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terça-feira, 30 de maio de 2017

Audax segue sem marcar em casa e perde para a Portuguesa/RJ

Texto e fotos: Fernando Martinez


Pra fechar o final de semana bem, nada como ver um jogo do Campeonato Brasileiro da Série D. Pela segunda rodada da fase inicial, fui ao Estádio José Liberatti pro encontro entre Audax e a genial Portuguesa da Ilha do Governador, time que nunca tinha aparecido nas páginas do blog até hoje, valendo pelo Grupo A12.

Tudo bem que faz tempo que isso não acontece, mas na nossa história fizemos várias viagens ao Rio de Janeiro, porém em nenhuma delas vimos o onze rubro-verde. Eu já tinha colocado a equipe na minha Lista em tempos pré-JP em setembro de 2004 num genial Portuguesa x Portuguesa no Ulrico Mursa. No ano passado não deu certo ir até Sorocaba ver a Lusa contra o São Bento, mas em 2017 finalmente essa lacuna pôde ser preenchida.

Essa é a segunda participação do Audax na última divisão nacional e por enquanto nada indica que ela será melhor do que a anterior. Falando nisso, confesso que não consigo entender a diretoria do clube, pois eles preferem fazer parcerias surreais com Deus e o mundo e não aproveitam a chance de montar um elenco de respeito que lute pelo acesso à Série C. Não sou gestor e não sou expert em administração esportiva, só que para mim certamente é uma forma estranha de se comandar uma agremiação.

Em 2016, os osasquenses montaram um catadão e foram lanternas da sua chave, isso sem ganharem nenhuma partida e marcando apenas um gol em seis compromissos. Aqui no blog fiz a cobertura dos três jogos realizados no José Liberatti e nos três o que se viu foi um show de horrores: derrotas por 2x0 para a Caldense e para o Boavista e um empate sem gols contra o Espírito Santo.

Na estreia em 2017 o clube foi até Goiás e trouxe de volta na bagagem uma derrota pela contagem mínima pro Itumbiara. Não esperava muito desse primeiro compromisso no Rochdale, ainda mais por conta dos 3x0 que a Portuguesa aplicou no URT. Na minha opinião, os cariocas eram favoritos.


Grêmio Osasco Audax Esporte Clube - Osasco/SP


Associação Atlética Portuguesa - Rio de Janeiro/RJ


O árbitro tocantinense Leandro Cunha de Oliveira e os paulistas Leandro Matos Feitosa e Patrick Andre Bardauil escalados como assistentes e Douglas Marques das Flores como o quarto árbitro, além dos dois capitães

Depois de mandar aquele sempre obrigatório almoço natural e ficar uma hora no fliperama, cheguei no Liberatti junto com o Mílton, Pucci, Mário, Bruno e Ricardo Espina e a movimentação não indicava que teria um jogo de futebol ali. Se no ano passado a torcida já não se fez presente com o vice-campeonato estadual, imaginem agora depois do triste rebaixamento na A1. O borderô oficial apontou que o público pagante foi 1.691 pessoas, porém nem 1/4 desse número ocupava as arquibancadas.

Quem estava lá viu exatamente o mesmo cenário da temporada passada pois o Audax não conseguiu emplacar uma boa atuação e foi dominado pela Lusa por quase todo o tempo inicial. A primeira grande oportunidade aconteceu em cabeçada de Murilo Henrique que obrigou Felipe Alves a fazer uma grande defesa.

Minutos depois a zaga paulista fez pênalti e Thiago Amaral se encarregou da cobrança. O camisa 9 bateu mal e o arqueiro osasquense fez a defesa. Os donos da casa até tentavam encaixar algum ataque perigoso, só que concentravam as ofensivas em bolas alçadas na área, todas sem perigo.

No finalzinho do primeiro tempo, não teve jeito pros locais e os visitantes saíram na frente aos 42 minutos. Diego Maia fez ótima jogada pela esquerda e cruzou para Maicon Assis. Ele recebeu o passe e tocou no canto da meta local, levando a peleja pro intervalo com a vantagem parcial pro time do Rio de Janeiro.


