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quarta-feira, 23 de junho de 2021

Palmeiras goleia e rebaixa o Napoli para a A2 feminina

Texto e fotos: Fernando Martinez


Domingo foi um dia de preguiça e frio e arranjar forças para sair de casa não foi nada fácil. Descolei um ânimo extra por imaginar que a chance de goleada no duelo entre Palmeiras e Napoli pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro Feminino no Allianz Parque era bastante grande. Minha expectativa se consolidou no que foi a maior goleada da edição 2021 do torneio.

O alviverde chegou nesse compromisso com o segundo lugar consolidado após o triunfo corintiano em cima do Minas Brasília na véspera. O resultado não mudaria em nada a situação do escrete paulista ao final da fase inicial a não ser que a invencibilidade no certame seria ampliada. Já falando do Napoli, atual campeão invicto da Série A2, a peleja era de extrema importância pois poderia decretar de vez o rebaixamento matematicamente falando.

Estivemos na primeira apresentação das catarinenses no Brasileirão em 17 de abril. A derrota por 3x0 contra o Corinthians no confronto das duas campeãs nacionais de 2020 não foi uma surpresa e a expectativa era que pudessem ao menos se segurar na A1 na temporada de estreia. O que se viu, porém foi uma campanha muito ruim com apenas uma vitória - contra o Avaí/Kindermann, clube da mesma cidade - em treze jogos. Caso fossem derrotadas pelo Palmeiras a queda estaria confirmada.




Direto das cabines do Allianz Parque, as imagens oficiais das duas equipes posadas e depois do quarteto de arbitragem e das duas capitãs

Sem desmerecer as meninas do sul do país, acredito que nem o mais fiel torcedor napolitano acreditava em um bom resultado na capital bandeirante. Elas lutaram, foram leais e não desanimaram por um minuto sequer... pena que no fim não teve choro nem vela e o rebaixamento se tornou realidade. As palmeirenses colocaram a maior capacidade técnica no gramado e não tomaram conhecimento das visitantes.

A etapa inicial foi uma sinfonia de uma nota só. Bia Zaneratto abriu a contagem aos nove minutos e Thais ampliou aos 13 em belo cruzamento de Maria Alves. Dos 17 aos 41 as meninas chegaram perto do terceiro tento em seis momentos, a principal deles aos 29. O Napoli passava do meio de campo em investidas esporádicas e facilmente neutralizadas pela zaga alviverde. Apesar da pressão, somente aos 43 e 45 o marcador foi ampliado. Primeiro Duda Santos aproveitou rebote de Gaby em finalização de Bruna Calderan e depois Thaís, de novo de cabeça, fez o quarto.


Tirando um ou outro ataque, o Napoli praticamente viu o Palmeiras jogar durante os 90 minutos na capital paulista


Bia Zaneratto abrindo o marcador aos nove minutos


Aos 13, Thaís marcou o segundo tento alviverde de cabeça


Boa chance pelo lado esquerdo do ataque local


Duda Santos saindo para comemorar o terceiro gol da noite, sem chances para Gaby

As locais diminuíram o ritmo no tempo final, o que não impediu que chegassem às redes outras vezes. Aos 10, Julia Bianchi cobrou escanteio na cabeça de Agustina, que anotou o quinto. O placar só voltou a ser alterado após o trigésimo minuto. Foi Maria Alves, recém-contratada da Juventus de Turim, que fez o sexto aos 30 completando bom lançamento na área. Tainara fez o dela aos 35 e Bia Zaneratto, a grande artilheira da competição, deu números finais aos 49 recebendo bom passe de Chú.


Na etapa final, o Palmeiras se manteve o tempo todo dentro do campo de defesa catarinense


Agustina cabeceando no que seria o quinto gol do Palmeiras no Allianz


O zaga do Napoli sofreu contra o rápido e bem armado time paulista


O cruzamento de Chu para o gol de Maria Alves, o sexto, aos 30 minutos


Bia Zaneratto fechou o massacre aos 49 com um belo chute no canto esquerdo


Placar final da maior goleada da edição 2021 do Campeonato Brasileiro Feminino que decretou matematicamente o rebaixamento do Napoli

O Palmeiras 8-0 Napoli foi a maior goleada do Brasileiro Feminino edição 2021 superando o 8x2 aplicado pelo Corinthians em cima do São José. Além disso, a invencibilidade chegou a 14 partidas. Já a equipe catarinense estará na Série A2 de 2022, voltando à segundona um ano após o acesso. Fica a torcida para que possam fazer um trabalho de resgate na próxima temporada.

