Oeste derrota o Velo em balé aquático na Arena Barueri

Texto e fotos: Fernando Martinez

Do nada acabou rolando emplacar uma segunda partida no último sábado. Fui até Arena Barueri para emocionantes embalos de sábado à noite pelo Campeonato Paulista da Série A2. O líder Oeste, que se recusa a tirar foto posada, recebeu o sempre genial Velo Clube buscando manter o primeiro lugar.

Junto com o trio Caio, Pucci e Renato, saímos de Suzano com uma chuvinha e ela se tornou um temporal no caminho até Barueri. Quando chegamos no bonito estádio, praticamente não tinha como ver muita coisa no horizonte além da água que caía do céu. A opção foi fazer as fotos posadas (só do Velo, claro) e ficar nas cabines.

Visão da Arena Barueri de cima e de baixo em noite com um dilúvio como há muito eu não via

O Oeste não quis posar, mas mesmo debaixo d'água consegui as outras duas. O encharcado Velo Clube e os capitães com o árbitro Leandro Carvalho da Silva, os assistentes Vladimir Nunes da Silva e Matheus Guilherme da Cruz e o quarto árbitro Giovanni Domenico Venturini

Eu sou da época em que a iluminação da cancha de Barueri era péssima e o gramado bom. Hoje mudou. A iluminação segura legal a onda, só que o glorioso relvado não aguenta muito tempo de água. Debaixo do segundo dilúvio de Noé, era óbvio que a peleja ficaria bem prejudicada rapidamente. E foi isso que aconteceu. Desde os primeiros movimentos a gente sabia que ver um gol na encharcada noite seria difícil.

O Oeste tomou as rédeas do jogo e criou as melhores chances do tempo inicial. Bom, falo "chances" usando uma licença poética. Nesse panorama líquido, o tento sairia apenas em um lance de sorte. Eis que ele aconteceu aos 31 minutos. Após bate e rebate, uma bola foi esticada no ataque local. O goleiro Murilo Prates faria boa defesa, acontece que a pelota parou em uma poça. Bruno Lopes foi esperto, dominou e chutou firme, abrindo o marcador.

Na etapa final os times, sabendo a localização das poças, até criaram um pouco mais. Léo Gobo quase chegou ao empate em oportunidade salva por Jefferson Feijão em cima da linha. Rodolfo, arqueiro do Rubrão, fez boas defesas em tiros de Jefferson Recife e Rafael Kanu. Bruno Lopes também teve dois momentos. Apesar de tudo, o placar não foi alterado.

Momentos do balé aquático entre Oeste e Velo Clube, Na base da sorte, o rubro-negro fez no primeiro tempo e ganhou a segunda na A2

O balé aquático em Barueri terminou em Oeste 1-0 Velo Clube. O pé d'água foi absurdo e o gramado arriou cedo, mas incrivelmente ambos fizeram uma partida boa para as condições da noite. A agremiação da Grande São Paulo somou seu sétimo ponto em nove disputados e está na liderança. O Velo segue sem vencer e está em 11º com apenas um ponto ganho. Ambos voltam a jogar na quarta-feira.

Falando em quarta-feira, esse será o dia que acompanharei o primeiro jogo do Nacional na Comendador Souza em 2022. Vamos ver o que estão preparando para a atual temporada.

Até lá!

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Ficha Técnica: Oeste 1x0 Velo Clube

Em breve

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USAC volta à terceirona com vitória contra o São José

Texto e fotos: Fernando Martinez

Entre alguns jogos bons, a escolha do último sábado não tinha como ser outra. Fui até o Estádio Francisco Marques Figueira acompanhar a genial estreia do União Suzano no Campeonato Paulista da Série A3. Após 29 anos, o glorioso Javali das Palmeiras voltou a atuar pela terceira divisão estadual e recebeu o São José na rodada de estreia.

Foram 29 longos anos de muitas derrotas e algumas temporadas fora do profissionalismo. Perambulando entre a quarta, quinta e sexta divisões entre 1994 e 2020, o União disputou um total de 345 partidas. Venceu 68, empatou 62 e perdeu absurdas 215, cerca de 62% delas. Além disso fez 324 gols (média de 0,93) e sofreu assombrosos 770 (média de 2,23). Pouca coisa nesse período é digna de registro.