Ataque do Audax pelo alto. Foi assim que o time concentrou suas chances no primeiro tempo


Diego, camisa 6 da Portuguesa, se mandando para o ataque


Detalhe do pênalti perdido pelo time rubro-verde em cobrança de Thiago Amaral e defesa de Felipe Alves


Ataque carioca pela esquerda


Maicon Assis saindo para comemorar seu gol no Rochdale

Subi até a arquibancada e dali acompanhei o tempo final junto com os amigos, agora também contando com a presença do Emerson, seu Natal e Sérgio Oliveira, fechando um quórum de absoluto respeito. E foi justamente o papo com a rapaziada que salvou a tarde, pois os últimos 45 minutos foram terríveis.

O onze rubro-verde passou a se preocupar mais em se defender e pouco se arriscou no campo de ataque. Já o Audax teve mais tempo a bola nos pés e tentou chegar ao empate. Apenas tentou, já que chance de gol mesmo que é bom não se viu. Ambos poderiam estar jogando até agora que o marcador não seria mais alterado.


Bola zanzando dentro da área local no começo do segundo tempo


Ofensiva do Audax pela direita


Mais um ataque local na busca pela igualdade no marcador

O óbvio Audax 0-1 Portuguesa colocou os cariocas como líderes do Grupo A12 com seis pontos ganhos e quatro gols de saldo, à frente do Itumbiara, que tem a mesma pontuação mas apenas dois de saldo. Audax e URT estão em branco e jogam no próximo sábado, também no Rochdale, para manterem o sonho da classificação ainda vivo.

Encerrei os trabalhos do final de semana com mais essa cobertura. Futebol de novo só na quarta-feira com ao Brasileiro Feminino e no final de semana, com direito a Segundona Paulista e mais rodada da Série D.

Até a próxima!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Barcelona segue com sua série sem vitórias na Segundona

Texto: Fernando Martinez. Fotos: Fernando Martinez e Ricardo Pucci (times posados)


Entre as coberturas da Série D do final de semana, na manhã do domingo fui cumprir minha obrigação moral e cívica de bater cartão nos jogos do Barcelona Capela como mandante no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (já alcancei a marca de 21 consecutivos). Na primeira rodada do returno do Grupo 3, o Elefante recebeu o CA Diadema no Estádio Nicolau Alayon. Essa foi a 106ª partida dos paulistanos na sua história, a 37ª em que estive presente e a 43ª com matéria no Jogos Perdidos.

O time da capital fechou o turno com três pontos ganhos e sem nenhuma vitória, mas com certeza o futebol apresentado foi melhorando ao decorrer do certame e isso tornou a campanha realizada bastante digna. A título de curiosidade, o clube da Zona Sul paulistana ainda não venceu atuando na casa nacionalina até hoje. Antes desse confronto, foram disputados catorze jogos com três empates e onze derrotas.

Dormi pouco na madrugada e perdi gloriosamente a hora de estar no Alayon antes do apito inicial. Por sorte os amigos Mário e Pucci estavam lá (junto com a dupla Mílton e Bruno) e captaram as fotos oficiais dos times. Cheguei na cancha com cerca de dez minutos jogados e por sorte não perdi muita coisa.


Barcelona Esportivo Capela Ltda. - São Paulo/SP


Clube Atlético Diadema - Diadema/SP

As duas agremiações ocupam as duas últimas posições da chave, porém a peleja foi bastante movimentada e com boas oportunidades dos dois lados, especialmente a favor do CAD. Os diademenses foram mais incisivos e levaram enorme perigo para a meta defendida por Alexandre. O que mais atrapalhou foi o estado ruim do gramado.

O primeiro tempo seguiu com o CAD melhor e o Elefante tentando emplacar aquele contra-ataque maroto. Depois dos visitantes desperdiçarem algumas chances de abrirem o placar, foi o Barcelona quem fez o primeiro aos 44 minutos com o camisa 5 Alessandro. A partida chegou ao seu intervalo com a vitória parcial dos paulistanos.