Sem mais delongas, deixei a casa palmeirense com destino ao QG da Zona Oeste rapidinho pois a fome já estava tomando conta do meu ser. Futebol de novo provavelmente no fim da semana se o ânimo e a Eurocopa deixarem.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Palmeiras 8x0 Napoli

Local: Allianz Parque (São Paulo); Árbitro: Matheus Delgado Candançan/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartão amarelo: Ottilia; Gols: Bia Zaneratto 9, Thaís 13, 45 e Duda Santos 43 do 1º, Agustina 10, Maria Alves 30, Tainara 35 e Bia Zaneratto 49 do 2º.
Palmeiras: Jully; Bruna Calderon (Tainara), Agustina, Thaís (Giovana), Rafaelle e Camilinha (Chu); Duda Santos (Carol Baiana), Julia Bianchi e Katrine; Bia Zaneratto e Maria Alves (Ottilia). Técnico: William Bitencourt.
Napoli: Gaby; Miriam, Vero, Thays e Thaini; Julia (Jaine), Treyci, Luana (Naiane) e Larissa Vasconcelos (Yaki Vecca); Soraya (Aninha) e Malu (Karen). Técnica: Carine Bosetti.
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terça-feira, 22 de junho de 2021

Corinthians goleia (de novo) no Brasileiro Feminino

Texto e fotos: Fernando Martinez


Após a vitória da Portuguesa na Série D no Canindé e pelo meu passeio pelo bairro do Pari, pintou uma sempre bem-vinda sessão futebolística no melhor esquema "embalos de sábado à noite" pelo Campeonato Brasileiro Feminino. Direto do Estádio Alfredo Schurig, o líder Corinthians recebeu o Minas Brasília do Distrito Federal buscando garantir a primeira posição da fase inicial com uma rodada de antecedência.

Essa é a estreia do clube candango no JP. A origem da agremiação vem do Minas Brasília Tênis Clube, fundado em 6 de novembro de 1960 e que teve como sócio número 1 o presidente Juscelino Kubitschek. É uma das grandes referências da Asa Norte da capital federal. Já o Minas Brasília Futebol Feminino nasceu em 2012 e debutou no estadual no mesmo ano. Desde então, ganharam o tri em 2016/2017/2018 e foram vice em 2019/2020. Só ficam atrás do CRESSPOM e do falecido CFZ de Brasília no ranking de maiores campeões.

A equipe candanga disputa a elite do nacional da categoria pelo terceiro ano consecutivo, credenciada pelo título invicto da A2 em 2018. Em 2019 e 2020 terminaram respectivamente na 11ª e 12ª posições ainda como "Minas Icesp" e permaneceram na A1. Em 2021, apenas como "Minas Brasília", o sufoco é maior. As moças chegaram na penúltima rodada ocupando a 11ª colocação, porém com duas pedreiras nas duas jornadas finais, nada menos do que líder e vice-líder da competição. Missão complicadíssma.

Falar do Corinthians não tem muito segredo. Atuais campeãs do Brasileirão, elas brilham mais uma vez e foram líderes em dez das treze rodadas disputadas até então. Vencendo o Minas terminariam na liderança sem depender da rodada final. Atuando como mandante no nacional, as alvinegras ostentam uma impressionante sequência de 28 partidas sem perder, com 26 vitórias e apenas dois empates (um deles custou o título em 2019, mas tudo bem). Resta saber quem pode parar o time do Parque São Jorge.




Fato raro no futebol pandêmico, Corinthians e Minas Brasília fizeram as fotos oficiais antes do duelo na Fazendinha. Na última foto, o quarteto de arbitragem e as capitãs

Falando em Parque São Jorge, cheguei cedo na cancha e o sistema de som tocava um clássico do Twisted Sister. Citei o acontecimento no Twitter e em pouco tempo Dee Snider, vocalista do quinteto norte-americano, comentou e compartilhou a publicação com os seus seguidores. Como grande fã do grupo, foi uma honra ver o ícone sabendo da existência do JP mesmo que por um minuto. Fico no aguardo do rapaz do som da Fazendinha continuar desfilando clássicos do rock nos próximos jogos.

