Texto e fotos: Fernando Martinez
A Copa Paulista chegou à sua fase semi-final com quatro times de respeito. De um lado, XV de Piracicaba e Rio Claro, do outro, São Caetano e Ferroviária, esse o duelo que acompanhei tarde/noite do sábado passado. O palco, como não poderia deixar de ser, foi o gelado (sim, gelado) Estádio Anacleto Campanella.
Esse encontro ganhou ares de "final antecipada" muito pois hoje os dois possuem as duas melhores campanhas da competição, cortesia dos dois triunfos do Azulão, ex-dono da terceira melhor campanha, contra o Bragantino nas quartas. Resta saber se o Nhô Quim ou o Galo Azul concordarão com essa afirmação na grande decisão.
Associação Desportiva São Caetano - São Caetano do Sul/SP
Ferroviária Futebol S/A - Araraquara/SP
O amigo árbitro Thiago Duarte Peixoto junto com os assistentes Danilo Ricardo Manis e Risser Jarussi Corrêa e os capitães dos times
Falando de história, esse foi o sétimo confronto entre os dois em todos os tempos e nunca o Azulão venceu o onze araraquarense. A história mostra uma vitória grená - 2x0 pela Série A2 do ano passado em jogo que teve cobertura do JP - e cinco empates. Há também um triunfo da Ferroviária pela Copa Estado de São Paulo de 2003, mas naquela oportunidade quem atuou oficialmente foi o "São Caetano B", logo, não entra na estatística.
O São Caetano apostava no fator casa e na sua ótima campanha ali - oito vitórias e um empate - para levar alguma vantagem para a Arena da Fonte. No primeiro tempo, um leve equilíbrio com as melhores chances a favor dos locais. A Ferroviária chegou poucas vezes dentro da área do Azulão.
O time do ABC criou três ou quatro boas oportunidades para abrir o marcador ainda no tempo inicial. A melhor delas numa cabeçada sensacional de Sandoval que tirou tinta da trave superior. O goleiro Matheus se esticou todo, sem conseguir porém encostar na pelota.
Ataque do São Caetano pela direita no comecinho do jogo contra a Ferroviária
Uma das poucas ofensivas araraquarenses em toda a partida
Grande cabeçada de Sandoval em bola que tirou tinta da trave
Outra chegada do Azulão pela lateral
E foi no tempo final que o Azulão foi mais perigoso e encurralou o time visitante. Assim como aconteceu no duelo de ida contra o Nacional, a Ferroviária não passou do meio de campo e viu o adversário abusar do direito de perder gols. Sério, deu raiva de ver.
Sem nenhum exagero, dava pro São Caetano ter chegado pelo menos aos 3x0 tamanha foi a pressão exercida pelo vice-campeão da Libertadores de 2002. Os grenás não viram a cor da bola e tomaram sufoco durante quase 50 minutos. Teve chance perdida em chute de longe, de perto, em cabeçada, em cobrança de falta e em escanteio... Um rol de gols jogados fora.
A maior delas saiu dos pés do jogador Ferreira. Eram decorridos 24 minutos quando ele, depois de um bate-rebate na área, teve o gol aberto à sua frente. Só que o chute encontrou um zagueiro da AFE no meio do caminho e a pelota saiu pela linha de fundo. E quando os locais não desperdiçavam, o goleiro Matheus mostrava serviço. Vimos pelo menos três grandes defesas do arqueiro.
No tempo final, só deu São Caetano
Grande chute e grande oportunidade desperdiçada pelos locais
Atacante tentando se desvencilhar da marcação grená
No final o jogo terminou como começou: São Caetano 0-0 Ferroviária. No confronto de volta do próximo sábado os times jogam por vitórias simples e caso a peleja termine novamente empatada, a decisão da vaga na final será decidida nos pênaltis. Caso o Azulão seja eliminado, os gols perdidos no ABC terão feito muita falta.
A partida foi boa, mas o que salvou de verdade a jornada foi o pós-jogo, com mais uma edição do clássico Dia do Gordo, esse voltando às origens. Poucas coisas na vida são melhores do que um balde de 12 tirinhas de frango no KFC. Como homenagem, para cada gol perdido pelo Azulão, uma tirinha consumida. Uma troca justa.
Até a próxima!