Atleta do Barcelona desarmando jogador do Diadema


Alessandro, camisa 5 local, mandando um drible em cima de atacante do CAD


Chegada do Diadema no fim do primeiro tempo

O tempo final nem bem havia começado e a vantagem do Barcelona foi pro espaço, já que William deixou tudo igual aos sete minutos. O que se viu daí pra frente foi uma luta constante das duas agremiações pelo segundo tento. Teve chance de todos os tipos, cores e tamanhos saindo pela linha de fundo.

Sem exagero nenhum dá pra dizer que o placar poderia ter ficado em 3x3 tamanho o perigo levado pros respectivos arqueiros. Como os atacantes não estavam com a inspiração em dia, ao término dos 90 minutos o árbitro encerrou os trabalhos com o marcador mostrando o resultado de Barcelona 1-1 CA Diadema. Foi o quarto encontro entre eles e o CAD agora soma duas vitórias e dois empates.


Escanteio pela esquerda e chance local pelo alto



Um bom ataque do Elefante e uma disputa de bola no meio de campo durante o bom segundo tempo

O 1x1 não tirou as equipes dos últimos lugares do grupo nem fez com que chegassem perto do G4, só que pelo menos deixou uma impressão agradável aos torcedores. O Elefante chegou ao seu 14º jogo sem vitória e se não vencerem nenhum dos próximos cinco compromissos, igualam a marca histórica de 19 compromissos sem nenhum triunfo obtida entre 2015 e 2016. Estamos na torcida para que a incômoda marca possa ser quebrada o quanto antes.

Saí do Nacional junto com a rapaziada com tempo suficiente para ir de trem até Osasco e fazer aquela boquinha marota antes de seguir para a rodada vespertina. Teve confronto histórico na parada e uma estreia (tardia, é verdade) nas páginas do blog.

Até lá!

Dia histórico para o São Bernardo FC na Série D

Texto e fotos: Fernando Martinez


O Campeonato Brasileiro da Série D teve sua segunda rodada disputada nesse final de semana e, aproveitando a onda de jogos legais na região, me fiz presente em dois duelos. O primeiro foi o genial, inédito e histórico encontro entre São Bernardo FC e Internacional de Lages no Estádio Primeiro de Maio valendo pelo Grupo A16.

Fundado no final de 2004, o Tigre do ABC percorreu todos os níveis do futebol paulista e depois de lutar bastante, em 2016 fez uma boa campanha na A1 do Paulista e ganhou uma vaga na Série D desse ano. Vale lembrar que o clube precisa subir de divisão para se manter com um calendário mais completo em 2018, já que foi rebaixado no estadual e, por enquanto, está fora dos nacionais do próximo ano. Após vencer o campeão gaúcho Novo Hamburgo na semana passada, foi a vez de fazer sua primeira apresentação dentro de casa num Brasileirão.

Falando do genial Leão Baio, essa é a terceira participação do clube na última divisão nacional, a terceira seguida. Em 2015 caíram na primeira fase (cobrimos o duelo deles contra o Red Bull na cidade de Campinas) e na temporada passada chegaram às oitavas de final, quando foram eliminados pelo Ituano. Na disputa do estadual 2017 eles fizeram uma campanha sofrida que terminou com a fuga do rebaixamento na rodada derradeira. Já na estreia da D, um triunfo contra o Foz do Iguaçu.


São Bernardo Futebol Clube Ltda. - São Bernardo do Campo/SP


Esporte Clube Internacional - Lages/SC


Capitães dos times junto com o árbitro sergipano Diego da Silva, os assistentes paulistas Fabrício Porfírio de Moura e Fábio Rogerio Baesteiro e o quarto árbitro, também paulista, Douglas Marques das Flores

É fato que o time do ABC já teve dias melhores dentro e fora de campo, mas mesmo assim esperava um público maior nessa peleja tão simbólica. Não que os 1.026 pagantes sejam um público ruim, só que o duelo merecia mais torcedores nas arquibancadas. Quem foi acabou vendo uma partida razoável, aonde o onze local teve o domínio durante a maior parte do tempo.