Em 2021 o belíssimo trabalho culminou no título invicto (apenas o terceiro em divisões de acesso de São Paulo desde 1947) e no brilhante acesso. Foram 20 jogos com treze vitórias e sete empates. Estivemos no sufoco das quartas contra o Independente de Limeira, no massacre da semi em cima do Grêmio Prudente e no empate que valeu o caneco contra a Matonense. Foi legal demais ver a história ser escrita.

A imagem oficial do União Suzano no seu grande retorno ao terceiro nível do futebol paulista junto com a do São José e do quarteto de arbitragem com os capitães. A FPF escolheu o árbitro Leonardo de Jesus Sampaio, os assistentes Ricardo Pavanelli Lanutto e Leandro Fernandes Rodrigues e o quarto árbitro Marcelo de Jesus Santos para comandar a peleja

Em 2022 a diretoria manteve as boas peças de 2021 e trouxe nomes importantes. O clube busca pelo menos se manter na Série A3 nesse primeiro ano. Espero de verdade que consigam. Vale também dizer que o último confronto do USAC pela terceira divisão foi em 21 de agosto de 1993, um 0x0 em casa contra o Jabaquara.

O dia estava nublado e a ameaça de chuva pairava no céu da Grande São Paulo. Nem assim desisti da jornada. Cheguei, fiz todo o esquema de credenciamento e não demorou para a peleja começar. O São José se aproveitou do nervosismo local e tomou conta das ações na primeira etapa. O punk é que logo a chuva pintou forte no Suzanão. Corri até a parte coberta e fiquei em pé em uma escada que dá acesso a assentos disponíveis apenas para convidados o tempo todo.

Enquanto a chuva não chegava, consegui ficar um tempinho dentro de campo captando imagens de perto

Debaixo de um temporal, os visitantes saíram na frente aos 45 minutos com o gol de Klaidher - belo nome - de cabeça no canto esquerdo. Quando as equipes retornaram do intervalo o cenário permaneceu o mesmo. O time de Ricardo Costa estava nervoso, talvez por conta da estreia e por carregar uma grande expectativa. A partida foi seguindo e tudo indicava uma vitória do São José.

Aí pintou a estrela do bom atacante Jorge Mauá. Velho conhecido das divisões de acesso, ele mudou a sorte do USAC. Aos 38 ele aproveitou rebote na pequena área após cabeçada na trave. Três minutos depois saiu o segundo gol local e eu até agora não sei o motivo do assistente ter anulado. Aos 49, em nova cabeçada na trave, outra vez Jorge foi ligeiro e, agora sim, virou o marcador de forma heroica.

Já na parte coberta, acompanhei um jogo em que o São José foi melhor até a reta final

Jorge Mauá entrou e resolveu a parada a favor dos suzanenses. Ele marcou os dois gols na virada do União Suzano

Placar final mostrando a grande vitória do USAC no seu retorno à terceirona

No fim, o União Suzano 2-1 São José premiou o clube que teve mais brilho na reta final. Os joseenses seguraram a onda durante 90% da peleja, porém vacilaram quando não podiam. Como foi a estreia, muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte. Não dá para ter nenhuma ideia do que irá acontecer.

Saí correndo do estádio com os amigos pois tinha sessão noturna encharcada em Barueri. Tudo, claro, debaixo de muita chuva.

Até lá!

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Ficha Técnica: União Suzano 2x1 São José

Em breve

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Jogo fraco e vitória do Juventus em cima do Lemense FC, ex-Atibaia

Texto e fotos: Fernando Martinez

Após passar o mês de janeiro quase inteiro com coberturas da Copa São Paulo, nos próximos dois meses o foco do Jogos Perdidos passa a ser as divisões de acesso do estadual. Na última quarta-feira, fui até o Estádio Conde Rodolfo Crespi acompanhar o recauchutado duelo entre Juventus e Lemense FC na estreia dos dois no Campeonato Paulista da Série A2.

A Série A2 vai ser disputada no mesmo esquema das últimas temporadas: 16 clubes jogando em turno único, os melhores se classificam e os dois últimos caem. No mata-mata, resultados iguais vão aos pênaltis. Um absurdo que ninguém tem coragem de eliminar do regulamento.

Apesar do que algumas figuras dizem na internet e do que alguns perfis futebolísticos (des)informam, o Lemense FC não é o retorno do saudoso e falecidíssimo Esporte Clube Lemense, time que deu adeus às disputas do Paulistão em 2004. Esse atual é somente o SC Atibaia em nova roupagem. Apenas isso. Sem ter como voltar a jogar na cidade de origem, eles se mudaram para Americana há alguns anos. Sem apoio, pegaram seus pertences e agora estão em Leme.