Voltando às quatro linhas, não foi no sábado que a estupenda série corintiana foi interrompida. O Minas Brasília foi bem, mostrou serviço, foi leal e teve seus momentos de perigo, só que no frigir dos ovos, as meninas mosqueteiras venceram outro compromisso por goleada. Tudo foi decidido ainda na etapa inicial. Quem estruiu a zaga visitante foi Gabi Nunes, autora de três gols.

O primeiro saiu logo aos dois minutos após cruzamento de Gabi Portilho e gol da artilheira da noite. Aos sete a mesma Gabi Nunes aproveitou rebote da goleira Karen e ampliou. O Minas respondeu aos onze com tiro de Nenê. As corintianas quase chegaram ao terceiro na sequência com Katiuscia e depois com Diany. A camisa 11 paulistana chegou ao hat-trick aos 23 em lançamento primoroso de Giovanna Campiolo.

Natascha mostrou serviço aos 40 e evitou o tento visitante quando espalmou pela linha de fundo bela finalização de Karla. Nos acréscimos, Victoria Albuquerque definiu de vez a sorte da peleja chutando firme e anotando 4x0 no placar. Na descida aos vestiários, o Minas Brasília já sabia que não restava outra alternativa a não ser tentar diminuir o prejuízo e já começar a pensar na decisão contra o rebaixamento na rodada de quinta-feira.






O Corinthians não tomou conhecimento do Minas Brasília na etapa inicial e definiu a vitória antes do intervalo. Na última imagem, bola no fundo da rede de Karen no quarto gol, marcado por Victoria Albuquerque.

A etapa final foi bem de boa e o Corinthians apertou o modo "piloto automático". Sem necessidade de se esforçar, as alvinegras continuaram atacando, porém sem aquele ímpeto frenético. Yasmim teve boa oportunidade aos quatro. O Minas se arriscava no ataque, sem que chegasse perto de fazer o gol de honra. Na sequência Gabi Portilho, a melhor dos 45 minutos finais chegou perto de ampliar em dois lances.

A boa atuação de Gabi Portilho, e principalmente a sua insistência, foi premiada com o tento mais bonito da noite aos 35. A camisa 18 recebeu na entrada da área e deu um toque cheio de classe, encobrindo a arqueira Karen e fechando a goleada a favor do líder, a sexta acima de três gols de diferença no Brasileiro Feminino: Corinthians 5-0 Minas Brasília.


Visão geral do Parque São Jorge na fria noite de sábado




Na etapa final o ímpeto corintiano diminuiu, mas a equipe continuou criando bons momentos de todos os tipos.


Gabi Portilho tentou e criou muitos momentos de perigo. Aos 35 minutos da etapa final ela finalmente marcou de cobertura

O Timão é primeiro lugar antecipado e entra nas quartas enfrentando o oitavo colocado, Avaí/Kindermann ou Flamengo. Já o Minas Brasília está em 12º lugar, só que pega o Palmeiras na derradeira jornada precisando vencer para não jogar a A2 em 2022. Caso perca, Botafogo e São José não poderão vencer respectivamente Grêmio e Napoli. Missão difícil.

Falando no escrete catarinense, domingo voltei à pauta no nacional feminino para acompanhar o rebaixamento do Napoli após um ano na elite. Com direito a maior goleada do torneio em 2021 até aqui.

Até lá!