Logo aos nove minutos o Tigre abriu o marcador com Paulo Marcelo aproveitando um rebote do goleiro Volpi. O Inter de Lages até foi superior nos minutos seguintes. Não que tenha rolado alguma chance clara (não rolou), mas valeu a intenção. Para deixar a situação colorada ainda mais complicada, os locais levavam grande perigo nos contra-ataques.


Começo de ataque do time visitante


A comemoração dos atletas do Tigre no primeiro gol como mandante na Série D


A Inter até que atacou bastante no primeiro tempo, porém não teve nenhuma chance clara para chegar ao empate


Bom ataque visitante pelo meio


Thiago César cobrando falta com perigo no fim do tempo inicial

Acompanhei o primeiro tempo dentro de campo e no segundo fui até a arquibancada fazer companhia pro ressurgido Emerson, que agora promete voltar à ativa e aos jogos perdidos aos poucos. De lá vimos o São Bernardo FC criar dois grandes momentos para ampliar o marcador bem no início da etapa final.

Eram decorridos dez minutos quando Thiago chutou, Volpi fez brilhante defesa e a pelota sobrou livre pro camisa 8 Vinícius Kiss. Ele chutou forte, porém a bola beijou a trave. O destino não quis ajudar os donos da casa. Esse foi o primeiro e último grande lance local do segundo tempo.

O momento mais agudo a favor dos visitantes aconteceu aos 34 minutos quando Luizinho se livrou dos zagueiros e finalizou longe da meta. Os alvirrubros até tentaram montar aquela famosa blitz ofensiva em busca da igualdade nos momentos derradeiros, só que realmente não era o dia dos catarinenses no Primeiro de Maio.


O Primeiro de Maio recebeu um público tímido no sábado: 1.026 pagantes


Luizinho, camisa 9 do Inter, pede pênalti depois de cair na área


Abafa visitante na busca por um ponto

O placar final de São Bernardo FC 1-0 Inter de Lages colocou o Tigre na liderança isolada do Grupo A16 com seis pontos ganhos em duas rodadas disputadas. O Colorado é o vice-líder com três e Foz do Iguaçu e Novo Hamburgo vem em seguida com um ponto cada. Na próxima rodada o onze paulista pega o Foz de novo em casa e um novo triunfo deixará a equipe perto da classificação.

Voltei rapidinho pra casa no sábado para assistir a grande final da Série A3 entre Inter de Limeira e Nacional. Depois de acompanhar mais da metade da campanha do time ferroviário no certame, não pude comparecer ao Limeirão por conta do meu atual estado de falência. Mesmo assim, foi muito legal e gratificante acompanhar pela telinha o terceiro título paulistano na A3 em todos os tempos. A todos que fizeram parte disso, deixo aqui os parabéns.

Falando em Nacional, a rodada do domingo começou na casa do grande campeão da terceirona com mais uma apresentação do Barcelona Capela na Segunda Divisão. A minha missão era manter os 100% de aproveitamento em compromissos como mandante desde 2015.

Até lá!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Triunfo verde em cima do Atletico Tucumán na Libertadores

Texto e fotos: Fernando Martinez


Por volta das três da tarde da última quarta-feira estava de boa em casa, dedicado às pesquisas sobre as divisões de acesso do estado. Naqueles lances de sorte que acontecem de vez em quando, de última hora pintou uma reviravolta na agenda e então consegui um ingresso pro encontro entre Palmeiras e Atletico Tucumán pela última rodada do Grupo 5 da Taça Libertadores da América.

Devo a inclusão do time número 656 na minha Lista ao amigo Renato Rocha (que infelizmente não pôde estar presente na minha companhia), já que foi ele o responsável direto pela minha ida ao Allianz Parque pela terceira vez na história. Diferente do que aconteceu na peleja contra o Jorge Wilstermann, dessa vez não passei nenhum perrengue na entrada. Pela primeira vez fiquei no setor Superior Sul, do lado da torcida argentina.