O Juventus posado e a primeira foto oficial do Lemense FC, a versão recauchutada do SC Atibaia. Abaixo, o árbitro Pablo Rodrigo de Oliveira, os assistentes Leandro Matos Feitosa e Guilherme Holanda Lima, o quarto árbitro Ricardo Bittencourt da Silva e os capitães dos clubes

Pelo que vi no gramado da Rua Javari, a impressão inicial da Série A2 2022 foi a pior possível. A partida foi horrorosa, um verdadeiro tormento aos que foram ao estádio paulistano. Os jogadores maltrataram a pobre pelota sem nenhuma cerimônia. No primeiro momento perigoso, aos 13 minutos, saiu o gol. O zagueiro Rocha colocou a mão na bola dentro da área e o árbitro marcou pênalti. Igor Bahia bateu, Cris defendeu, porém no rebote o próprio Igor conferiu e fez 1x0.

Depois disso, só troca de passes. Na etapa final a esperança era por uma peleja um pouquinho mais animada. Logo aos oito minutos André Dias derrubou Roldan na área. Celsinho, aquele mesmo, bateu na trave. Para não dizer que não teve nenhuma outra oportunidade digna de registro, o goleiro grená fez grande defesa em cabeçada de Mascote - ou Massacote? - aos 33. Em 45 minutos, foram apenas dois os lances de perigo. Vou dar um desconto em virtude da estreia, mas espero que o panorama melhore logo.

Momentos do primeiro tempo de Juventus x Lemense FC

Detalhe do pênalti que originou o gol juventino

Disputa de bola pelo alto no meio de campo

Celsinho se preparando para bater, e perder, um pênalti a favor do Lemense FC

Paulada em atleta local e cartão para o jogador visitante

No fim, o Juventus 1-0 Lemense FC foi uma boa estreia do escrete da Mooca no segundo escalão do futebol paulista. É fato que o técnico Tuca Guimarães vai precisar trabalhar bastante com o elenco pensando em uma boa performance na competição. Ao ex-Atibaia e ex-Americana, fica a expectativa de que os nomes contratados rendam mais.

No fim de semana tem previsão de rodada dupla com direito ao jogo de número 3.300 da minha vida em todos os tempos. Uma marca bem legal de se alcançar.

Até lá!

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Ficha Técnica: Juventus 1x0 Lemense FC

Em breve

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Palmeiras campeão da Copa São Paulo 2022

Texto e fotos: Fernando Martinez

Depois de quase um mês, a 52ª Copa São Paulo de Futebol Júnior chegou ao fim na manhã da última terça-feira. Não é jogo perdido, mas marquei presença na raça. Direto do Allianz Parque, que recebeu uma peleja do torneio pela primeira vez, Palmeiras e Santos se enfrentaram em busca da taça com todo o favoritismo para o alviverde.

O detalhe é que às nove da noite da segunda-feira eu tinha certeza de que não estaria na decisão. Mesmo tendo acompanhado a competição de perto desde o início fiquei de fora por causa de um sorteio feito pela ARFOC. Na minha terra as almas que acompanharam desde o começo têm prioridade, aqui não. dessa forma fica fácil aos fotógrafos de ocasião que sempre pintam apenas no filé. Seria um absurdo enorme ficar de fora, sem brincadeira. Por sorte o pessoal da FPF ficou sabendo e me credenciou. Uma atitude bastante simpática dos amigos que trabalham lá, corrigindo o que seria uma enorme injustiça, modéstia à parte.

Com tudo confirmado, vale dizer que essa foi a 13ª vez que acompanhei o duelo decisivo da Copinha no estádio, o segundo seguido, algo que não acontecia desde 2005/2006, pois também vi o título do Inter em 2020, a última vez em que estive no Pacaembu. Falando apenas do Jogos Perdidos, é a décima final contando a trinca do sumidaço Orlando em 2009, 2010 e 2012.

As taças para o campeão e vice da edição 2022 da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Pena que sejam praticamente iguais a todos os outros torneios da FPF

Acordei cedo e cheguei na casa alviverde com antecedência. O 25 de janeiro em 2022 não era oficialmente feriado, porém muitos ficaram em casa. Cerca de 20 mil torcedores pagaram ingresso (apenas 50% da capacidade foi liberada em virtude da pandemia) e acompanharam um clássico histórico em vários sentidos.