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Ficha Técnica: Corinthians 5x0 Minas Brasília

Local: Estádio Alfredo Schürig (São Paulo); Árbitro: Flávio Roberto Ribeiro/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Gabi Zanotti, Katiuscia, Dih; Gols: Gabi Nunes 2, 7, 23 e Victoria Albuquerque 46 do 1º, Gabi Portilho 35 do 2º.
Corinthians: Natascha; Katiuscia, Giovanna Campiolo, Pardal e Yasmim (Juliete); Diany (Andressinha), Gabi Zanotti (Ingryd), Gabi Portilho e Cacau (Tamires); Victoria Albuquerque e Gabi Nunes (Bianca Gomes). Técnico: Rodrigo Iglesias.
Minas Brasília: Karen; Dih (Isa), Luana (Kati), Suzana e Jéh; Karla (Monse), Kaká (Bruna), Nenê e Robinha; Bia (Manu) e Pelé. Técnico: Davih Rodrigues.
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segunda-feira, 21 de junho de 2021

Lusa usa a cabeça e vence a primeira na Série D

Texto e fotos: Fernando Martinez


O último final de semana foi bastante animado por essas bandas com três coberturas no total. No sábado, emplaquei minha terceira rodada dupla na pandemia e iniciei os trabalhos no Campeonato Brasileiro da Série D. No Estádio Oswaldo Teixeira Duarte, a Portuguesa recebeu o Santo André pela terceira rodada do Grupo A07 buscando conquistar os três pontos.

A estreia lusitana teve um grande gosto de frustração pois sofreram o empate do Cianorte nos acréscimos. No segundo compromisso, nova igualdade fora de casa contra o Madureira. Já o Ramalhão venceu o Bangu no Rio de Janeiro e perdeu para o Boavista em Diadema (o clube irá mandar seus jogos na casa do Água Santa pois o gramado do Bruno José Daniel está sendo reformado).



Equipes entrando em campo, capitães e quarteto de arbitragem designado para a partida na capital bandeirante

Esse foi o sétimo confronto entre eles que acompanhei in loco, o primeiro desde 2009 (triunfo rubro-verde por 2x1 no Paulistão daquele ano). Dos seis anteriores, além do já citado pela A1, quatro foram pela Série B, o que deu um aspecto nostálgico ao jogo. Três deles tiveram cobertura do JP: empate por 1x1 em 2005, vitória andreense por 3x2 em 2006 e um sonoro 3x0 a favor do clube do Canindé em 2007.

Como de praxe desde setembro do ano passado, poucas pessoas foram credenciadas e vi a peleja sem nenhum aperto ou perrengue. Fazia frio e escolhi acompanhar os avantes locais de perto, acreditando que os comandados de Fernando Marchiori buscariam o gol com mais afinco. Acertei na mosca. A rapaziada da casa foi melhor e o Santo André sofreu com as investidas do seu adversário.

Cesinha criou o primeiro bom momento em ataque pela esquerda aos quatro minutos e Fabrício Araújo fez ótima defesa. Denis Neves na sequência também teve a sua chance. Os locais ficaram próximos da área visitante e foram poucas as vezes que o Santo André se aventurou no setor ofensivo. Quando isso aconteceu, as finalizações foram facilmente defendidas por Dheimison.

Nos últimos minutos a Portuguesa voltou a chegar perto de abrir o marcador. Primeiro aos 35 em chute colocado de Marzagão que passou perto da meta e depois aos 43 em escanteio cobrado rapidamente pela esquerda que Raphael Luz cabeceou e Fabrício Araújo fez defesa brilhante à queima-roupa. O 0x0 era o resultado quando os times foram aos vestiários.






O primeiro tempo no Canindé foi bastante movimentado e a Portuguesa criou mais chances. Na última foto, o goleiro Fabrício Araújo se esticando todo na melhor oportunidade lusitana

No segundo tempo o panorama não mudou muito. O que mudou foi que o Santo André chegou um pouquinho mais, nada absurdo, perto do gol paulistano. Logo aos dois minutos, David Ribeiro chutou e a bola passou perto. A Lusa respondeu aos quatro em cabeçada perigosa que a zaga desviou pela linha de fundo. O escrete da casa foi ficando cada vez mais incisivo conforme o relógio andava.

Aos 21 quase saiu o gol. Em escanteio da direita, a pelota foi escorada e ficou zanzando dentro da pequena área, sem que nenhum atleta rubro-verde chegasse a tempo de concluir. A defesa salvou na hora H. A insistência deu resultado aos 27 quando, após falta da direita, Willian Magrão subiu e testou firme para o fundo da rede.