Palmeiras, Atletico Tucumán e o Allianz Parque com um grande público

Aliás, os "hinchas" do "El Gigante del Norte" deram um show, assim como acontece praticamente com todos os times da terra de Diego Armando Maradona (e ainda tem gente que bate na tecla que somos o país do futebol). Mesmo precisando de uma vitória por dois gols para se garantirem na segunda fase da competição, eles não desanimaram em nenhum momento.

Motivos pra comemorar eles tem de sobra. Essa foi a primeira participação do Club Atlético Tucumán na principal competição do continente. A equipe fundada em 1902 vem vivendo o seu melhor momento desde que passou a fazer parte da principal divisão do campeonato argentino após o título da Primera B Nacional de 2008/2009.

A primeira temporada na elite se deu em 2009/2010 e terminou com o rebaixamento. Até 2015 eles permaneceram na Primera B e então foram campeões novamente. No certame de transição de 2016 os Decanos ficaram na quinta posição na classificação geral e se garantiram na Libertadores pela primeira vez na história. Para chegar à fase de grupos, eles eliminaram o El Nacional do Equador (num dos momentos mais surreais da história da Taça) e o Junior de Barranquilla da Colômbia.

Voltando às emoções do último duelo alviverde na fase de grupos, dessa vez o público presente passou pouco sufoco, porém viu um jogo legal e repleto de chances desperdiçadas dos dois lados. Os locais fizeram 1x0 aos 14 minutos com o colombiano Mina e poderiam ter feito ainda mais. O Tucumán quase marcou num chute na trave aos 23 e num inacreditável momento de Rodriguez aos 32. O avante argentino teve o gol aberto à sua disposição depois de rebote de Fernando Prass, porém miseravelmente mandou pra fora.


Um dos bons ataques palmeirenses no primeiro tempo


A primeira grande chance de gol do Tucumán foi nesse lance aonde a bola bateu na trave aos 23 minutos


Outra investida local pelo alto durante o tempo inicial

No tempo final os palmeirenses voltaram ao gramado na base do sono e durante vinte minutos sofreram com as investidas visitantes. Aos nove Rodriguez marcou, só que ele estava impedido e o tento foi anulado. Dois minutos depois, ele mesmo completou cruzamento da esquerda e finalmente deixou tudo igual. Foram (poucos) minutos de tensão pro torcedor paulistano.

O clima mais nervoso do ar se dissipou aos 23 com o gol de William contando com a preciosa e bizarra ajuda da zaga do Tucumán. Aos 33 e 34 minutos por muito pouco o CAT não deixou novamente tudo igual. Quem salvou a pátria palestrina foi a trave e Fernando Prass. E quando a partida parecia definida, Zé Roberto fechou a fatura nos acréscimos.


Lance perigoso dentro da área argentina no segundo tempo


O Tucumán foi derrotado, mas teve seus momentos de perigo durante os últimos 45 minutos

O resultado final de Palmeiras 3-1 Atletico Tucumán classificou o onze tupiniquim na primeira colocação da chave e levou com ele o Jorge Wilstermann para as oitavas. Os argentinos se contentaram com o terceiro posto e com a vaga na segunda fase da Copa Sul-Americana. Sem sombra de dúvida um enorme resultado.

Com essa peleja fechei uma marca importante: consegui ver as quatro equipes inéditas que vieram a São Paulo tanto na Libertadores, quanto na Sul-Americana. A saber: Jorge Wilstermann da Bolívia, Independiente Santa Fe da Colômbia, o Atletico Tucumán e o genial Defensa y Justicia, também da Argentina. 100% de aproveitamento conquistado com louvor (e um pouquinho de sorte)!

Até a próxima!

quarta-feira, 24 de maio de 2017

XV vence o genial São Paulo/RS e estreia bem na Série D

Texto e fotos: Fernando Martinez


No último final de semana começou a nona edição do genial Campeonato Brasileiro da Série D, de longe a mais legal até hoje. Nada melhor do que fazer a estreia com uma viagem digna do antigo "Especial do Mês". A pedida foi colocar o pé na estrada e seguir até o Estádio Barão de Serra Negra, local do imperdível e esperado encontro entre XV de Piracicaba e o sensacional São Paulo de Rio Grande, o time 655 da Lista.

