Massacre palmeirense contra o Real Ariquemes na estreia do Brasileiro Feminino

Texto e fotos: Fernando Martinez

Depois de uma semana toda de descanso e de ter perdido um 14x0 no sábado, a manhã do domingo reservou a minha primeira cobertura no Campeonato Brasileiro Feminino 2023. Direto do Allianz Parque, fui acompanhar um imperdível Palmeiras x Real Ariquemes, a histórica estreia do time de Rondônia na elite nacional. Favoritismo total das alviverdes.

O Real Ariquemes Esporte Clube conquistou uma vaga na elite nacional após ter feito bela campanha na Série A2 em 2022. Nas quartas de final, derrotou o Fortaleza como visitante por 1 a 0 e depois, com um 0 a 0 em casa, se garantiu na A1. Na semi, acabou sendo eliminado pelo Ceará, futuro campeão. Vai ser difícil, porém torço para que façam uma campanha boa e se mantenham na primeirona.

Falando do Palmeiras, a estreia seria realizada em Jundiaí por conta de uma parceria que fizeram com o Paulista. Ainda bem que alguma boa alma trouxe o confronto para a capital. Apesar de muitos acharem que é uma boa, jogo no Jayme Cintra certamente irá afastar grande parte dos torcedores. No meu caso, pelo menos nessa, deu tudo certo.

SE Palmeiras (feminino) - São Paulo/SP

Real Ariquemes EC (feminino) - Ariquemes/RO

Quarteto paulista na minha primeira rodada do Brasileiro Feminino em 2023: a árbitra Fernanda dos Santos de Souza, as assistentes Izabele de Oliveira e Izabele de Oliveira e o quarto árbitro Pablo Rodrigo Soares de Oliveira junto com as duas capitãs

O Brasileiro Feminino repete em 2023 a fórmula dos últimos anos. Os 16 participantes se enfrentam em turno único e os oito melhores colocados se garantem nas quartas de final, enquanto os quatro últimos vão jogar a Serie A2 em 2024. Pena que a CBF, que enche a boca para dizer que respeita o futebol feminino, siga dando migalhas aos clubes e eles acham que está tudo bem. Os influencers e bloqueirinhas que não conseguem enxergar um palmo além do nariz também repetem bobagens e não sabem falar sobre os verdadeiros problemas. O caminho do sucesso ainda está longe do final.

Fui sozinho até a casa alviverde e o Milton garantiu um lugar na torcida visitante, dividindo o espaço com familiares da zagueira Amanda. Todo mundo em sã consciência esperava uma vitória local, talvez por uma boa margem de gols. No começo ficamos com essa impressão quando Laís abriu o marcador após rebote da goleira rondoniense. É, só que parou nisso. No restante da etapa inicial, jogo amarrado e o Palmeiras quase sem nenhuma inspiração.

Cruzamento dentro da área do Real Ariquemes

Detalhe do primeiro gol marcado pelas locais através de Laís

Mais lances do modorrento primeiro tempo no Allianz

No tempo final vi tudo do alto, na companhia do magnânimo Édson de Lima, monstro das coberturas de futebol feminino. O papo estava bom, a partida não tanto. O Real criou uma boa chance no início e Kate Tapia apareceu bem. Aos seis, Laís atacou pela direita e cruzou. A zagueira Amanda, para a tristeza do pessoal que torcia por ela na arquibancada, fez contra.

A peleja seguiu em ritmo morno até os 23 minutos. A partir daí, o negócio pegou no breu. Duda Santos fez o terceiro aos 23, Poliana o quarto aos 26 e Bia Zaneratto o quinto aos 29. Aí pintou um breve momento de descanso, antes da última blitz. Yamila Rodriguez fez 6 a 0 aos 37. Aos 42, Andressinha fez um belo gol de falta. Nos acréscimos, sem deixar o Real respirar, Yamila fez aos 46 e Letícia Ferreira fechou o massacre aos 47. Bia Zaneratto poderia ter ampliado o triunfo para dois dígitos, só que ela perdeu um pênalti no final.