Não restou alternativa ao Santo André a não ser fixar posição no campo de ataque em busca do tento de empate. Foi aí que a Lusa sofreu um pouquinho. Aos 33 Dheimison defendeu bem uma cabeçada despretensiosa após escanteio. Aos 45, novo lance pelo alto e aos 49 o maior susto da tarde. Em investida pela direita, a forte finalização bateu na forquilha e saiu. Foi por pouco.



O tempo final começou com o mesmo panorama: Lusa melhor e o Santo André se defendendo


Rara chegada andreense em cobrança de escanteio



Willian Magrão subindo mais do que todo mundo no primeiro e único gol da tarde. Abaixo, a comemoração de todos os atletas rubro-verdes

No fim, o Portuguesa 1-0 Santo André foi justo por tudo que a agremiação paulistana fez durante os 90 minutos. A invencibilidade foi mantida e a primeira vitória conquistada. Só que com três rodadas realizadas de um total de 14, tudo é cedo demais e analisar com propriedade ainda é difícil. Daqui umas três ou quatro rodadas talvez a gente possa dar uma opinião com propriedade.

Saí do Canindé com duas horas de lambuja antes da sessão noturna. Aproveitei a deixa e fui fazer um tour pelo bairro do Pari, meu lar por quase 25 anos. Dei uma passadinha no buraco em que ficava a minha casa e fui depois fazer uma boquinha no local que vende as melhores esfihas da cidade de São Paulo. Já não visitava o lugar desde 2019 e é incrível como a qualidade permanece a mesma.

De barriga cheia pude seguir até o palco do segundo compromisso do sábado. Dia de acompanhar nova apresentação das líderes do Brasileiro Feminino contra uma equipe que eu ainda não tinha visto ao vivo.

Até lá!

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Ficha Técnica: Portuguesa 1x0 Santo André

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Fernando Henrique Miranda/SC; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Lucas Douglas, Maykinho, Patrick, Caíque, Bruno Luiz, PV; Gols: Willian Magrão 29 do 2º.
Portuguesa: Dheimison; Feijão (Lenon), Willian Magrão, Patrick e Denis Neves; Caíque (Tauã), Cesinha, Marzagão e Raphael Luz (Danilo Pereira); Ermínio (Anderson Lessa) e Lucas Douglas (Maykinho). Técnico: Fernando Marchiori.
Santo André: Fabrício Araújo; Eliandro, PV, Léo Gobo e Gilberto Jesus; Bruno Luiz (Pedrinho), Gian (Dênis Germano), Gledson e Hayllan (Will); Nunes (Vítor Carvalho) e David Ribeiro. Técnico: Wilson Júnior.
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quinta-feira, 17 de junho de 2021

Mirassol derrota o Oeste entra no G4 do Grupo B da Série C

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde de quarta-feira pintou um jogo perdido bom e velho de guerra na Arena Barueri, na minha primeira cobertura fora da capital desde 27 de fevereiro. Retornei ao Campeonato Brasileiro da Série C após quase quatro anos com um encontro que não era possível até o ano passado: Oeste x Mirassol. Um rebaixado da Série B contra o atual campeão da Série D.

Durante um bom tempo o torneio mais legal do país era a terceirona nacional. Acompanhei com afinco de 1996 até 2008, colocando na Lista um total de 37 times. Em 2009, o certame foi reorganizado com a criação da Série D. A partir de então ficou complicado acompanhar in loco, principalmente pelo ocaso dos clubes da Grande São Paulo. Os únicos da região que disputaram foram Santo André em 2011/2012, Grêmio Barueri em 2013, São Caetano em 2014 e a Portuguesa em 2015/2016. Não à toa minha última vez na Série C tinha sido em julho de 2017, vitória do Ypiranga de Erechim contra o São Bento em Sorocaba.



Dei uma vacilada e nem tirei a foto do Oeste posado, mas aqui estão as imagens oficiais do Mirassol e dos capitães com o quarteto de arbitragem

O rubro-negro vizinho da capital disputa pela segunda vez a competição, a primeira como uma agremiação barueriense. Quando jogou em 2012 (e sagrou-se campeão), ainda tinha como sede a cidade de Itápolis. Após oito temporadas na B, foram rebaixados com a lanterna em 2020. Já o Leão da Alta Araraquarense chega com o status de ser o atual detentor do título da quarta divisão e o melhor time do interior no Paulistão por dois anos seguidos. É a terceira vez que participam da terceirona e nas outras duas, 1995 e 2008, não foram bem.