Na atual temporada o XV disputou a Série A2 e fez uma campanha muito fraca, o que deixou o time perto da zona de rebaixamento durante toda a competição. A salvação veio na rodada derradeira com um triunfo contra a Portuguesa. Já o São Paulo faz parte da primeira divisão do seu estado e nesse ano terminou o certame na nona colocação, apenas um ponto atrás do G8 e das quartas-de-final. Por ser primeira rodada da Série D, não tinha a menor ideia do que esperar desse duelo.

Assim como aconteceu em 2016, 68 equipes fazem parte da quarta divisão nacional, 47 delas que também participaram na temporada passada. As agremiações estão divididas em dezessete chaves com quatro times cada e passam para a segunda fase os primeiros colocados e os quinze melhores segundos, somando 32. XV e São Paulo fazem parte do Grupo A15 junto com Operário de Ponta Grossa e Brusque. Desde que a CBF criou o torneio, esse é o que tem mais times "de perto" da capital, um abençoado presente.

Os dois nunca haviam se enfrentado e apesar disso a tradição de ambos é absurda. Juntos, eles somam 223 anos (o XV foi fundado em 1913 e o São Paulo em 1908) e um vasto cardápio de conquistas somado a uma história riquíssima. O alvinegro já foi campeão da Série C em 1995 e levou cinco vezes o caneco da A2, além de um sem número de participações na elite estadual. O São Paulo tem na sua sala de troféus o título gaúcho de 1933 e está entre os vinte times mais antigos do Brasil.

Depois de vencer a Copa Paulista em 2016, o Nhô Quim assegurou seu retorno a um Brasileiro depois de 14 anos, já que a última participação se deu na Série C de 2003. Ao todo, os piracicabanos somam dezoito temporadas - dezenove com a desse ano - perambulando entre Série A, B e C. O Leão do Parque tem apenas sua sexta participação, isso depois de ficar de fora do nacional por 34 anos (da Taça de Ouro de 1982 até a D de 2016).

Nessas seis disputas, os gaúchos enfrentaram paulistas em treze oportunidades, sete delas na terra dos bandeirantes. O retrospecto mostra apenas uma vitória (2x1 contra a Ferroviária em 1981) e seis derrotas. Aliás, foram seis compromissos entre 1980 e 1982 e o outro somente em 2016, contra o Linense. Como visitar Lins significa gastar uma grana e ter uma logística complicadíssima, não teve como ir pra lá no ano passado. Por sorte a tabela colocou o clube rubro-verde relativamente próximo da capital nesse ano. Sendo assim, não tinha como perder essa oportunidade.

O quórum começou a ser montado duas semanas antes da peleja e passou por um rodízio de integrantes bastante intenso. Por fim, a caravana seguiu até a bela cidade interiorana com o seu Natal tomando conta do volante, comigo e com a dupla Renato e Estevan. A viagem foi tranquila, na boa e chegamos no Barão faltando cerca de uma hora e meia pro apito inicial.

Na história do blog fizemos dez coberturas na Atenas Paulista, a última delas há cinco anos com uma partida do Vera Cruz local pelo Amador do Estado. No Barão da Serra Negra foram oito, a maior parte delas com o Orlando até 2010. Eu nunca tinha visto um jogo profissional ali, e minha solitária visita até então havia sido na Copa São Paulo de 2011, numa rodada dupla que contou com um XV e Sete de Setembro de Dourados e um Inter de Porto Alegre e Primeira Camisa.