Como bem disse o amigo Édson, o glorioso chroma-key atrás do gol da esquerda do estádio alviverde

Não sei quais foram, mas todas essas fotos são de gols palmeirenses no segundo tempo

Bia Zaneratto mandando na trave a chance do 10x0

O Palmeiras 9-0 Real Ariquemes deu um up na média de gols no ano até aqui. Tudo bem que jogaram fora de casa contra uma das favoritas ao título, mas pelo visto será complicado o time de Rondônia se manter na elite em 2024. Que seja ao menos uma campanha digna e que aproveitem bem a estadia na elite do país.

Foi isso. Retornei ao doce conforto do QG da Zona Oeste passar o restante do domingo pensando que futebol de novo deve rolar apenas no fim da semana com a abertura de outro campeonato (des)organizado pela CBF.

Até lá!

Ficha Técnica: Palmeiras 9-0 Real Ariquemes

Local: Allianz Parque (São Paulo); Árbitra: Fernanda dos Santos de Souza/SP; Público: 2.825 pagantes; Renda: R$ 42.100,00; Cartões amarelos: Luana, Lira; Gols: Laís Estevam 26 do 1º, Amanda (contra) 6, Duda Santos 23, Poliana 26, Bia Zaneratto 29, Yamila Rodrigues 37, Andressinha 42, Yamila Rodriguez 46 e Letícia Ferreira 47 do 2º.

Palmeiras: Kate Tapia; Bruna Calderan (Flávia), Poliana, Sorriso e Katrine (Juliete); Duda Santos, Amanda Gutierres (Letícia Ferreira), Andressinha e Camilinha (Lorena Benítez); Bia Zaneratto e Laís Estevam (Yamila Rodríguez). Técnica: Vanessa Fernanda.

Real Ariquemes: Letícia; Jaque, Amanda, Dulce (Alice) e Laura; Thaísa (Luana), Mafe e Lira; Naiane, Karol Lins (Maria) e Martha (Geise). Técnico: Paulo Eduardo.

Oeste (finalmente) vence a primeira na Arena em 2023

Texto e fotos: Fernando Martinez

A sessão futebolística do feriadão de Carnaval, infelizmente, foi única. Acordei cedo no sábado e fui até a Arena Barueri curtir de perto o confronto, válido pela 11ª rodada, entre Oeste e Grêmio Novorizontino, uma espécie de "intruso" na edição 2023 do Campeonato Paulista da Série A2.

O rubro-negro quebrou uma sequência de nove partidas sem vitórias na quarta-feira ao fazer 2 a 1 no Juventus fora de casa. O triunfo fez o time subir para 13º, ainda muito ameaçado pelo rebaixamento. Já o Tigre é o terceiro e faz belíssima campanha. É sem dúvida um dos grandes favoritos para voltar à elite em 2024 e mostrar que a queda em 2022 foi "apenas" um acidente de percurso.

Estive, como de costume, com o Milton na jornada matutina. O sistema de trens da ViaMobilidade, um horror desde que tomou conta dos trilhos em 2022, funcionou de boa e chegamos em Barueri rapidinho. O rei Sol estava todo pimpão no céu e a previsão era de bastante calor durante a peleja. Mesmo assim, encarei a missão de ver pelo menos 45 minutos dentro de campo.

Oeste FC - Barueri/SP

Grêmio Novorizontino - Novo Horizonte/SP

Sabadão de Carnaval em Barueri com a foto oficial do árbitro Thiago Lourenço de Mattos, os assistentes Leonardo Augusto Villa e Dênis Matheus Afonso Ferreira e a quarta árbitra Marianna Nanni Batalha

Quando a pelota começou a rolar, só deu Novorizontino. O clube teve nada menos do que quatro grandes chances na etapa inicial, porém não foi capaz de abrir o marcador. Aos 16, Gledson fez boa defesa em tiro de Rômulo de longe. Gledson, de novo, fez milagre aos 36 em finalização de Ronaldo à queima-roupa. Aos 42, outra vez intervenção precisa do arqueiro em conclusão cruzada de Aylon. Aylon, de novo, acertou o travessão em lance no último minuto. Os locais não tomaram o gol na base do milagre.