Vindo de uma ótima campanha na A2, que não foi premiada com o acesso em uma fatídica disputa de pênaltis, o Oeste começou a Série C sendo derrotado pelo Figueirense e empatando com o Novorizontino, ambos fora de casa. O escrete verde e amarelo foi derrotado pelo Ypiranga com o mando de campo e venceu o Botafogo em Ribeirão Preto. Numa chave em que metade das equipes é de São Paulo, qualquer vacilo pode custar caro.

Sob uma temperatura maravilhosa que oscilou entre 16 e 18 graus a peleja na Arena não foi boa. No minuto inicial o Mirassol assustou Rodolfo em ataque de Giovani e depois disso só deu Oeste, atuando com a bizarra camisa azul com detalhes amarelos e vermelhos, em homenagem às cores de Barueri. O problema foi que pintou uma pressão meio bleh, sem muita efetividade e com nenhuma chance real de gol. Léo Artur chegou a anotar o seu aos 23, porém estava impedido. Nada além.






Lances do primeiro tempo de Oeste x Mirassol. Jogo bem movimentado, mas com poucas chances de gol

Na etapa final mudei de lado junto com os avantes locais e a ação ficou do lado oposto. O Mirassol retornou ao gramado bem mais inspirado e teve dez minutos de blitz total. Macena, que entrou no intervalo, foi o principal nome desse período. Com poucos segundos ele finalizou bem e a bola passou raspando. Aos oito ele marcou e o tento foi anulado. Aos 10 não teve jeito. Ele completou cruzamento de Giovani da esquerda, bateu no canto e fez. Rodolfo tocou e não conseguiu impedir o gol visitante.

O rubro-negro buscou o empate no mesmo esquema do primeiro tempo, uma pressão meio sem graça e com pouca objetividade. Matheus Aurélio, arqueiro do Mirassol, fez apenas uma boa defesa em conclusão de fora da área que ele espalmou pela linha de fundo. Aos 23 chegaram a empatar, só que de novo o árbitro anulou por posição irregular. O Leão foi quem criou outros momentos, nada primoroso, o suficiente para se garantirem com a vantagem.



Giovani (9) cruzando da esquerda no gol de Macena e a bola dentro das redes de Rodolfo




O Oeste buscou o empate no restante da etapa final só que errou demais e teve apenas um grande momento

Quando os 90 minutos regulamentares terminaram, o rubro-negro contabilizou novo tropeço, agora no seu estádio: Oeste 0-1 Mirassol. Foi a terceira apresentação do clube de Barueri sem vencer e sem anotarem um golzinho sequer. Apesar disso, Paraná e Ituano conseguem estar abaixo na tábua de classificação pois tem saldo pior. De qualquer forma, o sinal amarelo já está aceso. O Leão agora está na terceira posição com seis pontos ganhos, atrás apenas de Novorizontino e Criciúma. Não duvidem de um novo acesso!

Como a agenda futebolística está incerta, não sei qual será a próxima cobertura. Se tudo der certo, no fim de semana teremos alguns jogos na pauta livre. Resta saber se a CBF vai me autorizar.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Oeste 0x1 Mirassol

Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Ilbert Estevam da Silva/SP; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Tite, Douglas, Kauã Jesus, Léo Artur; Gol: Macena 10 do 2º.
Oeste: Rodolfo; Luís Ricardo, Júnior Alves, Douglas e Salomão; Alison (Jeffinho), Tite (Léo Ceará), Marcinho (Bruno Miguel) e Kauã Jesus (Davi); De Paula (Kaio) e Léo Artur. Técnico: Roberto Cavalo.
Mirassol: Matheus Aurélio; Jeferson, Renan Diniz, Renan Dutra e Foguinho; Daniel, Mateus Anderson (Macena), Bruno Xavier (Lucas Silva), Neto Moura e Rafael Silva (Octávio); Giovani (Samuel Santos). Técnico: Eduardo Baptista.
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