O Palmeiras somava sete vitórias e um empate, enquanto o Santos venceu seis e empatou duas vezes. Por ter a melhor campanha, o time palestrino teve a vantagem de atuar com torcida. Aí entra uma polêmica de muitos acharem que foi injusto terem colocado a decisão na casa da agremiação. A diretoria santista chiou nas redes, a meu ver sem motivo. Já se sabia desde o início que seria assim. Se fosse o Corinthians ou o São Paulo contra qualquer um fora do trio de ferro, a final seria na Arena Corinthians ou no Morumbi respectivamente.

As fotos oficiais dos times na grande decisão da Copinha. Também tem a foto dos capitães junto com o árbitro Gustavo Holanda Souza, os assistentes Gustavo Rodrigues de Oliveira e Izabele de Oliveira, o quarto árbitro Pablo Rodrigo Soares de Oliveira e o quinto árbitro (!) Miguel Cataneo Ribeiro da Costa

Poucas vezes vi uma equipe chegar na derradeira apresentação com tanta expectativa. Sim, foi um clássico, só que não tinha como negar que o Palmeiras era muito favorito. Quando a bola começou a rolar ficou claro que o verde não queria perder a chance de ser campeão em casa. Como um lutador de boxe que define sua luta no primeiro assalto, o Palmeiras resolveu a parada em 16 minutos.

Endrick, o grande nome do time, abriu o placar aos cinco minutos em belo gol de prima. Giovani ampliou aos 11, uma pintura de gol. Gabriel Silva bateu falta com perfeição aos 16 e ampliou. Título definido, pois ninguém em sã consciência acreditava em uma virada. O Santos estava completamente entregue e não sofreu outros gols por pura sorte. Aos 45 o alvinegro perdeu Derick expulso.

O Palmeiras começou a decisão do mesmo jeito que seus outros jogos: eletrizante

Giovani voando na comemoração do segundo gol palmeirense

A falta que originou o terceiro gol alviverde

Outros dois momentos do primeiro tempo da decisão

Com um a menos, o Santos se entregou de vez. Se fosse boxe, o árbitro teria encerrado tudo por compaixão ao nocauteado. Como é futebol, o Peixe foi obrigado a sofrer por mais 45 minutos. Gabriel Silva fez o quarto do Palmeiras aos oito da etapa final em bela cabeçada e o verde chegou perto de marcar novamente seis ou sete vezes em lances agudos. A torcida, em completo êxtase, nem ligou. A rapaziada esperava apenas o apito final.

No tempo final, insaciável, o Palmeiras não diminuiu o ritmo

A cabeçada de Gabriel Silva no quarto tento local e a comemoração da rapaziada na frente deste humilde repórter

Após o 4x0, o alviverde poderia ter feito ainda mais gols, mas o resultado ficou assim mesmo

O Santos 0-4 Palmeiras ficou barato para o Peixe e deu o primeiro título da Copinha ao alviverde. Conquista merecida do grande destaque do torneio e do clube que hoje possui a melhor categoria de base do país. A gente acompanha os paulistas de perto e sabe bem que eles estão anos-luz à frente dos demais.

A festa dentro e fora de campo foi enorme e apareceu aquele monte de aspone que adora pintar nas decisões. O padrão é esse mesmo. Os fotógrafos se acotovelaram pensando em captar as melhores imagens enquanto eu fiquei de lado, na boa, sem me meter com os figurões. Assim que passei os últimos momentos da edição 2022 da Copa São Paulo.

O Santos recebendo as medalhas e o troféu pelo vice e a festa palmeirense pelo título inédito

A competição chegou ao fim. Foram 33 jogos em 20 estádios e 60 times vistos dos 128 participantes. Foi a segunda Copinha que emplaquei essa doideira e tive a companhia de amigos em praticamente todas as jornadas, desde a capital até a genial rodada de Votuporanga e Tanabi. Bati meu recorde de jogos em um mês, tomei chuva, passei frio (até hoje não acredito nisso), passei muito calor e também vivi na pele a noite de horror da semi em Barueri. Mas valeu a pena. Vamos ver se em 2023 tem como fazer algo parecido.

Agora temos A2 e A3 em fevereiro e março até o começo dos paulistas de base e a Segundona em abril. Vida que segue!

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Santos 0x4 Palmeiras

Em breve

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