Fui fazer companhia ao amigo nas cabines na etapa final e nada mudou dentro das quatro linhas. O Tigre seguiu melhor, infernizando a zaga local. Com três minutos, Bruno Costa mandou cruzado. Aos seis, nova oportunidade aguda. O Oeste não era capaz de passar do meio-campo e só foi fazer isso aos 10, com Reifit tocando pela linha de fundo. Aí a zaga do escrete preto e amarelo resolveu dar uma forcinha ao Oeste na saída de bola. Um dos zagueiros sofreu pressão de Cristian, perdeu o domínio e o camisa 9 rubro-negro rolou até o meio da área. Reifit tocou de leve, no canto esquerdo e inaugurou o placar.

O Tigre sentiu o golpe e ficou um bom tempo sem atacar. A única investida digna de registro foi aos 27 com chute de Aylon e outro milagre de Gledson, o grande nome da manhã em Barueri. Foi uma defesa de mão trocada que tinha o destino certo. Nos minutos restantes, os donos da casa se seguraram bem e conquistaram o primeiro triunfo na Arena em 2023.

Lances de Oeste x Grêmio Novorizontino iniciando a folia

Primeira vitória do Oeste como mandante em 2023

O Oeste 1-0 Grêmio Novorizontino levou o Rubrão ao 9º lugar com 13 pontos, às portas da zona de classificação. Faltando quatro jogos, não é nada absurdo pensar em vaga nas quartas de final. O Clube de Novo Horizonte se manteve em terceiro e certamente estará entre os oito. O que não podem é vacilar e perderem pontos bobos.

Estava saindo do estádio quando ganhei uma bem-vinda carona que me faria chegar uma hora antes em casa. Ninguém iria recusar, não é mesmo? Então eu e o Milton fomos felizes no carro até que, em menos de cinco minutos de trajeto, ele quebrou. Ficamos então estacionados por meras três horas e meia (!) no acostamento da Castello Branco aguardando um guincho chegar. Nesse ínterim - adoro essa palavra - caiu o mundo e a chuva não sossegou por um minuto sequer.

A visão que tive por quatro horas depois do jogo. Das quatro horas, 30 minutos sem chuva, mas quando ela chegou não parou mais. Poucos tiveram um sábado de Carnaval tão inspirado quanto o meu

Acabou que se fosse pela seguradora do dono do carro ainda estaríamos lá. O guincho chegou após uma eternidade, só que ele tinha apenas dois lugares disponíveis. Não deixaria o Milton sozinho, então tive que pedir um Uber para ir embora junto com o amigo. Perdi quatro horas e 55 reais nessa brincadeira. Podre e com sono, cheguei no QG da Zona Oeste depois das cinco da tarde. Paciência. Quando lançar o livro de melhores (e piores) história do JP, essa estará lá.

Com essa pequena epopeia informo que futebol de novo por essas bandas só no próximo final de semana, provavelmente com a rodada inicial do Brasileiro Feminino e duelo imperdível na capital. Sem carona, por favor.

Até lá!

Ficha Técnica: Oeste 1-0 Grêmio Novorizontino

Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos; Público: 976 pagantes; Renda: R$ 9.760,00; Cartões amarelos: Di Maria, Cristian, Davi, Léo Tocantins; Gol: Reifit 11 do 2º.

Oeste: Gledson; Lucas Rodrigues, Diego Jussani, Diego Augusto e Di Maria (Davi); Paulinho, Ítalo (Reifit), Negueba e Marcelo Toscano (Bruno Gonçalves); Cristian e Guilherme Portuga (Motta). Técnico: André Zacharias (interino).

Novorizontino: Georgemy; Williean Lepo (Raul Prata), Adriano, Renato Palm e Roberto (Léo Tocantins); Geovane (Bruno Silva), Lucas Café (Renan Gorne), Bruno Costa e Rômulo (Marlon); Ronaldo e Aylon. Técnico: Eduardo Baptista.