Esporte Clube XV de Novembro - Piracicaba/SP


Sport Club São Paulo - Rio Grande/RS


Trio de arbitragem comandado pelo mineiro Marco Aurélio Ferreira, além dos assistentes e quarto árbitro paulistas Alex Ang Ribeiro, Luiz Alberto Nogueira e José Cláudio Rocha Filho junto com os capitães dos times


A torcida do time gaúcho presente em Piracicaba

Feliz por finalmente ver uma partida da equipe principal do Nhô Quim dentro dos seus domínios, passei pela lojinha do clube que fica no próprio estádio (em tempo, essa era uma iniciativa que todos os times deveriam fazer) antes de seguir ao gramado. A movimentação era tímida e começou a se intensificar faltando cerca de meia hora pro apito inicial.

O tempo estava nublado, mas a chuva tinha dado uma trégua desde que saímos de São Paulo. Foi só passar do portão de entrada que ela voltou e permaneceu até a segunda-feira. No tempo inicial ela ainda teve momentos tranquilos, e esse cenário não atrapalhou os atletas. Durante os primeiros 45 minutos, o XV foi melhor.

A primeira grande oportunidade aconteceu aos nove minutos com Léo Carvalho. Ele deu uma caneta no defensor e chutou forte. A bola bateu na trave e saiu pela linha de fundo. Jogar pela direita era a melhor alternativa, e a maior parte dos ataques quinzistas saía por esse lado do campo. Romarinho teve boa chance aos 17, só que a pelota saiu longe do gol.

Aos 24 minutos o atacante Frontini quase fez o primeiro em cabeçada que tirou tinta do travessão. Conforme o tempo passava a chuva ia apertando. Nos momentos finais o temporal já era uma realidade quando Romarinho abriu o marcador e fez a festa dos 1.862 torcedores presentes. Ele recebeu passe de Gilsinho e chutou de pé direito, colocando a pelota no canto de Deivity.


Primeira grande chance do XV em chute de Léo Carvalho que bateu na trave


Henrique, camisa 6 do São Paulo, tentando o desarme


Ótima chance de Romarinho pela esquerda


Boa jogada do Nhô Quim em lance pela lateral


Frontini tentando o gol do XV de cabeça, sob o olhar de Henrique

O dilúvio estava com tudo e o que me salvou durante o segundo tempo foi a genial cabine de imprensa que fica atrás do gol da esquerda do Barão. Dá pra ter uma ótima visão de todo o gramado, então como o mundo estava caindo, fiquei ali durante a maior parte do tempo. Dali vi Frontini reiniciar os trabalhos colocando outra bola na trave.

Estava difícil jogar bola no encharcado gramado e esse panorama prejudicou demais os últimos 45 minutos. Mesmo assim o São Paulo se mandou ao ataque e levou bastante perigo para a meta defendida por Mateus Pasinato. O arqueiro fez duas grandes intervenções em chutes de Saravai e Flávio, respectivamente aos 21 e aos 25, e evitou o empate.

O maior nome do triunfo piracicabano acabou sendo o de Vinícius Simon, zagueiro paulista. Eram decorridos 36 minutos quando Raphinha finalizou e a bola passou pelo camisa 1, porém não passou pelo ligado defensor, que salvou o gol do São Paulo em cima da linha. Desse momento até o apito final, o onze visitante não conseguiu mais nenhuma chance clara.


Da cabine de imprensa atrás do gol da esquerda, essa é a visão do gramado. O local salvou minha pele durante o tempo final


Zaga gaúcha protegendo a pelota


Deivity observando o início de um ataque do XV


Zaga visitante tirando a bola de dentro da área


Placar final no Barão de Serra Negra e o retorno com o pé direito do XV ao nacional

O placar final de XV de Piracicaba 1-0 São Paulo/RS foi uma grande estreia do Nhô Quim, que agora viaja para enfrentar o Operário longe de casa. Os gaúchos receberão o Brusque no Aldo Dapuzzo. Por ser um campeonato de tiro curto, qualquer ponto conquistado é essencial pensando na classificação.

A peleja terminou mas o temporal não. Voltamos a São Paulo debaixo de muita chuva e com o seu Natal voando a 60 quilômetros por hora, com pouca visibilidade e com um papo genial dentro do Possante 558. Bom matar a saudade dessas jornadas!

Até a próxima!