Data JP informa que de 1986 até 2014 os times se enfrentaram por 26 vezes. A Locomotiva venceu dez, o Bernô seis e aconteceram dez empates. A maior vitória do Grêmio foi um 5x1 em 1996 e a maior alvinegra foi também um 5x1, esse em 2013. Em pelejas com mando do Vovô do ABC, o Mauaense também tem ampla vantagem: cinco vitórias em treze jogos e apenas duas derrotas.

Por se tratar de uma primeira rodada, muitas equipes ainda estão em formação, entre elas os times do jogo de sexta. A peleja não foi ruim, mas ficou claro que a falta de entrosamento ainda existe. Não vimos tanta qualidade técnica, mas isso foi compensado com muita garra e força de vontade dos dois lados.

Os donos da casa tiveram mais posse de bola e o time visitante levava perigo nos contra-ataques. A primeira grande oportunidade de gol da pugna aconteceu aos 15 minutos e foi a favor do Mauaense numa bola que bateu na trave após cabeçada do zagueiro Pedro Galli. Esse acabou sendo o lance mais inspirado do primeiro tempo, já que nenhum dos dois chegou próximo de abrir o marcador. O óbvio 0x0 estava estampado no marcador quando o intervalo chegou.


Pedro Galli subindo de cabeça e quase abrindo o placar para o time visitante. Foto: Fernando Martinez.


Marcação firme da zaga do Mauaense. Foto: Fernando Martinez.


Ataque do Bernô pela direita e visão da genial arquibancada torta do Baetão. Foto: Fernando Martinez.


Atleta do São Bernardo armando aquela bicuda. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final a peleja melhorou demais e não demorou para a Locomotiva inaugurar o placar. Kauê foi derrubado dentro da área - muitos acharam que não houve penalidade, mas como eu estava longe não posso dar uma opinião mais precisa - e ele mesmo cobrou com classe para fazer o primeiro do Grêmio em 2015. Eram decorridos cinco minutos de partida.

Essa acabou sendo a primeira a última chegada incisiva do onze mauaense no campo de ataque. No restante do tempo o Bernô não deu nenhum espaço e obrigou o adversário a permanecer todo o tempo no seu campo defensivo. O problema é que todas as boas chegadas foram desperdiçadas em sequência.

A missão são-bernardense ficou menos complicada aos 29 minutos com a expulsão de Claudião depois dele tomar o segundo cartão amarelo. A Locomotiva até conseguiu segurar a bronca com onze em campo, mas com um a menos não teve jeito. Aos 37 Gabriel deixou tudo igual, para a festa da animada torcida local.


Gol de Kauê para a Locomotiva aos cinco do segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


O São Bernardo tentou o empate muitas vezes pelo alto. Foto: Fernando Martinez.


Mais um ataque aéreo dos donos da casa. Foto: Fernando Martinez.


Classe e muito conhecimento no alto quórum presente no Baetão para a abertura da Segundona 2015. Foto: Wesley.

Sem maiores emoções até o último trilar do apito, a peleja ficou em São Bernardo 1-1 Mauaense, um empate de bom tamanho para os dois times. Na segunda rodada o Bernô pega o Manthiqueira fora de casa enquanto o Grêmio fará sua estreia no Pedro Benedetti no sábado jogando contra o CAD. Os dois voltarão a se enfrentar na primeira rodada do returno, isso em 20 de junho.

O quórum elevado de amigos e colegas presentes no Baetão se despediu do estádio algum tempo depois do apito final e dali fizemos todo o percurso de volta para a capital. No caminho, muita surrealidade, bom papo e aquela alegria já característica quando todos se encontram. E pensar que esse foi apenas o primeiro jogo da Segundona...

No sábado a jornada continuou e a pedida foi seguir para outro "clássico" da última divisão estadual na cidade de Guarulhos.

Fernando!