Empate ruim para Portuguesa e Ferroviária no Canindé

Texto e fotos: Fernando Martinez

Falei aqui no começo do mês que adoro ver confrontos entre o último contra o penúltimo em tudo que é torneio desde sempre. Se no dia 4 estive em São Caetano 2x2 Monte Azul pela A2, a noite de quarta-feira reservou o mesmo duelo, agora válido pela divisão principal do Campeonato Paulista. Direto do Estádio Oswaldo Teixeira Duarte, Portuguesa e Ferroviária foram a campo no completo desespero precisando dos três pontos.

A Ferroviária venceu o Água Santa na estreia e somou apenas um ponto em sete jogos seguintes. Já a Portuguesa não estava muito melhor. Com cinco pontos, o rubro-verde está ameaçadíssimo pelo rebaixamento um ano depois de ter subido. O empate sem gols contra o Corinthians em Brasília no domingo foi um alento para a torcida, que não esperava menos do que um resultado positivo dentro de casa.

Ferroviária Futebol S/A - Araraquara/SP

Os capitães dos times junto com a árbitra Edina Alves Batista, os assistentes Neuza Ines Back e Mauro André de Freitas e o quarto árbitro Mauro André de Freitas

Cheguei no Canindé em cima da pinta, debaixo de chuva, pois o papo com a dupla Orlando e Milton após a derrota juventina na sessão vespertina demorou mais do que o previsto. Eu e o amigo decano pegamos um Uber na Mooca e fiz o credenciamento no exato momento em que ele estava sendo encerrado. Ufa! Logo fui ao campo fazer as fotos oficiais (sendo que a Lusa, pra variar, se recusou a posar novamente) e acompanhar o ataque local na etapa inicial.

Apesar da péssima campanha de ambos, os primeiros 45 minutos foram ótimos. John Kennedy, destaque da Ferroviária que está emprestado pelo Fluminense, quase abriu o placar aos 14. Na sequência a Portuguesa acordou e enfileirou boas oportunidades como não tinha feito no Paulistão antes. Aos 20, Pará cruzou da direita, Gustavo Ramos mandou na trave e Madison surgiu no meio da área para aproveitar o rebote e fazer a festa dos torcedores.

Três minutos depois Gustavo Ramos quase fez o segundo em cabeçada que tirou tinta da trave esquerda de Saulo. Os grenás responderam aos 29 em chute de longe de Thonny Anderson e brilhante defesa de Thomazella, sempre ele. Aos 40, quase o rubro-verde chega ao segundo em um lance bizarro. Saulo tentou dar um bicão na bola, mas ela bateu nas costas de Alisson e o arqueiro salvou em cima da linha de forma heroica. No minuto seguinte Lucas Natan encheu o pé e a zaga salvou novamente em cima da linha.

Duelo de desesperados no Canindé entre Portuguesa e Ferroviária

Comemoração do primeiro gol da Lusa, marcado por Madison

A Ferroviária se livrou de sair da primeira etapa perdendo por dois ou três de diferença

Como tinha que carregar o celular pois corria o risco de não conseguir retornar ao QG da zona oeste, fiquei nas cabines na etapa final e de lá vi a Lusa retornar ao gramado pensando apenas em se defender. Claro que isso chamou a Ferroviária ao seu campo e a equipe araraquarense encurralou os donos da casa. A pressão visitante foi insana e eles criaram inúmeras chances de perigo.

Não percam a ordem: aos três minutos Thomazella fez grande defesa em conclusão de Pablo Gabriel, aos 20 Thonny Anderson colocou na trave e aos 23 foi a vez da zaga local salvar em cima da linha conclusão de Tito. Aos 25 a pressão deu resultado com finalização de longe de Pablo. O camisa 5 colocou a pelota no limite entre o arqueiro lusitano e o travessão esquerdo. A Portuguesa ainda buscou equilibrar as coisas e até mandou outra na trave nos minutos finais, porém no fim, tudo ficou igual.

No segundo tempo, a Lusa recuou e a Ferroviária tomou conta da peleja

O chute de Pablo que deixou tudo igual no marcador

O Portuguesa 1-1 Ferroviária foi ruim para ambos e os manteve na zona de rebaixamento. Faltando três rodadas, nenhum deles pode cogitar perder pontos caso queiram permanecer na Série A1 em 2024. Agora, pelo futebol jogado, a salvação virá apenas na base no milagre.

Saímos rapidinho da casa rubro-verde pois não tinha como bobear perto dos zumbis que perambulam na região do estádio, assim como em boa parte da abandonada cidade de São Paulo. Novamente de Uber fomos então ao Tietê e dali cada um pegou o rumo do seu lar. No sábado, em pleno Carnaval, tem rodada matutina da A2 e estaremos lá.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Portuguesa 1-1 Ferroviária

Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitra: Edina Alves Batista; Público: 1.963 pagantes; Renda: R$ 66.210,00; Cartões amarelos: Bruno Leonardo, Daniel Costa, Pará, Gustavo Ramos, Xavier, Kelvyn; Gols: Madison 20 do 1º e Pablo Gabriel 25 do 2º.

Portuguesa: Thomazella; Pará, Bruno Leonardo, Robson (Patrick) e Ângelo; Marzagão (Gustavo Bochecha), Madison (Naldo) e Lucas Nathan (Richard); João Victor, Paraízo e Gustavo Ramos (Daniel Costa). Técnico: Gilson Kleina.

Ferroviária: Saulo; Bernardo, Ronaldo Alves (Léo Santos), Alisson Cassiano e Kelvyn; Pablo Gabriel, Xavier e Rafael Costa (Matheus Lucas); Tito (Antônio), Thonny Anderson (Matheus Galdezani) e John Kennedy. Técnico: Elano.

Juventus vacila e ressuscita o Oeste na Rua Javari

Texto e fotos: Fernando Martinez

Na quarta-feira rolou o monstruoso combo Metrô sem funcionar + dia mais quente do ano. Se eu fosse sensato teria ficado em casa, mas acabei indo parar no Estádio Conde Rodolfo Crespi ver o Juventus x Oeste válido pela décima rodada do Campeonato Paulista da Série A2. Chance dos grenás, atual sexto colocado, voltarem a vencer na Mooca após três compromissos. No último, derrota contra o Comercial por 2 a 1, estivemos presentes.

Era a oportunidade de ouro levando em conta a péssima fase do clube de Barueri. Depois que golearam o Monte Azul na estreia por 5 a 1 no interior, o rubro-negro estava com uma assustadora série de nove (!) compromissos sem nenhum resultado positivo e ocupava a 15ª (e penúltima) colocação, à frente apenas do derrotado na jornada inicial.

CA Juventus - São Paulo/SP

Oeste FC - Barueri/SP

O árbitro Márcio Henrique de Góis, os assistentes Alberto Poletto Masseira e Herman Brumel Vani e o quarto árbitro Rafael Gomes Félix da Silva

Essa partida acabou sendo especial pelo quórum envolvido. Além do Milton, figurinha carimbada em todo canto, e do Jurandyr, recém integrado em terras paulistanas, tivemos a presença do Victor Minhoto, o integrante mineiro do JP, e o retorno triunfal do glorioso Orlando "Ferris Bueller" Lacanna, dando um tempo na curtição adoidada da vida e reencontrando a antiga turma futebolística. Os quatro integrantes da velha guarda do Jogos Perdidos não se reuniam tinha uns 15 anos se bobear. Grande prazer estar perto de todos.

Dentro de campo, a peleja começou bastante movimentada, apesar de poucos momentos de perigo. Quem chegou perto de sair na frente foi o Juventus, com Massom logo no início e depois aos 16 minutos em lance travado por Lucas Rodrigues na hora do chute. O Oeste se aventurou pouco no ataque e, aos 41, surpreendentemente, abriu o marcador em uma dessas raras investidas. Em escanteio da esquerda, Ítalo surgiu no segundo pau e cabeceou firme, vencendo o goleiro André Dias, que alcançou 200 jogos com a camisa grená.

Detalhes do primeiro tempo de Juventus x Oeste

O papo com os amigos foi com eles de um lado do alambrado e eu do outro, no gramado. Como a chuva veio forte nos minutos finais da etapa inicial resolvi me espremer na arquibancada e acompanhar de lá a metade final da partida. O cotejo melhorou muito e o Juventus retornou ao gramado disposto a virar o placar. O escrete local ocupou o setor defensivo do Oeste e aos 12 minutos empatou com cabeçada perfeita de Bruno Moraes. Os grenás seguiram melhores em campo e o segundo gol parecia ser questão de tempo. Só que, aos 24, quem fez foi o clube de Barueri. André Dias fez falta na entrada da área e Lucas Rodrigues foi para a cobrança. O camisa 2 chutou firme, mandou a pelota no canto e recolocou os visitantes na frente.

A torcida ficou parte surpresa e parte revoltada com o gol, já pensando na surrealidade que seria ressuscitar o Oeste. os grenás sentiram o golpe e passaram apenas a cruzar bolas na área visitante. Todos os levantamentos foram neutralizados pela zaga. A cinco minutos do fim, pintou uma briga generalizada cheia de "cenas lamentáveis" entre jogadores reservas e integrantes das comissões técnicas que terminou com a expulsão de Yago, goleiro reserva do Oeste, e de vários outros profissionais envolvidos na confusão.

O Juventus perdeu a terceira seguida em casa e está se complicando na missão de estar nas quartas

Aquela treta marota entre atletas e comissão técnica de Juventus e Oeste. Meio mundo foi expulso

Essa foto vale entrar no post. A minha pessoa junto com a velha guarda do Jogos Perdidos depois de muitos anos. Destaque para a alegria total do magnânimo JR (ex-Jandir), o penúltimo da esquerda para a direita

O Juventus 1-2 Oeste foi a primeira vitória do escrete preto e vermelho em um mês. A equipe respirou na luta contra a queda e agora está em 13º lugar com 10 pontos. Já o Moleque Travesso ressuscitou o São Caetano, o Comercial e agora o Rubrão. Apesar de ter se mantido no G8 (está em sétimo) o pessoal da Mooca está doidinho para ficar de fora das quartas de final.

A dupla Victor e Jurandyr se mandou rapidinho, mas o glorioso Orlando ficou ainda comigo e com o Milton após o apito final. Como tinha jogo de noite, a gente precisava comer, então fomos ali perto da Javari fazer uma boquinha e nos atualizarmos com o que tem acontecido na vida do velho amigo. O papo estava tão bom que por pouco não perdemos a hora de pegarmos o caminho do Canindé. Foi no laço.

Até lá!

Ficha Técnica: Juventus 1-2 Oeste

Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Márcio Henrique de Góis; Público: 459 pagantes; Renda: R$ 9.530,00; Cartões amarelos: Betinho, Jair (Juv), André Dias, Gilberto Alemão, Bonifácio, Di Maria, Diego Augusto, Guilherme Portuga, Cristian, Ito Roque; Cartões vermelhos: Ito Roque 31 do 2º, Yago (goleiro reserva do Oeste), Genilson Abreu (AT do Juventus), Thales Romero (Massagista do Juventus), Sérgio Alecsandro e Renan Freitas (AT do Oeste) 40 do 2º; Gols: Ítalo 42 do 1º, Bruno Moraes 13 e Lucas Rodrigues 25 do 2º.

Juventus: André Dias; Iran, Gilberto Alemão, Diego Sacomam e Denis Neves; Adílson Goiano (Adriano Paulista), Betinho (Jeferson Lima), Masson (Everton Sena) e Cesinha; Bruno Moraes e Luan Gama (Zé Oliveira). Técnico: Ito Roque.

Oeste: Gledson; Lucas Rodrigues, Diego Jussani, Diego Augusto e Di Maria (Davi); Negueba, Ítalo (Reifit), Bonifácio (Marcelo Toscano) e Motta (Edgar); Cristian e Guilherme Portuga (Bruno Gonçalves). Técnico: Sérgio Alecsandro.